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ESPAÇO DIATÔNICO:

Estrutura intervalar composta por alturas organizadas por meio de uma determinada combinação de 5 tons e dois
semitons. Pode-se deduzir, de modo pitagórico, que o espaço diatônico se estabelece a partir de uma fundamental, sua
quinta abaixo e sua quinta acima – que na tonalidade clássica são denominadas funções principais: tônica (T),
dominante (D) e Subdominante (S); As demais alturas do espaço diatônico são também alcançadas por sequencias de
quintas. Esta operação pode ser transposta a partir de quaisquer outros fundamentais. No total são seis quintas
sobrepostas formando as sete notas que constituem as sete escalas diatônicas:

FA DO SOL RÉ LÁ MI SI

IV I V II VI III VII
S T D
Quadro de símbolos para indicar a estrutura intervalar de um determinado espaço de alturas.

Escalas são formadas pela organização das alturas em ordem progressiva possíveis em um determinado espaço
(estrutura intervalar). São formadas por rotação a partir de qualquer um dos seus componentes (alturas).

Heptatônica Diatônica (5 tons e 2 semitons distribuídos na ordem rotativa abaixo)

Dó Jônio (modo maior)

Lócrio Si Ré Dórico

Eólio Lá Mi Frígio

Mixolídio Sol Fá Lídio


MODOS LITÚRGICOS

Finalis é a nota de conclusão, a mesma para o modo autên<co e o seu plagal



Cofinalis (Repercussio) indica a nota de recitação (tenor), a nota que
repercute ( ressoa), definindo o modo. No modo I(dórico) é a quinta acima
da finalis e no modo II (plagal, hipodórico) é a terça acima da finalis.

Species (La<m: forma exterior, aspecto) significa o <po de arranjo de tons


e semitons de uma oitava, quinta ou quarta.

Ambitus é a extensão do modo, em geral de uma oitava. No modo


autên<co o âmbito é definido por uma espécie de quinta seguida por uma
specie de quarta. No modo plagal o âmbito vai a uma specie de quarta
abaixo da finalis seguida por uma specie de quinta acima da finalis.

!
Ave maris stella - Hino gregoriano (Natividade)

Cofinalis
Ambitus

Finalis
Veni creator – Hino gregoriano (Pentecostes) – modo 8 (plagal)

Ambitus

Cofinalis

Finalis
A prá<ca denominada musica ficta, iniciada no século X, que consis<a no uso de notas
não diatônicas nas composições, acabou por transformar os modos litúrgicos. Ao final
do século XVI era possível encontrar obras já muito próximas do sistema maior/menor
da tonalidade:

Alterações no modo Movimentos cadenciais


A par<r do século XIV o desenvolvimento do contraponto e as exigências harmônicas
causadas pela sobreposição de vozes intensificaram o processo de alterações
(musica ficta) em algumas notas dos modos litúrgicos (principalmente o si e fá). Os
modos dórico e frígio tenderam a se transformar em eólio e os modos lídio e
mixolídio tenderam ao jônio:
Transposição de modos
Na Idade Média e Renascença praticamente não havia transposição dos modos, mas o modalismo moderno surge na
música de concerto no século XIX como uma alternativa ao tonalismo dominante desde o século XVII e se associa ao
sistema de armaduras de clave da prática maior/menor. A divulgação mais constante, ao final do Romantismo, de
melodias populares que em geral preservavam os antigos modos de também ajudou no retorno parcial e modificado do
modalismo.

Prá2ca da transposição:
Na aplicação moderna dos modos é possível reconhecer os diferentes modos por seus intervalos característicos em
relação à finalis (esta relação sempre é feita tendo como base as notas que formam o trítono de cada modo:

Dórico - sexta maior


Frígio – segunda menor
Lídio – quarta aumentada
Mixolídio – sétima menor
Eolio – sexta menor
Jônio – sétima maior
Lócrio – quinta diminuta – [O modo lócrio não é considerado nos modos litúrgicos, pois suas species de quarta e
quinta não formam intervalos justos]
Camargo Guarnieri: Improviso II
Bartok, 14 Bagatelle-4
Frigio em mi

I v6/5 I iv I I6 v iv I

Brahms, Sinfonia 4, II
Debussy, Noturnos – II Festas
Escalas mistas:
Na musica moderna é comum a mistura de modos principalmente no Impressionismo:

Esta ordenação escalar é conhecida como escala lidio-mixolidio ou também como escala acústica por conter
graus referentes aos parciais da série harmônica a partir do primeiro grau como fundamental

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