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O choro foi criado a partir da mistura de elementos das danças de salão europeias e da música
popular portuguesa e mais influências da música africana. Ele surgiu no Rio de Janeiro, por volta do
final do século XIX.
Há várias explicações para a origem do termo choro. Luís da Câmara Cascudo, por exemplo,
atribuiu o nome ao xolo, um tipo de baile que reunia os escravos das fazendas. Já Ary Vasconcelos
sugere que o termo liga-se à corporação musical dos choromeleiros, muito atuantes no período colonial.
Diz-se que o “pai do choro” foi Joaquim Callado Jr., um exímio flautista mulato que organizou,
na década de 1870, um grupo de músicos com o nome de “Choro do Callado”. A partir de 1880, o
choro popularizou-se nos salões de dança e no subúrbio carioca. Ernesto Nazareth e Chiquinha
Gonzaga foram os primeiros compositores que deram características próprias, e o firmaram como
gênero musical. No início do século XX deixou de ser apenas instrumental e passou a ser cantado
também, além de ganhar um ritmo mais rápido, agitado e alegre.
Na década de 30, com o apoio do rádio, Pixinguinha, foi o principal nome do período, autor de
vários choros e um dos maiores compositores da música popular brasileira. Ele foi tão importante para
o gênero que o Dia Nacional do Choro foi estabelecido, em sua homenagem, no dia 23 de abril,
aniversário do compositor. Nos anos de 1950, o Choro perdeu seu espaço para a Bossa Nova, mas se
manteve presente na produção de vários músicos da MPB. Em 1970, foram criados os Clubes do
Choro, revelando novos conjuntos de todo o país.
Suas principais características são a forma rondó, presença de compasso binário e um fraseado
peculiar. O choro “clássico” possui 3 partes, organizada em forma de rondó, geralmente seguindo o
padrão de repetições AABACCA. Isso não significa no entanto que todo e qualquer chorinho seja
assim. Há muitas variações, inclusive chorinhos com letra e chorinhos-canção. O exemplo de “Odeon”
é uma prova de que um chorinho instrumental pode perfeitamente ser cantado.
Eles utilizavam, entre outros instrumentos, violão, flauta, cavaquinho, para dar à música um
aspecto sentimental, melancólico e "choroso".
Os conjuntos regionais são compostos por instrumentos musicais de sopro, cordas e percussão.
Geralmente um ou mais instrumentos de solo, como flauta, bandolim, cavaquinho ou ainda clarinete e
saxofone, executam a melodia, enquanto o cavaquinho faz o papel de centralizador de ritmo e um ou
mais violões e violão de 7 cordas improvisam modulações como acompanhamentos, harmonizando e
formando a base do conjunto com a chamada “baixaria” de sons graves. Além desses, há os
instrumentos de percussão como o pandeiro. O piano e o trombone eventualmente fazem parte dos
regionais. Os chorões são versáteis e revezam-se no solo com facilidade.
São inúmeros os compositores e intérpretes do choro. Alguns entretanto merecem destaque. Os chorões
do passado que estão presentes em nossa memória, por nos legarem uma obra maravilhosa são:
Joaquim Callado
Chiquinha Gonzaga
Ernesto Nazareth
Pixinguinha
Waldir Azevedo
Jacob do Bandolim