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Sumário
NOSSA HISTÓRIA .............................................................................................................. 3
3. GÊNEROS MUSICAIS................................................................................................... 13
7. REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 29
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NOSSA HISTÓRIA
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Segundo Ian Guest (1996, pág. 121), deve-se pensar primeiramente para qual
finalidade será destinada o arranjo, qual é o propósito: se é ao solista ou a uma orquestra,
uma apresentação ao vivo: um concerto, show, festival, concurso, trilha sonora, ou se é
para gravação: disco ou fita comercial, anúncio para televisão, radio ou se é somente para
o aprendizado: exercícios, verificação de técnica, por exemplo. Para obter êxito, o arranjo
deve ser direcionado ao nível de execução dos músicos que o irão tocar. É preciso pensar
nos recursos disponíveis, nas características gerais. E condições acústicas, da
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Exemplo 1
Vamos supor que temos uma melodia e gostaríamos de fazer um arranjo no estilo
balada. Alguns pontos já podem ser definidos baseados nas características gerais do
estilo balada e das escolhas feitas para o arranjo, como:
- andamento: lento
* Atenção! A "harmonia não complexa" foi uma escolha para o exemplo, ou seja,
não é porque se trata do estilo balada que a harmonia é simples. Apenas por ter menos
mudanças de acorde, a escolha resultou em uma harmonização mais enxuta.
Exempo 2
- andamento: moderado
- destacar acentuações
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1.1 Estrutura
Suponhamos que a melodia base tenha 3 partes diferentes e que seja de uma
canção, assim: estrofe - refrão - estrofe mais curta. Pensando no arranjo, nomeamos as
partes em A (=estrofe), B (=refrão) e C (=estrofe mais curta) e definimos como seguirão
na estrutura: repetir A,B, sem variações e depois só o B, por ser o refrão; deixar a parte C
apenas uma vez, colocar uma introdução e uma finalização. Pronto! Temos a seguinte
estrutura do Exemplo 1 (estilo balada):
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Introdução
A-B
A-B
C-B
Finalização
Exemplo 2
Vamos supor que o standard de jazz tenha 2 partes (A e B). Podemos acrescentar:
uma introdução, uma parte para improviso (baseado na mesma harmonia da parte A),
uma variação da parte B e uma finalização mais longa. Assim, teremos:
Introdução
A-B
improviso (sobre A)
A-B́
Finalização alongada
Ainda não há muitos detalhes sobre como serão as variações, por exemplo. Mas se você,
em seu arranjo, já tiver uma ideia específica e clara das variações, ótimo!
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É necessário definir quem vai fazer o quê dentro do arranjo. Em primeiro lugar
estabelecer a linha de baixo e bateria (baseando-se num grupo musical convencional),
pois pertencem à seção rítmica (outros instrumentos podem contribuir à seção rítmica
como guitarra, percussão, etc). A linha de baixo é importante pois faz a conexão entre as
seções rítmicas e harmônicas.
A seguir, definir a seção harmônica que pode ser formada por instrumentos
harmônicos ou por um grupo de instrumentos melódicos (ex: quarteto de cordas, naipes
de metais ou vocal). Pode-se ter outros instrumentos responsáveis pelos efeitos, que
podem gerar um clima específico ou “colorir” o arranjo. Instrumentos que cumprem bem
este papel é a guitarra e o teclado, pois eles têm a capacidade de variar os efeitos.
Pode ser que, pelas mudanças do ritmo, você tenha que ajustar também as vozes
dos acordes, isto é, abrir os acordes, inverter, omitir notas.
Enfim, analise, toque e faça as alterações para que possa combinar harmonia e
melodia, mantendo as características do estilo e do que deseja destacar em seu arranjo.
1.3 Clareza
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contidas na canção devem ser “digeridas” pelo ouvinte. Portanto, utilizar-se de vários tipos
de idéias e instrumentação pode “poluir” e deixar a música cansativa, e o objetivo de
termos toda a congregação cantando com entusiamo se perde.
2. MORFOLOGIA
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3. GÊNEROS MUSICAIS
3.1 Blues
O Blues, por ser um gênero da música popular norte americana que influenciou
inúmeros outros estilos musicais, também cristalizou-se em uma forma musical com
características peculiares – a forma Blues.
A forma Blues é formada por 12 compassos divididos em 3 frases (3 partes) de
quatro compassos cada. Cada frase se inicia em função tonal diferente: 1ª frase na tônica;
2ª frase na Subdominante e 3ª frase na Dominante.
O Blues, tanto em relação ao seu estilo musical, com características muito
particulares, assim como sua estrutura formal, influenciou vários outros gêneros de
música popular em diversos países.
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Cada uma das partes pode ser repetida. Isso varia de acordo com cada
composição e, também em alguns casos, em diferentes interpretações.
Segundo Moura, “na forma tradicional do Choro, que começa no final do século
XIX e vem a se consolidar com Pixinguinha, pode-se observar em praticamente qualquer
composição do gênero, a incidência de três partes, que obedecem a seguinte distribuição
AA-BB-A-CC-A.” Outros exemplos de músicas com esta forma são as famosas “Pour
Elise” de Beethoven e a “Gavotte au Rondeau” da Suíte para Alaúde de J. S. Bach (BWV
1006a)
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a, e depois a seção a', deve ser levado em consideração. O Exemplo 113, de Bach, é
uma ilustração do minueto simples e corresponde exatamente ao modelo-padrão. Muitos
minuetos da literatura divergem do modelo-padrão, através de desvios estruturais
ocorrendo nas três partes: duração desigual das frases, repetições seqüenciais ou outras
repetições internas, extensões (freqüentemente provocadas por cadências de engano), ou
codetas somadas à seção a ou sua recapitulação. Mozart e Haydn, especialmente,
inserem episódios ou, até mesmo, idéias paralelas (às vezes rudimentares, mas,
ocasionalmente, totalmente independentes ou solidamente estabelecidas). Raramente a
recapitulação é encurtada ou revela mudanças mais profundas no perfil melódico. Ela é
comumente ligada à seção b através de um acorde "anacrúzico" (dominante, dominante
artificial etc.), freqüentem ente reforçado por uma maior duração, em geral sobre um
pedal. Às vezes, é aderido um conectivo qualquer.
4. LABORATÓRIO DE ARRANJO
4.1 Roteiro
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Vamos imaginar que a instrumentação utilizada para a criação deste roteiro seja
composta de: 2 violões; uma flauta e um pandeiro.
Assim, poderíamos estruturar o roteiro da seguinte maneira:
A – 8 compassos – melodia na flauta e acompanhamento de violões
A – 8 compassos – melodia na flauta e acompanhamento de violões + pandeiro
B – 8 compassos – melodia em 1 violão e acompanhamento de violão e pandeiro
A – 8 compassos – melodia na flauta e acompanhamento de violões + pandeiro
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Para citar algumas variações: na melodia base, você pode acrescentar notas de
passagem, pausas, ornamentos, transpor, etc; no acompanhamento, pode mudar a
duração das figuras, a oitava, fazer paradas, etc; a harmonia pode ser trocada,
incrementada ou simplificada. Assim, existem várias possibilidades para diferenciar os
trechos da música. Concentre-se nas partes principais, deixe o início e o fim para depois.
Teste, toque e explore a sonoridade dessas possibilidades e abuse da sua criatividade!
Exemplo 1
A: arpejos
A-B
C : acordes em blocos,
pausa no final
Finalização
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5. ESTRURA DO ARRANJO
A introdução de uma música pode ser criada de diversas maneiras, podendo ser
improvisada ou não, indica o inicio da composição. Qualquer elemento do interior de uma
composição pode ser usado com introdução: Riff, Refrão etc. Ex.: Em Walk Is Way
(Aerosmith) O riff de guitarra é usado como Intro; emRolling In The Deep (Adele) a estrofe
introduz a canção; em All My Loving(Beatles) o refrão introduz a canção; O trecho
instrumental da Introdução deDance The Night Away (Van Halen) não repente na música.
A estrofe é onde temos a melodia do vocal principal com os trechos iniciais da letra
da canção. Ela é repetida dentro da canção. Em cada apresentação se repete a mesma
melodia da forma mais exata possível para facilitar sua apreensão. A estrofe é repetida no
mínimo duas vezes, com ou sem o mesmo texto. Também podemos ter duas estrofes
com melodias diferentes numa mesma canção, mas isso é um caso de exceção.
O Solo podemos dizer que é a versão instrumental (ou às vezes vocal) do refrão.
Contudo é comum haver composições sem solos. O solo pode ser executado por
qualquer instrumento ou voz. Alguns solos são tão ou mais famosos que os refrãos das
composições que participam. Ex.: Solo instrumental: solo de guitarra de Stairway To
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Heaven (Led Zeppelin); solo de violino de Dust In The Wind (Kansas). Solo vocal: vocalize
de The Great Gig In The Sky (Pink Floyd).
Além desses tópicos estruturais temos ainda o refrão, que é o trecho onde a
composição popular alcança seu auge. Ela traz em seu texto a frase ou sentença
(normalmente que dá titulo a composição), como um elemento afirmação do tema tratado
na letra. Sua melodia na maioria dos casos é diferente daquela que encontramos na
estrofe e na ponte. Esta melodia se caracteriza por ser mais marcante, e em muitos
casos, ela é reforçada por elementos vocais (backing vocais) da instrumentação (como
riff). Além de ser de longe o elemento mais repetido da forma numa composição. Por este
motivo é sempre o trecho mais lembrado de uma canção.
• Melodia - A melodia (do Grego μελῳδία - melōidía, "canção, canto, coral") é uma
sucessão coerente de sons e silêncios dentro de uma sequência linear com identidade
própria. No caso da musica popular o termo “melodia” sempre é usado para assinalar a
voz principal. O desenho da melodia da voz principal dá sentido de início e fim a um
trecho ou a uma composição. Ex.: Parabéns para você (domínio público); Mercedes Benz
(Janis Joplin). Na criação da melodia de uma introdução, o arranjador pode criar uma
melodia nova ou aproveitar algum trecho da melodia principal da composição e utilizá-la
como material musical da introdução. Nesse caso, ela pode sofrer algumas adaptações
para se adequar a esse outro contexto.
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instrumentos pode marcar um novo evento dentro da forma musical. Ex.: O riff inicial da
canção Holiday(Green Day) que depois no final da canção é tocado pelo baixo. O riff de
guitarra com efeitos sintetizados que introduz o refrão de Sixteen Saltines (Jack White).
Embora não haja nenhuma regra que limite o tipo de material utilizado, assim como a
maneira como os elementos da introdução estarão organizados, é importante que o
arranjador busque sempre a coerência e o equilíbrio, pensando no arranjo de maneira
global.
5.2 Coda
Coda é um termo italiano que significa cauda. É a seção com que se termina uma
música, mais popularmente conhecida como, simplesmente, final.
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Pelo fato de muitos movimentos não possuírem cada, é evidente que ela deve ser
considerada uma adição extrínseca. É injustificável afirmar que ela auxilia na fixação da
tonalidade, pois dificilmente serviria de compensação aos insucessos de seu
estabelecimento nas seções anteriores. De fato, seria dificultoso dar outra razão para a
adição da coda, senão aquela de que o compositor quer dizer algo a mais do que já foi
dito.
Além da introdução, um bom arranjo traz uma boa finalização para a música. Para
que a música não termine de maneira súbita (a não ser que essa seja justamente a
intenção), simplesmente porque os músicos pararam de tocar, a elaboração de um bom
final é fundamental para dar um desfecho e aprimorar a elaboração do arranjo. Além
disso, um bom final conduz o ouvinte a perceber que a música está chegando ao final.
Dessa forma, o arranjador capta a atenção do ouvinte podendo então, surpreende-lo com
uma finalização criativa e inesperada.
Assim como as introduções, existem diversas maneiras diferentes de se criar um
Coda. Nas grandes formas, mesmo um considerável núme~o de codetas podem não ser
suficientes para equilibrar todo o movimento harmônico precedente. Apesar de este não
ser o caso do sclJerzo, ainda assim se encontram pequenas seções de cada nos
exemplos clássicos: elas consistem de um certo número de codetas, ou de segmentos
com caráter de codeta, ocasionalmente modulatórias, mas sempre retornando à tônica.
Em geral, os últimos segmentos são progressivamente encurtados, sob a fórmã-de
liqüidação, e por vezes,transformadosem resíduosmínimos.
5.3 Vamp
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5.4 Fade-out
O fade-out é a diminuição gradual do volume do som até o silêncio. É um recurso
que é utilizado geralmente em conjunto com as outras opções mostradas acima.
5.5 Turnaround
5.6 Convenções
As convenções são ideias musicais tocadas por todo o grupo em um determinado
trecho pré-selecionado da música. Recebe esse nome pois trata-se realmente de um
acordo entre os músicos que convencionam tocar uma determinada passagem da música
(breque, riff, fragmento melódico) de uma maneira específica. Geralmente assume um
caráter mais rítmico.
5.7 Improvisação
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5.8 Interlúdio
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6. ARRANJO E COMBO
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7. REFERÊNCIAS
BENNETT, Roy. Forma e Estrutura na Música. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 1986.
BENNETT, Roy. Como Ler uma partitura. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990.
BENNETT, Roy. Elementos básicos da música. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
WISNIK, José Miguel. O Som e o Sentido. São Paulo: Cia da Letras, 1999.
GUEST, Ian. Arranjo - Método prático. (3 volumes), 1996. Rio de Janeiro, Ed.
Lumiar. ISBN 85-85426-31-4.
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