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TEORIA MUSICAL BÁSICA PARA TODOS OS INSTRUMENTOS – PATRICK LEONARD


1 - PRINCIPAIS ELEMENTOS

MÚSICA: é a arte de relacionar os sons, colocando-os em ordem, equilíbrio e organizando-os


dentro do tempo, em sua devida proporção. Dividimos a música em três partes: melodia,
harmonia e ritmo.

MELODIA: são os sons que ouvimos um após o outro.

HARMONIA: é o conjunto de sons que ouvimos de uma só vez.

RITMO: ordem e proporção em que estão dispostos os sons que constituem a melodia e a
harmonia da música.

NOTAS MUSICAIS: são os símbolos que representam os sons.

PENTAGRAMA OU PAUTA: é o conjunto de cinco linhas e quatro espaços. Serve para escrever
as notas musicais e são contados de baixo para cima.

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LINHAS E ESPAÇOS SUPLEMENTARES ACIMA OU ABAIXO DA PAUTA: é uma extensão do
pentagrama. Server para escrever as notas mais graves e mais agudas.

CLAVES: símbolo que serve para dar nome as notas musicais. Existem quatro tipos de claves:

FIGURAS DE VALORES (SOM) E DE SILÊNCIO (PAUSA): é um conjunto de símbolos que


representam as durações dos sons. Para cada figura existe um valor de pausa correspondente.

OBS.: as figuras podem ser divididas em até três partes, bem como ser grafadas, tanto com
haste para cima, quanto para baixo.

PONTO DE AUMENTO: serve para aumentar o valor da figura pela metade da duração normal.

CIFRA: são letras que representam os acordes (execução de três notas ao mesmo tempo). Dó =
C, Ré = D, Mi = E, Fá = F, Sol = G, Lá = A, Si = B, por exemplo.

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SINAIS DE ALTERAÇÕES: fica do lado esquerdo da nota para alterar sua sonoridade.

Sustenido: eleva a altura da nota em um semitom (meio tom)

Bemol: abaixa a altura da nota em um semitom (meio tom)

Bequadro: anula o efeito do sustenido ou bemol

COMPASSO: é a divisão de um trecho musical em séries regulares de tempos. Os compassos


são separados por barras (simples, dupla e final).

TIPOS DE COMPASSOS SIMPLES: binário (podemos ter no máximo dois tempos dentro do
compasso), ternário (podemos ter no máximo três tempos dentro do compasso) e quaternário
(podemos ter no máximo quatro tempos dentro do compasso).

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REFERÊNCIA: MED, B. Teoria da música. 4, ed. Ver e ampl. Brasília, DF: Musimed, 1996.

2 - AS PRINCIPAIS ESCALAS
Dando continuidade ao conteúdo da unidade anterior, abordaremos assuntos importantes
para o desdobramento do nosso conhecimento e entendimento musical.

Estudaremos três tipos de escalas: a maior, a menor natural e a escala cromática,


entenderemos suas construções, ou seja, como são criadas e suas aplicações.

Conheceremos o ciclo de quintas, a ferramenta visual que irá nos auxiliar a organizar a ordem
de como as escalas são distribuídas de maneira lógica e, também, como identificar uma
determinada tonalidade na partitura.

No final, mas não menos importante, falaremos sobre a afinação que os instrumentos da
oficina possuem e como pensar na transposição de cada um deles.

ESCALA MAIOR
A escala maior é uma sequência de sete notas diatônicas em modo maior. Na música tonal, a
sequência de tons e semitons dessa escala obedece à seguinte ordem: Tom - Tom - Semitom -
Tom - Tom - Tom – Semitom. Vejamos a escala de DÓ maior, como exemplo:

A escala maior é mais alegre, normalmente utilizada para músicas que expressam esse
sentimento. Temos 12 escalas maiores, como mostrado nas aulas online.

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Temos que manter a regra de intervalo entre as notas utilizando T-T-St-T-T-T-St para garantir a
sonoridade da escala maior. Usamos a escala de Dó como modelo, por não possuir nenhuma
alteração e vamos montando as outras escalas a partir dela com a ajuda do # (sustenido) e do
b(bemol).

O sustenido e o bemol servem para deslocar uma nota de seu lugar. O sustenido desloca meio
tom para frente e o bemol meio tom para trás. Na prática: se você tem a nota MI e FÁ, que
tem meio tom de distância (veja na figura acima) e precisa de um tom, entre elas, pode colocar
um # na nota Fá ou um b na nota Mi. Esse meio tom passa a ser um tom. O resultado será MI E
FÁ# ou MIb E FÁ.

Com este pensamento conseguimos montar todas as escalas maiores. Veja na figura abaixo
como fica a disposição das notas naturais e alteradas em cada uma delas.

ESCALA MENOR NATURAL


A escala menor é uma sequência de sete notas em modo menor. A maneira de pensar a
formação da escala menor é idêntica a maior, só que com o intervalo entre as notas
diferentes. Como resultado, temos uma sonoridade mais triste. Por isso é usado nas
composições que exploram mais esse tipo de sentimentos. Veja como fica sua disposição:

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No caso da escala de Dó menor: Dó – Ré – Mib – Fá – Sol – Láb – Sib – Dó.

Tente montar o mesmo quadro das escalas maiores, mas agora com as escalas menores.
Lembre-se que a fórmula para construir a escala menor mudou!

Depois de fazer este exercício, tente tocar as escalas e perceber suas diferenças! Tente
perceber a diferença de altura entre as escalas maiores e a depois entre os modos maior e
menor! Tente identificar músicas nesses modos! As mais alegres, usam o modo maior e as
mais tristes, o modo menor!

Um ponto importante de se observar é que cada escala tem uma altura definida. Algumas têm
uma sonoridade mais grave e outras mais agudas. Na prática, podemos comparar com
cantores que tem a voz mais grave, por isso cantam em tonalidades mais baixas e cantores que
possuem a voz mais aguda e cantam em tonalidades mais altas.

ESCALA CROMÁTICA
A escala cromática é uma escala que contém 12 notas com intervalos de semitons entre elas.

Na prática, em contextos musicais, a escala cromática não costuma ser usada em toda a sua
extensão. O que costuma ser utilizado são pequenos trechos de cromatismo. O efeito
cromático é muito interessante e explorado por músicos de diversos estilos. O resultado
sonoro produzido cria uma sensação de notas de passagem.

Tente exercitá-la sempre que for estudar! Ela ajuda a equilibrar o som de todas as notas do
instrumento e aos poucos pode tentar ganhar velocidade na sua execução.

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CICLO DE QUINTAS
Percebam que no quadro apresentado na escala maior, utilizamos uma ordem na sequência
das escalas apresentadas. Elas andam de 5 em 5 graus! Ou seja: a primeira escala é a de DÓ,
contando cinco notas a partir de DÓ, temos a nota SOL, contando cinco graus partindo do SOL,
chegamos na nota RÉ e assim por diante.

Existe um diagrama que facilita o entendimento da construção das escalas maiores e menores
e suas respectivas alterações.

Observem também que a cada escala maior, existe uma correspondente menor. Essa
correspondência, chamamos de escala relativa e é formada a partir do 6º grau da escala maior.
Ou seja, a escala relativa de DÓ é o seu 6º grau, a escala de Lá menor!

Todas as escalas maiores possuem suas escalas relativas. Observem que a quantidade de notas
alteradas entre elas é a mesma. Isso facilita na hora do entendimento e sua memorização. Na
prática podemos pegar a escala de SOL, que possui um sustenido. Sua escala relativa é seu
sexto grau, ou seja MI, a partir dai montamos a escala de Mi menor que terá apenas um
sustenido, assim como sua escala correspondente. Veja a figura abaixo:

Para facilitar ainda mais o entendimento veja na figura abaixo, a ordem dessas alterações:

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A estrutura apresentada pode nos ajudar a identificar na partitura a tonalidade da música.
Junto com a clave de sol, no início da partitura iremos encontrar a quantidade de sustenidos
ou bemóis caracterizando sua armadura de clave. É só associar a escala que contém essas
alterações e a partir dai, saberemos qual escala usar.

Devem ter percebido que, na verdade existem apenas duas possibilidades que é a escala maior
ou sua relativa menor. E escolha entre elas deve envolver também o reconhecimento do
campo harmônico utilizado.

No caso de uma armadura de clave com dois sustenidos. Sabemos que pode ser o tom de RÉ
maior ou seu relativo menor, o tom de SI menor!

Se não houver nenhuma alteração, a tonalidade da música será DÓ ou LÁ menor. Veja o


exemplo abaixo. Atentem que não existe alteração (sustenido ou bemol) ao lado da clave de
sol (com exceção da linha do saxofone por ser um instrumento transpositor)!

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AFINAÇÃO E TRANSPOSIÇÃO
Você já deve ter percebido que nas aulas online sempre falamos das afinações dos
instrumentos em Bb (Si bemol), C (Dó) ou Eb (Mi bemol). Sabe o porquê disso, ou o que isso
quer dizer? Isso acontece porque esses instrumentos são os chamados instrumentos
transpositores.

Como devemos proceder ao tocar sax alto com um pianista, por exemplo? Você já deve ter
saber, pelas aulas que assistiu, que se os dois lerem a mesma partitura vão tocar em tons
diferentes, pois o piano é afinado em C (Dó) e o sax alto em Eb (Mi bemol). Vamos entender de
uma vez o que é a transposição.

A princípio pode não parecer lógico utilizarmos instrumentos transpositores. Isso se deve a
razões históricas. Nos primórdios da música, os instrumentos de sopro eram construídos
especificamente para a tonalidade em que tocavam, se não fosse dessa forma ocorriam
desafinações, daí termos as famílias de instrumentos sendo cada um construído em uma
tonalidade. Com a evolução da música e das teorias musicais, o problema de afinação acabou e
os instrumentos passaram a afinar bem em qualquer tonalidade, porém notou-se que alguns
instrumentos soavam melhor em uma tonalidade do que em outra. Os clarinetes em Dó, em
Ré, ou Mi, não têm boa sonoridade, e caíram em desuso a favor do clarinete em Bb, por
exemplo.

Outra razão bastante convincente é o fato de os instrumentos estarem organizados em


famílias. Isso facilita o estudo porque uma nota produzida com um determinado dedilhado
terá o mesmo nome em qualquer um deles, mas como os instrumentos possuem dimensões
diferentes, os sons produzidos serão naturalmente diversos.

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Assim, a dedilhação correspondente ao Dó soa Sib em um saxofone Tenor, soa Eb em um
saxofone alto e soa Dó em uma flauta em Dó. Esse sistema facilita muito a execução dos
instrumentistas.

Por isso é importante entender que quando tocamos instrumentos transpositores, temos a
nota real, que é a nota escrita na partitura e a nota de efeito, que é o resultado sonoro
produzido pelo instrumento. A nota real será a mesma para qualquer instrumento
transpositor, mas as notas de efeitos vão se diferenciar de acordo com cada afinação.

Veja na figura um exemplo de como acontece com três tipos de saxofones:

3 – OUTRAS ESCALAS
Esta unidade tem o objetivo de reunir outras escalas utilizadas na construção de frases, ideias
e construção de melodias musicais.

Utilizaremos a tonalidade de Dó como exemplo, mas a transposição dos tons é de extrema


importância no entendimento de suas aplicações.

O conhecimento das escalas ajuda muito no vocabulário musical e na prática do improviso por
parte do músico instrumentista.

As escalas maiores, menores naturais, harmônicas e melódicas, vistas na unidade anterior, vão
dar a base para entendermos as escalas apresentadas nesta unidade.

ESCALA MAIOR

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ESCALA MENOR NATURAL

ESCALA MENOR HARMÔNICA

ESCALA MENOR MELÓDICA

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ESCALA PENTATÔNICA MAIOR

ESCALA PENTATÔNICA MENOR

ESCALA DE TONS INTEIROS

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ESCALA DE TERÇA MENOR

ESCALA CROMÁTICA

MODOS GREGOS

JÔNICO

DÓRICO

FRÍGIO

LÍDIO

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MIXOLÍDIO

EÓLIO

LÓCRIO

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Patrick Leonard, flautista e saxofonista,
começou a estudar piano aos seis anos de
idade. “Aos 8, preferi me afastar da
música e só recomecei aos 20, tocando
gaita, intuitivamente. Foi aos 24 que
comecei a estudar de verdade.”

Tão “de verdade” que a lista do que


estudou e dos professores que teve é
grande: Começou com a gaita em 2004.
Em 2009, passou a estudar flauta
transversal, com Fernando Trocado. Na
mesma época assistiu aulas de percepção
e teoria musical, no curso Cenart.

Ainda em 2009, passou a frequentar aulas na Escola Portátil de Música, oficina de choro
realizada pelo Instituto Casa do Choro na UNIRIO, onde estudou flauta transversal com
Antônio Rocha, Leonardo Miranda e Naomi Kumamoto até 2012. Também assistiu aulas de
harmonia, leitura e percepção musical com a professora Bia Paes Leme e Pedro Aragão, além
de oficinas com Luciana Rabello, Pedro Amorim, Cristovão Bastos e Mauricio Carrilho.

Neste meio tempo, teve aulas na escola de música Canto pra Viver, de harmonia, percepção e
teoria musical, com o professor Mário Pedro e de percussão na oficina Tambor Carioca, da
escola Maracatu Brasil, com mestre de bateria Odilon e Sérgio Conforti.

Entre 2011 e 2014, Patrick Leonard ainda teve aulas com Dirceu Leite, que foi muito
importante na sua formação. Em 2015 voltou a estudar na Escola Portátil, mas agora saxofone,
com o professor Rui Alvim. No mesmo ano, harmonia com Wando Carmo e percepção musical
no curso Mais que Música. Também esteve presente em workshops com Ivan Meyer, Celso
Woltzenlogel e Daniela Spielmann. Estudou harmonia e improvisação com Anderson Cardoso e
se formou pelo curso técnico da EMVL, tendo PC Castilho como professor. Atualmente, cursou
Licenciatura em Música pela Universidade Claretiano e possui uma Pós graduação em Estilos,
harmonia e improvisação para instrumentos da família das madeira pela FACEC.

Até então, Patrick Leonard já havia participado de alguns grupos onde teve a oportunidade de
tocar com vários ícones do samba, como: Monarco, Noca da Portela, Wilson Moreira e Ataulfo
Alves Junior, por exemplo.

Seu Repertório inspira-se principalmente na música brasileira, sempre com clara versatilidade
e criatividade. Além de seu trabalho solo, acompanha artistas e grupos, se apresenta em
casamentos, festas e eventos em geral.

Apresenta-se nas melhores casas do circuito carioca de samba de raiz acompanhando grandes
artistas da nova cena musical do RJ em seus shows, além de fazer parte do projeto social
Cultura de Direito para Todos, realizado pela prefeitura de Maricá, ministrando oficinas de
saxofone, gaita e flauta.

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www.patrickleonard.com.br

Facebook: Patrick Leonard

Instagram: @_patrickleonard_

YouTube: Patrick Leonard

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