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● SOCIOLOGIA (CULTURA DO PAÍS)

- RELIGIÃO
A Croácia e um país muito religioso, onde a religião mais predominante é o cristianismo. O país
assegura a liberdade religiosa, iguala todas as religiões perante a lei.Embora a Igreja Católica não seja
oficial, recebe o apoio financeiro estatal e benefícios do governo e do Vaticano. Outras religiões,
também através de concordatas, conseguem financiamento estatal. O governo tem acordos com as
seguintes comunidades religiosas:

●Igreja Ortodoxa Sérvia


●Comunidade Islâmica da Croácia
●Igreja Evangélica
●Igreja Cristã Reformada
●Igreja Pentecostal
●União das Igrejas Pentecostais de Cristo
●Igreja Cristã Adventista
●União das Igrejas Batistas
●Igreja de Deus
●Igreja de Cristo
●Igreja Adventista do Sétimo Dia Movimento de Reforma
●Igreja Ortodoxa Búlgara
●Igreja Ortodoxa da Macedônia
●Igreja Católica Velha da Croata

● Igreja de São Marcos (Zagreb) ● Igreja de Santa Ivana Kapistrana (Ilok)

De acordo com o censo de 2011, a religião majoritária da Croácia é a Católica Romana, representando
85,5% da população. A Igreja Ortodoxa é representada por 4,53% dos croatas, 1,7% da população
é muçulmana e 0,34% segue o Protestantismo. 4,57% são agnósticos ou ateus.
- MÚSICA
A música de tamburitsa (tamburica) é uma forma de música popular croata que envolve instrumentos
de corda. Tornou-se cada vez mais popular a partir dos séculos XVIII e XIX, com movimentos
similares surgindo também na Rússia, Itália e Ucrânia.Os temas principais de canções tamburicas são
os temas comuns do amor e da vida feliz nas vilas.
O termo “tambura” (expressão para todos os instrumentos existentes em uma orquestra “tamburica”)
refere-se a qualquer instrumento de cordas, como originalmente a balalaica russa, o bandolim italiano
ou a bandura ucraniana.
AO termo “tamburica” - do ponto de vista gramatical - é o diminutivo de “tambura”. Hoje na Croácia a
expressão “orquestra tamburica” é bastante usual. O termo “tambura” existia em povos eslavos antes
da existência da Croácia como país, pelo menos 1.300 anos atrás. Existem suposições que os Turcos
teriam trazido tais instrumentos à região da Croácia há 500 anos.
A capital da Croácia, Zagreb, é também a capital musical do país, e foi considerada a capital musical
da Yugoslávia, quando a Croácia fez parte desta. A cidade possui um conservatório, uma orquestra e
uma casa de óperas e balé, todas reconhecidas mundialmente, e promove uma influente bienal de
música contemporânea.Durante o romantismo, surgiu aquele que é considerado o pai da ópera
croata, Vatroslav Lisniski. Seus sucessores foram Ivan Zajc e Franjo Kuhac. Já no século XX, foram
destaque Josip Slavenski, Jakov Gotovac e Kresimir Baranovic (considerados "folclóricos") e Blagoje
Bersa, Boris Papandopoulo, Albe Vidakovic, Stevan Sulek e o aluno deste último, Milko Kelemen,
considerados "modernistas". Na música croata, os instrumentos básicos para a música popular
tradicional são chamados de tambura: são instrumentos de corda, normalmente usados em conjuntos de
três a dez músicos.Há diversos tipos de tambura, com três a quatro cordas.Os básicos são samica (três
cordas), bisernica (duas), prim (uma corda), basprim ou brač (duas), čelović (duas),
čelo (quatro), bas ou berda (quatro cordas), e bugarija ou kontra (uma). Antigamente os músicos
tocavam esses instrumentos sozinhos, hoje ainda encontram-se alguns músicos tocando
individualmente em algumas vilas do interior da Croácia. Porém, a beleza da música original croata se
percebe melhor com grupos de músicos tocando de forma conjunta. Normalmente esses grupos são
formados por 7 a 10 músicos, e, quando em grupos superiores a 20 músicos, chama-se uma “orquestra
tamburica”.
● Berda
O berda (baixo, begeš) é o maior instrumento em uma orquestra “tamburica”. O músico toca de pé e
dedilha as cordas usando seus próprios dedos ou um plectro de couro grosso. A orquestra depende
deste instrumento que dá a cadência da música através das batidas.
● Bugarija
O bugarija (contra, kontra) é um instrumento típico para acompanhamento que toca na maior parte
acompanhando o berda. É muito similar à guitarra, mas tem menos cordas e um som um pouco mais
elevado.
● Bisernica
a A bisernica (prim, “a pérola pequena”) possui um som característico, macio, que é similar àquele de
outros instrumentos como o bandolim italiano ou a balalaica russa. Tem som muito elevado e fino.
● Brač
a O brač (basprim) é um pouco maior do que um bisernica, e é tocado da mesma maneira, mas com um
som mais profundo do que este. Este instrumento toca geralmente a melodia principal de uma canção
ou a segunda ou terceira vozes.
● Čelo e Čelović
Os instrumentos Čelo e Čelović são aproximadamente do tamanho de uma guitarra. Dão não somente
dinâmica às partes musicais mas enfatizam também outras variações proeminentes de uma canção.
- Berda: - Bisernica: - Bulgarija:
- DANÇA
Folclore é o conjunto dos costumes, e manifestações culturais de um determinado povo. Tradição
popular, pode se manifestar em diversas formas, como as roupas, as músicas, os instrumentos musicais
e utensílios, as cantigas e contos populares. Estudiosos apontam que cada povo apresenta seus
elementos folclóricos determinados por sua história e ambiente natural. Com os croatas não poderia ser
diferente.As peculiaridades da geografia e da história da Croácia (que você pode conhecer aqui,
geografia e história) possibilitaram o desenvolvimento de manifestações culturais muito diferentes em
um espaço relativamente pequeno. Assim é possível se falar em folclore da Panônia (subdividido em
Zona Alpina (Zagorje) e Eslavônia) e em folclore da Dalmácia (subdividido em Alpes Dináricos e
Costa Adriática). Em todas essas regiões é possível encontrar as especificidades da identidade croata,
bem como as marcas das interações com os povos vizinhos.As trocas com os povos vizinhos são
muitas vezes pacíficas fruto da proximidade geográfica, sendo produzidas por atividades como o
comércio, por trocas simbólicas e casamentos. Vale dizer, por exemplo, que se na Panônia é possível
constatar a influência húngara, no sul da Hungria também é possível verificar a influência do folclore
croata.
Em outros casos, as experiências de troca são determinadas pelas conjunturas históricas, em que as
guerras ou imposições políticas catalisam alguns tipos manifestação cultural. Por exemplo, a Sinjska
Alka não seria possível sem a vitória militar dos croatas sobre os turcos em 1715, afinal o torneio
equestre pretende comemorar justamente essa vitória. Todos os anos, em 15 de agosto, o centro da
cidade de Sinj se transforma em uma pista de 160 metros pela qual passam cavaleiros à galope, com o
objetivo de acertar com uma lança o pequeno alvo, a Alka, pendurado no alto da pista. Os
competidores, todos oriundos das imediações do rio Cetina, perto da cidade de Sinj, devem se
apresentar usando trajes baseados nos uniformes militares do século XVIII (assim como as lanças) e
montar cavalos devidamente preparados com adornos e arreios similares aos utilizados na época. A
população da cidade se veste com trajes folclóricos para participar das cerimônias relacionadas ao
festival.
♦ Sinjska Alka
Os trajes folclóricos, narodne nošnje (no plural), são peças fundamentais na definição da identidade
popular croata e por isso são muito estudados. Objetos de orgulho pessoal e coletivo, são muitas vezes
produzidos pelos próprios usuários que utilizam técnicas passadas de geração a geração.Muitas vezes
são utilizados em festividades e eventos cívicos. As tranças (pleter), os modelos, os cortes dos tecidos,
os bordados, as rendas, os calçados, colares, brincos e toucas são muito estudados pelos etnógrafos e
folcloristas e são fonte de inspiração para outras manifestações artísticas croatas, ecoando na sociedade
e evitando que o material folclórico se torne congelado.A organização geográfica da Croácia ajuda a
agrupar as manifestações culturais em graus de similaridade. Assim, por exemplo a Costa Adriática
apresenta certo grau de unidade na música e na indumentária, apesar das diferenças que podem ser
observadas dentro da própria Costa Adriática.Estudiosos do folclore croata dedicam muitas horas de
estudo documentando e contrastando as variações que podem surgir entre aldeias muito próximas.
Pode ser muito difícil – para quem está pouco familiarizado – perceber diferenças entre motivos
folclóricos de aldeias pouco distantes, mas não é tão difícil verificar as diferenças entre as duas
grandes regiões, Panônia e Dalmácia, e aprimorar a percepção pouco a pouco.Na Panônia, os trajes são
muito ricos em adornos e elementos decorativos. Geralmente as mulheres usam vestidos de algodão
longos e mangas volumosas. Dependendo da região, há o uso de jaquetas, adornos de cabeça ou véu,
com diversos desenhos e padrões. Os bordados de várias cores e temas podem ocupar diferentes partes
dos trajes. Os calçados são muitas vezes botas de cano curto, cujos desenhos variam em cada região.
Os trajes masculinos costumam ser sóbrios, com uso de botas de cano longo, calças brancas ou pretas,
camisas com mangas volumosas e coletes pretos que podem apresentar bordados ou detalhes em
vermelho. Também podem ser confeccionados com tecidos de padrões florais diversos. Cintos de
couro preto ou faixas com as cores da bandeira da croácia também estão presentes. Diversos tipos de
chapéu com abas completam os trajes.A música da Panônia geralmente é executada por conjuntos de
cordas, compostos por contrabaixo, violão (de vários tipos), viola, violino e a tradicional tamburica,
espécie de cavaquinho de pescoço longo e som agudo. As danças de roda, kolo, ocorrem em festas e
casamentos, e os passos básicos podem ser desenvolvidos em coreografias e figuras complexas. Todo
tipo de pessoa pode participar do kolo, desde que consiga dançar no ritmo da roda. As canções
costumam tratar da primavera e da fertilidade.

- VESTIMENTAS
A moda surgiu como diferenciador social, diferenciador de sexos, pelo aspecto de valorização da
individualidade e com o caráter da sazonalidade, ou seja, os modelos duravam até que não eram mais
copiados.

Historicamente, o vestuário evoluiu com a evolução da humanidade e


se tornou um reflexo das questões sociais, políticas, religiosas e morais de todas as fases vivenciadas
pelo ser humano. Dessa forma, o estudo da história do vestuário implica em um estudo de todos os
aspectos da vida, nas diferentes épocas.(Vestuário :adorno e proteção contra o frio).A história da
vestimenta começou com o uso de folhas, fibras vegetais e peles de animais, no período denominado
de pré-história. Desde o início, o uso de roupas não estava ligado somente à necessidade de proteção
contra as agressões externas e o frio, mas também constituía um adorno, que ajudava o homem,
inclusive, a se impor sobre os outros animais.
♦ O vestuário na Pré-história
Segundo informações históricas, foram identificadas agulhas primitivas, feitas com ossos e marfim,
datadas de mais de 30 mil anos atrás. Nessa época, chamada de Período Paleolítico, utilizavam saiotes
feitos de couro retirado dos animais que eles caçavam. Os seres humanos se reuniam em tribos, que
eram nômades, pois viviam de caça, pesca e coleta de frutas, havendo necessidade constante de
deslocamento para obtenção de alimentos. Ainda na Pré-história, no Período Neolítico, já se realizava
o cultivo de cereais e a criação de rebanhos. Surgiram as primeiras civilizações no Crescente Fértil,
região do Oriente entre o Irã e o Egito. Logo surgiram as civilizações da Mesopotâmia e do Oriente
Próximo, que desenvolveram os tecidos de linho, e estes passaram a substituir as peles de animais.
Na Pré-história, os nômades utilizavam saiotes feitos de couro retirado dos animais que eles caçavam.:
“À medida que o homem foi deixando de ser nômade, o vestuário foi evoluindo com a prática da
agricultura. Com o linho, inicialmente, foram feitos tecidos pela técnica da feltragem”, afirmam os
professores da escola de moda Sigbol Fashion, do curso Confecção de Saias, elaborado pelo CPT –
Centro de Produções Técnicas.Entre 3.000 e 400 a.C. estão as principais fontes de informações sobre o
vestuário, na antiguidade. A informação vem de pinturas, vasos e esculturas, que dão uma ideia aos
pesquisadores de como eram as roupas e qual era o papel da costura em cada época. Há quase
cinquenta anos foi descoberta a cidade de Çatal Huyuk na região Centro-sul da Turquia (entre os rios
Tigre e Eufrates), datada de 6.500 a.C, considerada a primeira civilização a se preocupar com a
vestimenta, por motivos também estéticos, valorizando muito a profissão de costureiro. Antes dessa
descoberta, pensava-se que os sumérios e egípcios tivessem sido os primeiros a ter esse tipo de
preocupação. Cerca de 4.000 anos a.C, na mesma região entre os Rios Tigre e Eufrates, chamada de
Mesopotâmia, o povo sumeriano usava saiotes de pele. Os mesopotâmios já conheciam a tecelagem
mas ainda utilizam peles para se vestir, no apogeu da cultura desses povos, a fibra mais utilizada para
fabricação dos tecidos era o algodão, além da lã e do linho. Nessa mesma época, no Egito, as roupas e
os complementos cumpriam a função de diferenciadores sociais, distinguindo os nobres e as classes
mais favorecidas dos pobres que, muitas vezes, andavam nus. No período faraônico, que durou cerca
de 3.000 anos, poucas mudanças ocorreram no modo de vestir dos egípcios. Os tecidos eram feitos de
fibra natural vegetal, principalmente o linho. O algodão era menos utilizado. As peças do vestuário
consistiam basicamente em tangas e túnicas. Entre os anos de 1750 e 1400 a.C, período da
Antiguidade Clássica, em Creta, eram utilizados os tecidos de linho, lã ou couro. As roupas femininas
eram bem diferenciadas das masculinas.
♦ O vestuário entre os séculos VII e I a.C.
Na Grécia, cujo apogeu se deu entre os séculos VII e I a.C., a peça mais característica da indumentária
era o quíton, a túnica dos gregos, um retângulo de tecido preso nos ombros e embaixo dos braços, com
uma das laterais fechadas e outra aberta. Quíton significa túnica de linho, sendo este o tecido mais
usado para sua confecção, apesar de empregarem, também, a lã. No primeiro século a.C, em Roma, a
vestimenta se constituía basicamente da Toga, que recebeu influência de vestimentas típicas da Grécia
e da Etrúria. Usavam uma túnica e, sobre ela, a toga. Esta, por seu volume, evidenciava o status social
de quem a usava.
♦ O vestuário na Idade Média
A Idade Média (séculos V a XV d.C.) trouxe uma série de diferenciações no campo da costura. A
habilidade dos artesãos fez com que as roupas passassem a ser mais refinadas, costuradas de forma
esmerada, com aplicação de joias e pedrarias. Muitas túnicas feitas de algodão, sobrepostas, faziam
com que o nobre se sentisse confortável com os rigores do inverno europeu. Nessa época, os povos
bárbaros utilizavam roupas feitas de linho, cânhamo e algodão, além do couro. Os tipos de vestimenta
eram túnicas, mantos e espécies de calças.Por volta do Século XI d.C., em Bizâncio, a seda era o
principal tecido utilizado, sendo produzida na própria região, dispensando sua importação da Índia e da
China. Era um tecido destinado exclusivamente aos nobres e ricos. A lã, o algodão e o linho também
compunham a indumentária dos bizantinos. Como em outras culturas, a roupa também era um fator de
diferenciação social. Quanto maior o prestígio, mais ornamentada ela era. Eram usadas túnicas com
mangas longas, para os dois sexos. O manto usado sobre a túnica tinha influência romana.
♦ O vestuário no Renascimento
O final da Idade Média e início do Renascimento foi um período muito importante para a história do
vestuário, pois surgiu nessa época o conceito de moda. Os nobres da corte de Borgonha (na França) se
incomodavam com as cópias de suas roupas feitas pela classe social mais abastada, os burgueses. Por
isso, eles começaram a diferenciar cada vez mais as suas roupas, criando, assim, um ciclo de criação e
cópia. A moda surgiu como um diferenciador social, diferenciador de sexos, pelo aspecto de
valorização da individualidade e com o caráter da sazonalidade, ou seja, os modelos duravam até que
não eram mais copiados. Quando isto acontecia, deveriam ser criados novos modelos.
No período do Renascimento, a indústria têxtil se desenvolveu muito. Nas grandes cidades italianas
foram elaborados tecidos de primeira qualidade, como brocados, veludos, cetins e sedas. As roupas
tornaram-se mais requintadas, os ornamentos ganharam maior importância. As roupas vinham
costuradas com joias diversas. Nesse momento, a costura se torna um empreendimento muito
lucrativo. O vestuário masculino e feminino acabou se igualando na riqueza de recortes e de
ornamentos.
♦ O vestuário no período Barroco
O período Barroco, no Século XVII, caracterizou-se por excessos, com roupas volumosas, e pelo uso
de rendas. No século XVIII, no período do Iluminismo, com a arte Rococó, as roupas se encheram de
babados, lacinhos e flores. As roupas femininas eram muito volumosas. Após a Revolução Francesa,
no final do Século XVIII, as roupas passaram a ser mais práticas e confortáveis. Ricos e pobres se
vestiam da maneira mais despojada possível. O gosto pelo retorno à natureza passou a ser uma
constante.
♦ O vestuário e a Revolução Industrial
Com a Revolução Industrial, na Inglaterra, os burgueses passaram a se diferenciar das demais classes
buscando roupas mais aprimoradas, e, para isso, contratavam pessoas especializadas para garantir
exclusividades em suas roupas. No entanto, foi no período entre 1898 a 1910 que a indústria do
vestuário evoluiu, passando a produzir em massa, tanto na Inglaterra como na América. Da mesma
forma, houve um aumento do trabalho em domicilio, pois, com as costureiras domésticas, as pessoas
poderiam achar exclusividade, o que não era possível nas fábricas.
♦ O vestuário e o setor de negócios da moda
A Revolução Industrial fez com que surgisse o setor de negócios da moda, que vive hoje momentos de
grande ebulição. Atualmente indústria da moda incorporou parte da diferenciação, mas a profissão de
costureira persiste. Existe um grande número de pessoas que, por vários motivos, não abrem mão de
ter as suas roupas feitas sob medida por esta profissional. Além da possibilidade de montar um ateliê,
para fazer roupas sob medida, o costureiro tem a possibilidade de se empregar em confecções de
diversos portes. O setor têxtil e de confecções é reconhecidamente um dos grandes geradores de
empregos no Brasil. Dessa forma, aprender a modelar, cortar e costurar pode ser uma grande
oportunidade para você se colocar no mercado de trabalho.
– FESTAS
O turismo da Croácia anunciou, em comunicado de imprensa, os usos e costumes tradionais do país
que passaram a integrar a nova Lista Representativa do Património Imaterial da Humanidade tornando-
se, assim, o país europeu com maior número de reconhecimentos de Património Imaterial: dez. O canto
de ojkanje a duas vozes, o torneio de cavalaria de Sinj, Sinjska Alka, e o Pão de especiarias do Norte
da Croácia integram a nova Lista Representativa do Património Imaterial da Humanidade. Os três bens
imateriais reconhecidos pela UNESCO, em 2010, foram:
● O canto de ojkanje a duas vozes. Um tipo de poesia cantada, que ocorre nas regiões do interior da
Dalmácia. É interpretado por dois ou mais intérpretes com uma vibração de voz peculiar produzida a
partir da garganta. A duração é definida de acordo com o tempo que o intérprete principal consegue
suster a respiração. A sua letra abarca temas diversos, desde o amor até às questões políticas e sociais
da actualidade. Este tipo de canto tem sobrevivido graças à persistência de alguns grupos que têm
transmitido a sua técnica em festivais, tanto na Croácia como em outros países do mundo. Os conflitos
inerentes ao passado recente do país e a emigração da população rural ocasionaram uma brusca
diminuição do número de intérpretes e o desaparecimento dos estilos antigos deste tipo de canto, o que
torna a sua preservação ainda mais urgente.

● O de Sinjska Alka, torneio cavalaria de Sinj. Celebra-se anualmente desde 1717, no primeiro
domingo de Agosto, na cidade de Sinj, situada no interior da região Dalmacia-Split. Os cavaleiros que
participam nesta competição percorrem a galope uma das ruas principais da cidade, apontando uma
lança a um aro de ferro suspenso. O torneio com origem turca tem regras específicas compiladas num
regulamento que data de 1833.  O Sinjska Alka é o único dos antigos torneios medievais que se
celebraram regularmente nas cidades costeiras da Croácia até ao século XIX. Os participantes devem
ser membros de famílias da cidade de Sinj Cetinska e da região de Krajina. Toda a comunidade
participa na produção, conservação, restauro e reparação de armas, roupas e acessórios usados neste
tradicional festival de forma a contribuir para a sua sustentabilidade.

● Pão de especiarias do Norte da Croácia. Esta tradição surgiu em alguns mosteiros europeus na
época medieval estendendo-se à Croacia, onde se converteu em actividade artesanal. Hoje em dia, as
figuras de pão constituem um dos símbolos mais importantes da identidade croata. Normalmente em
forma de coração, são oferecidos como elemento decorativo de Natal. Seguem uma receita ancestral à
base de farinha, água, açúcar, bicarbonato de sódio e especiarias. A massa é colocada em moldes,
cozida, e pintada com corantes alimentares. A técnica de elaboração do pão tem sido transmitida ao
longo de séculos.
Os três novos reconhecimentos unem-se aos sete anteriores, formando assim a seguinte Lista
Representativa do Patrimônio Imaterial da Humanidade, na Croácia:

● Festa de São Brás, patrono de Dubrovnik. Esta tradição milenar que atrai turistas e habitantes
locais celebra a paz, os direitos individuais e a liberdade.

● Grupos de zvonari. Estes grupos, que executam um estilo de música semelhante ao Flamengo,
percorrem as cidades da região de Kastav, no noroeste da Croácia, vestidos com peles de ovelha e
chapéus típicos adornados com ramos verdes, pedindo alimentos. Esta tradição contribui para o
fortalecimento dos laços entre as comunidades e para a renovação dos laços de amizade entre os povos
da região.

● Fabrico de rendas e bordados da Croácia. Existem três técnicas de rendas na Croácia: as rendas
de agulha de Pag, as rendas de bilros de Lepoglava (todos os anos, em Setembro, esta cidade recebe
um Festival Internacional de Rendas) e as rendas em fio de Aloé (técnica apenas utilizada na
Croácia pelas monjas beneditinas da ilha de Hvar).
● A procissão Za Krizen (Via Crucis) na ilha de Hvar. Depois da missa de quinta-feira Santa cada
uma das sete paróquias desta ilha dálmata, situada no sul da Croácia, designa um grupo de vizinhos
que se desloca em procissão às localidades próximas, fazendo um percurso de 27 km em oito horas.

● O desfile de primavera das rainhas Ljelje/ Kraljice de Gorjane. Este desfile anual celebra-se no
dia de Pentecostes em Gorjane, uma cidade da região da Eslavónia situada a noroeste da Croácia, e
nele participam jovens vestidas com coloridos trajes típicos, interpretando músicas e danças.

● Produção artesanal de jogos infantis de madeira em Hrvatsko Zagorje. Os habitantes desta


região a norte da Croácia desenvolveram uma técnica de produção tradicional de brinquedos de
madeira que tem sido transmitida ao longo de gerações. Carros, cavalos, móveis em miniatura,
bailarinas e apitos são hoje fabricados da mesma forma que há um século atrás com ferramentas
tradicionais. Estes brinquedos são acabados com a aplicação de uma tinta orgânica, usada para
desenhar motivos florais e geométricos.
● Canto e duetos na escala Istriana. Estilo musical proveniente da península da Ístria que se
caracteriza pela potência e leve nasalidade da voz. É muito comum nas festas populares.

- ARTE
A arquitetura da Croácia tem raízes em uma longa história: os croatas habitaram a área por catorze
séculos, mas há importantes remanescentes de períodos anteriores ainda preservados no país
●Herança antiga
Os achados mais interessantes da Idade do Cobre são da cultura Vučedol (em homenagem a Vučedol
perto de Vukovar). Em Vučedol, as pessoas viviam em colinas com paredes de paliçada. As casas
eram parcialmente enterradas, em sua maioria quadradas ou circulares (também eram combinadas em
forma de cogumelo), com pisos de argila queimada e lareiras circulares.

A cultura de bronze dos ilírios, um grupo étnico com cultura e arte distintas, começou a se organizar
no que hoje é a Croácia. Numerosas esculturas monumentais são preservadas, assim como paredes da
cidadela Nezakcij perto de Pula, uma das numerosas cidades de Ístria da Idade do Ferro.
Marinheiros e comerciantes gregos alcançaram quase todas as partes do Mediterrâneo, incluindo as
costas da atual Croácia; lá eles fundaram cidades-estado nas quais eles viveram bastante isolados.
Cidades comerciais nas costas do Adriático, como Tragurion (hoje Trogir), Salona (Solin perto de
Split), Epetion (hoje Poreč), Issa (Vis), tinham forma geométrica e tinham villas, portos, edifícios
públicos, templos e teatros. Enquanto as colônias gregas floresciam na ilha, no continente os ilírios
estavam organizando seus centros. Sua arte foi muito influenciada pela arte grega, e eles até copiaram
alguns. No delta de Neretva, houve uma importante influência da tribo helenística ilíria de Daor.
● TROGIR: ● SOLIN:

● POREC: ● VIS:

Os romanos subjugaram as cidades coloniais gregas no século 3 aC. Eles impuseram uma organização
baseada em um sistema econômico-militar. Além disso, os romanos subjugaram os ilírios no primeiro
século aC e organizaram todo o território costeiro transformando as cidadelas em cidades urbanas.
Depois disso, a história dessas partes é a história das províncias ilírias do Império Romano. Numerosas
moradias rústicas e novos assentamentos urbanos (os mais impressionantes são Verige em Brijuni,
Pula e Trogir – anteriormente Tragurion) demonstram o alto nível da urbanização romana. Havia pelo
menos trinta cidades urbanas em Istria, Liburnia e Dalmácia com cidadania romana (civitas). As redes
mais bem preservadas das ruas romanas (decumanus / cardo) são aquelas em Epetion (Porec) e Jader
(Zadar). Os monumentos romanos mais perfeitamente preservados estão em Pola (Pula); fundada no
primeiro século dedicado a Júlio César. É cheio de arte romana clássica como: muros de pedra, dois
portões da cidade, dois templos no Fórum, e restos de dois teatros.
Assim como o Arco do ano 30 dC, e o templo de Augusto construído nos anos 2 a 14 dC e, finalmente,
o Anfiteatro Fluviano (assim chamado – Arena) do século II. No século 3 dC, a cidade de Salona se
tornou a maior (tinha 40.000 habitantes) e a cidade mais importante da Dalmácia. Perto da cidade, o
imperador Diocleciano, nascido em Salona, construiu o palácio de Diocleciano por volta do ano 300
dC, que é o maior e mais importante monumento da arquitetura antiga do mundo. Em seus caminhos,
adegas, cúpulas, mausoléus, arcadas e pátios podemos traçar numerosas influências artísticas
diferentes de todo o Império. No século IV, Salona se tornou o centro do cristianismo para toda a
região dos Bálcãs ocidentais. Tinha numerosas basílicas e necrópoles, e até dois santos: Domnius
(Duje) e Anastasius (Staš).

Uma das poucas basílicas preservadas da Europa Ocidental (além das de Ravenna) desde a época do
início de Bizâncio é a Basílica Eufrasiana em Porec, do século VI. O início da Idade Média trouxe a
grande migração dos eslavos e este período foi talvez uma Idade das Trevas no sentido cultural até a
formação bem sucedida dos estados eslavos que coexistiram com as cidades itálicas que permaneceram
na costa, cada uma modelada depois de Veneza.

Os demais tipos de arquitetura passaram pela Croácia como: o Românico, o Gótico,o Renascimento, o
Barroco e o Rococó.Uma das coisas interessantes da arquitetura de lá é o Órgão do mar; é um objeto
arquitetônico localizado em Zadar na Croácia, é um instrumento musical experimental que toca música
por meio de ondas do mar e os tubos localizados sob um conjunto de degraus de mármore grandes. As
ondas criam sons um tanto aleatórios, mas harmônicos. O dispositivo foi feito pelo arquiteto Nikola
Basic como parte do projeto para redesenhar a nova cidade da costa (Nova Riva), o local foi aberto ao
público em 15 de abril de 2005.O trabalho de reconstrução caótico realizado na tentativa de reparar a
devastação em Zadar sofrida na Segunda Guerra Mundial. Havia transformado a via ao longo do mar
num initerrupto e monótono muro de concreto. O Órgão do Mar reestabeleceu, para turistas e
moradores locais, a relação da cidade com o mar. Agora, o mármore branco forma uma escada
convidativa que desce até a água. Escondido sob os degraus, há um sistema de tubos de polietileno e
uma cavidade ressonante que transforma o local em um grande instrumento musical, tocado pelo vento
e pela batida das ondas do mar. 

●GEOGRAFIA
- LOCALIZAÇÃO
Localizada na Europa e com extensão territorial de 56.538 quilômetros quadrados, a Croácia possui
fronteiras com a Eslovênia, Hungria, Sérvia e Bósnia-Herzegovina, além de ser banhada pelo mar
Adriático.A Croácia é um país da Europa Oriental com uma longa costa no Mar Adriático. Abrange
mais de mil ilhas e é atravessada pelo Alpes Dináricos. Sua capital, Zagreb, se distingue pela Gornji
Grad (Cidade Alta) medieval e por diversos museus. A principal cidade costeira, Dubrovnik, tem
grandes muralhas do século 16 que cercam uma Cidade Antiga com edifícios góticos e renascentistas.

- POPULAÇÃO
A população da Croácia estagnou-se na década de 1990. A guerra de 1991 a 1995 fez com que partes
da população emigrassem ou se refugiassem. A taxa de crescimento natural é mínima ou negativa
(menos que +/- 1%), pois a transição demográfica (redução do número de nascimentos e mortes devido
ao desenvolvimento econômico) completou-se há mais de meio século.

● População urbana: 57% (1998)


● Crescimento demográfico: -0,1% ano ano (1995-2000)
● Taxa de fecundidade: 1,56 filho por mulher (1995-2000)
● Expectativa de vida: Homens 69 anos e mulheres 76,5 anos (1995-2000)
● Mortalidade infantil: 10 por 1 000 (1995-2000)
A população compõe-se principalmente de pessoas de origem croata (89,6%). Constituem grupos
minoritários, dentre outros, os sérvios (4,5%), os bósnios (0,5%) e os húngaros (0,4%). De acordo com
os censos de 2001 a religião predominante é o cristianismo, sendo o catolicismo praticado por 87,8%
dos croatas, seguindo-se os ortodoxas que compõem 4,4% da população, outras vertentes cristãs
correspondem a 0,4% da população da Croácia, os muçulmanos são 1,3%, outras religiões e religião
desconhecida é atribuída a 0,9% dos croatas e ainda 5,2% não possuem religião.
- FUSO HORÁRIO DO PAÍS
Atualmente Central European Summer Time (CEST), UTC +2
Hora padrão (Central European Time (CET), UTC +1) começa em 30/out/2022
Croácia está 5 horas adiantado em relação a Belo Horizonte.
O identificador de fuso horário IANA para Croácia é Europe/Zagreb.

Uma curiosidade é o relógio da catedral localizado em Zagreb.

● HISTÓRIA

- DATA DE FUNDAÇÃO DO PAÍS


A Croácia é uma das repúblicas mais desenvolvidas da ex-Iugoslávia, cuja independência foi obtida no
dia 25 de junho de 1991, através de um plebiscito. No entanto, esse processo de independência
desencadeou uma guerra civil com a minoria sérvia que habita a região, enfrentando ainda um forte
movimento separatista sérvio na sua província de Krajina, na fronteira com a Bósnia.

- ORIGEM DA POPULAÇÃO
A Croácia foi elevada ao status de reino por volta de 925, quando o rei Tomislau I recebeu a coroa de
um legado papal depois de unir os eslavos da Dalmácia e da Panônia sob seu comando. O estado de
Tomislau se estendia do mar Adriático até o rio Drava e do rio Raša até o Drina. Sob seu comando, a
Croácia se tornou um dos mais poderosos reinos do Balcãs. É importante notar, porém, que a extensão
geográfica do reino de Tomislau não é bem esclarecida e é um tema controverso na historiografia da
região. Em algum momento entre 923 e 928, Tomislav foi coroado no campo de Duvno (a cidade
central na região é ainda hoje chamada Tomislavgrad - "cidade de Tomislau" - em sua homenagem). A
principal evidência deste evento é uma carta datada de 925, sobrevivente apenas em cópias do século
XVI, na qual o papa João X chama Tomislau de rex Chroatorum. Ele administrava seu reino como um
grupo de onze condados (zupanias) e um "banato" (Banovina). Cada uma destas regiões tinha uma
cidade real fortificada.
♦ Século X
A sociedade croata passou por grandes mudanças no século X. Os líderes locais, os zupanos (župani),
foram substituídos por aliados do rei que tomaram as terras de seus antigos donos, essencialmente
criando um sistema feudal. Os camponeses, antes livres, tornaram-se servos e não mais eram obrigados
a servir no exército, o que levou ao enfraquecimento militar da Croácia. Tomislau foi sucedido por
Trepimiro II (r. 928–935) e Cresimiro I (Krešimir; (r. 935–945), que consolidara o reino e mantiveram
boas relações com os bizantinos e com o papa. Este período, no geral, porém, é obscuro. Miroslau (r.
945–949) foi morto pelo seu bano, Pribina, durante uma disputa interna de poder e a Croácia
novamente perdeu as ilhas de Brač, Hvar e Vis para os duques da Pagânia. As cidades-estado dálmatas
e o Ducado da Bósnia foram perdidos para o Império Bizantino e a Eslavônia oriental e Sírmia foram
tomados pelos magiares.
♦ Século XI
Logo que Estêvão Dirzislau morreu, em 997, seus três filhos, Esvetoslau (r. 997–1000), Cresimiro III
(Krešimir; (r. 1000–1030) e Goislau (r. 1000–1020), iniciaram uma violenta disputa pelo trono,
enfraquecendo o estado e permitindo que os venezianos, liderados por Pedro II Orseolo, e os búlgaros,
comandados pelo imperador Samuel, tomassem as terras croatas ao longo da costa do Adriático. Em
1000, Orseolo liderou a frota veneziana até a região e gradualmente foi conquistando-a toda,[9]
primeiro as ilhas do golfo de Kvarner e Zadar, depois Trogir e Split, seguido de uma vitoriosa batalha
naval contra os narentinos, depois da qual ele também assumiu o controle de Korčula e Lastovo, e
reivindicou para si o título de dux Dalmatiæ. Cresimiro III tentou recuperar as cidades dálmatas e
conseguiu alguns sucessos até 1018, quando foi derrotado por Veneza e seus aliados lombardos. Seu
filho, Estêvão I (Stjepan; (r. 1030–1058), conseguiu apenas que o duque dos narentinos se tornasse seu
vassalo em 1050.
♦ População da Croácia
A ocupação da área que pertence hoje ao território croata é muito antiga, exercendo desde o início de
seu povoamento o papel de conexão entre duas regiões distintas do 1 continente europeu, isto é,
meridional e central. A Croácia passou por uma série de domínios estrangeiros, fato que se deveu
sobretudo à sua posição estratégica. O mais duradouro deles foi o domínio húngaro, que se estabeleceu
naquela região no ano de 1091 e antecedeu o Império Austro-Húngaro até o início da Primeira Guerra
Mundial no ano de 1918. Nesse período, a Croácia passou a fazer parte do Reino dos Sérvios, Croatas
e Eslovênios, que se unificou dando origem à Iugoslávia e que se tornou, ao final da Segunda Guerra
Mundial, uma república de regime socialista. O desmembramento do território iugoslavo decorreu da
morte do seu então líder, Josip Broz Tito, e com o eventual fim do regime comunista no leste da
Europa em 1989. A independência da Croácia foi declarada dois anos mais tarde, em 1991, o que foi
seguido de um período de intensos conflitos contra o movimento separatista em curso, uma vez que
outras nações também declararam a sua independência da Iugoslávia. A Croácia é atualmente uma das
principais nações da região leste da Europa, contando com uma economia desenvolvida e uma
população que chega a quatro milhões de habitantes. O país é habitado por cerca de 4,4 milhões de
pessoas, sendo a densidade demográfica de 78 habitantes por quilômetro quadrado. Aproximadamente
57% da população reside em áreas urbanas. Zagreb, capital nacional, é a cidade mais populosa: 690
mil habitantes. A economia é impulsionada pela concentração de indústrias têxteis, químicas e
mecânicas na cidade de Zagreb. Outros destaques são as siderurgias e petroquímicas que se
desenvolvem na região.

- DATAS HISTÓRICAS
♦ Chegada dos croatas
Nenhuma fonte literária sobre a migração sobreviveu, especialmente uma que trate dos eventos de
forma abrangente e também da região especificamente. Por conta disso, os historiadores contam
apenas com registros escritos séculos depois dos eventos e que podem ter se baseado em tradições
orais. Os croatas eram uma tribo eslava que migraram para os Balcãs vindo de uma região na Polônia e
proximidades ou da Ucrânia ocidental. A maior parte dos estudiosos modernos acredita que os
primeiros croatas, assim como outros povos eslavos mais antigos, eram populações agrícolas
governadas por alanos, um povo nômade de língua iraniana. Não se sabe se eles contribuíram muito
mais além de uma casta governante e uma classe guerreira; as evidências sobre isso são
majoritariamente filológicas e etimológicas.
♦ Cristianização
O mais antigo registro de contato entre o papa e os croatas data de meados do século VII, uma entrada
no Liber Pontificalis. O papa João IV (João, o Dálmata; (r. 640–642) enviou um abade chamado
Martinho para a Dalmácia e a Ístria para pagar o resgate de alguns prisioneiros que levavam os restos
de antigos mártires cristãos. O relato afirma que este abade viajou pela Dalmácia com a ajuda dos
líderes croatas e estabeleceu as fundações para as futuras relações entre o papa e os croatas. A
cristianização dos croatas começou depois logo depois da migração, provavelmente ainda no século
VII, e foi muito influenciada pela proximidade das antigas cidades bizantinas na Dalmácia. O processo
já estava completo no Norte no início do século IX. Estes primeiros anos também são disputados nas
fontes históricas: os textos bizantinos falam de um duque Porin, que começou o processo a pedido de
Heráclio, e depois de um príncipe Porga, que teria cristianizado a maior parte da população depois de
ser influenciado por missionários de Roma. Por outro lado, a tradição nacional croata relembra a
cristianização durante o reinado do príncipe dálmata Borna.
♦ Ascensão dos croatas
As terras croatas durante a Idade Média estavam localizadas entre três grandes estados: o Império
Bizantino, que queria o controle das cidades-estados e ilhas dálmatas; os francos, que queriam o
controle dos territórios ao norte e noroeste; e, finalmente, o Grão-Canato Avar, dominado depois pelos
magiares, e outros estados de curta duração no nordeste. Um quarto grupo importante, não tão
poderoso em relação às suas relações com a Croácia, eram os eslavos no sudeste: os sérvios e os
búlgaros. O norte foi subjugado pelo Império Carolíngio depois que, em 796, um príncipe da Croácia
Panônia, Voinomir, trocou sua aliança com os avaros por uma com os francos. Eles consolidaram seu
domínio sobre as regiões entre os rios Sava, Drava e Danúbio, governado pelo marquês de Friul. O
Patriarcado de Aquileia recebeu então permissão para cristianizar os demais eslavos da região. Carlos
Magno invadiu a porção croata da Dalmácia em 799, contestando a suserania bizantina e, depois de
uma longa guerra, conquistou a região em 803. O príncipe que liderava os croatas no sul na época era
Višeslav. A invasão das cidades dálmatas por Carlos Magno provocou uma guerra de curta duração
contra o Império Bizantino. Logo uma paz foi firmada e os bizantinos receberam de volta suas
cidades-estados e as ilhas, enquanto que Carlos Magno incorporou a Ístria e o interior da Dalmácia aos
seus domínios. Depois da morte do imperador em 814, a influência franca na região diminuiu e Luís da
Posávia iniciou uma revolta na Panônia em 819. Os marqueses francos enviaram exércitos em 820,
821 e 822, mas não conseguiram esmagar a revolta até que, finalmente, as forças de Luís da Posávia
recuaram para a Bósnia. A maior parte da Croácia Panônia permaneceria sob a suserania franca até o
final do século IX. As regiões que hoje forma a Eslavônia oriental e Sírmia (Srijem) foram
conquistadas pelo Império Búlgaro em 827 depois de uma disputa fronteiriça com os francos. Pelos
termos de um tratado de paz de 845, os francos receberam a Eslavônia e os búlgaros mantiveram
Sírmia como vassala. Neste ínterim, os croatas da Dalmácia tornaram-se súditos do Reino Itálico
governado por Lotário I desde 828. O príncipe (knyaz) Mislav da Croácia (r. 835–845) construiu uma
formidável marinha e, em 839, assinou um tratado de paz com Pietro Tradonico, o doge de Veneza,
que logo partiu para o ataque aos piratas narentinos, sem sucesso. O knyaz Bóris I da Bulgária também
travou uma longa guerra contra os croatas dálmatas tentando expandir seus domínios até o mar
Adriático.

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