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Intervalos
QUAL A IMPORTÂNCIA?
O estudo dos intervalos e graus ainda nos ajuda a fazer transposição de tons, que é a
alteração do tom da música para que ela se torne mais confortável para tocar e cantar,
adaptando-se ao seu tom de voz ou harmonizando-se com as melodias que você consegue
alcançar na voz.
Começaremos numerando as notas em sequência. Observe a imagem seguinte.
Cuidado: estes números NADA têm a ver com as casas ou cordas do instrumento. Estamos
numerando as notas da escala tendo em mente as notas em sequência.
Observe que a nota DÓ pode ser chamada de 1 e também de 8. Por isso, o termo oitava.
Oitava é a repetição da nota (nesse caso o DÓ) após percorrida a distância das sete notas da
escala. Então, podemos concluir, sem medo de errar, que depois do 7, pode vir o 1 de novo.
Seria o 1 (a primeira nota) de uma nova oitava da escala. Mas não engesse o pensamento
nisto (nunca engesse a ideia, pois na teoria musical há muita relatividade em jogo, tudo
depende do pontos de vista). Com isso podemos observar que o RÉ, após o DÓ(8), recebe o
número 9, assim como o MI(10), o FÁ(11), o LÁ(13).
É importante visualizar os graus no braço do instrumento porque a partir deles vamos
construir o conceito de intervalos. Um intervalo é a distância entre duas notas. Sendo o Dó
a nota fundamental da escala de Dó, dizemos que o Ré faz um intervalo de segunda. Porque
é a segunda nota da escala. Assim como o Fá faz intervalo de quarta com o Dó. O Sol faz
intervalo de quinta. O Lá faz intervalo de sexta. O Si faz intervalo de sétima.
Os intervalos simples da escala natural são:
A escala que estamos vendo, desde o início, formada pelas notas naturais (Dó, Ré, Mi, Fá,
Sol, Lá e Si), forma um modelo chamado de escala diatônica. Estes são os intervalos entre
as notas da escala natural. Os intervalos podem ser maiores, menores, justos, aumentados
ou diminutos. Quando o intervalo for maior que uma oitava, será chamado de intervalo
composto. Ex: RÉ, após o DÓ(8), recebe o número 9, assim como o MI(10), o FÁ(11), o
LÁ(13).
Em teoria musical chamamos de intervalo a distância entre duas notas. Como a teoria
musical é uma disciplina que serve para todos os instrumentos, então fala-se em intervalos
ao invés de casas, pois nem todos os instrumentos têm casas.
O semitom é o intervalo de meio-tom (1 casa no instrumento). Existem dois semitons
naturais na escala diatônica (escala limpa, sem sustenidos nem bemóis). Eles localizam-se
entre MI->FÁ, e SI->DÓ, ou 3º->4º grau, e 7º->8ºgrau (nunca esqueça dos graus da escala).
Escalas
O QUE SÃO?
Escalas musicais são sequências ordenadas de notas. Por exemplo: dó, ré, mi, fá, sol, lá,
si, dó…repetindo esse ciclo. Nessa escala, começou-se com a nota dó e foi-se seguindo uma
sequência bem definida de intervalos até o retorno para a nota dó novamente. Essa
sequência de distâncias foi: tom, tom, semitom, tom, tom, tom, semitom…repetindo o
ciclo.
Escala é um componente que é encontrado na música de todas as culturas do planeta.
Embora possam variar bastante entre as culturas, as escalas constituem um material
musical importantíssimo há milênios. A escala mais antiga que se tem notícia é a escala
pentatônica, encontrada na China, Japão, tribos indígenas americanas e na África.
Escalas e Modos - Modo Maior
A música Amazing Grace (traduzida para o português como Preciosa Graça) atribuída a
John Newton tem sua melodia construída a partir de uma escala pentatônica (Fá#, Sol#,
Lá#, Dó# e Ré#) e pode ser tocada apenas com as notas pretas do piano. Com o passar do
tempo muitos tipos de escalas foram criadas e ganharam o nome de modos. Um modo é
uma sequência de intervalos de tons e semitons dispostos dentro de uma oitava. Na cultura
Helênica grega os modos eram dispostos de maneira descendente e podiam conter vários
semitons em sequência. Recebiam nomes das diferentes regiões do país como: Frígio – em
referência a região da Frígia; Lídio – proveniente da Lídia; Eólio – ilhas Eólicas.
A maior parte dos modos que conhecemos hoje são denominados diatônicos, possuem 7
notas (heptacordes) e dividem a oitava em 5 tons e 2 semitons. Alguns modos, dependendo
da origem do compositor ou da criatividade deste, possuem uma sonoridade bastante
exótica. Na música ocidental, partir do século XVII, os modos mais utilizados passaram a ser
o Maior (T-T-st-T-T-T-st) e o menor (T-st-T-T-st-T-T).
Maior Menor
Escalas Maiores
É uma série de notas dispostas em sequência ascendente ou descendente, em ordem de
altura, é chamada de escala. A escala ocidental mais básica é chamada escala diatônica. As
notas brancas do piano exemplificam bem esse conceito. A escala maior, por exemplo, que
é uma escala diatônica, consiste de sete notas dispostas em intervalos de tons e semitons
na seguinte sequência: T-T-st-T-T-T-st, sendo T = tom e st = semitom. (O Ex está na figura
acima).
É importante notar que, nas escalas diatônicas, nenhum grau é repetido e que, mantendo
a mesma estrutura intervalar, essa mesma escala pode ser construída a partir de qualquer
tom. Quando a escala maior é construída a partir de outros tons, que não a nota dó, será
preciso fazer o uso de acidentes (sustenidos e bemóis).
Escala Cromática
A escala cromática, nada mais é do que uma varredura de todas as notas existentes no
sistema de música ocidental até que se percorra uma oitava. Uma sequência de semitom-
semitom- semitom- semitom, etc. Sendo assim, podemos concluir que essa escala possui 12
notas. Ex:
Você já sabe que os acordes de uma tonalidade têm harmonia entre eles. Além disso,
deve haver também uma ligação deles com a melodia. Mas como isso acontece? Todo
campo harmônico é originário de uma escala. A partir dela, é feita a sobreposição de
terças para formarmos os acordes que vão compor um determinado campo harmônico.
Vamos fazer a sobreposição de terças em tríades, grupos de três notas que geram
os acordes maiores e menores mais básicos. No entanto, ela também pode ser feita
em tétrades, grupos de quatro notas onde uma delas vai acrescentar uma tensão aos
acordes básicos. Além disso, existe a sobreposição de quartas, que forma o campo
harmônico quartal. Agora, vamos ver como funciona a sobreposição de terças na escala
maior natural.
Sobreposição de terças
A escala maior natural vai gerar o campo harmônico maior. Ou seja, faremos a
sobreposição de terças para cada uma das sete notas desta escala. Veja:
Agora, vamos sobrepor dois intervalos de terça para cada uma dessas notas. Ou seja,
partindo da tônica Dó, vamos sobrepor sua terça, que é a nota Mi. Da mesma forma,
sobrepomos a terça do Mi, que é a nota Sol.
Dessa forma, temos a tríade Dó – Mi – Sol, que forma o acorde de Dó maior.
Para entendermos bem o que é campo harmônico temos que saber qual a diferença de um
acorde maior para um menor. Os acordes maiores têm dois tons de intervalo entre a tônica
e a terça. Porém, o intervalo da terça para a sua terça é de um tom e meio. Assim, temos
dois tons da tônica Dó para a terça Mi e um tom e meio da terça Mi para sua terça Sol. É
importante ressaltar que, além de ser a terça do Mi, a nota Sol é a quinta da tônica Dó.
Por outro lado, os acordes menores apresentam um tom e meio da tônica para a terça e
dois tons da terça para a sua terça, a quinta da tônica. Isso é o que acontece na
sobreposição de terças a partir da nota Ré. Ou seja, sua terça é a nota Fá (um tom e meio
de intervalo). A terça da nota Fá é o Lá (dois tons de intervalo). Portanto, esta tríade forma
o acorde de Ré menor.
O acorde de Si é diminuto porque o intervalo da sua tônica (nota Si) para sua terça (Ré) é
de um tom e meio. Teremos a mesma distância intervalar da nota Ré para sua terça (Fá).
Cada um desses acordes tem uma função harmônica dentro de uma música. Assim
sendo, tanto o quinto grau (acorde) quanto o sétimo exercem a função de dominante. Ou
seja, eles geram uma tensão que se resolve com a tônica sendo tocada logo após um deles.
O quarto e o segundo graus funcionam como subdominantes. Dessa forma, eles geram
uma expectativa que pode aumentar caso o próximo acorde não seja a tônica. Mas, se for a
tônica, obviamente teremos uma sensação de repouso. Além disso, em alguns casos, o
terceiro e o sexto graus podem funcionar com tônica.
Progressão de acordes
Existem algumas progressões de acordes que são muito comuns e com as quais você pode
tocar várias músicas. O que muda é o ritmo e o andamento. Duas dessas progressões
comuns, dentro do campo harmônico maior em Dó, são:
C (I) – Am (vi) – F (IV) – G (V)
C (I) – G (V) – Am (vi) – F (IV).
A escala maior natural gera um entre os três principais tipos de campo harmônico, como
acabamos de ver. Dentre os outros dois, um deles é gerado pela escala menor harmônica e
o outro pela escala menor melódica.
Agora, você deve estar se perguntando: “mas e a escala menor natural? Ela não gera
campo harmônico?” Sim, ela gera. Porém, o campo harmônico menor vai ter como quinto
grau um acorde menor.
Na tonalidade de Dó menor, o quinto grau (dominante) é o acorde Gm. Por ser um
acorde menor, ele não cria a tensão necessária que se resolve com a volta da tônica. No
entanto, a escala menor harmônica gera um campo harmônico onde o quinto grau é um
acorde maior, assim como a escala menor melódica. Mas essas escalas menor harmônica e
melódica são outros assuntos mais afundo...
Primeiramente, assimile bem toda a parte teórica, pois ela é essencial para você
entender a harmonização dentro de uma música na prática. Monte o campo harmônico de
diferentes tons e mapeie esses acordes no seu instrumento. Na guitarra ou no violão, faça o
mapeamento em diferentes partes do braço.
Depois que você decorar os acordes, escolha duas ou três músicas do seu gosto. Agora,
analise a progressão de acordes dessas músicas, relacionando-as com o campo harmônico
da tonalidade delas. Examine também a relação dos acordes com a melodia vocal das
músicas. Por fim, componha uma progressão de acordes usando as três funções do campo
harmônico.
No geral essa foi a apostila e espeço que te ajude a se tornar um excelente músico!!