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______Constituição Federãl______
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante in-
centivos específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no
mínimo de 30 dias, nos termos da lei;
CAPÍTULO II XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de nor-
DOS DIREITOS SOCIAIS mas de saúde, higiene e segurança;
(direitos de 2a dimensão) XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insa-
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o lubres ou perigosas, na forma da lei;
trabalho, a moradia, o transporte (EC 90/15), o lazer, a seguran- XXIV - aposentadoria;
ça, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nasci-
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. mento até 5 anos de idade em creches e pré-escolas;
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de trabalho;
outros que visem à melhoria de sua condição social: XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do em-
ou sem justa causa, nos termos de LC, que preverá indenização pregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado,
compensatória, dentre outros direitos; quando incorrer em dolo ou culpa;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de tra-
III - FGTS; balho, com prazo prescricional de 5 anos para os trabalhado-
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, ca- res urbanos e rurais, até o limite de 2 anos após a extinção do
paz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua fa- contrato de trabalho;
mília com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado
que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vincula- civil;
ção para qualquer fim; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do tra- critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;
balho; XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e in-
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção telectual ou entre os profissionais respectivos;
ou acordo coletivo; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que a menores de 18 e de qualquer trabalho a menores de 16
percebem remuneração variável; anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos;
VIII - 13° terceiro salário com base na remuneração integral ou XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
no valor da aposentadoria; empregatício permanente e o trabalhador avulso.
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua re- domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII,
tenção dolosa; XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e,
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da re- atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simpli-
muneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da em- ficação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e
presa, conforme definido em lei; acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiarida-
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador des, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem
de baixa renda nos termos da lei; como a sua integração à previdência social.
XIII - duração do trabalho normal não superior a 8 horas diá-
rias e 44 semanais, facultada a compensação de horários e a DIREITOS DOS TRABALHADORES DOMÉSTICOS
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
EFICÁCIA PLENA EFICÁCIA LIMITADA
trabalho;
XIV - jornada de 6 horas para o trabalho realizado em turnos • Salário-mínimo • Relação de emprego
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; • Irredutibilidade do protegida contra despedida ar-
XV - repouso semanal remunerado, PREFERENCIALMENTE aos salário bitrária ou sem justa causa, nos
domingos; • Garantia de salário, termos de lei complementar,
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nunca inferior ao mínimo, para que preverá indenização com- IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando
os que percebem remuneração pensatória, dentre outros direi- de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio
variável; tos; do sistema confederativo da representação sindical respectiva, in-
• 13° salário • Seguro-desemprego dependentemente da contribuição prevista em lei;
• Proteção do salário • FGTS
na forma da lei, constituindo • Remuneração do tra- Contribuição CONFEDERATIVA Contribuição SINDICAL
crime sua retenção dolosa balho noturno superior à do
• Duração do trabalho diurno Prevista na 1ª parte do art. 8º, Prevista na 2ª parte do art. 8º,
normal não superior a oito ho- • Salário-família IV, da CF/88. IV, da CF/88.
ras diárias e quarenta e quatro • Assistência gratuita
Também chamada de Também chamada de
semanais, facultada a compen- aos filhos e dependentes desde
“contribuição de assembleia”. “imposto sindical”, expressão
sação de horários e a redução o nascimento até 5 anos de
incorreta porque não é
da jornada, mediante acordo idade em creches e pré-escolas
imposto.
ou convenção coletiva de tra- • Seguro contra aci-
balho; dentes de trabalho, a cargo do NÃO é tributo. ERA considerada um TRIBUTO.
• Repouso semanal re- empregador, sem excluir a in- ERA uma contribuição
munerado, preferencialmente denização a que este está obri- parafiscal (ou especial).
aos domingos; gado, quando incorrer em dolo
Fixada pela assembleia geral do Era instituída por meio de lei
• Remuneração do ser- ou culpa
sindicato (obrigação ex (obrigação ex lege).
viço extraordinário superior, no
voluntate).
mínimo, em 50% à do normal;
• Férias anuais + 1/3 É VOLUNTÁRIA. ERA COMPULSÓRIA.
• Licença à gestante DIREITOS REGULAMENTA- A contribuição confederativa é ERA paga por todos aqueles
• Licença-paternidade DOS PELA LC 150/15 considerada como voluntária que faziam parte de uma
• Aviso prévio porque somente é paga pelas determinada categoria
• Redução dos riscos pessoas que resolveram econômica ou profissional, ou
inerentes ao trabalho, por meio (optaram) se filiar ao sindicato. de uma profissão liberal, em
de normas de saúde, higiene e A contribuição confederativa de favor do sindicato
segurança que trata o art. 8º, IV, da representativo da mesma
• Aposentadoria Constituição, só é exigível dos categoria ou profissão ou,
• Reconhecimento das filiados ao sindicato respectivo inexistindo este, à Federação
convenções e acordos coletivos (SV 40): correspondente à mesma
de trabalho Súmula vinculante 40: A categoria econômica ou
• Proibição de diferen- contribuição confederativa de profissional.
ça de salários, de exercício de que trata o artigo 8º, IV, da Não havia jeito: se o indivíduo
funções e de critério de admis- Constituição Federal, só é fosse metalúrgico, p. ex., ele
são por motivo de sexo, idade, exigível dos filiados ao sindicato tinha que pagar a
cor ou estado civil; respectivo. contribuição sindical, mesmo
• Proibição de qual- que não fosse filiado ao
quer discriminação sindicato. ERA um tributo.
• Proibição de trabalho
São compatíveis com a Constituição Federal os dispositivos
noturno, perigoso ou insalubre
da Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) que
a menores de dezoito e de
extinguiram a obrigatoriedade da contribuição sindical e
qualquer trabalho a menores
condicionaram o seu pagamento à prévia e expressa
de 16 anos, salvo na condição
autorização dos filiados. STF. Plenário. ADI 5794/DF, Rel. Min.
de aprendiz, a partir de 14
Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em 29/6/2018 (Info
anos
908).
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o
seguinte:
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a
I - a lei NÃO PODERÁ exigir autorização do Estado para a fun-
sindicato;
dação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competen-
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações
te, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na
coletivas de trabalho;
organização sindical;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical,
organizações sindicais;
em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do
econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos tra-
registro da candidatura a cargo de direção ou representação sin-
balhadores ou empregadores interessados, não podendo ser in-
dical e, se eleito, ainda que suplente, até 1 ano após o final do
ferior à área de um Município;
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à orga-
ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou ad-
nização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, aten-
ministrativas;
didas as condições que a lei estabelecer.
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Art. 11. Nas empresas de mais de 200 empregados, é assegura- § 3º São PRIVATIVOS DE BRASILEIRO NATO os cargos:
da a eleição de um representante destes com a finalidade exclu- I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
siva de promover-lhes o entendimento direto com os empre- II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
gadores. III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do STF;
CAPÍTULO III V - da carreira diplomática;
DA NACIONALIDADE VI - de oficial das Forças Armadas.
Art. 12. São brasileiros: VII - de Ministro de Estado da Defesa
I - natos:
O Conselho da República tem em sua composição 6 brasileiros
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de
natos
pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu
país (JUS SOLI); § 4º - Será declarada a PERDA DA NACIONALIDADE do brasilei-
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasi- ro que:
leira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em
Federativa do Brasil (JUS SANGUINI); virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe bra- II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
sileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei es-
competente OU venham a residir na República Federativa do trangeira;
Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a mai- b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
oridade, pela nacionalidade brasileira (JUS SANGUINI); brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição
II - naturalizados: para permanência em seu território ou para o exercício de di-
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, reitos civis;
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas
residência por 1 ano ininterrupto e idoneidade moral; Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Fede-
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Re- rativa do Brasil.
pública Federativa do Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o
sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade hino, as armas e o selo nacionais.
brasileira. § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter
símbolos próprios.
É aquela que resulta de um fato natural (o
CAPÍTULO IV
nascimento).
DOS DIREITOS POLÍTICOS
A pessoa se torna nacional nato.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio univer-
Critérios para atribuição da nacionalidade ori-
sal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e,
ginária:
Nacionalidade nos termos da lei, mediante:
a) Critério territorial (jus soli): se a pes-
ORIGINÁRIA I - plebiscito;
soa nascer no território do país, será
(primária, II - referendo;
considerada nacional deste.
atribuída ou III - iniciativa popular.
b) Critério sanguíneo (jus sanguinis): a
involuntária)
pessoa irá adquirir a nacionalidade de seus
ascendentes, não importando que tenha REFERENDO PLEBISCITO
nascido no território de outro país.
Formas de consulta popular sobre determinado assunto.
No Brasil, adota-se, como regra, o critério
do jus soli, havendo, no entanto, situações Autorizado pelo Congresso Convocado pelo Congresso
nas quais o critério sanguíneo é aceito. Nacional (art. 49, XV, CF). Nacional (art. 49, XV, CF).
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente in- curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste
cumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não haven- essa garantia.
do impedimento que os iniba de exercer o cargo. § 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge (CAD), uma
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independen-
remotos. temente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a es-
colha do curador. Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo
por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para
JDC97 No que tange à tutela especial da família, as regras do lhes evitar a ruína.
Código Civil que se referem apenas ao cônjuge devem ser es-
tendidas à situação jurídica que envolve o companheiro, Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão
como, por exemplo, na hipótese de nomeação de curador dos representando ativa e passivamente o ausente, de modo que con-
bens do ausente tra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele
forem movidas.
Cônjuge (não separado judicialmente ou de Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge (CAD) que for su-
fato por mais de 2 anos)/companheiro cessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendi-
CURADOR DOS mentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores,
Pais
BENS DO porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimen -
AUSENTE Descendentes tos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representan-
Curador nomeador pelo juiz te do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz
competente.
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a au-
Seção II
sência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do su-
Da Sucessão Provisória
cessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
Art. 26. Decorrido 1 ano da arrecadação dos bens do ausente,
ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando 3
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá,
anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência
justificando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade
e se abra provisoriamente a sucessão.
dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria.
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se con-
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do
sideram interessados:
falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a su-
I - o cônjuge não separado judicialmente;
cessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo.
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito depen-
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, de-
dente de sua morte;
pois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.
vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obriga-
dos a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão pro-
dos bens a seu dono.
visória SÓ PRODUZIRÁ EFEITO 180 DIAS DEPOIS DE PUBLICA-
DA pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-
Seção III
se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e
Da Sucessão Definitiva
partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
Art. 37. 10 anos depois de passada em julgado a sentença que
§ 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo inte-
concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interes-
ressados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público
sados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das
requerê-la ao juízo competente.
cauções prestadas.
§ 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o
inventário até 30 dias depois de passar em julgado a sentença
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, pro-
que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arreca-
vando-se que o ausente conta 80 anos de idade, e que de 5 da-
dação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts.
tam as últimas notícias dele.
1.819 a 1.823.
Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz Art. 40. A cooperação jurídica internacional para execução de
parte, o auxílio direto terá os seguintes objetos: decisão estrangeira dar-se-á por meio de carta rogatória ou de
I - obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento ação de homologação de sentença estrangeira, de acordo com
jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais o art. 960.
findos ou em curso;
Art. 41. Considera-se autêntico o documento que instruir pedido
de cooperação jurídica internacional, inclusive tradução para a lín-
gua portuguesa, quando encaminhado ao Estado brasileiro por
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meio de autoridade central ou por via diplomática, dispensando- § 3o Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a
se ajuramentação, autenticação ou qualquer procedimento de ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se o autor
legalização. também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qual-
Parágrafo único. O disposto no caput não impede, quando neces- quer foro.
sária, a aplicação pelo Estado brasileiro do princípio da reciproci- § 4o Havendo 2 ou mais réus com diferentes domicílios, serão de-
dade de tratamento. mandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor.
§ 5o A EXECUÇÃO FISCAL será proposta no foro de domicílio do
TÍTULO III réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado.
DA COMPETÊNCIA INTERNA
CAPÍTULO I Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre IMÓVEIS
DA COMPETÊNCIA é competente o foro de SITUAÇÃO DA COISA.
Seção I § 1o O autor pode optar pelo foro de DOMICÍLIO DO RÉU ou
Disposições Gerais pelo FORO DE ELEIÇÃO se o litígio NÃO RECAIR sobre direito
Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação
nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de terras e de nunciação de obra nova.
de instituir juízo arbitral, na forma da lei. § 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de si-
tuação da coisa, cujo juízo tem COMPETÊNCIA ABSOLUTA.
Art. 43. Determina-se a competência no MOMENTO DO RE-
GISTRO OU DA DISTRIBUIÇÃO da petição inicial, sendo irrele- AÇÕES FUNDADAS EM DIREITO REAL SOBRE IMÓVEIS
vantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorri-
das posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciá- REGRA EXCEÇÃO
rio ou alterarem a competência absoluta. Foro de SITUAÇÃO DA COISA Foro de DOMICÍLIO DO RÉU
ou pelo foro DE ELEIÇÃO se o
Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição litígio NÃO RECAIR sobre:
Federal, a competência é determinada pelas normas previstas - Direito de propriedade
neste Código ou em legislação especial, pelas normas de organi- - Vizinhança
zação judiciária e, ainda, no que couber, pelas constituições dos - Servidão
Estados. - Divisão e demarcação de ter-
ras
FPPC236. (art. 44) O art. 44 não estabelece uma ordem de preva- -Nunciação de obra nova
lência, mas apenas elenca as fontes normativas sobre compe-
AÇÕES POSSESSÓRIAS: Foro de SITUAÇÃO DA COISA (com-
tência, devendo ser observado o art. 125, § 1º, da Constituição
petência ABSOLUTA)
Federal
Art. 55. Reputam-se conexas 2 ou mais ações quando lhes for ABUSIVIDADE DA CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO
comum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão ANTES DA CITAÇÃO APÓS A CITAÇÃO
conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. Pode ser reputada ineficaz DE Cabe ao réu alegar na contes-
§ 2o Aplica-se o disposto no caput: OFÍCIO pelo juiz tação, sob pena de preclusão.
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento re-
lativa ao mesmo ato jurídico;
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA
FPPC237. (art. 55, §2º, I e II) O rol do art. 55, § 2º, I e II, é exem- Súmula 1-STJ: O foro do domicílio ou da residência do
plificativo. alimentando é o competente para a ação de investigação de
§ 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que paternidade, quando cumulada com a de alimentos
POSSAM GERAR RISCO DE PROLAÇÃO DE DECISÕES CONFLI- Súmula 33-STJ: A incompetência relativa não pode ser
TANTES OU CONTRADITÓRIAS caso decididos separadamente, declarada de ofício.
MESMO SEM CONEXÃO ENTRE ELES. [Teoria Materialista – O CPC/2015 prevê uma exceção a essa súmula no § 3º do art. 63
Conexão por Prejudicialidade] “§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se
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abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que relativos ao vinculo estatutário.
determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio Súmula 161-STJ: É da competência da Justiça Estadual autori-
do réu.” Assim, em regra, a incompetência relativa não pode zar o levantamento dos valores relativos ao PIS / PASEP e
ser reconhecida de ofício pelo juiz, ou seja, a própria parte FGTS, em decorrência do falecimento do titular da conta.
prejudicada é quem deverá alegar. EXCEÇÃO: o foro de eleição Súmula 218-STJ: Compete à Justiça dos Estados processar e
é uma regra de incompetência relativa. Mesmo assim, ela julgar ação de servidor estadual decorrente de direitos e
pode ser reconhecida de ofício pelo magistrado se o foro de vantagens estatutárias no exercício de cargo em comissão.
eleição for abusivo. Súmula 224-STJ: Excluído do feito o ente federal, cuja presença
Súmula 206-STJ: A existência de vara privativa, instituída por lei levara o Juiz Estadual a declinar da competência, deve o Juiz
estadual, não altera a competência territorial resultante das leis Federal restituir os autos e não suscitar conflito.
de processo. Súmula 270-STJ: O protesto pela preferência de crédito, apre-
Os Estados-Membros, suas autarquias e fundações, não possu- sentado por ente federal em execução que tramita na Justiça
em foro privilegiado (privativo) na capital, podendo ser deman- Estadual, não desloca a competência para a Justiça Federal.
dados em qualquer comarca do seu território onde a obrigação Súmula 363-STJ: Compete à Justiça estadual processar e julgar
tenha que ser satisfeita (art. 53, III, “d”, do CPC 2015). Assim, a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra
NÃO É VÁLIDA LEI ESTADUAL QUE PREVEJA FORO PRIVATI- cliente.
VO NA CAPITAL PARA AS DEMANDAS INTENTADAS CON- Súmula 505-STJ: A competência para processar e julgar as de-
TRA O ESTADO-MEMBRO. Vale ressaltar, no entanto, que se o mandas que têm por objeto obrigações decorrentes dos contra-
autor propuser a ação na capital do Estado, esta deverá tra- tos de planos de previdência privada firmados com a Fundação
mitar na Vara Especializada da Fazenda Pública. Rede Ferroviária de Seguridade Social – REFER é da Justiça es-
tadual.
SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL Súmula 506-STJ: A Anatel não é parte legítima nas demandas
entre a concessionária e o usuário de telefonia decorrentes de
STF relação contratual.
Súmula vinculante 27-STF: Compete à Justiça Estadual julgar Súmula 553-STJ: Nos casos de empréstimo compulsório so-
causas entre consumidor e concessionária de serviço público de bre o consumo de energia elétrica, é competente a Justiça
telefonia, quando a Anatel não seja litisconsorte passiva ne- estadual para o julgamento de demanda proposta exclusiva-
cessária, assistente nem opoente. mente contra a Eletrobrás. Requerida a intervenção da União
Súmula 501-STF: Compete a justiça ordinária estadual o pro- no feito após a prolação de sentença pelo juízo estadual, os au-
cesso e o julgamento, em ambas as instâncias, das causas de tos devem ser remetidos ao Tribunal Regional Federal compe-
acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a união, tente para o julgamento da apelação se deferida a intervenção.
suas autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia
mista. SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL
Súmula 508-STF: Compete a justiça estadual, em ambas as
STF
instâncias, processar e julgar as causas em que for parte o Ban-
co do Brasil, S.A.. Súmula 517-STF: As sociedades de economia mista só tem foro
Súmula 516-STF: O Serviço Social da Indústria (SESI) está sujei- na justiça federal, quando a união intervém como assistente ou
to a jurisdição da justiça estadual. opoente.
Súmula 556-STF: É competente a justiça comum (justiça esta- Súmula 689-STF: O segurado pode ajuizar ação contra a insti-
dual) para julgar as causas em que é parte sociedade de eco- tuição previdenciária perante o juízo federal do seu domicílio
nomia mista. ou nas varas federais da Capital do Estado-Membro.
As sociedades de economia mista, ainda que mantidas pela Uni-
STJ
ão, não são julgadas pela Justiça Federal. Houve uma opção do
constituinte de não incluir tais empresas estatais no rol do art. Súmula 32-STJ: Compete à Justiça Federal processar justifica-
109 da CF/88. ções judiciais destinadas a instruir pedidos perante entidades
que nela tem exclusividade de foro, ressalvada a aplicação do
STJ
art. 15, II, da Lei 5010/66.
Súmula 15-STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar Súmula 66-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar
os litígios decorrentes de acidente do trabalho. execução fiscal promovida por conselho de fiscalização pro-
Válida, mas apenas nos casos de ação proposta contra o INSS fissional.
pleiteando benefício decorrente de acidente de trabalho. Súmula 82-STJ: Compete à Justiça Federal, excluídas as recla-
Súmula 34-STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar mações trabalhistas, processar e julgar os feitos relativos à
causa relativa a mensalidade escolar, cobrada por estabeleci- movimentação do FGTS.
mento particular de ensino. Súmula 150-STJ: Compete à Justiça Federal decidir sobre a
Súmula 42-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar existência de interesse jurídico que justifique a presença, no
e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de econo- processo, da união, suas autarquias ou empresas públicas.
mia mista e os crimes praticados em seu detrimento. Súmula 173-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar o
Súmula 55-STJ: Tribunal Regional Federal não é competente pedido de reintegração em cargo público federal, ainda que o
para julgar recurso de decisão proferida por juiz estadual não servidor tenha sido dispensado antes da instituição do regime
investido de jurisdição federal. jurídico único
Súmula 137-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar Súmula 254-STJ: A decisão do Juízo Federal que exclui da rela-
e julgar ação de servidor público municipal, pleiteando direitos ção processual ente federal não pode ser reexaminada no Juí-
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mento.
Conduta: Comportamento humano vo-
________Codigo Penãl________ luntário psiquicamente dirigido a um fim,
socialmente reprovável.
OBS: para esta teoria, o dolo e a culpa
integram o fato típico (finalismo), mas
TEORIAS DA CONDUTA são novamente analisados no juízo da
culpabilidade (causalismo).
Idealizada por Von Liszt, Beling, Rad-
bruch. Ganham força e espaço na década de
Início do século XIX. 1970, discutidas com ênfase na Alema-
TEORIA Marcadas pelos ideais positivistas. nha.
CAUSALISTA Segue o método empregado pelas ciên- FUNCIONALISMO Buscam adequar a dogmática penal
(Causal-Naturalista/ cias naturais Teorias aos fins do Direito Penal.
Clássica/ Naturalísti- Crime: (Teoria tripartite) - Fato típico Funcionalistas Percebem que o Direito Penal tem neces-
ca/ Mecanicista) (conduta), Ilicitude e Culpabilidade sariamente uma missão e que seus insti-
Conduta: Movimento corporal voluntá- tutos devem ser compreendidos de acor-
rio que produz uma modificação no do com essa missão – (edificam o Direito
mundo exterior, perceptível pelos senti- Penal a partir da função que lhe é confe-
dos. rida).
Experimentação Conclusão: a conduta deve ser com-
preendida de acordo com a missão con-
Idealizada por Edmund Mezger.
ferida ao direito penal.
Desenvolvida nas primeiras décadas do
TEORIA século XX. ROXIN (ESCOLA DE MUNIQUE)
NEOKANTISTA Tem base causalista CRIME: fato típico (conduta), ilícito e
(Causal-Valorativa/ Fundamenta-se em uma visão neoclássi- REPROVÁVEL (imputabilidade, poten-
Neoclássica/ ca, marcada pela superação do positi- FUNCIONALISMO cial consciência da ilicitude, exigibili-
Normativista) vismo, introduzindo a racionalização do TELEOLÓGICO dade de conduta diversa e necessidade
método (Dualista/ da pena).
Conduta: Comportamento humano vo- Moderado/ OBS: Roxin busca a reconstrução do Di-
luntário causador de um resultado. Da Política Criminal/ reito Penal com base em critérios po-
Valoração Valorativo) lítico-criminais.
Missão do Direito Penal: proteção de
Criada por Hans Welzel.
bens jurídicos. Proteger os valores es-
Meados do século XX (1930 – 1960).
senciais à convivência social harmônica.
Percebe que o dolo e a culpa estavam in-
Conduta: Comportamento humano vo-
seridos no substrato errado (não devem
luntário causador de relevante e intolerá-
integrar a culpabilidade).
vel lesão ou perigo de lesão ao bem ju-
TEORIA FINALISTA Conduta: Comportamento humano vo-
rídico tutelado.
(Ôntico- luntário psiquicamente dirigido a um fim
Fenomenológica) (toda conduta é orientada por um que- JAKOBS (ESCOLA DE BONN)
rer). CRIME: fato típico (conduta), ilícito e
OBS: Para Welzel, toda consciência é in- culpável (imputabilidade, potencial
tencional. consciência da ilicitude e exigibilidade
OBS: Retira do dolo seu elemento nor- de conduta diversa).
mativo (consciência da ilicitude). OBS: Para Jakobs, o Direito Penal deve vi-
OBS: Culpabilidade formada apenas sar primordialmente à reafirmação da
por elementos normativos (potencial FUNCIONALISMO norma violada e ao fortalecimento das
consciência da ilicitude, exigibilidade SISTÊMICO expectativas de seus destinatários.
de conduta diversa, imputabilidade). (Monista/ Missão do Direito Penal: Assegurar a
OBS: Dolo normativo (consciência da ili- Radical) vigência do sistema. Está relativamente
citude) passa a ser dolo natural/valora- vinculada à noção de sistemas sociais
tivamente neutro (dolo sem consciência (Niklas Luhmann).
da ilicitude). Conduta: Comportamento humano vo-
Dica: supera-se a cegueira do causalismo luntário causador de um resultado vio-
com um finalismo vidente. lador do sistema, frustrando as expecta-
tivas normativas.
Desenvolvida por Wessels, tendo como
OBS: Ação é produção de resultado evi-
principal adepto Jescheck.
tável pelo indivíduo (teoria da evitabili-
A pretensão desta teoria não é substituir
dade individual).
as teorias clássica e finalista, mas acres-
OBS: O agente é punido porque violou a
TEORIA SOCIAL DA centar-lhes uma nova dimensão, qual
norma e a pena visa reafirmar a norma
AÇÃO seja, a relevância social do comporta-
violada.
Dia 3 / 13
no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato pratica- por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio
do em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável
cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito). exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha
o dever legal de enfrentar o perigo.
RELAÇÃO ENTRE TIPICIDADE E ILICITUDE § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito
VON BELING (1906) ameaçado, a pena poderá ser reduzida de 1/3 a 2/3.
A tipicidade não tem qualquer re-
lação com a ilicitude. Exige saída cômoda (commodus discessus).
TEORIA DA AUTONOMIA CUIDADO: excluída a ilicitude o
Perigo iminente não configura estado de necessidade.
OU ABSOLUTA fato permanece típico.
INDEPENDÊNCIA Ex: Fulano mata Beltrano – temos
um fato típico. Comprovado que TEORIA DIFERENCIADORA TEORIA UNITÁRIA
Fulano agiu em legítima defesa, CPM arts. 39 e 45 CP art. 24, §2°
exclui a ilicitude, mas permanece o
Estado de necessidade justifi- Estado de necessidade justifi-
fato típico.
cante cante
MAYER (1915) Exclui a ilicitude Exclui a ilicitude
A existência de fato típico gera Bem jurídico: vale + ou = (vida) Bem jurídico: vale + ou = (vida)
presunção de ilicitude. Bem sacrificado: vale – (patri- Bem sacrificado: vale – (patri-
- Relativa dependência. mônio) mônio)
CUIDADO: excluída a ilicitude, o
Estado de necessidade excul- #E no caso do bem protegido
fato permanece típico.
pante valer menos que o bem sacri-
Ex: Fulano mata Beltrano. Compro-
Exclui a culpabilidade ficado? Pode servir como dimi-
TEORIA DA va a tipicidade, presume-se a ilici-
Bem jurídico: vale - (patrimô- nuição de pena.
INDICIARIEDADE OU tude. Fulano tem que provar que
nio)
RATIO COGNOSCENDI agiu em legítima defesa. Compro-
Bem sacrificado: vale + (vida)
Adotada no Brasil vando, desaparece a ilicitude, mas
o fato continua típico.
De acordo com a maioria da dou- Legítima defesa
trina, o Brasil seguiu a TEORIA DA Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando MO-
INDICIARIEDADE, isto é, provada DERADAMENTE dos MEIOS NECESSÁRIOS, repele injusta
a tipicidade, presume-se relati- agressão, atual OU IMINENTE, a direito seu ou de outrem.
vamente a ilicitude, provocando Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput des-
inversão do ônus da prova nas te artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de
descriminantes. segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a
vítima mantida refém durante a prática de crimes. (LEI
MEZGER (1930) 13964/19)
TEORIA DA ABSOLUTA A ilicitude é essência da tipicida-
DEPENDÊNCIA OU de, numa relação de absoluta de-
Não exige saída cômoda (commodus discessus).
RATIO ESSENDI pendência.
CUIDADO: excluída a ilicitude, ex- O uso moderado é dos meios necessários e não dos meios dis-
clui-se o fato típico (tipo total in- poníveis.
justo).
Chega no mesmo resultado da 3ª TÍTULO III
teoria, mas por outro caminho. DA IMPUTABILIDADE PENAL
De acordo com essa teoria, o tipo Inimputáveis
penal é composto de elementos Art. 26 – [CRITÉRIO BIOPSICOLÓGICO] É isento de pena o
positivos (explícitos) e elementos agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
negativos (implícitos). incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
TEORIA DOS ELEMENTOS ATENÇÃO: para que o fato seja inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
NEGATIVOS DO TIPO típico, é preciso praticar os ele- determinar-se de acordo com esse entendimento. (Causa de ex-
mentos positivos do tipo, e não clusão da culpabilidade)
praticar os elementos negativos Redução de pena
do tipo. Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de 1/3 a 2/3, se
Ex: matar alguém. o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por de-
Elementos positivos: matar alguém. senvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteira-
Elementos negativos: estado ne- mente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determi-
cessidade/legítima defesa. nar-se de acordo com esse entendimento.
Menores de 18 anos
Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pra-
tica o fato para salvar de PERIGO ATUAL, que não provocou
Dia 3 / 15
PUNIÇÃO DO PARTÍCIPE
Quando se fala em embriaguez, trabalha-se com a TEORIA DA
AÇÃO LIVRE NA CAUSA (“ACTIO LIBERA IN CAUSA”), segun- TEORIA DA Para punir o partícipe, basta que o
do a qual na embriaguez, o livre-arbítrio não é aferido no mo- ACESSORIEDADE fato principal seja típico.
mento da prática da conduta, mas sim se ação foi livre no MÍNIMA
momento da ingestão da substância.
TEORIA DA Para punir o partícipe, basta que o
TÍTULO IV ACESSORIEDADE fato principal seja típico e ilícito, in-
DO CONCURSO DE PESSOAS MÉDIA / LIMITADA dependentemente da culpabilidade e
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime (PREVALECE) da punibilidade do agente.
incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabi-
TEORIA DA Para punir o partícipe, basta que o
lidade. (TEORIA UNITÁRIA)
ACESSORIEDADE fato principal seja típico, ilícito e cul-
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena
pode ser diminuída de 1/6 a 1/3. MÁXIMA pável.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime (EXTREMADA)
menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será au- TEORIA DA Para punir o partícipe, o fato principal
mentada até 1/2 (metade), na hipótese de ter sido previsível o
HIPERACESSORIEDADE deve ser típico, ilícito, culpável e pu-
resultado mais grave.
nível.
Art. 25. A representação será irretratável, DEPOIS DE OFE- ARQUIVAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL
RECIDA a denúncia.
ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com STF suspendeu a eficácia da
o auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria expedi- alteração do procedimento
da pela autoridade judiciária ou policial de arquivamento do
inquérito policial (art. 28,
caput))
Processo judicialiforme. Artigo não recepcionado pela CF/88.
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciati- Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o
va do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública, investigado confessado formal e circunstancialmente a
fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e
e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção. com pena mínima inferior a 4 anos , o Ministério Público poderá
propor ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL, desde que
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime,
quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e
do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à alternativamente: (LEI 13964/19)
autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na
revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. impossibilidade de fazê-lo; (LEI 13964/19)
(LEI 13964/19) II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo
Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do
crime; (LEI 13964/19)
STF suspendeu a eficácia da alteração do procedimento de III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por
arquivamento do inquérito policial (art. 28, caput)). MEDIDA período correspondente à pena mínima cominada ao delito
CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 6.298
diminuída de 1/3 a 2/3, em local a ser indicado pelo juízo da
execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar dezembro de 1940 (Código Penal); (LEI 13964/19)
com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do
30 dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
revisão da instância competente do órgão ministerial, (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser
conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (LEI 13964/19) indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente,
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detri- como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos
mento da União, Estados e Municípios, a revisão do arquiva- aparentemente lesados pelo delito; ou (LEI 13964/19)
mento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada
do órgão a quem couber a sua representação judicial. (LEI pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível
13964/19) com a infração penal imputada. (LEI 13964/19)
Dia 3 / 17
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do
refere o caput deste artigo, serão consideradas as causas de art. 28 deste Código. (LEI 13964/19)
aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. (LEI
13964/19) ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL
§ 2º O disposto no caput deste artigo NÃO SE APLICA nas
seguintes hipóteses: (LEI 13964/19) RESOLUÇÃO 181/17 DEPOIS DA LEI 13964/19
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Pena mínima inferior a 4 Pena mínima inferior a 4
Especiais Criminais, nos termos da lei; (LEI 13964/19) anos anos
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos
probatórios que indiquem conduta criminal habitual, Crime não for cometido com Investigado confessado
reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações violência ou grave ameaça a formal e circunstancialmente
penais pretéritas; (LEI 13964/19) pessoa, o investigado tiver a prática de infração penal
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 anos anteriores ao confessado formal e circuns- sem violência ou grave
cometimento da infração, em acordo de não persecução tanciadamente a sua prática ameaça
penal, transação penal ou suspensão condicional do processo;
CONDIÇÕES: CONDIÇÕES:
e (LEI 13964/19)
I – reparar o dano ou restituir I - reparar o dano ou restituir
IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica
a coisa à vítima, salvo impos- a coisa à vítima, exceto na
ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões da
sibilidade de fazê-lo; impossibilidade de fazê-lo;
condição de sexo feminino, em favor do agressor. (LEI
II – renunciar voluntariamen- II - renunciar
13964/19)
te a bens e direitos, indicados voluntariamente a bens e
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por
pelo Ministério Público como direitos indicados pelo
escrito e será firmado pelo membro do Ministério Público,
instrumentos, produto ou pro- Ministério Público como
pelo investigado e por seu defensor. (LEI 13964/19)
veito do crime; instrumentos, produto ou
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal,
II – prestar serviço à comuni- proveito do crime;
será realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua
dade ou a entidades públicas III - prestar serviço à
voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença
por período correspondente comunidade ou a entidades
do seu defensor, e sua legalidade. (LEI 13964/19)
à pena mínima cominada ao públicas por período
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as
delito, diminuída de 1/3 a correspondente à pena
condições dispostas no acordo de não persecução penal,
2/3, em local a ser indicado mínima cominada ao delito
devolverá os autos ao Ministério Público para que seja
pelo Ministério Público; diminuída de 1/3 a 2/3, em
reformulada a proposta de acordo, com concordância do
IV – pagar prestação pecuniá- local a ser indicado pelo juízo
investigado e seu defensor. (LEI 13964/19)
ria, a ser estipulada nos termos da execução, na forma do art.
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução
do art. 45 do Código Penal, a 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de
penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para que
entidade pública ou de inte- 7 de dezembro de 1940
inicie sua execução perante o juízo de execução penal. (LEI
resse social a ser indicada pelo (Código Penal);
13964/19)
Ministério Público, devendo a IV - pagar prestação
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não
prestação ser destinada prefe- pecuniária, a ser estipulada
atender aos requisitos legais ou quando não for realizada a
rencialmente àquelas entidades nos termos do art. 45 do
adequação a que se refere o § 5º deste artigo.
que tenham como função pro- Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao
teger bens jurídicos iguais ou dezembro de 1940 (Código
Ministério Público para a análise da necessidade de
semelhantes aos aparentemen- Penal), a entidade pública ou
complementação das investigações ou o oferecimento da
te lesados pelo delito; de interesse social, a ser
denúncia. (LEI 13964/19)
V – cumprir outra condição indicada pelo juízo da
§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não
estipulada pelo Ministério Pú- execução, que tenha,
persecução penal e de seu descumprimento. (LEI 13964/19)
blico, desde que proporcional preferencialmente, como
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no
e compatível com a infração função proteger bens jurídicos
acordo de não persecução penal, o Ministério Público deverá
penal aparentemente pratica- iguais ou semelhantes aos
comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior
da. aparentemente lesados pelo
oferecimento de denúncia. (LEI 13964/19)
delito; ou
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal
V - cumprir, por prazo deter-
pelo investigado também poderá ser utilizado pelo Ministério
minado, outra condição indi-
Público como justificativa para o eventual não oferecimento
cada pelo Ministério Público,
de suspensão condicional do processo. (LEI 13964/19)
desde que proporcional e com-
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não
patível com a infração penal
persecução penal não constarão de certidão de antecedentes
imputada.
criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste
artigo. (LEI 13964/19) NÃO CABÍVEL: NÃO CABÍVEL:
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, I – for cabível a transação pe- I - se for cabível transação
o juízo competente decretará a extinção de punibilidade. (LEI nal, nos termos da lei; penal de competência dos
13964/19) II – o dano causado for supe- Juizados Especiais Criminais,
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em pro- rior a 20 salários mínimos ou nos termos da lei;
por o acordo de não persecução penal, o investigado poderá a parâmetro econômico diver- II - se o investigado for
Dia 3 / 18
so definido pelo respectivo ór- reincidente ou se houver Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18
gão de revisão, nos termos da elementos probatórios que anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou
regulamentação local; indiquem conduta criminal por seu representante legal.
III – o investigado incorra em habitual, reiterada ou
alguma das hipóteses previs- profissional, exceto se Não existe mais representante legal de pessoa natural que já
tas no art. 76, § 2º, da Lei nº insignificantes as infrações completou 18 anos. Por consequência, não existe mais a
9.099/95; penais pretéritas; possibilidade de dupla legitimação para o oferecimento de
IV – o aguardo para o cum- III - ter sido o agente queixa: ou o ofendido é menor de 18 anos e só o seu
primento do acordo possa beneficiado nos 5 anos representante tem legitimação (art. 33, CPP); ou ele já
acarretar a prescrição da pre- anteriores ao cometimento completou esta idade e o exercício do direito de queixa é
tensão punitiva estatal; da infração, em acordo de exclusivamente seu.
V – o delito for hediondo ou não persecução penal, *http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitu-
equiparado e nos casos de in- transação penal ou ra&artigo_id=143
cidência da Lei nº 11.340, de suspensão condicional do
7 de agosto de 2006; processo; e Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito
VI – a celebração do acordo IV - nos crimes praticados no de queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente
não atender ao que seja ne- âmbito de violência domésti- mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, po-
cessário e suficiente para a ca ou familiar, ou praticados dendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o
reprovação e prevenção do contra a mulher por razões querelante desista da instância ou a abandone.
crime. da condição de sexo femini-
no, em favor do agressor. Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente
constituídas poderão exercer a ação penal, devendo ser represen-
Caberá RESE da decisão, des-
tadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem
---------------------------------- pacho ou sentença que recusar
ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes.
---------------------------------- homologação à proposta de
-- acordo de não persecução
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu
penal, previsto no art. 28-A
representante legal, decairá no direito de queixa ou de repre-
desta Lei.
sentação, se não o exercer dentro do prazo de 6 meses, conta-
do do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pú- caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o ofereci -
blica, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Mi- mento da denúncia.
nistério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denún- Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de
cia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, for- queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos
necer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, arts. 24, parágrafo único, e 31.
no caso de negligência do querelante, retomar a ação como
parte principal (AÇÃO PENAL INDIRETA) Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido,
pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, me-
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para repre- diante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Mi-
sentá-lo caberá intentar a ação privada. nistério Público, ou à autoridade policial.
§ 1o A representação feita oralmente ou por escrito, sem as-
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declara- sinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu represen-
do ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou tante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz
prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descenden- ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público,
te ou irmão (CADI) quando a este houver sido dirigida.
§ 2o A representação conterá todas as informações que pos-
Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento sam servir à apuração do fato e da autoria.
da parte que comprovar a sua pobreza, nomeará advogado para § 3o Oferecida ou reduzida a termo a representação, a auto-
promover a ação penal. ridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo competente,
§ 1o Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover remetê-lo-á à autoridade que o for.
às despesas do processo, sem privar-se dos recursos indispensá- § 4o A representação, quando feita ao juiz ou perante este
veis ao próprio sustento ou da família. reduzida a termo, será remetida à autoridade policial para que
§ 2o Será prova suficiente de pobreza o atestado da autori- esta proceda a inquérito.
dade policial em cuja circunscrição residir o ofendido. § 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito,
se com a representação forem oferecidos elementos que o ha-
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mental- bilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a de-
mente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante núncia no prazo de 15 dias.
legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito
de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os
de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz juízes ou tribunais verificarem a existência de crime de ação públi-
competente para o processo penal. ca, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos
necessários ao oferecimento da denúncia.
Dia 3 / 19
Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa Se ficar demonstrado que o Se ficar demonstrado que a
do ofendido, poderá ser aditada pelo Ministério Público, a querelante (aquele que propõe omissão de algum nome foi
quem caberá intervir em todos os termos subsequentes do pro- ação penal privada) deixou, de involuntária, então, neste caso,
cesso. forma deliberada, de oferecer o Ministério Público deverá
a queixa contra um ou mais requerer a intimação do
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o autores ou partícipes, neste querelante para que ele faça o
réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do caso, deve-se entender que aditamento da queixa-crime e
Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 houve de sua parte uma inclua os demais coautores ou
dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se hou- renúncia tácita. partícipes que ficaram de fora.
ver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar- Se o querelante deixou, Se o querelante fizer o
se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público rece- deliberadamente, de oferecer aditamento: o processo
ber novamente os autos. queixa contra um dos autores continuará normalmente.
§ 1o Quando o Ministério Público dispensar o inquérito poli- ou partícipes, o juiz deverá Se o querelante se recusar
cial, o prazo para o oferecimento da denúncia contar-se-á da data rejeitar a queixa e declarar a expressamente ou
em que tiver recebido as peças de informações ou a representa- extinção da punibilidade permanecer inerte: o juiz
ção para todos (arts. 104 e 109, V, deverá entender que houve
§ 2o O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, do CP). renúncia (art. 49 do CPP).
contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os Assim, deverá extinguir a
autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se- punibilidade em relação a
á que não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos todos os envolvidos.
do processo. *Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
Dia 3 / 20
Art. 49. A RENÚNCIA ao exercício do direito de queixa, em Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de
relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. declaração assinada pelo querelado, por seu representante legal
ou procurador com poderes especiais.
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada
pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante
poderes especiais. queixa, considerar-se-á PEREMPTA a ação penal:
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover
menor que houver completado 18 anos não privará este do o andamento do processo durante 30 dias seguidos;
direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua inca-
do primeiro. pacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo,
dentro do prazo de 60 dias, qualquer das pessoas a quem cou-
Art. 51. O PERDÃO concedido a um dos querelados apro- ber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36 - CADI;
veitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação III - quando o querelante deixar de comparecer, sem moti-
ao que o recusar. vo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar pre-
sente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas ale-
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 gações finais;
anos, o direito de perdão poderá ser exercido por ele ou por IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se
seu representante legal, mas o perdão concedido por um, ha- extinguir sem deixar sucessor.
vendo oposição do outro, não produzirá efeito.
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer
Extirpada do ordenamento jurídico a figura do representante extinta a punibilidade, deverá declará-lo de ofício.
legal do maior de 18 anos plenamente capaz, a legitimação para Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Pú-
conceder e aceitar o perdão, na vigência do novo Código Civil, blico, do querelante ou do réu, o juiz mandará autuá-lo em apar-
agora passa a ser exclusivamente do querelante e do querelado tado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar conveniente, concede-
maior, respectivamente. rá o prazo de 5 dias para a prova, proferindo a decisão dentro de
Nesse caso, só quem pode conceder ou aceitar o perdão é o 5 dias ou reservando-se para apreciar a matéria na sentença final.
ofendido que se encontra com 18 anos de idade, que é
plenamente capaz para todos os atos, inclusive no âmbito Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à
processual penal. Do contrário, haverá, por força da lei processual vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Pú-
penal, um retrocesso social, ou seja, continuará o ofendido sendo blico, declarará extinta a punibilidade.
tratado como menor no processo penal e dependendo dos pais
para tudo, mas não mais o será e dependerá pelo NCC. (RANGEL, AÇÃO DE Aplica medida de segurança
2005, p. 241) PREVENÇÃO PENAL
*http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitu-
AÇÃO PENAL EX OFFICIO Processo judicial judicialiforme e
ra&artigo_id=143
HC de Ofício
Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retar- Havendo inércia do MP, outro ór-
dado mental e não tiver representante legal, ou colidirem os inte- AÇÃO PENAL PÚBLICA gão oficial poderia promover a
resses deste com os do querelado, a aceitação do perdão caberá SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA ação penal. Ex: no DL 201, se o
ao curador que o juiz lhe nomear. MPE for inerte, o MPF pode iniciar
a persecução penal.
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se- AÇÃO PENAL INDIRETA MP assume a ação penal privada
á, quanto à aceitação do perdão, o disposto no art. 52. subsidiária.
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com Primariamente o crime é processa-
poderes especiais. AÇÃO PENAL do mediante ação privada e, secun-
SECUNDÁRIA dariamente, por ação penal públi-
Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o ca. Ex: S714/STF (crimes contra a
disposto no art. 50. honra de funcionário público)
-MP propõe ação privada, quando
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão to- AÇÃO PENAL ADESIVA vislumbrar interesse público
dos os meios de prova. -Conexão entre delitos de ação pe-
nal pública e ação privada.
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa
nos autos, o querelado será intimado a dizer, dentro de 3 dias, AÇÃO PENAL POPULAR HC e crimes de responsabilidade.
se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o
seu SILÊNCIO IMPORTARÁ ACEITAÇÃO. SÚMULAS SOBRE AÇÃO PENAL
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a pu-
nibilidade. STF
Súmula 594-STF: Os direitos de queixa e de representação po-
dem ser exercidos, independentemente, pelo ofendido ou
por seu representante legal.
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