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CHORO

O choro, popularmente chamado de chorinho, é um gênero de música


popular e instrumental brasileira, que surgiu no Rio de Janeiro em meados do século XIX
O choro pode ser considerado como a primeira música urbana tipicamente brasileira
José Ramos Tinhorão, a expressão choro pode derivar da maneira chorosa, melancólica,
tristonha de se tocar as músicas estrangeiras (polca, mazurca, valsa, schottich) no final
do século XIX e os que a apreciavam passaram a chamá-la de música de fazer chorar.

1ª geração do choro (FINAL DO SÉCULO XIX 1870 e Início do Século XX)

Joaquim Callado, Anacleto de Medeiros, Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e


Pixinguinha. Essa geração é assim chamada devido a suas contribuições rítmicas e pela forma
como foram estabelecendo a estrutura da música brasileira.
PIXINGUINHA Foi o responsável por estabelecer o choro como uma linguagem “fixa”, com
3 partes, 16 compassos em cada parte, estrutura de A, A, B, B, A, C, C, A

2ª geração do choro (Meados do Século XX - 1920)

Jacob do Bandolim, Altamiro Carrilho, Waldir Azevedo, Raphael Rabello, Avendano Júnior,
Garoto, Plauto Cruz, Sivuca, Dino 7 cordas, Ademilde Fonseca, Radamés Gnattali, João
Pernambuco, Altamiro Carrilho, Conjunto Época de Ouro, Pixinguinha e Benedito Lacerda,
Zequinha de Abreu, Donga, João Pernambuco...

3ª geração do choro (Final do Século XX -1970 até o presente momento)

Hamilton de Holanda, Luciana Rabello, Maurício Carrilho, Cristóvão Bastos, Hermínio Belo
de Carvalho, Turíbio Santos, Silvério Pontes, Daniela Spielmann, Franklin da Flauta, Sergio de
Morais, Andrea Ernest Dias, Odette Ernest Dias, Dudu Oliveira, Rogério Caetano, Yamandu
Costa, Bebe Kramer, Alexandre Romanezze, Sheyla Zaguryu, Nilze Carvalho, Tiaguinho do
Bandolim, Zé da Velha...

ESTRUTURA DO CHORO

Rítmica
O choro não se caracteriza por um ritmo específico, mas pela maneira de se tocar solta e
sincopada, repleta de ornamentos e improvisações. Assim, é muito vasta a gama de ritmos
nos quais se baseiam os compositores de choro. Dentre os principais ritmos utilizados, pode-se
citar o maxixe, o samba, a polca e a valsa, dando origem, assim, ao ‘’samba-choro’’, à
‘’polca-choro’’ e à ‘’valsa-choro’’ (com relação ao maxixe, não é utilizada a expressão

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“maxixe-choro”, mas apenas ‘’maxixe’’). Além disso, há choros de andamento rápido e
choros mais lentos (apelidados "varandões").

Forma
O choro tradicional é caracterizado por três partes. É comum que cada parte esteja em
uma tonalidade, geralmente com modulações para tons vizinhos como o relativo ou o
quarto grau.
A partir de meados do século XX tornou-se muito popular o choro com apenas duas
partes. Grande parte dos choros de Jacob Bittencourt apresentam apenas duas partes. Um
grande defensor do choro em duas partes foi o compositor K-Ximbinho.
Em geral, cada parte tem 16 ou, mais recentemente, 32 compassos (sobretudo nos choros
com apenas duas partes), subdivididas em frases de compassos.
FORMA RONDÓ (AA BB A CC A)

Letra
Uma das principais discussões sobre o Choro é se deve ou não ter letra. Essa polêmica
sempre foi discutida entre os chorões, que têm opiniões diversas. Originalmente, o gênero é
puramente instrumental, mas, principalmente a partir dos anos 1930 com a influência
do rádio, começou-se a colocar letras em choros.

LINGUAGEM DA FLAUTA NO CHORO


A formações pioneiras adotavam como terno de instrumentos a flauta, o violão e
o cavaquinho. A flauta como "solista", o violão na "baixaria" e o cavaquinho como "centro".
CONJUNTO DE PAU E CORDA

INTERPRETAÇÃO

A performance no Choro está ligada a uma avaliação do desempenho do músico na roda:


virtuosismo e expressividade

É comum que os músicos toquem as composições sem a utilização de partitura, decorando a


melodia e harmonia.

ELEMENTOS INTERPRETATIVOS

Caráter (valsa, maxixe, choro seresta, chorinho -rápido...)


Linguagem (forma de tocar característica ao choro)
Variação Rítmica
Padrões de articulação
Timbre
Dinâmica
Improvisação com ornamentos livres
2
ORNAMENTAÇÃO
Mordentes
Notas de Passagem
Trinados
Appogiaturas
Grupetos
Frullato
Glissando superiores e inferiores

VARIAÇÃO RÍTIMICA

Antecipação e retardo envolvendo a transformação da célula rítmica

VOU VIVENDO (PIXINGUINHA E BENEDITO LACERDA) – 1946

A versão inicial desta música chama-se “Meu Coração Não te Quer”, nome com o qual foi
editado pela EMBI em 1941, com letra de Edgard de Almeida
Existe no Acervo Pixinguinha no IMS (Instituto Moreira Sales) um arranjo do compositor
para esta versão cantada com o título “Vou vivendo como posso”
A versão como conhecemos foi editada pela Irmãos Vitale com coautoria de Benedito
Lacerda por razões extramusicais. Na época Pixinguinha estava passando por uma situação
financeira difícil e Benedito Lacerda propõe que os dois fizessem um duo. O acordo prevê que
todas as músicas gravadas com ele teriam a autoria dos dois. Dessa forma Benedito consegue
um adiantamento na RCA – Victor para que Pixinguinha pagasse suas dívidas

Há duas versões cantadas


1) A primeira com a letra de Benedito Lacerda e gravada pelo cantor Abílio Lessa (1947)
2) Letra de Hermínio Bello de Carvalho, gravada por Sergio Ricardo e Cristina Buarque
(1997)

APRECIAÇÃO MUSICAL

1 - Vou Vivendo – faixa 8 - coletânea


Formatos: LP (1966) / CD (2004)
Lançamento: 1966
Flauta: Benedito Lacerda / Sax: Pixinguinha

2 - Vou vivendo – Coletânea: Altamiro Carrilho Gold (2002)


Formado:  CD (2002)
3
Flauta: Altamiro Carvalho

3 Sempre Pixinguinha – 100 anos (1997)


Intérpretes
Joel Nascimento - bandolim
Odette Ernest Dias - flauta
Paulo Sérgio Santos - clarinete
Henrique Cazes – Cavaquinho
Luiz Otávio Braga – 7 cordas
Beto Cazes - Pandeiro

4 - Bando Macambira (2007)

João do Bandolim: bandolim e violão de 6 cordas


Sr. Luiz: violão 7 cordas
Toninho Gallani cavaquinho
Marcelo Gallani pandeiro
Daniel Allain flauta
Gerson Araújo: flauta
Assis: ritmista

LETRA DE VOU VIVENDO – youtube


LP AGÔ PIXINGUINHA 100 ANOS - 1997
(LETRA: HERMÍNIO BELLO DE CARVALHO
/ INTÉPRETES: CRISTINA BUEARQUE E SÉRGIO RICARDO) –

Meu coração foi de bar em bar E pelos bares por onde andei
Se perdeu nunca mais se achou Quantos copos eu já quebrei
Foi vivendo assim Ao brindar muita paz e a Deus rogar aos
Sem ter ninguém para dizer um boa noite amigos saúde

E a penúltima nem tomou


Nem deu conta quando um garçom Quando se foram sem um adeus
O cobriu com uma noite de estrelas para Se grudando nos versos meus
ele dormir Como cacos de vidros espalhados
No meu coração

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