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Teoria Musical e Prática

Professor Marcio Manfrin

FUNDAMENTOS DO SOM

O que é música?
Sem a pretensão de dar uma resposta definitiva a respeito da pergunta
acima, já que hoje o conceito de arte e música são subjetivos e amplos. Por
isso sugerimos que música em sua primazia, é a arte de articular os sons de
maneira lógica e agradável.
Partes da música:
 Harmonia – Sons simultâneos que de forma prática são os acordes.
 Melodia – Sons sucessivos, uma nota após outra.
 Ritmo – Ordem e equidistância das pulsações dentro do discurso
musical
Obs: Não confundir acordes com notas, já que para se formar um acorde
precisamos de no mínimo três sons (Notas).
Piano x Hertz:
20Hz
4.186Hz ...20.000Hz

O termo Hertz foi formalizado em homenagem a Heinrich Rudolf Hertz,


físico alemão que sistematizou as ondas eletromagnéticas, auxiliando o
desenvolvimento nos primórdios do telégrafo, rádio e televisão.
Outra observação a ser feita, é que um ouvido humano saudável
distingue as alturas dos sons por volta de mais ou menos 20 hertz à 20.000
Hertz chamados de infrassom e ultrassom respectivamente. Antes e após esse
espectro, só percebemos estes sons como ruídos. Sendo que o piano é
praticamente o único instrumento que dispõe o máximo destas frequências
entre as notas La 0 e Do 8.
4 – Série Harmônica
Série harmônica é um fenômeno físico sonoro, onde a partir da vibração
de uma nota chamada fundamental, geram-se harmônicos múltiplos desta
frequência, harmônicos dos quais o ouvido humano é incapaz de perceber e
discriminar por si só.
Obs: Estes harmônicos são identificados tecnologicamente através de um
equipamento muito utilizado em estúdio, chamado de Analisador de Espectro.

PROPRIEDADES DO SOM: Altura


Geralmente faz-se uma grande confusão em torno deste termo, pois
geralmente dizemos: Este som está muito alto, ou ainda... baixe o volume da
televisão...
A confusão está em como utilizamos o alto ou baixo, já que
musicalmente falando, altura diz respeito ás notas musicais, e não a
intensidade ou volume, pois estes tratam-se de outra propriedade sonora.
Altura é a distribuição dos sons entre graves, médios e agudos.
Representação relativa do som:
I_______________________________I_______________________________I
GRAVE MÉDIO
AGUDO

Podemos dizer então que a nota Do 3 é mais alta que a La 2. Ou o Do 3


é mais baixo que o Re 3 e assim sucessivamente.

Tipos de escritas musicais


É importante frisar que a notação musical passou por várias
transformações ao longo da história até chegarmos a um sistema perfeito que é
a partitura com uma pauta de cinco linhas e quatro espaços. Obviamente que
esta evolução foi gradativa, começando com um sistema de uma, duas, três
linhas e assim por diante.
2 - Neumas
Sistema antigo de escrita musical encontrados em pesquisas
arqueológicas nas mais variadas civilizações. Porém, tornou-se arcaico e
ineficiente quanto ao avanço do sistema musical moderno. Veja alguns
exemplos abaixo:
Neumas que indicavam melodias (Altura dos sons):
1 - _______________ Um único som (nota)
__________
2 - __________ __________ Dois sons, exemplo: Do – Re – Do

3 - __________ __________Dois sons, exemplo: Do – Si - Do


__________

Ou ainda:

DO SI LA SI

3 - Escrita Popular ou regional – Cifras e Tablatura


Cifras são letras e sinais utilizados na representação das notas musicais.
Este tipo de escrita e leitura musical é muito significativo porém, não é
totalmente eficiente, já que não indica ritmo nem melodias, mas só a harmonia
(Acordes).

Do Re Mi Fa Sol La Si
C D E F G A B

A pergunta recorrente é: porque a primeira nota é Do e as cifras


começam pela primeira letra do Alfabeto, a letra A?
Porque na verdade a primeira nota musical audível dos seres humanos é
a nota La, a primeira tecla do piano, e sua frequência é por volta dos 20Hz.
Antes disso, não é possível discriminarmos os sons, pois soam apenas como
ruídos.
O outro motivo da problemática da sequência das notas com relação as
cifras dá-se ao hino a São João Batista, composto por Guido D’Arezzo, um
monge italiano da idade média.

 Ut queant laxis
 Resonare fibris
 Mira gestorum
 Famuli tuorum
 Solve polluti
 Labii reatum
 Sancte Ioannes

Obs: Anos mais tarde o “Ut”, foi trocado pela nota Do e o Sa pela Nota Si.
Logo constatamos que a primeira nota musical é a Lá. Por isso a forma
mais prática e precisa para estudar e memorizar as cifras, é começando de fato
pela nota LA.

La Si Do Re Mi Fa Sol
A B C D E F G

Obs: As cifras sempre são escritas com letras maiúsculas, independente se for
notas, acordes maiores ou menores, sendo que este último, é preciso adicionar
a letra “m” sempre minúscula ao lado.

Tablatura:
Outro sistema de leitura e escrita de fácil compreensão é a tablatura,
porém especificamente utilizado para instrumentos de cordas populares como
violão, guitarra, contrabaixo, viola caipira, cavaco, banjo, bandolim e ukulele.
O sistema varia com a quantidade de cordas de cada instrumento citado
acima.
Em instrumentos de 6 cordas como guitarra e violão, são utilizadas seis
linhas onde serão assinaladas as notas, e os números nas linhas indicam a
casa onde as cordas serão pressionadas.
Obs: O mesmo conceito é aplicado para outros instrumentos observando a
quantidade de linhas em comparação as cordas do mesmo em questão.
Exemplo de “Parabéns pra você” no violão ou guitarra, onde as linhas
representam as cordas e os números as casas a serem pressionadas:
Partitura:
Essa escrita musical, é o sistema mais antigo após as neumas, e
definitivamente o mais completo sistema de escrita e leitura musical que possui
basicamente 5 linhas e quatro espaços chamados de “Pauta ou Pentagrama”,
onde podemos verificar o ritmo, melodia e harmonia. Por isso é conhecido
como sistema universal.
Abaixo o Endecagrama, sistema de 11 linhas onde podemos verificar as
3 claves atuais: Clave de Sol, Do e Fa.
Claves
O termo clave vem do latim “clavis” e quer dizer “chave”, nesse sentido, a
“Clave“ é usada para abrir as possibildiades de notação, ou decifrar a pauta,
pois é ela quem vai dizer como as notas deverão ser lidas, fazendo também
distinção entre os instrumentos de estensão sonora grave, médio e agudo.

Clave de Sol (Instrumentos agudos)

Clave de Fa (Instrumentos graves)

Clave de Do (Instrumentos médios)

Clave de Percussão

Na clave de Sol, a nota referência que dá nome a clave encontra-se na


segunda linha.

Obs: Sempre contando as linhas do pentagrama de baixo para cima, bem


como os espaços.

Notas nas linhas Notas nos espaços


Notação por graus conjuntos:

Notação por Salto de Terças:

OBS: Para mais possibilidades de notação na pauta, utilizamos as notas das


linhas suplementares:

Linhas suplementares Superiores Linhas suplementares Inferiores

Na clave de Fa, a nota referência que dá nome a clave encontra-se na quarta


linha.

Obs: Lembrando de sempre contar as linhas e os espaços do pentagrama de


baixo para cima.
Notas nas linhas Notas nos espaços

Notação por graus conjuntos:

Notação por Salto de Terças:

Linhas suplementares Superiores Linhas suplementares Inferiores

Na clave de Do, a nota referência que dá nome a clave encontra-se na terceira


linha.

Notas nas linhas Notas nos espaços


Notação por graus conjuntos:

Notação por Salto de Terças:

Linhas suplementares Superiores Linhas suplementares Inferiores

Sinais de alteração (Acidentes musicais)

Sustenido = altera a nota meio tom acima


Dobrado Sustenido = altera a nota um tom acima
Bemol = altera a nota meio tom abaixo
Dobrado Bemol = altera a nota um tom abaixo
Bequadro = anula o acidente sinalizado na armadura de clave

3 - Escala cromática
É o sistema temperado ocidental de notas musicais, que contém dose
notas, sendo 7 naturais e 5 alteradas:
C C# D D# E F F# G G# A A# B
Ou
C Db D Eb E F Gb G Ab A Bb B

4 – Tom e Semitom
 Tom é a distância de duas notas na escala cromática. (No violão é a
distância de duas casas, no teclado a distância de duas teclas)

 Semitom, é a distância de uma nota na escala cromática. (No violão é a


distância de uma casa, no teclado a distância de uma tecla).

Um detalhe importante da escala cromática, é que independente da


nota que você inicia a sequência é a mesma. Por isso ela é uma escala
simétrica.

5 – Enarmonia
São nomes diferentes dados a uma mesma nota. Exemplo C# = Db, F# = Gb e
Fb = E.

Todas as possibilidades possíveis de Enarmonia:

C C# D D# E F F# G G# A A# B
Dbb Db Cx Eb Fb E# Gb Fx Ab Gx Bb Ax
B# Bx Ebb Fbb Dx Gbb Ex Abb Bbb Cbb Cb

Obs: Note que as 11 notas da escala cromática possuem 3 possibilidades de


enarmonia, com exceção da nota G# que só possui o Ab como enarmônica.

Distancias entre as notas a partir de tons e semitons:


A distância do C para o A é de 4,5 Tons
A distância do C para o Bb é de 5 Tons
A distância do D para o F é de 1,5 Tons
A distância do D para o A é de 3,5 Tons
A distância do F para B é de 3 Tons

INTERVALOS: São os numerais utilizados para nomear as distancias entre


duas notas, podendo ser intervalos simples ou compostos:

Distancias entre as notas a partir dos Intervalos musicais:


Da nota C para a nota D, temos a distância de 1 tom, equivalente ao intervalo
de 2º Maior.
Da nota C para a nota E, temos a distância de 2 tons, equivalente ao intervalo
de 3º Maior.
Da nota C para a nota F, temos a distância de 2,5 tons, equivalente ao intervalo
de 4º Justa.
Da nota C para a nota G, temos a distância de 3,5 Tons, equivalente ao
intervalo de 5º Justa.
Da nota C para a nota A, temos a distância de 4,5 Tons, equivalente ao
intervalo de 6º Maior.
Da nota C para a nota B, temos a distância de 5,5 tons, equivalente ao
intervalo de 7º Maior.
Da nota C para a nota C, temos a distância de 6 tons, equivalente ao intervalo
de 8º Justa.

INTERVALOS SIMPLES
T #T 2M #2 3M 4j #4 5j #5 6M #6 7M 8
C C# D D# E F F# G G# A A# B C
Db Eb Gb Ab Bbb Bb
b2 3m 5dim b6 7dim 7m

INTERVALOS COMPOSTOS
8 #8 9M #9 3M 11j #11 5j #5 13M #13 7M 8
C C# D D# E F F# G G# A A# B C
Db Eb Gb Ab Bbb Bb
b9 3m 5di b13 7dim 7m
m

Legenda:
T = Tônica
M = Maior
m = menor
# = aumentado
J = justa
b = bemol
dim = diminuto
Obs: Pronuncia em numeração ordinal.

TONALIDADES RELATIVAS
Tonalidades ou acordes relativos, são notas em comum ás estruturas
dos acordes. A exemplo das notas que compõe o acorde de Do Maior são: C E
G, as notas que compõe o acorde La menor são: A C E.
Logo, vemos que existem duas notas em comum entre os acordes Do
Maior e La menor, tornando-os acordes ou tonalidades relativas.
Quanto as escalas, partimos do mesmo princípio, onde a escala de Do
maior antigo possuem as mesmas notas que a escala de La menor antigo,
tornando-as escalas relativas. Veja abaixo:
Escala Maior Antiga = Modo Jonio
T 2M 3M 4j 5j 6M 7M 8
C D E F G A B C

Escala Menor Antiga = Modo Eoleo


T 2M 3m 4j 5j 6m 7m 8
A B C D E F G A

ESCALAS ou MODOS?
Digamos que “escala” é um termo popularmente mais utilizado, porém,
no meio acadêmico e didático musical, escala se refere a um sistema de notas,
que geram dentro de si as mais variadas formas ou “modos” através dos
semitons, tons e 1,5 Tons.

Escalas Maiores e suas formulas intervalares


Escala Maior Antiga (Natural)
T 2M 3M 4j 5j 6M 7M 8
C D E F G A B C

Escala Maior Harmônica


T 2M 3M 4j 5j 6m 7M 8
C D E F G Ab B C

Escalas Menores e suas formulas intervalares


Escala Menor antiga (natural)
T 2M 3m 4j 5j 6m 7m 8
C D Eb F G Ab Bb C

Escala Menor Harmônica


T 2M 3m 4j 5j 6m 7M 8
C D Eb F G Ab B C

Escala Menor Melódica


T 2M 3m 4j 5j 6M 7M 8
C D Eb F G A B C

Escalas simétricas de transposição limitada


Tons Inteiros (Hexafônica)
T 2M 3M #4 #5 7m 8
C D E F# G# Bb C
Dominante Diminuta (Dom Dim) ou Octatônica
T b2 #2 3M #4 5j 6M 7m 8
C Db D# E F# G A Bb C

Aumentada
T #2 3M 5j b6 7M 8
C D# E G Ab B C

A EVOLUÇÃO DAS ESCALAS ATRAVÉS DOS TEMPOS E PERÍODOS


DA MÚSICA:
Podemos afirmar que a escala Maior é autônoma em si própria, a mesma
afirmação não procede com a Escala menor antiga, pois ela subsiste a partir do
sexto grau da escala maior, que são as escalas ou modos relativos já citados
anteriormente.
Obs: Perceba que são as mesmas notas abaixo:
Escala Maior Antiga
T 2M 3M 4j 5j 6M 7M 8
C D E F G A B C

Escala Menor antiga (natural)


T 2M 3m 4j 5j 6m 7m 8
A B C D E F G A

Na escala menor antiga não havia no quinto grau de seu campo


harmônico, um acorde dominante, causando uma necessidade harmônica de
tensão e resolução inerentes ao sistema tonal. Para isso, foi alterado meio tom
acima a sétima nota desta escala, transformando-a em um intervalo novo de
sétima Maior “ 7M”, gerando então uma nova escala, a Menor Harmônica.
Escala Menor Harmônica
T 2M 3m 4j 5j 6m 7M 8
A B C D E F G# A

Com o passar das décadas foi constatada uma nova dificuldade


melódica na escala Menor Harmônica, que era a de se cantar o intervalo de 1,5
tons encontrado do sexto para o sétimo grau da mesma. Por isso o intervalo de
sexta menor foi alterado para sexta maior, gerando assim uma nova escala, a
Menor Melódica.
Escala Menor Melódica
T 2M 3m 4j 5j 6M 7M 8
A B C D E F# G# A

Campo Harmônico
Campo harmônico nada mais é que a escala tocada em acordes a partir de um
sistema de sobreposições de terças, veja abaixo:

Campo Harmônico de Do Maior em Tríades:


I II III IV V VI VII VIII
C Dm Em F G Am Bdim C
Campo Harmônico de Do Maior em Tétrades:
I II III IV V VI VII VIII
C7M Dm7 Em7 F7M G7 Am7 Bm7(b5 C7M
)

Campos harmônicos em tétrades e Modos gerados pelas escalas citadas


acima com exemplos em Do.
Campo Harmônico Maior
I II III IV V VI VII VIII
C7M Dm7 Em7 F7M G7 Am7 Bm7(b5 C7M
)
Jonio Dorico Frigio Lidio Mixolidi Eoleo Locrio Jonio
o

Campo Harmônico Maior Harmônico


I II III IV V bVI VII VIII
C7M Dm7(b5 Em7 Fm7M G7 Ab7M(#5 Bº C7M
) )
Jonio Dorico Frigio Lidio Mixo Lidio Locrio Jonio
b6 b5 4dim 3m b9 #2/#5 7dim b6

Campo Harmônico Menor antigo


I II bIII IV V bVI bVII VIII
Cm7 Dm7(b5 Eb7M Fm7 Gm7 Ab7M Bb7 Cm7
)
Eoleo Locrio Jonio Dorico Frigio Lidio Mixolidi Eoleo
o

Campo Harmônico Menor Harmônico


I II bIII IV V bVI VII VIII
Cm7M Dm7(b5 Eb7M(#5 Fm7 G7 Ab7M Bº Cm7M
) )
Eoleo Locrio Jonio Doric Mixolidi Lidio Alterad Eoleo
7M 6M #5 o #4 o b9/b13 #9 a 7dim 7M

Campo Harmônico Menor Melódico


I II bIII IV V VI VII VIII
Cm7M Dm7 Eb7M(#5) F7 G7 Am7(b5) B7alt Cm7M
Dorico Frigio Lidio Mixo Mixo Locrio Alterada Doric
7M 6M #5 #11 b13 9M o 7M

Campo Harmônico Maior Harmônico


I II III IV V bVI VII VIII
C7M Dm7(b5 Em7 Fm7M G7 Ab7M(#5 Bº C7M
) )
Jonio Dorico Frigio Lidio Mixo Lidio Locrio Jonio
b6 b5 4dim 3m b9 #2/#5 7dim b6

CICLO DAS QUINTAS CICLO DAS QUARTAS


C G D A E B F# Db Ab Eb Bb F
Am Em Bm F#m C#m G#m D#m Bbm Fm Cm Gm Dm

Armaduras de Clave e Tonalidades Relativas

Escala Maior antiga utilizando os Sustenidos


T 2M 3M 4j 5j 6M 7M 8
C D E F G A B C 0#
G A B C D D F# G 1#
D E F# G A B C# D 2#
A B C# D E F# G# A 3#
E F# G# A B C# D# E 4#
B C# D# E F# G# A# B 5#
F# G# A# B C# D# E# F# 6#
C# D# E# F# G# A# B# C# 7#

Escala Maior antiga utilizando os Bemois.


T 2M 3M 4j 5j 6M 7M 8
C D E F G A B C 0b
F G A Bb C D E F 1b
Bb C D Eb F G A Bb 2b
Eb F G Ab Bb C D Eb 3b
Ab Bb C Db Eb F G Ab 4b
Db Eb F Gb Ab Bb C Db 5b
Gb Ab Bb Cb Db Eb F Gb 6b
Cb Db Eb Fb Gb Ab Bb Cb 7b

Escala Menor antiga utilizando os Sustenidos


T 2M 3m 4j 5j 6m 7m 8
A B C D E F G A 0#
E F# G A B C D E 1#
B C# D E F# G A B 2#
F# G# A B C# D E F# 3#
C# D# E F# G# A B C# 4#
G# A# B C# D# E F# G# 5#
D# E# F# G# A# B C# D# 6#
A# B# C# D# E# F# G# A# 7#

Escala Menor antiga utilizando os Bemois.


T 2M 3m 4j 5j 6m 7m 8
A B C D E F G A 0b
D E F G A Bb C D 1b
G A Bb C D Eb F G 2b
C D Eb F G Ab Bb C 3b
F G Ab Bb C Db Eb F 4b
Bb C Db Eb F Gb Ab Bb 5b
Eb F Gb Ab Bb Cb Db Eb 6b
Ab Bb Cb Db Eb Fb Gb Ab 7b

Campo Harmônico
O campo harmônico é desenvolvido com sobreposição de terças a partir
de uma determinada escala, ou seja, o campo harmônico é a escala tocada em
acordes como já vimos anteriormente.
Campo Harmônico Maior Antigo nas 12 tonalidades.
I II III IV V VI VII VIII
C7M Dm7 Em7 F7M G7 Am7 BØ C7M
G7M Am7 Bm7 C7M D7 Em7 F#Ø G7M
D7M Em7 F#m7 G7M A7 Bm7 C#Ø D7M
A7M Bm7 C#m7 D7M E7 F#m7 G#Ø A7M
E7M F#m7 G#m7 A7M B7 C#m7 D#Ø E7M
B7M C#m7 D#m7 E7M F#7 G#m7 A#Ø B7M
F#7M G#m7 A#m7 B7M C#7 D#m7 E#Ø F#7M
Db7M Ebm7 Fm7 Gb7M Ab7 Bbm7 CØ Db7M
Ab7M Bbm7 Cm7 Db7M Eb7 Fm7 GØ Ab7M
Eb7M Fm7 Gm7 Ab7M Bb7 Cm7 DØ Eb7M
Bb7M Cm7 Dm7 Eb7M F7 Gm7 AØ Bb7M
F7M Gm7 Am7 Bb7M C7 Dm7 EØ F7M

Campo Harmônico Menor Antigo nas 12 tonalidades.


I II bIII IV V bVI bVII VIII
Cm7 DØ Eb7M Fm7 Gm7 Ab7M Bb7 Cm7
Gm7 AØ Bb7M Cm7 Dm7 Eb7M F7 Gm7
Dm7 EØ F7M Gm7 Am7 Bb7M C7 Dm7
Am7 BØ C7M Dm7 Em7 F7M G7 Am7
Em7 F#Ø G7M Am7 Bm7 C7M D7 Em7
Bm7 C#Ø D7M Em7 F#m7 G7M A7 Bm7
F#m7 GØ A7M Bm7 C#m7 D7M E7 F#m7
C#m7 D#Ø E7M F#m G#m7 A7M B7 C#m7
G#m7 A#Ø B7M C#m7 D#m7 E7M F#7 G#m7
D#m7 E#Ø F#7M G#m7 A#m7 B7M C#7 D#m7
Bbm7 CØ Db7M Ebm7 Fm7 Gb7M Ab7 Bbm7
Fm7 GØ Ab7M Bbm7 Cm7 Db7M Eb7 Fm7

HARMONIA
Acordes Tríades
Ao contrário do que muitos pensam, o termo “Tríade” refere-se a
sobreposição de terças e não ao ajuntamento de três notas. E para efeito
didático nesse estudo as separaremos em duas famílias, as Tríades naturais e
as sintéticas.

Triades Naturais
Tríade Maior
T 3M 5j
C E G

Tríade Menor
T 3m 5j
C Eb G

Tríade Aumentada
T 3M #5
C E G#

Tríade Diminuto
T 3m 5dim
C Eb Gb

Tríades Sintéticas
Tríade sus9
T 2M 5j
C D G

Tríade sus4
T 4j 5j
C F G

Tríades e suas Inversões


As inversões acontecem a partir da mudança de nota mais grave do
acorde, já que basicamente a nota mais grave é a nota que gera e dá nome ao
acorde. No caso da inversão das tríades, são geradas mais duas possibilidades
do mesmo acorde, vejamos abaixo:
Posição Fundamental
T 3M 5j
C E G

Primeira Inversão
3M 5j T
E G C

Segunda Inversão
5j T 3M
G C E

Tétrades
A semelhança das tríades, as Tétrades também respeitam o
empilhamento de terças, mas agora com quatro vozes. E também para efeitos
didáticos as separaremos em primeira e segunda famílias.
Primeira Família (Exemplos em Do Maior)
C7M também escrito como Cmaj7
T 3M 5J 7M
C E G B

C7
T 3M 5J 7
C E G Bb

Cm7
T 3m 5J 7
C Eb G Bb

Cm7(b5) ou C Ø
T 3m 5dim 7
C Eb Gb Bb

Segunda Família
C7M(#5) ou C+7M ou C+maj7
T 3M #5 7M
C E G# B

C7(#5) ou C+7
T 3M #5 7
C E G# Bb
Cm7M ou Cmmaj7
T 3m 5J 7M
C Eb G B


T 3m 5dim 7dim
C Eb Gb Bbb

Obs: O estudo de harmonia sem dúvida é muito amplo, mas os acordes acima
são de fato a base desta ciência musical.

Harmonia Funcional
A harmonia funcional trata dos acordes de um determinado trecho
musical que se relacionam diretamente com a tonalidade, elencando assim,
acordes que são mais importantes e recorrentes em detrimento de outros,
dentro do mesmo discurso musical.
A partir destas funções, também percebemos claramente as sensações
que essas cadências propiciam ao ouvinte.

Graduação tonal (Baseado no Campo Harmônico)

Iº tônica

IIº supertônica

IIIº mediante

IVº subdominante

Vº dominante

VIº superdominante

VIIº sensível

HARMONIA FUNCIONAL
Funções Harmônicas
A harmonia funcional nos permite através do centro tonal, discriminar e
analisar as funções dos acordes em um discurso musical através da graduação
harmônica, funções e sensações sonoras. Vejamos abaixo.
Funções principais e sensações sonoras
Campo Harmônico de Do Maior e seus graus
I II III IV V VI VII
C7M Dm7 Em7 F7M G7 Am7 BØ

I = Função Tônica. Sensação de repouso ou relaxamento


IV = Função Subdominante. Sensação de movimento ou afastamento
V = Função Dominante. Sensação de Tensão ou instabilidade

Funções secundárias
Relativos
VI = Relativo da tônica. Sensação de repouso ou relaxamento
II = Relativo da Subdominante. Sensação de movimento ou afastamento
III = Relativo da Dominante. Sensação de Tensão ou instabilidade reduzida por
não possuir trítono e por não ter movimento de 4j ascendente para a tônica.
Antirelativos
III = Antirelativo da tônica. Pode ter sensação de repouso ou relaxamento
VI = Antirelativo da Subdominante. Pode ter sensação de movimento ou
afastamento
VII = Antirelativo da Dominante. Sensação de Tensão ou instabilidade reduzida
por não possuir movimento de 4j ascendente para a tônica. Também chamado
de dominante sem tônica.

Tipos de cadências
Cadência Perfeita

Cadência Plagal
Cadência completa

Propriedade do som: Duração


O ritmo é a propriedade sonora mais antiga que se tem informação, pois
os instrumentos rítmicos são os primeiros achados da arqueologia nesta área.

Neumas (Notação arcaica) que indicavam ritmo:

I (Um pulso)

I I (Dois pulsos)

I I I (Três pulsos)

I I I I (Quatro pulsos)

I I I I I (Cinco pulsos)

Som Longo: ____________ (4Tempos)

Som curto: ______ (2 Tempos)

Variações:
________________________ (8 Tempos)

____________(4 Tempos)

___ (1 Tempo)
_ (1/2 Tempo)

Existem alguns termos equivocados quanto a compreensão do ritmo e


seus derivados, vejamos abaixo:
O que é ritmo?
É a ordem e equidistância entre o andamento e pulso no discurso musical.
O que é andamento?
É a velocidade ou constância entre as pulsações.
O que é pulso?
É a ordem equidistante das batidas que discriminam ou caracterizam sua
formula de compasso.
O que são os gêneros musicais?
É a junção de todos os conceitos acima, que caracterizam os estilos musicais
como Rock, Jazz, samba e etc.

Figuras rítmicas

Duração e Números correspondentes:


Semibreve Mínima Semínima Colcheia Semicolcheia Fusa Semifusa
4T 2T 1T 1/2T 1/4T 1/8T 1/16T
1 2 4 8 16 32 64

Introdução aos Konnakols


Os Konnakols são métodos silábicos indiano, utilizados milenarmente
como prática e solfejo rítmico. E de forma elementar, faremos uso deles para
memorização e solfejo das figuras rítmicas e seus grupos.
Quialteras
As quiálteras são grupos de figuras rítmicas em quantidades irregulares
dentro dos compassos simples ou composto.

Quanto as pausas, inicialmente sugiro utilizar a silaba “E”, sempre


considerando a quantidade de tempo ou percentual da figura correrspondente.
Em segundo plano, exclui-se a sílaba “E”, tornando as pausas como elas
devem ser, “silêncio”.
Exemplo:

Segundo plano (Excluindo a sílaba “E”.


Figuras rítmicas pontuadas
As figuras pontuadas aumentam a metade do valor de duração da figura
simples, exemplo:

Na prática:

Exercício de Solfejo Rítmico:

Formulas de Compasso
As formulas de compasso, é a regra que estipula quantos tempos
devemos ter dentro de cada compasso, considerando sons e pausas.
Tipos de Compassos
Compassos Simples, onde a subdivisão básica do pulso é binária.
Exemplos mais comuns:

Compassos Compostos, onde a subdivisão básica do pulso é ternária.


Exemplos mais comuns:

Conforme os conceitos do grande educador Zoltán Kodály, é de extrema


importância valorizarmos os gêneros musicais nacionais e folclóricos, já que os
mesmos fazem parte do cancioneiro infantil desde a tenra infância, tornando-os
de fácil compreensão.
Sendo assim, traremos à tona os gêneros musicais brasileiros e outros
como o Jazz, Rock e Reggae, pois utilizaremos dos mesmos para explorarmos
a percussão corporal, e para isso, faremos uso da notação da Bateria na pauta,
a fim de identificarmos os gêneros e visualizarmos as partes do corpo em
paralelo a algumas peças da bateria.
Aplicar a percussão corporal aos gêneros musicais abaixo:

Propriedade do som: Intensidade


Intensidade musical no que diz respeito a propriedade do som, tem a ver
com dinâmica musical sugeridos e indicados na partitura, cifra ou tablatura,
podendo sinalizar execuções com sons fracos, médios, fortes ou ainda
intermediário entre estes.

Abaixo os mais comuns:


ppp molto pianissimo
pp pianissimo
p piano
mp mezzo-piano
mf mezzo-forte
f forte
ff fortissimo
fff molto fortissimo

Sforzando : Indica aumento súbito de volume ou intensidade de


uma determinada nota.

Crescendo: Indica crescimento gradual de volume ou intensudade


sobre um determinado trecho da música.

Diminuendo: Indica diminuição gradual de volume ou intensidade


sobre um determinado trecho da música.

Propriedade do som: Timbre


Timbre é o envelope ou formato único de uma senoide (onda sonora)
para cada instrumento ou voz, pois cada um destes possuem um modo de
vibração próprio e particular.
São exatamente estas questões físicas e acústicas que resultam na
produção característica de cada som, nos permitindo diferenciar a execução de
um piano para um violão, ou de uma bateria para um Vibrafone por exemplo.
Como dito acima, timbre além de envolver muitas questões físicas e
acústicas, diz respeito também a distinção da escrita dos instrumentos para
cada Clave na Partitura. Instrumentos mais agudos na clave de Sol e mais
graves na clave de Fa por exemplo, pois timbre também tem a ver com o
tamanho de atuação de cada instrumento dentro do espectro de frequências de
20Hz a 20.000Hz.
Um ótimo objeto de estudo, é pesquisar timbres e sonoridades de
instrumentos pouco populares como Oboé, Clarinete, Tuba e Trompa para citar
alguns. Um quarteto de cordas por exemplo, todos os instrumentos possuem
aspectos físicos parecidos, mas obviamente são muito distintos um do outro,
dos aspectos físicos e consequentemente sonoros. Bem como a variação dos
instrumentos de saxofones onde os mais comuns são o Soprano, Alto, Tenor e
Barítono. Tudo isso além de um belo material de aula e pesquisa, remetem a
um grande estimulo de capacidade perceptiva musical.

Veja tabela abaixo com alguns intrumentos e seus espectros de


frequência aproximados em Hertz:

Vozes

Soprano 250 Hz–1KHz


Contralto 200 Hz–700 Hz
Barítono 110 Hz–425 Hz
Graves 80 Hz–350 Hz

Instrumentos de sopro

Fagote 55 Hz–575 Hz
Flauta 250 Hz–2,5KHz
Oboé 250 Hz–1,5KHz
Clarinete 125 Hz–2KHz
Trompa 90 Hz–1KHz
Saxofone soprano 225 Hz–1KHz
Saxofone alto 125 Hz–900 Hz
Saxofone Tenor 110 Hz–630 Hz
Saxofone Barítono 70 Hz–450 Hz
Trompete 170 Hz–1KHz
Trombone 110 Hz–630 Hz
Tuba 45 Hz–375 Hz

Instrumentos de cordas

Violino 200 Hz–3,5KHz


Viola 125 Hz–1KHz
Violoncelo 63 Hz–630 Hz
Contrabaixo 40 Hz–200 Hz
Guitarra/Violão 80 Hz–630 Hz
Instrumentos deTeclados

Piano 28 Hz–4,1KHz
Órgão 20 Hz–7KHz

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