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Organum.
Por volta do século XI, além do movimento paralelo, a “vox organalis” passou a se
comportar também em movimentos oblíquos e movimentos contrários, além de ser
escrita acima da “vox principalis”, inclusive com figuras rítmicas diferentes. Esse modo
de cantar se denominou discantus (canto separado). Foi o início do Contraponto.
No começo do século XII, esse estilo rigoroso de nota contra nota foi abandonado e
substituído por outro em que a “vox principalis”era escrita com notas de valores
longos e passou a ser chamada de tenor (do latim tenere, ou seja, manter). Acima das
notas do tenor, cuja melodia era extraída do canto gregoriano , uma voz mais alta se
movimentava livremente, escrita com notas de valores menores, formando melismas
(grupo de notas cantadas numa única sílaba). Daí ser dado a esse tipo de organum o
nome de organum melismático. Quando o organum era escrito a duas vozes,
chamava-se duplum, a três vozes, triplum e a quatro vozes, quadruplum.
A produção musical que abrange o início do século XII e vai até o fim do século XIII,
pertence a um período chamado de “Ars Antiqua”. Com a prática de compor
polifonicamente, os músicos e teóricos dessa época se depararam com o problema do
ritmo. A solução foi adotar um sistema parecido com o empregado na música grega
antiga, que era baseado na métrica poética.
Num tratado de autor anônimo de 1240, intitulado “De mensurabili musica”, aparece o
sistema de modos rítmicos. Cada modo recebeu um nome grego ou o número
correspondente. Em notação atual seriam assim:
A capital francesa, Paris, tornou-se um importante centro musical desde que em 1163
teve início a construção da Catedral de Notre Dame. Lá, compositores ligados ao clero
foram responsáveis por um grande desenvolvimento da polifonia. Dos compositores
anônimos que trabalharam na Catedral, o nome de dois deles chegou até nós: o poeta
e músico Léonin (1159-1201) e o seu discípulo Pérotin Magnus (1160-1230). Na
chamada Escola de Notre Dame se desenvolveram três tipos de composição: organum,
conductus e motete.
Outro tipo de música que se desenvolveu na Escola de Notre Dame foi o conductus. É
um cântico de procissão usado para acompanhar o padre, conduzi-lo em seus
movimentos pela igreja. Na elaboração do conductus o compositor não tomava de
empréstimo um cantochão como tenor. Ele escrevia uma melodia própria. Sobre a
parte do tenor, adicionava uma, duas ou mais vozes, no estilo de nota contra nota.
Tem estilo silábico e homofônico, sendo que as vozes cantam o mesmo texto e têm a
mesma tessitura.