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Este documentário tem como problema central se existe de facto, o gene da genialidade, ou

se qualquer um pode ser génio apenas com base em treino e ambiente correcto. Como os
estudos da psicóloga concluem, ser um génio não é algo comum nem fácil, pois poucas
crianças têm o dom inerente à pessoa sobredotada, algo que não é dado com a educação. Os
genes dão uma probabilidade ou propensão da criança em adquirir certos conhecimentos, mas
apenas são efectivamente demosntrados se estimulada a criança para tal(tal como a psicóloga
diz, não será qualquer criança que, mesmo com o regime de treino de Marc Yu, consegue
realizar as tarefas que ele realiza). Ellen Winner também defende que as crianças
sobredotadas auto-propõem-se a melhorar e a realizar o que desejam de forma o mais
autónoma e independente possível (como o caso de Marc Yu em aprender a andar de
bicicleta). A psicóloga também acredita que as crianças avançadas, ao realizarem
exaustivamente as tarefas que pretendem, entram num ciclo virtuoso de aprendizagem, que
simplesmente as melhora mais e mais, tornando-as sempre cada vez mais diferentes dos
outros, o que pode constituir uma desvantagem, visto este tipo de crianças ser rejeitada
socialmente pelas diferenças notórias na mentalidade, podendo até serem “rotuladas” de
anormais, passando a estar isoladas. De resto, o desenvolvimento tardio do córtex pré-frontal,
responsável pela razão e auto-controlo, durante a puberdade, pode representar perigo no
futuro de pessoas como Marc Yu.

Como se sabe, a música envolve várias tarefas simultâneas: os músicos têm de interpretar as
notas que aparecem na pauta musical, mexem os dedos para produzir a nota certa e ouvem o
que estão a tocar. O facto dos músicos, por exemplo, terem de usar simultaneamente as duas
mãos para tocar é algo que exige um esforço cerebral, conseguido, por um lado, pelo controlo
do membro superior esquerdo pelo hemisfério direito e, por outro lado, pelo controlo do
membro superior direito pelo hemisfério esquerdo. Apesar de cada hemisfério comandar
apenas um lado do corpo, estes têm de funcionar em harmonia para permitir a precisão e
coordenação necessária aos músicos para tocar. Também o cerebelo ou o corpo caloso
exercem funções de finalidade musical, provando assim que a interacção cerebral e a sua
complexidade permitem as actividades mentais.

Pesquisas realizadas pelo neurologista Gottfried Schlaug revelaram, como se verificou no


episódio, que os cérebros dos músicos apresentam especializações anormais num cérebro
normal, precisamente adaptadas para a função que realizam(o cerebelo, por exemplo),
permitindo a coordenação e concentração necessárias à actividade, provando a moldagem
cerebral que enquanto crianças cada um sofre.

No caso de cientistas americanos, a experiência a que sujeitaram crianças de bairros


desfavorecidos mostraram serem enriquecedoras, com as crianças como objecto de estudo a
revelaram melhores pontuações de QI em relação a outras crianças não sujeitas a testes,
melhores percursos académicos e melhores vidas, enfim. Os resultados obtidos remetem de
novo para uma moldagem e capacidade de apredizagem nas crianças bem antes da idade
escolar, começando logo no período recém-nascido. O projecto “Abecedário”, como o
chamaram, demonstrou não só que as crianças são fruto de estímulos que são recebidos desde
pequenos, mas também que o que somos e o sucesso que possamos ter tido/vir a ter é devido
ao que o ambiente ao nosso redor nos proporcionou.
Quanto ao caso de Genie, a rapariga que viveu privada de socialização e processos de
aprendizagem progressiva, as conclusões a tirar são reflexo das consequências: a menina não
sabia falar, precisamente porque nunca tinha sido estimulada a tal, e mal andava,
precisamente pelo mesmo motivo. O atraso mental de Genie em relação à sua idade
“corporal” devia-se a um salto dado numa fase crucial da sua vida. Um cérebro em
crescimento usa uma regra brutal para manter a funcionalidade e organização cerebral, que
consiste em cortar ligações que aparentemente são desnecessárias à pessoa(se não se usa,
corta-se) e que acontece enquanto bebé e na puberdade. Devido ao não-estímulo de
capacidades normais a qualquer pessoa, como falar, o cérebro de Genie cortou as ligações
cerebrais relacionadas com as aptidões linguísticas, deixando-a irremediavelmente sem
conseguir falar com fluência. Percebeu-se, assim, que o cérebro atravessa fases decisivas para
o seu desenvolvimento, e que, quando passadas, não têm retorno, deixando o cérebro inapto
a realizar certas conexões, que depois incapacitam a pessoa em questão de realizar certas
funções.

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1. Na origem deste documentário, permanece ainda nos dias de hoje a grande e misteriosa
dúvida de como é que certos cérebros chegam a um ponto tão elevado de complexidade e de
ligações neuronais. Quando pensamos que mais complexo é impossível, pois o cérebro
humano é o cérebro mais desenvolvido de todas as outras espécies existentes, então surge
algum ser “geniozinho” para comprovar que afinal sim, é possível.

Este é um problema tão questionado na comunidade científica, que tentam chegar a alguma
conclusão sobre a origem das capacidades dos génios, se são naturais e que nascem com elas,
ou então se é o meio envolvente que intervém no desenvolvimento gradual e contínuo do
cérebro, o que faz com que o meio seja um fator relevante para estas aprendizagens, pois vai
capacitar o desenvolvimento cerebral.

2. Marc Yu, como músico que é, e considerado um génio, o seu cérebro tem tantas
maisligações que são feitas ainda mais rápidas do que um piscar de olhos, e assim
conseguefazer muitas coisas ao mesmo tempo. Por exemplo, toca piano, e para além
deconseguir seguir a melodia, ainda controla o mecanismo que faz com os dedos e olhapara a
pauta. Assim se prova que o cérebro pode estar envolvido no mesmo, utilizandovárias áreas do
cérebro, como neste caso, o córtex auditivo, motor e visual,respectivamente.

3. Gottfried Schlaug, conduziu um estudo com dezenas de músicos profissionais, com ointuito
de estudar o funcionamento dos seus cérebros e concluiu que o cérebro destesmúsicos difere
de outros cérebros fisicamente e que se tem alguma relação com amúsica, por exemplo o
tocar algum instrumento, estas pessoas possuem uma maior complexidade nas áreas
responsáveis pela audição e pela análise de música.

4. Em oposição a Gottfried, que diz que estas crianças brilhantes já têm cérebros
maiscomplexos que o normal e que os conhecimentos para a música sejam algo natural,
apsicóloga Ellen Winner acredita que a prática é o essencial para aprendermos cada vezmais e
aperfeiçoarmos qualquer tipo de habilidade (até de um sobredotado), e quenenhuma criança
tem a vantagem de nascer com um extra a mais, apenas aprende-se.Finalmente, a sua
explicação para os sobredotados é que eles têm algo a mais que aprática não consegue
explicar.
5. Este estudo pretendia provar que a presença de certos estímulos pode alterar o rumoque a
vida destas crianças pode tomar. Foram sujeitas a jogos de aprendizagem criadosa partir de
uma pesquisa sobre o desenvolvimento infantil.Os resultados indicaram que o estímulo
melhorou o desempenho das crianças em váriasáreas, tais como linguagem, matemática, QI e
sociabilidade.

6. Marc Yu é extraordinário enquanto criança, pois o que toca, é digno de um adulto. Então,
tendo assim um cérebro tão evoluído será uma vantagem e um sonho de qualquer um? Marc
vai crescendo, e há medida que se vai tornando mais adulto, a sua técnica de mãos, vai-se
tornando cada vez mais normal. Aqui, Marc não lida apenas com as consequências psicológicas
do crescimento, mas também com a complexidade neural do cérebro. Por ser um menino
“especial”, a vida de Marc ainda lhe vai dificultar ainda mais.

7. Genie é uma menina que passou grande parte da sua infância fechada num quarto, sem
qualquer contacto com o exterior nem com ninguém. Isto de estar isolada, sem qualquer tipo
de socialização, privou-a de falar, de compreender as coisas, então, fez com que o seu cérebro
quebrasse os circuitos neurais da sintaxe, visto que ela nunca conseguiu aprender gramática.
Assim, conclui-se que a interação, tanto social como no meio envolvente, é muito importante
para o funcionamento do cérebro, nomeadamente para o desenvolvimento das competências
linguísticas, cognitivas, afetivas, sociais e culturais.

8. A regra bruta, ou a teoria do “ou usa, ou perca” é utilizada durante todo o crescimento do

cérebro, se não há utilização de neurónios, cortam-se, ou seja, as funções dessas ligações


nunca mais estarão ativas. Este princípio faz com que o cérebro em desenvolvimento fique
vulnerável, mas também seja extremamente flexível e relaciona-se com a etapa mais cedo da
nossa vida, aquando ainda bebe.

9.

Gostei muito do filme e acho que foi muito interessante, pois fez com que percebesse-mos e
conhecesse-mos melhor de como funciona o cérebro, e sua complexidade. Se empessoas
normais, a complexidade já é tão elevada, imagina-se agora de um sobredotado. Fez com que
compreendesse-mos que ao longo do tempo o nosso cérebro

vai ficando cada vez mais “aprendiz”, logo, cada vez mais estruturado.

Ajuda-nos a perceber a razão pela qual crianças como o Marc Yu são especiais, tendo uma
elevada capacidade cerebral em determinadas áreas, como por exemplo a audição, pois foram
obrigadas a se desenvolver. Por outro lado, quem não exercita o cérebro, tem consequências e
pode afectar toda avida, como por exemplo a menina americana, Genie.

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