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Sumário:

Módulo Iniciante
1. INTRODUÇÃO À MÚSICA E CONCEITOS
2. Conhecendo as notas musicais
3. Intervalo musical
4. ESCALA / TONALIDADE / ACORDES
5. Conhecendo os acordes musicais
6. Escala maior
7. Digitação
8.CAMPO HARMÔNICO MAIOR / FORMAÇÃO DE ACORDES
9. Classificação de acordes
10. Inversão de acordes
11. Campo harmônico menor
Módulo Intermediário
1. Tétrades
2. Notas de tensão, notas de estrutura e notas de passagem
3. Voicings
4. Voicings sem a fundamental
5. Funções harmônicas
6. Acordes dominantes
7. Dominantes secundários
8. Sub V
9. 2 5 1 (maior e menor)
10. Ciclo de quartas e de quintas
11. Dominantes e II V I Estendidos
(cascata de dominantes)
12. Acordes SUS
INTRODUÇÃO À MÚSICA E CONCEITOS

Música é a combinação de ritmo, harmonia e melodia, de maneira


agradável ao ouvido.

O que é harmonia?
Como o próprio nome já diz, a harmonia está relacionada à arte de combinar os
sons, de fazer com que diferentes sons soem em “harmonia” entre si.
Musicalmente falando, a harmonia é o estudo dessa combinação de sons e a
relação dos intervalos que existe entre eles.
Portanto, dependendo de como você mistura cada uma das notas musicais, a
sonoridade dessa combinação pode expressar sensações e emoções subjetivas
como felicidade, tristeza, medo, etc.
Por exemplo: um acorde maior é considerado alegre e um acorde menor, é
considerado triste.
Na prática, quando falamos da harmonia de uma música, nos referimos ao
universo de acordes que estão sendo formados para conduzir a canção.
O que é a melodia?
Em suas origens, a palavra melodia vem do grego “melodia”, que quer dizer “canto
(em grupo, coral)”.
A melodia é o componente mais memorável de uma música. Esse é o som que
você cantarola ou assobia quando se lembra de uma canção.
De uma forma bem resumida, a melodia é considerada a essência de uma música.
Existem instrumentos específicos para que uma melodia seja feita, que também
são chamados de “instrumentos melódicos”.
A gaita, o saxofone, a flauta – instrumentos de sopro, em geral – são exemplos de
instrumentos melódicos.
No campo da teoria música, a melodia é a sequência de notas tocadas
separadamente sem sair do tom e obedecendo à escala. Por exemplo, se a
canção está na tonalidade de Sol maior, a melodia vai ter como base as notas da
escala de Sol maior. Além disso, as notas que constroem a melodia precisa de
duração, pausa e ritmo.

O que é ritmo?
Agora que você já sabe o que é o conceito de harmonia e melodia, fica mais
fácil compreender o terceiro elemento: o ritmo.
A música é uma arte que acontece no tempo. Assim como um pintor possui
sua tela, o músico tem o compasso, do qual determinará o tamanho de tempo para
os sons acontecerem.
O ritmo é a organização de cada som ao longo do tempo, isto é, ele
determina a sucessão de tempos dentro de uma música, sequenciando os sons
temporalmente e possibilitando o progresso da harmonia, melodia e de todos os
outros elementos percussivos.
Ou seja, o ritmo nos diz a ordem e em quais momentos cada som deve ser
tocado, de acordo com a marcação do tempo (pulsos) e o andamento que o ritmo
determina dentro de cada música.
Além disso, ele também transmite sensações e intenções para uma música
como deixar ela mais agitada, mais lenta ou mais dançante.
Capítulo 1 - Conhecendo as notas
musicais (Iniciante)

• NOTAS MUSICAIS

· As notas musicais são doze.


· Sete notas naturais -
DO, RÉ, MI, FÁ, SOL, LÁ, SI
· cinco acidentadas (sustenido ou bemol) -
DO# ou RÉb, RÉ # ou MIb, FÁ# ou SOLb, SOL# ou LÁb, LÁ# ou SIb.

As notas podem ser representadas pelos seus nomes escritos por extenso, pelas
letras das cifras ou pela partitura.
Aqui, vamos preferir o uso da Cifragem, por ser um procedimento que facilita a
assimilação e aprendizagem.
Onde:
C – Dó
D – Ré
E – Mi
F – Fá
G – Sol
A – Lá
B – Si

• NOTA / ACORDE / ESCALA

· NOTA é uma tecla tocada isoladamente, por isso analisando apenas uma única
nota ao ser tocada, não podemos identificar se ela é maior ou menor.
· ACORDE são notas tocadas simultaneamente, de forma que soe
harmonicamente, gerando a possibilidade de classificá-los em maiores, menores,
dentre outros;
· ESCALA é a sequência ordenada de notas que estruturam a formação de
acordes da harmonia e a identificação das notas a serem usadas na melodia.
· INTERVALO MUSICAL

(# - meio tom acima) (b – meio tom abaixo)

O intervalo musical nada mais é do que a distância entre duas notas.... .O menor
intervalo existente é o semitom ou meio-tom. Essa é a menor distância entre duas
notas (C - C# ou E - F).
Dois intervalos de semitom formam o intervalo de tom (C – D ou F – G).
O tamanho do intervalo é descrito numericamente, de acordo com sua posição
dentro da escala. Basicamente, existem cinco tipos:

(Analisando a escala que maior que veremos na aula seguinte:)


MAIOR -------------- Intervalos Maiores: 2ª, 3ª, 6ª e 7ª.
MENOR
JUSTO
AUMENTADO
DIMINUTO
Intervalos Justos: uníssono, 4ª, 5ª e 8ª.

OBS.: ALTERAÇÃO DE INTERVALO


Se um intervalo maior é alterado meio tom abaixo, ele se torna menor; se meio
tom acima, se torna aumentado. Já um
Intervalo Justo, quando alterado meio tom abaixo, ele se torna
Qual o intervalo usado?

1. Do Mi:_____________
2. Fá Sib:_____________
3. Fá# Do#:___________
4. Sol Mib:____________
5. Si Ré:______________
6. Láb Sol:____________
7. Ré Si:_______________
8. Lá Ré#:______________
9. Sol Láb:_____________
10. Do# Si#:____________
• ESCALA / TONALIDADE / ACORDES

ESCALA é um conjunto específico de notas. A escala que contém todas as notas


musicais é denominada Escala Cromática (possui as 12 notas). Nela, todas as notas
são separadas pelo menor intervalo musical – dentro do sistema que utilizamos:
– o intervalo de meio tom (ou semitom).
A organização das notas musicais de modo lógico se dá por meio de 3 conceitos
base:
· Tonalidade: qual o ponto de partida da escala.
· Escala Maior: Quais notas utilizar.
· Acorde: empilhamento das notas da escala.

Capítulo 2 - Conhecendo os acordes


musicais (Iniciante)

• ESCALA MAIOR E SUA ESTRUTURA


Como já vimos, a escala é o que estrutura a sequência de notas que usaremos
tanto na formação de acordes quanto nas notas usadas na melodia. Esta estrutura
segue uma sequência de intervalos musicais que apresentaremos a seguir:

T Tom
ST Semitom
Seguiremos a seguinte sequência:

Tom – Tom – Semitom – Tom – Tom – Tom – Semitom

Conforme a imagem apresentada, estamos analisando a escala de dó maior (C),


é a única escala que em sua estrutura não há acidentes musicais.(# ou b)

Exercício:
Quais as notas das escalas maiores pedidas a seguir?
· F
· Bb
· E
· G
· A
· D
· B
· Ab
· Db
· F#
· Eb

· Identificação dos dedos

Partindo do polegar temos:


1 – Polegar.
2 – Indicador.
3 – Médio.
4 – Anelar.
5 – Mindinho.
• Digitação das escalas

Uma sugestão para estudo, é tocar primeiro somente com a mão direita, depois
somente com a mão esquerda e após, com as duas mãos.
• CAMPO HARMÔNICO MAIOR / FORMAÇÃO DE
ACORDES

Campo harmônico é um conjunto de acordes formados a partir de uma


determinada escala. Tome como exemplo a escala de dó maior: C, D, E, F, G, A, B.
· Como formar um campo harmônico?
Para cada nota dessa escala, montaremos um acorde. Vamos ter, portanto, sete
acordes, que serão os acordes do campo harmônico de dó maior.
· Como faremos isso?
Para cada nota da escala, o acorde respectivo será formado utilizando o
primeiro, o terceiro e o quinto graus (contados a partir dessa nota, em cima dessa
mesma escala). Vamos começar com a nota C. O primeiro grau é o próprio C. O
terceiro grau, contando a partir de C, é E. O quinto grau, contando a partir de C, é G.

TRÍADE: TÔNICA + TERÇA + QUINTA

· Acordes do campo harmônico de dó maior.


O primeiro acorde do campo harmônico de dó maior é formado então pelas notas
C, E, G (repare que esse é o acorde de dó maior, pois E é a terça maior de Dó).
Agora vamos montar o acorde da próxima nota da escala, que é D. O primeiro
grau é o próprio D. O terceiro grau, contando a partir de D, nessa escala, é F. O quinto
grau, contando a partir de D, é A. Portanto, o segundo acorde do nosso campo
harmônico é formado pelas notas D, F e A (repare que esse é o acorde de Ré menor,
pois a nota F é a terça menor de D).
Você deve estar percebendo até aqui que estamos montando os acordes do
campo harmônico pensando nas tríades e utilizando somente as notas que aparecem
na escala em questão (escala de dó maior).
Depois de montar a tríade, observamos se a terça de cada acorde ficou maior ou
menor. Você pode também conferir a quinta de cada acorde, mas vai notar que ela
sempre vai acabar sendo a quinta justa, exceto no último acorde, que vai ter a quinta
bemol. É um bom exercício você tentar montar os acordes restantes desse campo
harmônico. Confira depois com a tabela abaixo:
Muito bem, você acabou de aprender como se forma um campo harmônico. Mas
para que isso serve afinal?
Bom, um campo harmônico serve para muitas coisas, e nesse momento vamos
nos focar no ponto mais básico: ele serve para definir a tonalidade de uma música.
Provavelmente você já deve ter ouvido a pergunta: “Em que tom está essa música?”.
Pois bem, a tonalidade de uma música depende dos acordes presentes nessa música.
Se uma música contém os acordes do campo harmônico maior de dó, significa
que a música está em dó maior. Com isso, sabemos que a escala a ser utilizada para
fazer um solo, improvisar, etc.
Portanto, conhecer os campos harmônicos têm uma grande utilidade: esse
conhecimento permite que saibamos as notas que podemos usar para fazer arranjos
em cima de uma determinada música. Conhecendo bem os desenhos das escalas,
nada impede que possamos criar solos e arranjos automaticamente (habilidade
conhecida como improviso).
Cada acorde pode ser identificado por um algarismo romano e um nome,
indicando sua função e posição dentro do Campo Harmônico. Veja a seguir o Campo
Harmônico de todos os tons:
Note que o I, IV e V graus são maiores, o II, III e vi são menores e o VII é
diminuto.
Todo acorde maior tem seu relativo menor no 6º grau de sua escala maior,
enquanto todo acorde menor tem seu relativo maior no 3º grau de sua escala menor.

• CLASSIFICAÇÃO DE ACORDES
Enquanto 2 notas juntas formam um intervalo, um conjunto de 3 ou mais notas
tocadas simultaneamente dá origem ao que chamamos de acorde.
A menor formação possível de acordes é uma tríade.
A tríade é a combinação da tônica (ou fundamental), 3ª e 5ª.
Existem quatro variações de tríades, dependendo da combinação dos intervalos
dentro do acorde. Vamos conferir essas variações e praticá-las a partir de agora:

· Um acorde maior será sempre formado por Tônica, Terça Maior e Quinta
Justa. Sua escrita se dará apenas com a cifra do acorde. Ex: C, G, F, BB

MAIOR T + 3M + 5J

…………………

TÔNICA ---- 2 TONS ---- 3ª ---- 1 TOM E MEIO ----5ª


· Já o acorde menor possui a mesma tônica e quinta que o maior, e o que
muda será a terça. Portanto, um acorde menor será sempre formado por Tônica,
Terça Menor e Quinta Justa. Sua escrita se dará sempre com um "m"(minúsculo)
após a cifra do acorde. Ex: Cm, Gm, Fm, Bbm

MENOR T + 3m + 5J
………………..

TÔNICA ---- 1 TOM E MEIO ---- 3ª ---- 2 TONS ----5ª

· Existem também os acordes chamados de diminutos. Isso acontece


quando um acorde tem sua tríade formada por uma Tônica, Terça Menor e
Quinta Diminuta. Sua escrita se dará sempre com o sinal (º) após a cifra do
acorde. Ex: Cº, Gº, Fº, Bbº

DIMINUTA · T + 3m + 5dim
……………..

TÔNICA ---- 1 TOM E MEIO ---- 3ª ---- 1 TOM E MEIO ----5ª


· Da mesma forma, existem os acordes aumentados. Esta tríade é formada
por Tônica, Terça Maior e Quinta Aumentada. Sua escrita se dará sempre com o
sinal (+) ou (5+) após a cifra do acorde maior. Ex: C+, G+, F+, B+

AUMENTADA T + 3M + 5aum
………….

TÔNICA ---- 2 TONS ---- 3ª ---- 2 TONS ----5ª

INVERSÕES DE ACORDES

Todo acorde pode ser tocado a partir de qualquer uma de suas notas estruturais.
A posição fundamental é aquela em que se inicia o acorde pela tônica.
· Se deslocarmos a tônica uma 8ª acima, a 3ª passa a ser a nota inicial. A essa
posição chamamos de 1ª inversão.
Ex: C/E, G/B, A/C#, E/G#, F/A, D/F#
· Se deslocarmos a 3ª uma oitava cima, a 5ª passa a ser a nota inicial. A essa
posição chamamos de 2ª inversão.
Ex: C/G, G/D, A/E, E/B, F/C, D/A

A quantidade de notas do acorde determina a quantidade de posições possíveis.


Uma tétrade abre espaço para uma 3ª inversão. Porém este assunto será estudado no
Módulo a seguir.
• CAMPO HARMÔNICO MENOR

Assim como todos os acordes possuem seus relativos, nas escalas também
percebemos essa relatividade.
Sempre que analisarmos uma escala maior natural podemos tomar o seu sexto grau
como seu grau relativo. O que isso significa?
Usando como exemplo a escala de DÓ(C), se começarmos ela na nota LÁ(A)
formaremos a escala menor de Lá(A).

Perceba que as notas são as mesmas da escala de Dó(C), porém posicionadas de


forma diferente, tornando o Lá(A) a tônica da escala. Com isso a estrutura de intervalos
mudará não sendo mais a estrutura de tons e semitons da escala maior.
Segue abaixo o campo harmônico das escalas menores. Perceba que é o
mesmo campo harmônico do seu grau relativo maior (3º grau), só altera a sequencia
em que os acordes estão apresentados.

Todo acorde maior tem seu relativo menor no 6º grau de sua escala maior,
enquanto todo acorde menor tem seu relativo maior no 3º grau de sua escala menor.

Capítulo 3 - Módulo Intermediário

• Tétrades
O que é uma tétrade?
Até agora, vimos apenas três notas para formar acordes. Expandindo um pouco o
conceito, podemos trabalhar com 4 notas em vez de somente 3, e fazemos isso
acrescentando o sétimo grau aos nossos acordes anteriores.
Assim formamos os acordes com sétima. O conjunto dos graus primeiro, terceiro,
quinto e sétimo consistem em uma “tétrade”. As tríades e tétrades são o que
chamamos de ''notas de estrutura'' de um acorde.
As tétrades são a coluna vertebral do acorde. Elas que definem de quem estamos
falando, elas que nos orientam.
Vejamos a seguir o campo harmônico de DÓ(C) com base nas tétrades:

Podemos perceber que nossas possibilidades em construir um acorde está


aumentando e ficando mais sofisticados. Vamos analisar as tétrades em todos os tons.

Treine o campo harmônico em todo os tons.


• Notas de tensão, notas de estrutura e notas de
passagem

Dentro do Campo Harmônico temos tensões disponíveis que geram sonoridades


bem interessantes para os acordes. Vamos estudar notas que geram tensão, que são
apenas de passagem ou que estão na estrutura do acorde. Para isso usaremos regras
simples que facilitarão a formação destes acordes.
• Notas de Estrutura (NE): São as notas que formam o acorde.
• Notas de Passagem (NP): Estão meio tom acima das notas de estrutura.
• Notas de Tensão (NT): Estão um tom acima das notas de estrutura.

Esta é uma ferramenta essencial para qualquer músico, conhecer a estrutura,


tensões e passagens do campo harmônico certamente elevará muito o nível de
sofisticação e execução de qualquer música.
Sempre execute em todos os tons, com a finalidade de estar seguro de tocar em
qualquer situação.
• Voicings

O que são voicings?


Voicings é como as notas estão distribuídas no acorde. Ao montarmos nossos
acordes não temos a necessidade de sempre colocarmos na sequência fundamental
do acorde (T+ 3 + 5 + 7), podemos alternar essas notas de posição para trazermos
novas sonoridades e intenções aos nossos acordes. Usa-se muito a omissão de
algumas notas ou até mesmo da tônica, deixando o baixo para o baixista e se
preocupando mais com as tensões.
O estudo de voicings é muito importante, quando nosso instrumento está fazendo
a harmonia para um cantor ou instrumento melódico, é aconselhável montar o acorde
de forma que a nota da melodia esteja na ponta do acorde (nota mais aguda), dessa
forma a base (harmonia) focará muito mais agradável aos ouvidos.

DICA

Tendo os acordes montados na mão esquerda, a mão direita tem mais liberdade
melódica, essa ideia é muito usada no improviso, enquanto a mão esquerda cria as
nuances harmônicas a mão direita cria o improviso melódico. Mas temos que tomar
certos cuidados, como por exemplo a região se tocar, regiões muito graves “embolam”
as notas, elas não soam claras, então teste a região em que quer fazer o acorde,
aplique sequências harmônicas apenas com a mão esquerda para ter mais fluência no
assunto.

|| Dm7 | % | Bbmaj7 | % ||

D+F+A+ C Bb + D + F + A

Toque a formação dos acordes apenas com a mão esquerda, crie linhas
melódicas como improviso. Assim você tem liberdade para criar sobre as músicas que
já toca. Uma dica muito legal, é usar a mão esquerda com os baixos e acordes,
arpejando os baixos e tocando em bloco o acorde e a mão direita abrindo mais sons
dentro da escala ou estrutura do acorde, isso dará muito mais independência para sua
mão esquerda.
• Voicings sem a fundamental
Vamos usar essas vozes sem sua fundamental no grave, usamos geralmente
quando estamos tocando com mais instrumentistas, quando estamos em piano e voz,
os graves são essenciais, isso não nos limita a tocar voicings sem a fundamental, mas
o emprego desse tipo de vozes nos da liberdade para novas ideias e liberdade também
para o baixista, deixando ele livre para possibilidades de inversão ou substituição do
baixo.

Use esses voicings em todas as tonalidades.


Capítulo 4 - FUNÇÕES HARMÔNICAS

• Funções harmônicas

• Tônica (I): é o ponto de partida ou centro tonal. Portanto, o acorde mais


importante do Campo Harmônico no que se refere à sensação causada em
relação aos demais acordes.
• Dominante (V): é o segundo acorde mais importante no Campo Harmônico, por
conter uma forte tendência de movimento em direção à tônica.
• Subdominante (IV): é o acorde imediatamente abaixo da dominante e possui
uma tendência de movimento transitório.
• Mediante (III): é assim chamado por estar situado entre a tônica e a dominante.
• Submediante (VI): assim como a mediante, possui essa definição por estar
situado entre a subdominante e a oitava.
• Supertônica (II): é o acorde imediatamente acima da tônica.
• Sensível (VII): é assim chamado por ter uma forte tendência a se resolver na
tônica. Essas tendências de movimentos são fundamentais para o entendimento
harmônico das progressões de acordes.

• FUNÇÕES PRINCIPAIS E SECUNDÁRIAS


I, IV, e V Funções Principais

II, III, VI, VI Funções Secundárias

As funções secundárias são assim classificadas por serem relativos às


funções principais.
Como vimos anteriormente, o I, IV e V graus são os acordes mais
importantes por estabelecerem a tonalidade em uma música. Depois da tônica, a
dominante (V grau) é o acorde mais importante numa tonalidade. Esse acorde
possui a forte tendência de se movimentar na direção da tônica. Essa é a mais
importante progressão de todas:

Dominante > tônica (V – I)

• Acordes Dominantes

Acorde dominante, ou acorde com sétima dominante é uma acorde


composto pelas notas: Tônica, 3ª Maior, 5ª Justa e 7ª Menor. A cifra de
um acorde com sétima dominante consiste na letra da tríade maior e um
“7” escrito em frente. Por exemplo, Sol com sétima dominante é
designado “G7” e lê-se “Sol Sete”.
Ao analisarmos o campo harmônico maior podemos identificar o quinto
grau como um acorde dominante, pois o mesmo possui o terceiro grau
maior e a sétima menor. Este intervalo é conhecido como TRÍTONO
(intervalo de 3 tons), é o que trás a sonoridade de tensão ao acorde
dominante , fazendo com que ele seja um acorde de preparação para
resolver no primeiro grau.
Tomando como exemplo a escala de DÓ(C) temos o G7 como acorde
dominante da estrutura tonal, pois o mesmo é um acorde de preparação
da Tônica.
• Dominante secundário

É também um acorde maior com sétima menor, porém é


preparação de qualquer outro acorde do campo harmônico que
não seja a tônica.
Segue os dominantes secundários do campo harmônico de
DÓ(C):
obs.: não existe dominante para o sétimo grau.

• SUB V
SUB V é o dominante substituto. Nós vamos substituir o acorde
dominante, mantendo o trítono e mudando apenas o baixo, formaremos
um novo acorde.
Usando o exemplo no Campo harmônico de Dó (C), o acorde
dominante é G7, e as notas presentes no trítono são B (terça) e F
(sétima), se mudarmos o baixo para Db, e mantendo as notas B e F,
nós teremos o acorde Db7, no caso F vai ser a terça e o B vai ser a
sétima.
Para aplicarmos o SUB V pensaremos sempre meio tom acima do
acorde alvo.

Exemplo:

Eb7---------- D
Ab7----------G

D7-----------C#

O acorde SUB V também pode substituir um dominante de


acordes menores, fazendo a mesma função de preparação.
Exemplo:

Bb7------ Am7

Db7 ------Cm7

G7 ------ F#m7

DICA

• Uma tensão muito usada do SUB V é o acorde X7(9, #11), por


exemplo:
X7(9, #11) - 7, 9, 3, #11

• Cadência II-V-I (maior e menor)

As cadências são padrões harmônicos (clichês) que servem para provocar


uma sensação de “movimento” na música. Um movimento provocado somente
pelo uso estratégico de alguns acordes, um movimento harmônico.
As cadências 2-5-1 costumam ser escritas em números romanos (II – V – I)
quando fazemos o estudo de Harmonia Funcional sobre os acordes de uma
determinada música. Elas se dividem em maior e menor.

➢ Cadência IIm7 – V7 – I7M (II – V – I Maior).


É uma cadência formada pelos graus de um campo harmônico maior. Logo é
uma cadência que prepara um acorde maior.
Campo Harmônico Maior Natural. Análise com números romanos.

I7M – IIm7 – IIIm7 – IV7M – V7 – VIm7 – VIIm7(b5)

Exemplo – campo harmônico de C (Dó maior)

C7M – Dm7 – Em7-F7M – G7 – Am7 – Bm7(b5)

Perceba que ao separarmos os graus pedidos (IIm7, V7 e I7M), obteremos


dentro do campo harmônico de C os acordes:

Dm7-G7 – C7M

Temos então a cadência II V I de Dó, como se costuma dizer. Esta regra se


aplica para qualquer acorde maior em qualquer tonalidade.

➢ Cadência IIm7(b5) - V7 – Im7 (II – V – I Menor).

É uma cadência formada pelos graus de um campo harmônico menor. Logo,


é uma cadência que prepara um acorde menor.

Menor Natural:
Im7 – IIm7(b5) -bIII7M – IVm7 – Vm7 – bVI7M – bVII7

O campo harmônico acima em Am (lá menor):


Menor Natural – Campo Harmônico de Am Natural (lá menor natural)
Am7 – Bm7(b5) - C7M – Dm7 – Em7 – F7M – G7

• Ao isolarmos os graus II - V - I para a cadência menor, usamos os seguintes


graus:
– IIm7(b5) encontrados no menor natural e harmônico
– V7 encontrados no menor harmônico e melódico
– Im7 encontrado no menor natural
A cadência II-V-II para Am fica:
Bm7(b5) - E7 – Am7

Resumo

II – V – I maior IIm7 + V7 I7M

II – V – I maior IIm7(b5) + V7 Im7

• II V I secundário
Seguimos a mesma regra do dominante secundário. Nesta progressão
vamos ter como acorde os outros acordes do campo harmônico que não seja
a tônica.

➔ (II V I) maior será para os graus IV e V.


➔ (II V I) menor será para os graus II III VI
• Ciclo de quartas e de quintas

Sentido horário: CICLO DE QUINTAS


Sentido anti-horário: CICLO DE QUARTAS

Essa é uma ferramenta muito poderosa para linhas


sofisticadas, o ciclo de quartas quebra um pouco a linha
tonal, trazendo um tipo de tensão suavizada. Para essa
progressão usamos acordes maiores com sétima maior,
décima terceira, nona, da forma soar melhor para sua linha
de voicings, e a única regra entre os acordes é o intervalo
de 4ª justa.
Uma das formas que soa muito bem com essa
progressão é calcularmos que o último acorde da cadência
antes do acorde alvo, esteja meio tom acima, criando uma
aproximação cromática. Usaremos o acorde de D7M como
acorde alvo em nosso exemplo:

»» D7M

O ciclo de quartas não se restringe a apenas este


formato de acorde, mas existem inúmeras possibilidades e
tensões a serem usadas.
O ciclo de quartas e de quintas é muito usado para o
estudo de memorização e execução de acordes. Ao
determinar um voicing você deve executá-lo em ciclo de
quartas e de quintas, dominando a execução dele em todos
os tons.

• Dominantes e II V I Estendidos
(cascata de dominantes)
Nada mais é do que um acorde dominante preparar um acorde
dominante, criando assim uma cascata de preparação. Vamos analisar
agora uma cadência de II V I estendidos.
Analisando a cadência anterior, a tonalidade está um DÓ (C), o primeiro
movimento é um 2 5 1 para Am7, porém, depois esse Am7 já vira o 2º
grau de 2 5 1 para preparar um G maior, no caso Am7 D7 prepara o G
maior, só que esse G maior vira um Gm7 para preparar o F7M, no caso
o 2º é menor, e por isso Gm7 e depois C7 que é o V grau de F7M.
Neste exemplo temos uma sequência de 2 5 1, que chamamos de 2 5 1
estendidos.

• Dominantes estendidos usa a mesma linha de raciocínio, vamos


usar um outro dominante para preparar. Exemplo:

| A7 D7 G7 C |

O acorde final é C, e eu preparei ele com um dominante G7, que


foi preparado por um D7, que foi preparado por um A7, ou seja, eu
fui preparando cada acorde até chegar ao final, e o nome disso é
Dominantes Estendidos.
ACORDE SUS
Os acordes sus, são conhecidos assim por serem suspensos. Como já
estudamos, vimos que o segundo grau mais importante da escala é o
terceiro (3º), pois ele é que, define se o acorde é maior ou menor,
porém o acorde sus não tem a terça.
Geralmente os acordes SUS são usados como dominantes, o nome sus
é uma abreviação de "7Sus4(9)", eles também podem conter a tensão
da 13ª, tudo depende da sonoridade que você deseja usar.
Uma maneira mais rápida de formar o acorde sus é pegar um tom
abaixo do acorde em questão, formar uma tríade e manter o baixo em
seu tom original.

Os intervalos que formam o Fá maior inseridos em Sol, geram o


som do sus.

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