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dos25anosdoMcDonald’s
noBrasil
Um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas
01 Sumário Executivo
02 McOnomics no Brasil
03 O Mercado
22 Anexo Metodológico
28 Anexo Estatístico
Equipe de Consultores
Prof. Fernando Garcia
Prof. Rogério César de Souza
Rainer Hartman
Euclides Pedrozo
sumárioexecutivo
O presente relatório, desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas, busca avaliar a contribuição do McDonald’s ao
desenvolvimento econômico e social do Brasil nos últimos 25 anos. Fundamentado em uma análise rigorosa das
informações quantitativas e qualitativas da empresa e de seus fornecedores ao longo da cadeia produtiva, o relatório
quantifica o valor da produção, o valor adicionado, o consumo intermediário de insumos, os empregos, a renda, os
investimentos, os impostos e as exportações gerados pelas atividades do McDonald’s e os compara com os da
economia brasileira e do segmento de bares e restaurantes. Também são analisadas as informações referentes à
qualidade do emprego, à responsabilidade social e à contribuição para o desenvolvimento regional.
Destacam-se os seguintes aspectos associados às atividades do McDonald’s: 1
• participação de 9% nas vendas do mercado brasileiro de bares e restaurantes;
• geração de empregos de qualidade: a remuneração é 20% superior à média de mercado e a oferta de trabalho é
voltada para a inclusão das mulheres e dos jovens no mercado de trabalho;
• arrecadação de R$ 243 milhões (a preços de 2000) em impostos e contribuições, o que corresponde a uma carga
tributária de 30,2% sobre o valor adicionado;
• produtividade 50% maior que a média da economia brasileira e cinco vezes maior que a do setor de bares e restaurantes;
• investimentos em capital fixo e humano que propiciaram expansão de 13,5% ao ano nos últimos 13 anos;
• exportações de produtos brasileiros (carnes e sucos, em especial), estimuladas pelas atividades do McDonald’s no mundo.
McOnomicsnoBrasil
Do primeiro restaurante, inaugurado no verão de 1979, na "McOnomics" e descreve as atividades de uma empresa
Praia de Copacabana, até o início de 2004, o McDonald’s inserida num contexto econômico mais amplo de produção,
apresentou grande expansão no mercado brasileiro. Hoje, consumo e bem-estar.
são quase 1.200 pontos-de-venda, dos quais em torno de Em primeiro lugar, foi feito um dimensionamento da empresa
550 são restaurantes, espalhados por 149 cidades de 22 e do mercado em que ela está inserida. Depois, foram
unidades da Federação, que atendem a mais de 1,5 milhão apresentadas todas as relações econômicas que estão por
de pessoas por dia. A cadeia McDonald’s responde por trás da venda de seus produtos. Então, concluiu-se com a
parcela expressiva do mercado brasileiro de alimentação, é presença do McDonald’s na vida social e econômica do Brasil.
responsável por volume importante de empregos diretos e No decorrer deste relatório, foram utilizados dados fornecidos
indiretos e se tornou uma grande consumidora de alimentos pelo McDonald’s, os quais constam de seus Balanços
in natura e industrializados. Sociais de 2002 e 2003, e informações obtidas de seus
À Fundação Getúlio Vargas coube, neste aniversário de 25 fornecedores. Além disso, foram empregados dados de
anos do McDonald’s no Brasil, expressar em números seu várias pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de
papel no desenvolvimento do País, seja como empresa que Geografia e Estatística (IBGE), entre as quais se destacam o
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contribui para a geração de empregos, renda e impostos, Censo Demográfico de 2000, o Cadastro Nacional de
seja como organização comprometida com a responsabilidade Empresas (CNE) de 2000, a Pesquisa Agrícola Municipal
social, a segurança alimentar e a qualidade de vida. Logo de (PAM) de 2000-2002, a Pesquisa Anual dos Serviços (PAS)
início, a tarefa de mensurar a importância econômica do dos anos de 1999 a 2001 e as Contas Nacionais (SNC) de
McDonald’s mostrou-se bastante complexa e abrangente. 2000. Também foram fundamentais para a obtenção de
As atividades da rede perceptíveis à visão, como restaurantes vários indicadores os dados do Relatório Anual de
e quiosques instalados nas ruas e em centros comerciais, Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e
revelaram-se arraigadas na extensa cadeia produtiva da Emprego (MTE), e de Arrecadação Municipal, da Receita
alimentação. E, ao se estender o já amplo campo de visão da Federal. Muitos dados se referem ao ano de 2003, o mais
produção e do consumo para abranger aspectos relacionados próximo da data de elaboração desta pesquisa, mas há
à tecnologia, ao desenvolvimento de negócios, à segurança várias informações que tomam por referência o ano de 2000.
alimentar e à responsabilidade social, apareceu a verdadeira A escolha deste ano como base de comparação deveu-se a
extensão de sua contribuição para o País. uma razão simples: 2000 é o ano no qual estão disponíveis
Para descrever esse papel, a GVconsult lançou um nome informações completas e mais detalhadas sobre o País e,
próprio, que expressa melhor o conceito formulado após portanto, aquele em que se pode avaliar com maior precisão
algumas análises preliminares e conversas com profissionais a participação do McDonald’s na economia brasileira.
da rede e de várias empresas fornecedoras. O nome é
omercado
A análise da atividade econômica do McDonald’s no Brasil, renda média das famílias que habitam essas regiões é cerca
aqui chamada de McOnomics, se inicia por uma das pontas de de duas vezes maior que a dos municípios em que a rede
sua extensa cadeia produtiva: seus quase 1.200 restaurantes não está presente.
e quiosques. Instalados em ruas e em centros comerciais, Figura 1. Onde estão os restaurantes
esses pontos-de-venda da rede McDonald’s atenderam a quase e quiosques do McDonald’s?
1,5 milhão de pessoas por dia em 2003. Isso corresponde a
cerca de 45 milhões de clientes por mês e a mais de meio
bilhão por ano. Se todo habitante do País tivesse acesso aos
restaurantes e quiosques da rede, cada um dos 175 milhões
de brasileiros iria ao menos três vezes a um McDonald’s ao
longo de um ano.
Os pontos-de-venda da rede McDonald’s estão instalados
em 149 municípios, localizados em 21 Estados e no Distrito
Federal. É interessante notar na figura 1 a localização dos
restaurantes. Pela própria natureza da atividade e pela
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tecnologia de serviços de alimentação desenvolvida pelo
McDonald’s, os pontos-de-venda estão instalados, em sua
grande maioria, em cidades com população relativamente
elevada – mais de 150 mil habitantes1 – ou que atendem
a um grande público sazonal, tais como estâncias turísticas e
pequenas localidades situadas às margens de importantes rodovias.
A população dessas cidades soma cerca de 73,5 milhões de
habitantes, com um público potencial – definido pelo poder
aquisitivo e pela faixa etária – de cerca de 45,6 milhões de
pessoas. Assim, se cada brasileiro que vive nas cidades com
McDonald’s e tem renda suficiente para tanto fosse a um de
seus pontos-de-venda, comeria ali quase uma vez por mês.
O segundo mapa traz outra ilustração importante: as cidades
do McOnomics são aquelas onde se concentra a renda
brasileira. Os dados do Censo Demográfico de 2000 indicam
que esses municípios têm, em seu conjunto, mais de 60% da
renda das famílias brasileiras. E isso se dá por dois motivos:
nesses municípios está a maior parte da população, e a
1 No Brasil, segundo o Censo Demográfico de 2000, eram cerca de 148 Fonte: McDonald’s e IBGE (2002).
cidades com população maior ou igual a 150 mil habitantes.
aempresaeonegóciodohambúrguer
Em 2003, cada um dos 500 milhões de clientes brasileiros Para ter uma idéia do que esse valor representa, pode-se
do McDonald’s consumiu produtos no valor médio de R$ 3,20. levar em conta que o total de transações da economia
O valor de cada transação não é elevado, mas o volume é brasileira em 2003 atingiu a cifra de R$ 2,7 trilhões, aí incluídos
grande. O faturamento diário atingiu R$ 4,6 milhões em todo todos os negócios realizados no País e os do País com o
o País, o que resultou em vendas mensais de R$ 141 milhões, resto do mundo. Ou seja, o faturamento do McDonald’s
na média do ano, e num negócio de aproximadamente representou cerca de 0,06% das transações da economia
R$ 1,7 bilhão em 2003. O box 1 traz um resumo das atividades brasileira, a nona maior do mundo. Esse faturamento representou
do McDonald’s no Brasil no ano de 2003. 0,13% da renda nacional e 0,20% de todas as despesas
com bens de consumo e serviços realizadas pelas famílias
Box 1. 25 anos do McDonald’s no Brasil:
os números de 2003 brasileiras, estimadas em R$ 832 bilhões em 2003.
Quando suas vendas são comparadas com o total de
Pessoas despesas com alimentos realizadas pelas famílias brasileiras,
• 500 milhões de consumidores no ano tem-se uma melhor dimensão do peso do McDonald’s.
• 36 mil funcionários Estima-se que em 2003 cada família tenha despendido algo em
4
• 30 mil empregos indiretos torno de R$ 413,00 por mês com alimentos2. Desse valor,
Valores R$ 378,00 referem-se à aquisição de alimentos in natura e
• R$ 1,7 bilhão de faturamento industrializados, realizada em supermercados, feiras, mercearias,
• R$ 933 milhões de valor adicionado padarias, etc., para consumo nas residências. Os demais
• R$ 255 milhões em salários e contribuições sociais R$ 35,00 são despesas com alimentação fora de casa.
• R$ 767 milhões em compras de matérias-primas No total do País, essa despesa somou R$ 224,2 bilhões em
Quantidades 25 anos 2003, sendo 91,6% de produtos in natura e industrializados
• 60 milhões de sanduíches Big Mac vendidos para consumo em casa e 8,4% despendidos em bares,
• 21 milhões de McSundaes consumidos lanchonetes, restaurantes e quiosques. Dessa forma, calcula-se
• 200 milhões de McFritas vendidos que o McDonald’s detenha, no Brasil, cerca de 0,75% do
• 19 mil toneladas de carne bovina e 4,5 mil toneladas mercado de alimentos e quase 9% do mercado de bares,
de carne de aves restaurantes e lanchonetes.
• 222.654 mil dúzias de pães Além disso, destaca-se o enorme contingente humano
• 20 milhões de litros de sucos envolvido nesse empreendimento. Cada restaurante McDonald’s
emprega em média 65 funcionários, o que resulta numa força
Fonte: McDonald’s, fornecedores e estimativas GVconsult. de trabalho que superou 36 mil trabalhadores em 2003.
2 Nesse valor não estão incluídas as despesas com refeições realizadas em cantinas de empresas, escolas, hospitais, etc.
acadeiaprodutivadohambúrguer
As atividades do McDonald’s têm impactos em diversas outras na indústria; a alface exige dos produtores agrícolas a compra
atividades econômicas. Os restaurantes, os quiosques e os de sementes selecionadas e beneficiadas em algum dos elos
drive thru contribuem para movimentar toda uma cadeia de da agroindústria. Ademais, em um Big Mac, além do pão, da
produção. O que pode parecer a simples venda de um carne, do queijo e da alface, também há algum tipo de
hambúrguer está, na verdade, acionando um grande número molho. Os componentes desse molho também são elos
de trabalhadores, máquinas e tecnologias. É isso que está diferentes de uma cadeia produtiva. Mesmo que o exame se
sendo designado de McOnomics: todas as relações restrinja aos principais elementos de um Big Mac – o pão, a
econômicas necessárias para que a produção do carne, o queijo e a alface –, deve-se notar que em sua
McDonald’s seja realizada. elaboração estão envolvidos trabalhadores com diversas
Para instalar um restaurante McDonald’s são necessários: qualificações, máquinas e equipamentos dos mais diversos
compra do terreno, construção do estabelecimento, tipos e tecnologias das mais comuns às mais sofisticadas.
aquisição de máquinas, contratação de funcionários, compra Mas num McDonald’s vários outros tipos de alimento podem
de carnes, bebidas e outros produtos alimentícios, etc. ser escolhidos: sanduíches de frango e de peixe, bebidas
Mesmo que a análise se restrinja às atividades que se desen- (água, milk shakes, sucos e refrigerantes); acompanhamentos,
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rolam na cadeia de alimentos, ainda assim ela revelará um como batatas fritas, saladas, sobremesas (como sorvete ou
grande número de atores, ações e negócios. torta). Toda essa variedade envolve um grande número de
Por exemplo: cada um dos 60 milhões de Big Macs vendidos etapas de produção, as quais seguem elos diferentes e, ao
anualmente no Brasil demanda diversos produtos manufaturados, serem agrupadas, configuram uma mesma cadeia – a cadeia
ou seja, que passam por algum tipo de elaboração anterior. de alimentos, que começa na agropecuária, atravessa a
O pão foi produzido com algum tipo de farinha de trigo, que indústria manufatureira e chega ao setor de serviços, na figura,
por sua vez é o produto do beneficiamento do trigo in natura, por exemplo, dos restaurantes McDonald’s.
que, por fim, é o resultado do plantio do trigo. Esse percurso A figura 4 apresenta a cadeia de alimentos na qual o
reverso – do pão pronto para ser consumido à plantação do McDonald’s está inserido. Pode-se observar que tal cadeia
trigo – permite imaginar quantas relações econômicas podem não está fechada em si mesma. Ela gera atividades
estar envolvidas em sua produção. econômicas em outras cadeias: da indústria química vem o
No entanto, ele é apenas um elo das atividades econômicas adubo necessário para o cultivo do trigo, da cana-de-açúcar, da
que estão por trás de um Big Mac: a carne começa com a soja e do milho; da indústria do petróleo vêm os combustíveis
criação de bovinos, passa pelo abate do gado e a conser- que põem em funcionamento as máquinas que aram a terra;
vação nos frigoríficos e chega à industrialização do hambúrguer; da indústria de veículos vêm os tratores que preparam o
o queijo tem como insumo básico o leite produzido nas terreno e fazem a colheita; da indústria têxtil vêm os artigos de
fazendas, que é levado para um processo de beneficiamento vestuário de todos os empregados da extensa cadeia produtiva;
da indústria de papel vêm o papelão para transporte e vêm a água, os serviços rede de esgotos e a energia elétrica.
embalagem e o papel para guardanapos; da indústria de Em suma, todos os elos da cadeia de alimentos se relacionam
plásticos vem a matéria-prima para copos, canudos, talheres com atividades que, por sua natureza, estão inseridas em
e parte das embalagens; dos serviços de utilidade pública outras cadeias de produção.
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Essas relações econômicas ao longo da cadeia produtiva despesa de R$ 56,5 milhões. O gasto maior ficou por conta
podem ser mensuradas, o que possibilita levantar a participação da compra de batatas: R$ 74,6 milhões. Ao acrescentar
direta do McDonald’s na vida econômica do Brasil. No ano de a todas essas despesas os gastos com sorvetes, carnes
2000, todas os restaurantes McDonald’s gastaram, em de frango e peixe, queijos, alfaces, tomates, molhos, papéis
conjunto, mais de R$ 30 milhões somente em pães3, e materiais plásticos e vestuário, o McDonald’s despendeu
o equivalente a uma quantidade superior a 23,5 mil dúzias aproximadamente R$ 301 milhões em 2000 – veja a figura
de pães. Com refrigerantes e sucos, foram gastos cerca 5. Para adquirir todos esses bens, o McDonald’s pagou mais
de R$ 34,6 milhões. A carne bovina correspondeu a uma de R$ 50 milhões somente em ICMS.
3 Os valores apresentados neste parágrafo estão a preços correntes. Empregamos os dados de 2000 para poder comparar os números do McDonald’s com
os de pesquisas agregadas do IBGE, que avaliam a economia como um todo, o setor de serviços e o segmento de alimentação.
Além desses gastos, no ano de 2000, as atividades do Portanto, a soma de tudo o que o McDonald’s comprou de
McDonald’s renderam a outras atividades mais de R$ 300 milhões: outras empresas chega a aproximadamente R$ 661 milhões.
R$ 61,4 milhões foram gastos com serviços de terceiros; Esse é o chamado consumo intermediário da empresa
outros R$ 50,1 milhões com aluguéis; as despesas com McDonald’s: representa o valor total que ela consumiu de
energia elétrica, água, esgoto, telefone e combustíveis bens e serviços de outras atividades econômicas. Isso dá
alcançaram R$ 66 milhões; e R$ 131,1 milhões foram uma dimensão do efeito das atividades do McDonald’s sobre
despendidos em seguros, comunicação, outras despesas a economia brasileira. Mas o McDonald’s também cria (ou
operacionais e não-operacionais – veja a figura 6. adiciona) valor para a economia brasileira.
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Ageraçãoderenda,empregoesalários
A contribuição de qualquer atividade para a economia de um representava o valor adicionado pelo McDonald’s à economia
país é determinada pela quantidade de bens ou serviços que brasileira, ou seja, o que o McDonald’s acrescentava na forma de
ela acrescenta ao total de bens e serviços produzidos em pagamento de salários, de impostos e a remuneração da
toda a economia. Em 2000, a contribuição do McDonald’s, empresa, um valor ainda maior do que o consumido em insumos.
em valores, para a economia brasileira atingiu quase R$ 805 A tabela 1 apresenta os dados do McDonald’s, do segmento
milhões. Esse valor adicionado também pode ser visto pelo de bares e restaurantes3 e da economia brasileira no ano de
enfoque da renda. Sob esse aspecto, o McDonald’s contribuiu 2000. Com relação ao faturamento, observa-se que o valor
com R$ 221 milhões em salários e encargos sociais e com adicionado pelo McDonald’s (54,9%) está acima do da
cerca de R$ 563 milhões em excedente operacional4. economia brasileira (49,0%) e do segmento de bares e
Somando-se o valor adicionado ao consumo intermediário restaurantes (42,8%), o que indica a elevada produtividade
(visto na seção anterior), obtém-se o faturamento de R$ 1,465 da empresa. De tudo o que foi produzido no Brasil em 2000,
bilhão do McDonald’s em 2000. as atividades do McDonald’s foram responsáveis por 0,08%.
Quando se toma como exemplo um Big Mac, que custava Do valor adicionado do segmento de bares e restaurantes, a
R$ 3,40 em 2000, havia nesse valor R$ 1,53 de despesas produção do McDonald’s representou 4,6%, percentual bastante
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em que o McDonald’s incorrera com alimentos e todos os expressivo. No que diz respeito ao faturamento total desse
bens e serviços para produzir o sanduíche. O restante – R$ 1,87 – segmento, o McDonald’s participou com 3,6%.
Tabela 2. A renda indireta (em R$) gerada pelas atividades do McDonald’s, 2000*
Item de despesa Fornecedores diretos Demais elos da cadeia Soma
Alimentos, vestuário e embalagens
McFritas 20.177.225,44 35.101.124,53 55.278.349,97
Carne bovina 7.250.795,53 36.622.255,43 43.873.050,96 11
Refrigerantes e sucos 9.353.072,00 16.270.985,62 25.624.057,62
Mix sorvete 5.837.075,88 17.295.153,79 23.132.229,67
Pães 8.290.173,76 14.421.924,48 22.712.098,24
Papel 6.645.942,36 7.704.346,10 14.350.288,46
Frango 1.866.370,00 9.426.645,50 11.293.015,51
Queijo fatiado 2.800.435,24 8.297.640,66 11.098.075,90
Alface 4.947.582,44 2.427.068,11 7.374.650,54
Molhos, ketchup, mostarda 1.973.336,00 3.432.895,81 5.406.231,81
Peixe 608.657,46 3.074.201,85 3.682.859,31
Vestuário e uniformes 897.355,75 824.149,88 1.721.505,62
Tomate 966.954,22 474.345,56 1.441.299,78
Materiais Plásticos 730.466,86 404.465,42 1.134.932,28
Outros itens de despesa
Outras despesas operacionais 81.195.183,37 22.944.288,85 104.139.472,22
Aluguel 47.714.724,02 1.807.430,03 49.522.154,06
Serviços de terceiros 39.515.510,77 14.738.760,40 54.254.271,17
Energia elétrica 18.594.337,80 10.302.034,31 28.896.372,11
Combustíveis 15.197.922,85 8.014.525,10 23.212.447,96
Serviços de comunicação 8.108.986,43 1.265.046,90 9.374.033,34
Despesas não-operacionais 2.646.087,06 747.736,30 3.393.823,36
Seguros 1.395.861,77 570.685,14 1.966.546,91
Total 286.714.057,02 216.167.709,78 502.881.766,79
Fonte: IBGE (2002). * Estimativas da GVconsult.
6 O anexo metodológico traz a metodologia e as estimativas de multiplicadores de renda e emprego feitas pela GVconsult a partir
da matriz insumo-produto brasileira de 2000.
7 O anexo estatístico traz os coeficientes de renda e emprego para os 42 setores de atividades da economia brasileira, com base nos quais
as estimativas deste relatório foram realizadas.
As atividades do McDonald’s também geram empregos diretos Estima-se que as empresas que vendem diretamente bens e
e indiretos ao longo de toda a cadeia produtiva do hambúrguer. serviços ao McDonald’s tenham empregado, em média,
Como ilustra a tabela 1, em 2000 havia mais de 35 mil pouco mais de 13 mil pessoas. A demanda dessas empresas
empregados nos restaurantes e na administração. Assim como por matérias-primas ao longo da cadeia produtiva gerou,
a renda, as atividades do McDonald’s fazem surgir empregos por sua vez, outros 17,5 mil postos de trabalho. No total,
nas empresas que lhe fornecem matéria-prima diretamente, considera-se que as atividades do McDonald’s tenham
assim como as encomendas feitas por essas empresas a seus sustentado cerca de 66 mil empregos em 2000, o que
fornecedores geram outros postos de trabalho em toda a economia. corresponde a 0,1% da força de trabalho brasileira.
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Figura 11. Para aonde vai o suco de laranja brasileiro comprado pelo McDonald’s?
Fonte: McDonald’s.
anexometodológico
A.1. A teoria de Leontief: o modelo aberto
A chamada tabela de insumo-produto tem o aspecto típico descrito na figura A.1. Nela estão representadas as diversas
transações intersetoriais realizadas numa determinada economia durante um certo período de tempo (um ano, digamos).
São m setores produtivos, ou atividades, que participam do fluxo de insumos e de produtos. As principais variáveis sobre as quais
são definidas as relações de insumo-produto são:
• Xij : a quantidade de insumo, em valor monetário, produzido pelo setor i e adquirido pelo setor j;
• Xi : o valor monetário da produção total do setor i;
• Di : o valor monetário da demanda final pelo insumo do setor i, que corresponde à soma do consumo familiar deste insumo
Ci, com o investimento privado Ii, o dispêndio governamental Gi e as exportações Ei;
• Vj : o valor adicionado pelo setor j.
Na linha i estão, portanto, as vendas do setor i para cada um dos demais setores da economia, de forma que podemos escrever:
m m
Xi = ∑ Xij + (Ci + Ii + Gi + Ei) ou ainda: Xi = ∑ Xij + Di
j=i j=i
Os dois componentes da demanda total, que se iguala ao valor da produção do setor, são a demanda final, realizada pelos
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consumidores, investidores e governo, e a demanda intermediária, ou consumo intermediário. Na demanda final está incluído o
consumo das famílias, o que indica que o modelo é aberto, visto que essa parte importante da demanda é determinada, por
hipótese, de forma exógena.
A hipótese fundamental do modelo de insumo-produto assume que a quantidade de insumo do setor i consumida pelo
setor j (Xij) é proporcional à produção total do próprio setor j (Xj), isto é, que:
Xij = aij Xj
em que aij é uma constante. Isso equivale a dizer que o consumo por parte do setor j de insumos do setor i (Xij) é uma
função linear de sua própria produção (Xji). Para produzir um total de Xj, o setor j necessita de aij Xj = Xij em insumos de i.
Percebe-se que esta relação é uma característica da tecnologia de produção do setor j: para dobrar sua produção e
chegar a 2 Xj, por exemplo, o setor j necessitará obter do setor i um total de aij(2 Xj) = 2 Xij em insumos.
A matriz A = (aij) que pode ser assim construída é conhecida por matriz de tecnologia e seus elementos “aij” são chamados
coeficientes técnicos de insumos diretos. A hipótese feita se baseia no fato de ser lento o ritmo de avanço tecnológico por
parte das diversas indústrias de uma economia, o que implica a validade da relação acima para períodos imediatamente
anteriores e posteriores. Supõe-se também que os preços são fixos no período em que se fez a análise, já que na prática
as quantidades dadas da figura A.1 estão em alguma unidade monetária, e não na unidade física correspondente do produto,
o que seria mais adequado para o cálculo das relações tecnológicas.
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A partir dessas relações, obtém-se um sistema linear de m equações e m incógnitas:
m m
Xi = ∑ Xij + Di = ∑ aijXj + Di i = 1,2,...,m
j=i j=i
ou seja:
ai1X1 + ai2X2 + ... + ainXn + Di = Xi i = 1, 2, 3, ...,m
Na forma matricial, este sistema pode ser escrito como:
AX + D = X ou ainda: (I – A)X = D
Aqui, A é a matriz de tecnologia quadrada m x m; X é o vetor-coluna m x 1 cujos elementos são os valores das produções
dos diversos setores; D é o vetor-coluna m x 1, correspondente à demanda final, e I é a matriz-identidade m x m.
O passo final para a construção do modelo de I-P pode ser garantido ao se perceber que, em geral, o consumo
intermediário de um setor não ultrapassa o total de sua produção, isto é:
m
Xj = ∑ Xij j = 1,2, 3,...,m
j=i
o que equivale a:
m
1 > ∑ aij j = 1,2, 3,...,m
j=i
Essas desigualdades garantem a existência da inversa da matriz (I – A). Assim, o sistema anterior pode ser resolvido para X:
A matriz L = (I – A)-1 é chamada de matriz inversa de Leontief. O sistema (1) mostra o quanto a economia deverá produzir de
cada mercadoria e serviço para atender à demanda total D. Assim a j-ésima coluna de L representa a produção necessária de
todos os setores produtivos para atender à demanda de uma única unidade de produto do setor j, como é possível verificar ao
se fazer o vetor D igual ao vetor-coluna composto apenas por zeros, á exceção de seu j-ésimo elemento, que deve ser 1.
A fim de mensurar impactos econômicos utilizando-se a matriz de insumo-produto, são construídos multiplicadores de emprego
e de renda. Na literatura especializada não há um consenso geral sobre o significado desses multiplicadores e diversas definições
distintas podem ser encontradas. Neste texto, serão empregadas duas delas, uma função da outra, e o valor associado àquela mais
importante será denominado coeficiente de emprego ou de renda, conforme o caso.
O coeficiente de emprego direto CEDj, j = (1, 2, ...), m é aquele obtido pela divisão do número de trabalhadores de cada setor j
de atividade (Nj) pelo respectivo valor da produção (Xj). Compondo um vetor-linha (1 x m) com esses quocientes, chega-se a:
Isto é, para produzir uma unidade de produto do setor j, serão necessários CEDj pessoas ocupadas no próprio setor j, seguindo a
24 hipótese de relações lineares de Leontief. Ou ainda: se houver uma demanda por uma unidade de j, diretamente empenhada em
sua produção, estarão CEDj pessoas no setor j.
Entretanto, há o efeito indireto de geração de emprego em toda a economia, visto que este setor deve consumir produtos
provenientes dos demais. Para calcular este efeito, lembremos que, dado um vetor-coluna D (m x 1) representando a
demanda pelos produtos das m atividades, a produção que a satisfaz é dada por Z = L.D. Para produzir Z, serão
necessários, portanto:
m
E = ∑ CEDjZj
j=1
pessoas ocupadas, isto é, E = CED.Z = (CED.L).D = CEDI.D.
O vetor-linha CEDI (1 x m), é igual a CED.L, é conhecido como o vetor de coeficientes de emprego direto e indireto, pois seu
j-ésimo elemento, o coeficiente CEDIj, representa o total de pessoas ocupadas necessárias para que toda a economia atenda à
demanda de um único bem do setor j.
A outra noção de multiplicador de emprego, também utilizada na literatura, relaciona o coeficiente de emprego direto com o indireto:
CEDIj
KEj = j = 1,2,...,m (4)
CEDj
Essa relação nos diz que, se a produção de um valor determinado do setor j empregar diretamente n trabalhadores do setor j,
então o número de empregos diretos e indiretos gerados na economia correspondente será de KEj.n.
De maneira análoga, é possível também calcular os coeficientes de renda direta a partir da linha "Valor Adicionado" da figura A.1:
CRDIj
KRj = j = 1,2,...,m (7)
CRDj
Para efeito de simulações, os coeficientes definidos pelas expressões (2) e (3) nos permitem inferir quanto ao número de empregos
diretos e indiretos que seriam gerados pelo aumento do dispêndio agregado no setor j, mantidas as relações tecnológicas.
As equações (5) e (6), por sua vez, fornecem elementos para se estimar o total de renda que seria gerado por esse dispêndio
adicional. Já as relações (4) e (7) apenas revelam o poder de encadeamento dos m setores de atividade da economia: quanto
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maior essa relação, maior a quantidade de empregados, ou de renda, que será gerada nos setores fornecedores de insumo para
um emprego, ou unidade de renda, que é gerada diretamente.
g = Vs (1)
De maneira análoga,
42 42
qj = ∑ Vij = ∑ 1.Vij j = 1,2,...,80
i=j i=j
q = Vt r (2)
As operações feitas em (1) e em (2) mostram que multiplicar uma matriz por um vetor do tipo r ou s composto apenas por valores
unitários equivale a formar um vetor cujo i-ésimo elemento é igual à soma de todos os elementos da linha i da matriz. Por esta
razão, valem ainda os resultados:
q = (qd) se g = (gd) r (3)
São definidas ainda a matriz de market-share D como Dij = Vij / qj, i = 1, 2,...,42; j = 1, 2, ...,80; e a matriz de consumo nacional
26 B como, Bij = Unij / gj, i = 1, 2,...,80; j = 1, 2, ...,42, as quais podem ser escritas concisamente como:
Segundo essas definições, como Vij é a quantidade do bem j produzido pelo setor i, o número Dij fornece a fração do total do
bem j proveniente do setor i. E, ainda, como Unij é a quantidade do bem i produzido nacionalmente e consumido pelo setor j, Bij
representa a participação do consumo do produto i no dispêndio total gj do setor j.
Seja um vetor de demanda final por produto En (80 x 1). Conforme o modelo aberto:
q = Un.r + En
De (4) tem-se que Un = B.gd e V = D.qd. E daí:
Pode-se, finalmente, reescrever (5) conforme o modelo aberto de Leontief, sendo aqui g o vetor de produção por setor:
g = (I – A)-1 Dn (6)
O IBGE também traz a matriz consumo por produtos importados, Um (80 x 42), a qual apresenta para cada atividade os valores
dos produtos importados consumidos. A matriz Bm, que mostra a relação entre a produção por atividade e o respectivo consumo
intermediário de produtos importados, é definida como:
Bm = Um.gd-1 (7)
M = Bm.L (8) 27
a qual, multiplicada pela demanda Dn, fornece a importação por produto realizada pela economia:
isto é, Impj = a quantidade do produto j, j = 1, 2, ..., 80, importado pelo País durante o exercício.
Analogamente, há sete matrizes Tp de impostos que, para gerar coeficientes de impostos, recebem o mesmo tratamento dado
em (2.21), (2.22) e (2.23) para Um, a matriz de importados. Para os anos de 1990 a 1996, as matrizes Un e V foram disponibilizadas
pelo IBGE já prontas para a aplicação da metodologia acima descrita. Para os anos de 1997 a 2000, no lugar do consumo
intermediário nacional – matriz Un – se encontra dada a matriz U com consumo intermediário total, que corresponde à matriz Un
adicionada a todas as matrizes de impostos, mais a de importação, mais as de margem de comércio e de transporte. A fim de
estender a análise de insumo-produto para esses períodos, estimou-se a matriz Un, reproduzindo a relação entre Un(96) e U(96).
A expressão a seguir nos dá a fórmula empregada para essa adaptação.
Unij(96)
Unij = Uij(t),t = 1997,...,2000
Uj(96)
anexoestatístico
Tabela A.1. Coeficientes Tabela A.2. Coeficientes e multiplicadores
e multiplicadores de emprego, 2000* de renda, 2000*
CED CEDI KE CRD CRDI KR
Agropecuária 107 136 1,3 Agropecuária 537,20 800,72 1,5
Extrativa Mineral 20 36 1,8 Extrativa Mineral 351,64 745,01 2,1
Extração de Petróleo e Gás 1 8 5,3 Extração de Petróleo e Gás 784,44 935,78 1,2
Minerais não-Metálicos 18 34 1,9 Minerais não-Metálicos 383,39 762,32 2,0
Siderurgia 2 20 12,3 Siderurgia 245,65 755,24 3,1
Metalúrgia não-Ferrosos 3 17 6,2 Metalúrgia não-Ferrosos 210,02 678,61 3,2
Outros Metalúrgicos 21 36 1,7 Outros Metalúrgicos 297,98 768,74 2,6
Máquinas e Tratores 10 20 2,0 Máquinas e Tratores 581,43 843,11 1,5
Material Elétrico 6 22 3,4 Material Elétrico 221,60 671,78 3,0
Equipamentos Eletrônicos 6 16 2,6 Equipamentos Eletrônicos 385,85 633,28 1,6
Automóveis, Caminhões e Ônibus 3 17 6,5 Automóveis, Caminhões e Ônibus 255,32 658,88 2,6
Outros Veículos e Peças 7 24 3,2 Outros Veículos e Peças 295,74 751,66 2,5
Madeira e Mobiliário 47 83 1,8 Madeira e Mobiliário 387,92 770,94 2,0
Papel e Gráfica 11 28 2,6 Papel e Gráfica 349,79 755,28 2,2
Indústria da Borracha 4 20 4,6 Indústria da Borracha 257,77 556,30 2,2
Elementos Químicos 3 34 12,7 Elementos Químicos 451,62 812,31 1,8
Refino do Petróleo 0 0 11,9 Refino do Petróleo 26,75 49,92 1,9
28 Químicos Diversos 5 18 3,4 Químicos Diversos 255,91 541,88 2,1
Farmacêutica e Perfumaria 6 21 3,3 Farmacêutica e Perfumaria 415,65 679,48 1,6
Artigos de Plástico 16 22 1,4 Artigos de Plástico 304,36 472,89 1,6
Indústria Têxtil 10 40 3,8 Indústria Têxtil 185,38 568,97 3,1
Artigos do Vestuário 132 154 1,2 Artigos do Vestuário 370,81 711,37 1,9
Fabricação de Calçados 50 79 1,6 Fabricação de Calçados 327,19 697,71 2,1
Indústria do Café 6 86 14,6 Indústria do Café 259,55 836,17 3,2
Beneficiamento de Prod. Vegetais 12 82 6,7 Beneficiamento de Prod. Vegetais 235,65 749,55 3,2
Abate de Animais 8 103 12,8 Abate de Animais 128,25 775,99 6,1
Indústria de Laticínios 5 83 16,3 Indústria de Laticínios 200,17 793,29 4,0
Indústria de Açúcar 8 58 7,0 Indústria de Açúcar 290,14 801,83 2,8
Fabricação de Óleos Vegetais 2 74 38,8 Fabricação de Óleos Vegetais 163,36 744,54 4,6
Outros Produtos Alimentares 17 60 3,6 Outros Produtos Alimentares 270,32 740,58 2,7
Indústrias Diversas 24 42 1,8 Indústrias Diversas 388,95 756,72 1,9
S.I.U.P. 3 11 3,3 S.I.U.P. 541,20 841,04 1,6
Construção Civil 26 37 1,4 Construção Civil 561,54 781,04 1,4
Comércio 67 78 1,2 Comércio 479,17 731,86 1,5
Transportes 36 47 1,3 Transportes 357,75 570,86 1,6
Comunicações 5 11 2,3 Comunicações 791,77 915,29 1,2
Instituições Financeiras 9 23 2,6 Instituições Financeiras 657,84 926,80 1,4
Serv. Prest. às Famílias 95 112 1,2 Serv. Prest. às Famílias 515,55 760,11 1,5
Serv. Prest. às Empresas 44 54 1,2 Serv. Prest. às Empresas 642,81 882,57 1,4
Aluguel de Imóveis 2 4 1,7 Aluguel de Imóveis 952,46 988,54 1,0
Administração Pública 25 40 1,6 Administração Pública 706,25 905,82 1,3
Serv. Priv. não-Mercantis 449 452 1,0 Serv. Priv. não-Mercantis 918,68 970,47 1,1
*Os coeficientes CED, CEDI e CEDII são expressos em R$ por Os coeficientes CRD, CRDI e CRDII são expressos em R$ por
R$ 1.000,00 de demanda. R$ 1.000,00 de demanda.
Fonte: IBGE (2002). Cálculos próprios. Fonte: IBGE (2002). Cálculos próprios.