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AS ESCALAS MAIORES E MENORES

Escalas Musicais são estruturas formadas pela sucessão de notas musicais


ordenadas a partir de intervalos padronizados. Dessa forma, conhecendo os padrões
intervalares de uma determinada escala, podemos aplicá-lo sobre qualquer nota.
formando escalas em tonalidades diferentes.
A sucessão das notas, Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si, formam a escala de Dó maior, sendo
assim, essa escala é uma referência para quem está começando nos estudos de
harmonia e improvisação.
É necessário esclarecer de antemão que as escalas são as bases que estabelecem o
sistema musical tonal. Toda idéia de tonalidade parte necessariamente de uma
escala. Logo, conhecê-las é fundamental para se ter domínio das notas e acordes
que funcionam melhor na composição ou em um improviso, bem como para se tirar
músicas de ouvido.
A música tonal é de longe o sistema musical mais bem sucedido nas composições
atuais. Tanto é, que a maior parte da população sequer sabe da existência de outros
sistemas. Mas eles existem.
Notas Musicais
Como já sabemos, as notas musicais são sete.

Entretanto, há também notas que representam sons intermediários a duas notas,


são as chamadas notas sustenidas ou bemóis.

Nesse caso, somando-se todas as notas possíveis dentro de uma oitava, obteremos
12 notas.
Em caso de dúvidas com relação ao que foi exposto neste tópico, recomendo a
leitura deste post onde explico como funcionam as notas musicais.
Intervalos
Intervalos em música é a distância que medimos entre duas notas musicais. Em
resumo, construimos quase todas as escalas por graus conjuntos, ou seja, por
intervalos de tom e semitom, sendo que:
Semitom
É a menor distância possível entre duas notas no sistema temperado de afinação.
Podemos exemplificar a distância de um semitom nos intervalos entre Dó e Réb; e
entre Fá# e Sol.
A escala cromática, por exemplo, é formada inteiramente por intervalos de semitom.
Escalas cromáticas, por não serem diatônicas não requer uso de enarmonia para nomear as
notas.

Tom
Tom é a distância intervalar correspondente a dois semitons, podemos observar a
distância de um tom entre as notas Dó e Ré, como também entre Sib e Dó.
Da mesma forma que é possível montar escalas somente com intervalos de semitom,
podemos construir uma escalas em duas posições usando unicamente a distância de
um tom entre as notas mais próximas. Essa é a escala de tons inteiros.

Tipos de Escala
Existem dois tipos principais de escalas, as escalas cromáticas, formadas apenas por
intervalos de semitom e as escalas diatônicas.
Escala Cromática
A escala cromática abrange todas as 12 notas de cada oitava, tocadas ascendente ou
descendentemente.

Escalas Diatônicas
As escalas diatônicas são heptatônicas, ou seja, formadas por sete notas que distam
entre si em graus conjuntos. Esse é o tipo de escala mais usado no sistema tonal. As
escalas diatônicas mais usadas são a Maior, Menor Natural, Menor Harmônica e
Menor Melódica.
Escala Maior
Tetracordes
As origens da escala diatônica estão ligadas à cultura grega de se organizar os sons.
A estrutura fundamental para a escolha das notas compostas em escalas partem da
sobreposição de dois tetracordes com padrões intervalares idênticos.
Como já conhecemos as notas que compõem a escala maior de Dó, vamos analisá-la
do ponto de vista dos tetracordes.

Perceba que, na escala acima, os dois tetracordes são formados por distâncias de
Tom, Tom e Semitom e estão há um tom de distância entre si.

No
teclado acima, estão pintadas de azul as notas da escala de Dó Maior

Se analisarmos os intervalos entre as notas da escala de Dó, teremos:


Temos aqui, portanto, o padrão intervalar de Tom, tom, semitom, tom, tom, tom e
semitom formando o molde intervalar das escalas maiores.
Se transferirmos, porém, o mesmo molde de intervalos para a nota Ré, teremos:

Perceba que a escala de Ré possui Fá# e Dó#, isso acontece porque é necessário
adequar as notas aos intervalos propostos pela escala maior. Entre Ré e Mi, temos a
distância de um tom, entre Mi e Fá#, um tom novamente, Entre Fá# e Sol, um
semitom, entre Sol e Lá, um tom, entre Lá e Si, um Tom, entre Si e Dó#, um tom
novamente e, finalmente, entre Dó# e Ré, um semitom.
Organizando, portanto, todas as escalas maiores a partir desses parâmetros,
obteremos:
Escala Menor Natural
Conforme o post em que discorro sobre o funcionamento das tonalidades relativas, a
escala menor natural é correspondente à tonalidade relativa de uma escala maior
um tom e meio abaixo.
Para que se fique claro, vamos usar o exemplo da escala de Dó Maior. Como já é
sabido, a escala de Dó maior só possui notas naturais. Para encontrar a escala
relativa de Dó, é necessário tocá-la um tom e meio abaixo de sua altura original, ou
seja, tocar a partir de sua nota relativa.
Tocando a escala de Dó a partir da nota Lá, teremos:

E
scala de Lá Menor Natural tocada em uma oitava do teclado.

A escala menor natural, portanto, se diferencia em relação à escala Maior por ter
terça menor, sexta menor e sétima menor. Observe a escala de Dó Menor natural e
compare.
Escala Menor Harmônica
A escala menor natural tem sétima menor, isso pode ser um problema, visto que a
sétima maior em uma escala é um intervalo que proporciona maior funcionalidade
harmônica. Para resolver esse problema, criamos a escala menor harmônica, que é
praticamente igual à escala menor natural entretanto, possuindo sétima maior em
sua formação.
Ainda usando a escala de Dó para exemplificar, observe.
Perceba que entre a nota Láb e Si temos um intervalo que engloba a distância de um
tom e um semitom, correspondente a uma terça menor, porém, ao contrário do que
se possa pensar, esse intervalo é de segunda aumentada, visto que
enarmônicamente, só podemos ter intervalo de segunda entre Lá e Si.
Escala Menor Melódica
Ainda que a escala menor harmônica, por ter sétima maior, possua funcionalidade
harmônica, há um grande problema do ponto de vista melódico. Por ter um intervalo
de segunda aumentada entre o sexto e o sétimo grau, que pode facilmente ser
entendido como um intervalo de terça menor, há problemas em se criar melodias
interessantes com salto tão grande. Dessa forma, para resolver este problema,
criamos a escala menor melódica que possui sexta e sétima menor.
Se comparada com a escala maior, a menor melódica só se difere pela terça menor.

Es
cala de Dó Maior

Es
cala de Dó Menor Melódica

Analisando essa escala do ponto de vista das notas na partitura e intervalos,


teremos:
É preciso destacar uma informação importante. A escala menor melódica é muito
usada em gêneros musicais como o Jazz e bossa nova, sendo que em gêneros
populares, essa escala é tocada da mesma forma em movimento ascendente e
descendente, essa subcategoria é chamada de Escala Menor Melódica Bachiana,
porque era muito usada por Johann Sebastian Bach, um dos maiores compositores
de todos os tempos. Em gêneros musicais eruditos, porém, a escala menor é tocada
em movimento ascendente somente com a terça menor, conforme já vimos
anteriormente, entretanto, em movimento descendente é tocada como a escala
menor natural.

Escala de Dó Menor Real

Escala Maior Harmônica


Também conhecida como maior mista principal, é uma escala pouco usada. Se trata
de uma escala maior com sexta menor.
Escala Maior Melódica
Outra escala incomum é a escala maior melódica, consiste-se em uma escala maior
com sexta e sétima menor.

Um detalhe importante, a escala maior melódica possui as mesmas notas do modo


mixolídio b6, quinto grau da escala menor melódica.
Conclusão
Essas são as escalas mais importantes, existem inúmeras escalas diferentes, mas as
apresentadas aqui são as mais comuns. Por fim, para quem se interessar, escrevi
um texto com dois macetes muito bons para se memorizar qualquer escala

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