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1. Introdução
Igualmente, o aumento da expectativa de vida traz com sigo uma série de problemas urbanos,
dentre eles a demanda por serviços de socorro, comum a qualquer centro urbano. Como o
tempo de resposta à população é afetado por este crescimento, a utilização massiva de
veículos automotivos sobrecarrega as vias de acesso rápido impedindo a agilidade e a
flexibilidade do deslocamento dos veículos de emergência até população local aos centros
médicos de ajuda (socorro) (DISTRI, 2005).
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2. Método AHP
Uma decisão pode estar restrita a uma escolha simples entre duas alternativas, como, por
exemplo, efetuar, ou não, uma venda a prazo, localizar, ou não, uma unidade de atendimento
hospitalar em regiões afastadas dos centros urbanos. Neste último caso, a decisão significa um
processo complexo, que pode ser denotado e envolver a ponderação de muitos fatores e
sucessivas escolhas entre diversas alternativas. A decisão final do processo supõe,
frequentemente, decisões parciais, tomadas no decurso do mesmo.
A determinação das prioridades dos fatores mais baixos com relação ao objetivo reduz-se a
uma sequência de comparação por pares, com relações de feedback, ou não, entre os níveis.
Essa foi a forma racional encontrada para lidar com os julgamentos. Através dessas
comparações por pares, as prioridades calculadas capturam medidas subjetivas e objetivas e
demonstram a intensidade de domínio de um critério sobre o outro ou de uma alternativa
sobre a outra (SAATY, 1991). A parte mais criativa de tomadas de decisão que tem efeito
significante no resultado é a modelagem do problema. No método AHP, um problema é
estruturado como hierarquia e, posteriormente, sofre um processo de priorização. Saaty
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Uma hierarquia bem construída será um bom modelo da realidade, podendo trazer vantagens.
Primeiramente, a representação hierárquica de um sistema pode ser usada para descrever
como as mudanças em prioridades nos níveis mais altos afetam a prioridade dos níveis mais
baixos. A hierarquia também permite a obtenção de uma visão geral de um sistema, desde os
atores de níveis mais baixos até seus propósitos nos níveis mais altos. Finalmente, os modelos
hierárquicos são estáveis e flexíveis: estáveis porque pequenas modificações têm efeitos
pequenos; já flexíveis porque adições a uma hierarquia bem estruturada não perturbam o
desempenho.
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O Método AHP, após a divisão do problema em níveis hierárquicos, determina, por meio da
síntese dos valores dos agentes de decisão, uma medida global para cada uma das alternativas,
priorizando-as ou classificando-as ao final do método. Assim, a cada par ordenado de
alternativas é associado um valor pi(a,b) de modo que: se a é preferido a b, pi(a,b) > 1; se a é
indiferente a b, então pi(a,b) = 1; a,b A, pi(a,b) = 1 / pi(b,a). Dessa maneira será gerada uma
matriz quadrada recíproca positiva conhecida como Matriz Dominante que expressará o
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número de vezes em que uma alternativa domina ou é dominada pelas demais, onde as
alternativas são comparadas par a par.
A comparação de cada alternativa com as demais pode ser representada por uma matriz
quadrada M, cuja dimensão é igual ao número de alternativas em A; sendo mij = p(ai,aj) e ai,
aj duas alternativas quaisquer em A. A matriz M é recíproca, pois é sempre verdade que
mij=1/mji. Além disso, se mij= mik mkj, i,j {1,2,...}, ela é considerada também consistente.
Entretanto, na prática, frequentemente são geradas matrizes inconsistentes devido a
julgamentos intransitivos do decisor ou por uma limitação da própria escala de Saaty (1991).
Número de Critérios 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
IR 0 0 0,58 0,9 1,12 1,24 1,32 1,41 1,45 1,49
Fonte - Saaty (1991).
Dentro da análise de cada critério, é escolhido o subcritério que exerce maior influência
(maior grau de importância) na tomada de decisão, e então é realizada outro julgamento, dessa
vez com a matriz Alternativas versus Alternativas, analisadas com relação a cada
subcritério. Como resultado dessa análise, a viabilidade de cada alternativa em estudo é
encontrada.
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Por estes fatos, algumas questões podem ser questionadas, como: a quantidade de unidades de
atendimento é suficiente para atender à cidade?; a localização da disponibilidade dos serviços
de atendimento as ocorrências de urgência e emergência são ideais?; o tempo resposta
ideal está sendo atendido?; como melhorar este panorama e ofertar um serviço de melhor
qualidade para a população?
Para validação e confiança nos dados apresentados no Método AHP, são analisados 12.912
dados de atendimento a ocorrências para a cidade de Uberaba, compreendidos entre o
período de janeiro de 2010 a março de 2013.
Após validação das informações com a corporação, critérios foram julgados pelas equipes de
operação destacando “frequência, infraestrutura e desenvolvimento” como os fatores
determinantes de localização. A frequência é direcionada ao fluxo das solicitações de
emergência e urgência, segmentando três subcritérios: tempo de resposta, número de
ocorrências e grau de importância. A infraestrutura é analisada sobre as condições de acesso e
mobilidade às demais áreas da cidade, segmenta três subcritérios: unidade de saúde, distância
ou acesso e risco para de atuação. O desenvolvimento é visto como um fator do
desenvolvimento econômico e social da cidade, segmentado nos subcritérios: comercial
residencial, rural, industrial e poder aquisitivo da população.
A estratégia do Método AHP consiste em (1) criar matrizes de preferência para cada critério e
para cada fornecedor, (2) normalizá-las, (3) obter a média de cada uma delas, (4) construir
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Probabilidade de Probabilidades de
Critérios Subcritérios Alternativas
Ocorrência Ocorrências
Zona Sul 0,35
Tempo resposta 0,65 Zona Leste 0,30
Zona Oeste 0,20
Zona Norte 0,15
Zona Sul 0,25
Frequência N° de ocorrências 0,25 Zona Leste 0,25
Zona Oeste 0,20
Zona Norte 0,30
Zona Sul 0,25
Grau de importância 0,1 Zona Leste 0,25
Zona Oeste 0,25
Zona Norte 0,25
Zona Sul 0,25
Unidade de saúde 0,10 Zona Leste 0,25
Zona Oeste 0,25
Zona Norte 0,25
Zona Sul 0,35
Infraestrutura Distância / Acesso 0,70 Zona Leste 0,30
Zona Oeste 0,20
Zona Norte 0,15
Zona Sul 0,35
Risco de Operação 0,20 Zona Leste 0,35
Zona Oeste 0,15
Zona Norte 0,15
Zona Sul 0,15
Comercial 0,30 Zona Leste 0,60
Zona Oeste 0,10
Zona Norte 0,15
Zona Sul 0,30
Residencial 0,30 Zona Leste 0,20
Zona Oeste 0,20
Zona Norte 0,20
Zona Sul 0,30
Desenvolvimento Rural 0,10 Zona Leste 0,20
Zona Oeste 0,20
Zona Norte 0,30
Zona Sul 0,20
Industrial 0,10 Zona Leste 0,10
Zona Oeste 0,40
Zona Norte 0,10
Zona Sul 0,15
Poder Aquisitivo 0,20 Zona Leste 0,20
Zona Oeste 0,20
Zona Norte 0,45
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método exibe o grau de preferência de cada um dos três critérios na Tabela 4, Tabela 5 e
Tabela 6.
Nº de Distância /
ocorrências
0,89 18,40% acesso
3,27 74,11% Residencial 2 33,60%
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aquisitivo
Tabela 9 - Obtenção das médias por cada critério (Critério I – Subcritério tempo de resposta)
CI Zona Sul Zona Leste Zona Oeste Zona Norte Auto Vetor
Zona Sul 0,60 0,66 0,53 0,47 0,56
Zona Leste 0,20 0,22 0,32 0,33 0,26
Zona Oeste 0,12 0,07 0,11 0,13 0,11
Zona Norte 0,09 0,04 0,05 0,07 0,06
Total 1 1 1 1 --
Ao final deste processo (destaque na Tabela 9) à cada subcritério relevante (tempo de resposta,
distância/acesso, comercial e residencial), a matriz de prioridades à cada critério em cada
zona locacional na cidade de Uberaba é construída com o objetivo de saber quais zonas tem a
necessidade de receber a localização de um ponto de atendimento à urgências e emergências.
A análise final é destacada na Tabela 10 e Tabela 11.
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De posse destes dados, o índice de consistência (IC) e a razão de consistência (RC) são
analisados, observando se o auto vetor máximo é igual a n (dimensão da matriz). Ao aplicar a
RC, obtém-se uma coerência deste estudo igual a 8,33% considerando-o satisfatório, pois
segundo a metodologia apresenta por Saaty (1991) o índice de consistência menor do que 0,1 é
visto como consistente para prosseguir com os cálculos do AHP e caso for maior do que 0,1
recomenda-se que os julgamentos sejam refeitos.
Ao analisar os dados obtidos no método multicritério AHP constata-se que a zona que
deve ser instalada a unidade de atendimento à população é a zona sul, com uma indicação de
52,06% sobre as demais zonas analisadas. No entanto, somente indicar a z ona Sul da
cidade para a localização deixa um pouco ampla a decisão do gestor, podendo ainda ocorrer
desvios na decisão, visto isto e analisando as estatísticas e a viabilidade das demais zonas
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decidiu-se por estar indicando cinco opções de bairros que melhor de aplicam ao estudo,
sendo eles região sul do bairro Abadia, Costa Teles, Parque das Gameleiras, Parque São
Geraldo e Vila São Vicente.
4. Conclusão
Shimizu (2001, p.15) pergunta: "É possível tomar sempre uma decisão bem-feita em uma
organização?" O próprio autor responde categoricamente: "Infelizmente, a resposta é não". Na
sua visão, com exceção das tomadas de decisões rotineiras e bem conhecidas, o processo de
formular alternativas de decisão e escolher a melhor delas é quase caótico e complexo.
Como o método AHP é baseado na habilidade humana inata de fazer julgamentos sobre
problemas diversos aplicado em projetos de decisão e planejamento, considera-se, portanto,
que o objetivo desse trabalho foi alcançado, visto que após realizar o método AHP, foi
possível determinar qual seria a melhor opção de localização para a Unidade em estudo,
assessorando assim a tomada de decisão, se mostrando um método eficaz e eficiente. Por meio
das intervenções no ambiente de simulação, propostos inicialmente no Excel, a tomada de
decisão é facilitada por organizar percepções, sentimentos, julgamentos e memórias em uma
estrutura que exibe as forças influentes na decisão e que gera um resultado numérico e
conclusivo.
Foi observado que baseado nos três critérios e onze subcritérios selecionados foi possível
realizar o estudo e de forma criteriosa, otimizar o serviço prestado, ganhando em
produtividade e qualidade do serviço prestado, influenciando assim na qualidade de vida da
população da cidade de Uberaba.
Embora o estudo realizado tenha atingido o objetivo proposto, não foi possível aplicá-lo na
prática, visto que se trata de um órgão público subordinado ao governo do Estado, no entanto
é de interesse da instituição utilizar dos dados registrados, em momento oportuno.
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