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Curso Online:

Locução e Sonoplastia
Harmonia vocal....................................................................................................2

Postura de palco..................................................................................................4

Técnica de microfone e equalização...................................................................5

Musicalização......................................................................................................7

Ajustes Vocais: Falsete, Whisper Voice, Gregorian Voice, Belting,


Clamp/Curbing e Voz Mista (Speech Level Singing).........................................13

Acabamentos: Vibrato, Melisma, Yodel, Appoggiatura, Floreio.........................18

Escalas: Maiores, Menores, Hamônica, Pentatônica e Blues...........................25

Referências bibliográficas..................................................................................30

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HARMONIA VOCAL

Em música, a Harmonia é o campo que estuda as relações de encadeamento


dos sons simultâneos (acordes). Tradicionalmente, obedece a uma série de
normas que se originam nos processos composicionais efetivamente
praticados pelos compositores da tradição europeia, entre o período do fim
da Renascença ao fim do século XIX.

Quando falamos em harmonia, vinculando-a ao sistema tonal, não significa que


não haja harmonia nas formas modais e pós-tonais — mesmo porque nessas
formas musicais existem acordes, e eles se organizam com base em estruturas
e relações específicas — mas, apenas que o que é descrito como harmonia,
dentro da teoria musical tradicional — e que compreende as noções de
acordes como sobreposição de intervalos de terça, de campo harmônico e de
funções harmônicas — faz parte apenas do sistema tonal e das práticas
composicionais através das quais esse sistema se desenvolveu entre os
séculos XVI e XIX.

Extensões vocais como as abaixo anotadas são consideradas vozes


excepcionais bem acima da voz não educada (i.e treinada) e refletem os limites
máximos possíveis somente de tal voz. Este quadro também não mostra a
possibilidade do uso de falsetto que iria estender a capacidade da altura da
voz.

As vozes adultas masculinas estão assim divididas de acordo com a tessitura


das cordas vocais – do mais grave para o mais agudo:

Baixos: do Fa1 ao Fa3 (sendo, 1 e 3, os números referentes


às oitavas musicais do piano)---o C3 é o dó central, assim o F3 é o fá acima
deste dó central.

Barítonos: do La1 ao La3.

Tenores: do Do2 ao Do4.

Por sua vez, as vozes adultas femininas se dividem em:

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Contraltos: do Fa2 ao Fa4.

Mezzo (ou mezzo-soprano): do La2 ao La4.

Sopranos: do Do3 ao Do5.

Um arranjo para coro tem a característica fundamental de um Arranjo Musical,


e o Piano serve como o instrumento chave para o acompanhamento, quando
necessário, aonde as quatro vozes do coro são representadas igualmente na
partitura deste instrumento musical.

As canções populares e folclóricas se adaptam muito bem ao canto coral e


seus arranjadores, não raro, têm o status de coautores da canção.

O estilo "a cappella": no estilo "A cappella" (em italiano), um grupo canta sem
acompanhamento de instrumentos. Cada naipe executa uma parcela
da harmonia da canção: um deles pode ser responsável pela melodia de
cada frase musical enquanto os outros fazem o acompanhamento; ou a linha
melódica se desenvolve no próprio arranjo harmônico das quatro vozes que se
intercalam ou revezam a parte da linha melódica.

O estilo antifonal: tradicionalmente, o estilo antifonal é em geral cantado


durante uma missa quando dois coros cantam versos com um refrão,
alternadamente, durante a leitura dos Salmos.

O estilo responsorial: no estilo responsorial erudito e tradicional, que surge


na música medieval, os solistas cantam os versos e o coro canta o refrão.
Comum também noutros períodos, em cantatas e noutros estilos da música
barroca, principalmente quando no uso de dois corais, e também em oratórios,
e mais tarde nas óperas e até outros estilos na música popular quando há um
coro, assim como em outros gêneros de obras para coro. Ainda é comum se
referir ao estilo responsorial através das perguntas e respostas entre o cantor
solista e o grupo coral, em que, a cada frase da melodia, eles intercalam o
texto.

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POSTURA DE PALCO

É ter o mínimo de comprometimento em comunicar sua mensagem.

Ao invés de começar um setlist disparando uma sequência de músicas de


forma ininterrupta, intercale momentos de diálogo, faça perguntas rápidas logo
no início da apresentação para saber a ―vibe‖ dessa galera.

Os grandes artistas sabem o que suas plateias querem, e eles estão bem
preparados para dar isso a elas.

Não se pode falar em uma técnica vocal para o canto coral. Como a maioria
dos coros apresenta repertórios ecléticos (eruditos, folclóricos e populares), os
especialistas apontam para a aplicação de técnicas variadas e apropriadas ao
repertório que o coro executa. Referem-se à técnica vocal como o modo, a
maneira de cantar.

Basicamente, a técnica respiratória para o canto se sustenta no apoio


diafragmático para a emissão da voz e na respiração diafragmática-intercostal,
muito embora no Oriente se apresentem técnicas respiratórias bastante
diversas e de igual eficácia. Além das técnicas relativas
à respiração, emissão, projeção, articulação e dicção, o canto coral também se
utiliza de técnicas de relaxamento físico e psíquico.

Faça um aquecimento vocal bem gradativo e leve, ou seja, vá caminhando


lentamente com os exercícios da região médio grave da voz para a aguda sem
saltos muito grandes de notas, fazendo bastante alongamento da musculatura
com emissões em glissandos leves e sem soprosidade. Use exercícios menos
intensos como os com fonemas ―Z‖, ―J‖, ―V‖ ou ―M‖ e ―N‖. Evite fazer vibração
de língua ou lábios com a garganta inflamada, eles são muito intensos e não
são recomendados nestes casos.

Alongue todo o corpo, sobretudo a região do pescoço. Tendemos a tensionar


ainda mais esta região quando ficamos nervosos ou disfônicos.

Concentre-se e respire fundo, controle seus pensamentos, foque no positivo.


Ter pensamentos negativos nestas horas só pioram a situação. Respire muito e
procure ter o comando das emoções.

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TÉCNICA DE MICROFONE E EQUALIZAÇÃO

Disposição de palco = Se os amplificadores, instrumentos acústicos e


microfones não estiverem colocados no lugar certo, pode acabar com um
retorno ruidoso ou descompassos de nível (volume) no palco.

Técnicas de microfone = Microfones vocais como o Shure SM58 geralmente


têm um som melhor quando o cantor está a uns 5 cm de distância. Se o cantor
está na distância errada do microfone, é o som que vai sofrer. Mas, se estiver
cantando a 30 cm do microfone, vai ser impossível para o profissional do som
aumentar seu volume a um nível audível.

Níveis, Equalização e Efeitos. Há muitos efeitos que você pode colocar no seu
som, mas só de usar o nível de som (volume) certo e equalizar bem você já vai
ter alcançado muito. Com a equalização certa todos os instrumentos de uma
banda vão se encaixar bem, sem uma equalização você vai acabar numa
guerra de volume.

Os equipamentos da casa de show—os alto-falantes, cabos etc.—estão fora do


seu controle. Geralmente você aparece num show e tem de lidar com a
realidade.

O equalizador altera parâmetros que por sua vez alteram a curva de resposta
em frequência em kHz (quilohertz) do sinal de áudio. Quanto menor a
frequência em Hertz mais grave será som e, quanto maior a frequência
mais agudo. Um equalizador possui diversas faixas de equalização, isto é,
controles de intensidade (amplitude) do sinal para as diversas frequências que
o aparelho comportar. No caso do equalizador gráfico ele pode ser de 3 / 6 / 8 /
10 / 15 / 20 / 31 Faixas de frequências. É um item muito importante
dos aparelhos de som, pois sem ele, não se pode corrigir as falhas de
frequência que possam acontecer no som, já que, dependendo do ambiente o
áudio sofre alterações em relação a equalização natural de cada sala.

No estúdio de gravação deve ser colocado em um ponto em que possa ser


gravado pois em um ponto que serve só como monitoração pode "enganar" o
técnico de som. A grande utilidade do equalizador é que a mesa de som é
deficiente em agudos (não atinge o nível ideal de agudos) e o microfone e os
instrumentos musicais exigem mais para chegar ao padrão universal de
agudos.

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O equalizador deve ser aplicado na gravação e não em pós-edição. Para
gravar deve ser ajustado o mais próximo possível do ideal, para se tentar evitar
de ter-se que equalizar em pós-edição por preguiça de regravar.

Em pós-edição o equalizador tira peso (potência dos agudos) mas na gravação


mantém o peso. Muitos erram e gravam plano e depois equalizam. O som pode
até ficar na equalização ideal, mas sem peso. Quanto mais alteração pós-
edição mais qualidade se perde.

Em aparelhos de som comuns, é utilizado para equalizar o som de acordo com


a preferência do ouvinte no momento da execução. Neste caso, geralmente
apresenta algumas predefinições para cada estilo musical
como rock, pop, hall, música clássica, etc.

A equalização ocorre como um aumento ou diminuição da amplitude de um


sinal em uma dada frequência. No entanto, as frequências vizinhas também
são aumentadas ou diminuídas em menor intensidade para que não haja uma
transição brusca entre o sinal não equalizado e a frequência alterada. A largura
da distribuição nas frequências vizinhas é chamado de fator Q, ou fator de
qualidade.

Amplificadores que possuam tal controle permitem que se regule se a alteração


será agressiva (Q alto, pouca distribuição nas frequências vizinhas, criando um
pico ou vale acentuado na resposta em frequência) ou se será suave (Q baixo,
alta distribuição nas frequências vizinhas, cria um pico ou vale diluído na
resposta em frequência).

A melodia em questão pode estar a ser dada por um cantor ou um


qualquer instrumento solista. Assim, esse instrumento (ou cantor) que faz o
solo melódico é, geralmente, acompanhado por um agrupamento de outros
instrumentos (ou cantores) que executam várias vozes (ou notas) diferentes em
simultâneo, danado desse modo a sensação de harmonia - ou também poderá
ser acompanhada por um único instrumento, mas que tem características
harmônicas: tem a capacidade de executar várias notas musicais diferentes em
simultâneo.

Imagem: Wikipédia

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MUSICALIZAÇÃO

A musicalização é o processo de construção do conhecimento musical: seu


principal objetivo é despertar e desenvolver o gosto pela música, estimulando e
contribuindo com a formação global do ser humano. Tendo também como uma
de suas finalidades introduzir o ser humano no campo da compreensão
musical, contribuindo para vivência artística por meio de brincadeiras,
expressão corporal, histórias, reconto e para crianças desenvolvendo
percepção auditiva, visual, tátil a inteligência artística e a sensibilidade. O
lúdico funciona como elemento motivador para o desenvolvimento da
expressão musical, em um processo cujos principais elementos são a imitação,
a percepção e a criação.

Um acorde, na música, é qualquer conjunto harmônico de três ou mais notas


que se ouve como se estivessem soando simultaneamente.

Os acordes eram montados principalmente a quatro vozes, sendo a quarta voz


uma duplicação da nota de outra voz, normalmente a fundamental ou a quinta.
O acréscimo de novas notas ao chamado acorde de quatro notas se fará de
duas maneiras distintas.

A primeira, a quarta nota deixa de duplicar uma das vozes e passa a


representar um retardo proveniente do acorde anterior, resolvendo em uma
nota formativa do acorde. A outra maneira foi a inclusão de uma nota estranha
ao acorde a partir do acréscimo de mais uma terça à tríade, formando o
intervalo de sétima entre a fundamental e a nota acrescentada. Da primeira
maneira, aparecem os acordes de 4ª e 6ª apojaturas, e da segunda, os acordes
de 7ª (com destaque para o acorde formado sobre a tríade da dominante).
Posteriormente, mais terças foram acrescentadas ao acorde de 7ª da
dominante, formando o acorde de 9ª, com o acréscimo de uma terça, e o de
13ª, com o acréscimo de 3 terças à tríade do acorde. Posteriormente, a 6ª seria
acrescentada ao acorde não na posição de 13ª, mas formando um intervalo de
2ª com a 5ª do acorde. Mais tarde, no romantismo (século XIX), novas escalas
são inseridas, tirando a música do âmbito tonal e diatônico.

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A utilização de acordes alterados, isto é, acordes com notas estranhas à escala
em que ele está inserido, amplia ainda mais os recursos de expressão
dos compositores. A inversão de acordes, propriamente dita, ocorre por várias
vezes, causando uma "falsa ideia" aos ouvidos, fazendo, por vezes leigos,
escreve-los erradamente, como por exemplo, em uma inversão do acorde
de dó maior (dó, mi, sol), qual seja mi, sol, dó; por vezes é escrito como mi
menor com sexta, ao invés de dó maior em sua primeira inversão. Ocorria
também a utilização de notas comuns a vários acordes de forma sustentada,
que recebia o nome de pedal, ostinado ou obstinado, assim causava-se uma
certa inquietação aos ouvidos com uma impressão de notas intermináveis,
como nas cadências plagais (I, IV, VI) e ainda com um efeito antiplágio de
músicos limitados não conseguirem distinguir perfeitamente o tom (modus) no
qual a música era executada.

Os acordes podem ser classificados quanto à:

Posição

cerrada: não há espaço para a colocação de nenhuma nota formadora do


acorde entre as vozes de soprano e contralto ou as vozes de contralto e tenor.

aberta: há espaço para a colocação de notas formadoras do acorde entre as


vozes de soprano e contralto ou as vozes de contralto e tenor.

Nota do soprano: define-se a posição de oitava, de terça ou de quinta a partir


do aparecimento dessas notas no soprano.

Tríade formadora:

Perfeito maior: quando é formado sobre uma tríade maior.

Perfeito menor: quando é formado sobre uma tríade menor.

Imperfeito: quando é formado sobre uma tríade diminuta ou aumentada.

Inversão:

Estado fundamental: a primeira nota formadora do acorde (fundamental)


aparece como base do acorde.

Primeira inversão: a segunda nota formadora do acorde (3ª) aparece como


base do acorde

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Segunda inversão: a terceira nota formadora do acorde (5ª) aparece como
base do acorde

Modo de execução:

Simultâneo: as notas são executadas ao mesmo tempo.

Arpejado: as notas são executadas uma após a outra.

Quantidade de notas: os acordes podem ter 3, 4, 5, 6 etc. notas diferentes em


sua formação.

Os acordes aparecem notados com a primeira letra maiúscula quando se tratar


de um acorde perfeito maior:

Dó - dó maior

Ré - ré maior

Mi - mi maior

Fá - fá maior

Sol - sol maior

Lá - lá maior

Si - si maior

Os acordes aparecem notados com a primeira letra minúscula quando se tratar


de um acorde perfeito menor:

dó - dó menor

ré - ré menor

mi - mi menor

fá - fá menor

sol - sol menor

lá - lá menor

si - si menor

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Outra maneira de notar os acordes é através da cifra, ou notação anglo-
saxônica. Nela, os nomes dos acordes são identificados pelas primeiras
sete letras do alfabeto, a começar pelo acorde de fundamental lá, que recebeu
a denominação A. Para a indicação de acordes menores, faz-se o uso da letra
m minúscula após a letra denominativa.

No caso do acorde ser diminuto ou aumentado, os símbolos dim, 5° ou 5 dim,


no caso dos diminutos, e +, +5 e 5 aum são empregados para os aumentados.
Para novas notas acrescentadas ao acorde, coloca-se o número equivalente ao
intervalo entre esta nota e a fundamental do acorde, como, por exemplo, o
número 7 indicará um acorde com 7ª. Ainda, a depender do intervalo, caso ele
seja menor, acrescenta-se um sinal de - antes do número (-7 é a cifra para 7ª
menor) ou + para os casos de intervalos aumentados.

Lá = A

Si = B (sistema inglês)

Si = H (sistema alemão), sendo B equivalente a si bemol.

Dó = C

Ré = D

Mi = E

Fá = F

Sol = G

Am = lá menor

G7 = Sol maior com sétima

C7M = dó maior com sétima maior

Dm5+ = ré menor com quinta aumentada

Existem vários métodos consagrados de musicalização, cada um


utilizando técnicas e recursos diferentes. Os mais conhecidos são:

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Método Orff

Desenvolvido pelo compositor alemão Carl Orff, o método Orff utiliza um


instrumental especialmente desenvolvido para crianças,
incluindo xilofones e metalofones pentatônicos e tambores de pequenas
dimensões. O aluno é levado a construir sua própria noção de música através
de exercícios rítmicos, melódicos e harmônicos em conjunto.

Método Kodály

Criado pelo compositor húngaro Zoltán Kodály, é baseado no desenvolvimento


da percepção rítmica e melódica através de exercícios que utilizam o canto e
atividades corporais. Os aspectos mais conhecidos deste método são as
sílabas rítmicas (o solfejo rítmico é feito utilizando uma sílaba diferente para
cada duração) e o solfejo manual (a utilização de gestos com as mãos para
representar os intervalos ou graus da escala musical).

Método Willems

O Método Willems é um dos mais importantes métodos de educação


musical em todo o mundo. Nascido na Bélgica em 1890, o professor Edgard
Willems produziu, em sua vida profissional, um rico material didático para o
desenvolvimento do ouvido musical aplicado em diversos países. Descobrindo
a interligação existente entre a música e o ser humano, ele relacionou o triplo
aspecto do homem (fisiológico, afetivo e mental) com os elementos
característicos da música (ritmo, a melodia e a harmonia).

Sua metodologia propõe uma educação musical ativa e criadora, seguindo as


etapas do desenvolvimento psicológico da criança.

Atualmente, o Método Willems é conhecido e reconhecido


pela França, Suíça, Itália, Espanha, Noruega, Portugal, Brasil e países
da América Latina, dentre outros.

Graças ao trabalho desenvolvido pela educadora e musicista Carmem


Mettig Rocha, Salvador é, hoje, o principal centro de divulgação do Método
Willems no Brasil.

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Método Suzuki

Método Tobin

Criado pela educadora Candida Tobin, o método Tobin se baseia


principalmente na utilização de estímulos visuais para criar associações com os
estímulos sonoros. Cores e formas são utilizadas para fazer a criança perceber
as relações de altura e duração. A notação musical é ensinada através de
símbolos simplificados e os exercícios de canto utilizam sílabas rítmicas. O
método utiliza animações e programas de computador para permitir que a
musicalização seja feita por professores que não tenham proficiência em
instrumentos musicais.

Solo, em música, é o desempenho de um só instrumento ou cantor ou o trecho


musical por este executado. A palavra "solo" vem da língua italiana e significa
"sozinho", "a sós". O instrumentista ou cantor que executa um solo é chamado
de "solista". O cantor solista que está à frente de uma banda de música popular
é chamado de vocalista.

O cantor que canta "solos" é chamado de solista. Pode também ser praticado
em grupo, como num coro em uníssono ou composto por diferentes naipes. Em
muitos aspectos, o canto é uma forma de fala ―sustentada‖. Pode ser formal ou
informal, arranjado ou improvisado.

A excelência no canto requer tempo, dedicação, instrução e prática regular.


Nesse caso, a voz fica mais clara, forte e maleável.

Em seu aspecto físico, o canto tem uma técnica bem definida que depende do
uso dos pulmões, que agem como uma fonte de ar; do diafragma, que age
como um fole; da laringe, que atua como um instrumento de palheta ou
vibrador; do tórax e cavidades da cabeça, que têm a função de um
amplificador, como um tubo num instrumento de sopro; e da língua, que,
juntamente com o palato, dentes e lábios, articulam e
impõem consoantes e vogais ao som amplificado.

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AJUSTES VOCAIS: FALSETE, WHISPER VOICE, GREGORIAN VOICE,
BELTING, CLAMP/CURBING E VOZ MISTA (SPEECH LEVEL SINGING)

Primeiro passo:

Fique em uma postura adequada (pescoço alinhado e sem tensões);

Segundo passo:

Coloque as mãos sob a última costela e puxe o ar pelo nariz expandindo a


barriga (não exagerar no movimento de expansão). Tente observar o
movimento das costelas abrindo levemente;

Terceiro passo:

Solte o ar pela boca, calmamente. Tente observar a barriga ―Murchando‖, ou


seja, diminuindo à medida que o ar vai saindo. Observe também o movimento
das costelas fechando.

Falsete (do italiano falsetto = diminutivo de falso) é um registro vocal,


geralmente aplicável a vozes masculinas, que ocupa uma extensão em
frequência imediatamente acima do chamado registro modal, podendo coincidir
com este último em quase uma oitava, porém com sons vocais de qualidades
contrastantes. Neste registro - na literatura especializada chamado de registro
de cabeça (head register), registro leve (light register) ou loft register - o cantor
emite, de modo controlado, sons consideravelmente mais agudos que os da
sua faixa de frequência acústica usual ou modal.

A voz de falsete, assim como as dos outros registros vocais, depende


exclusivamente de um ajuste na musculatura intrínseca da laringe. É
especialmente usada por cantores do sexo masculino para alcançar os
registros de contralto (alto), meio-soprano e, eventualmente, de soprano. A voz
em falsete é muito utilizada nos mais diversos gêneros, incluindo a música
popular de inúmeras culturas, a sertaneja brasileira, o rock, o jazz e tantos
outros. No canto lírico, é necessário um treinamento especial para que o falsete
não prejudique a execução da peça musical. Bem empregada, com

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conhecimento e domínio, confere efeitos especiais admiráveis e, portanto,
beleza adicional ao canto.

O sussurro é um modo de fonação não verbalizado, no qual as pregas vocais


(cordas vocais) são abduzidas para que não vibrem; o ar passa entre
as cartilagens aritenóides para criar turbulência audível durante a
fala. A articulação supralaríngea permanece a mesma da fala normal.

Há alguma confusão quanto à natureza da fonação murmurada. O IPA e


autores como Peter Ladefoged equiparam sopro fonemicamente contrastivo
com voz ofegante, na qual as pregas vocais são mantidas com menor tensão
(e mais afastadas) do que na voz modal, com um aumento concomitante no
fluxo de ar e na vibração mais lenta da glote. Nesse modelo, o sopro é um
ponto em um continuum de abertura glótica entre a voz modal e a fonação da
respiração (ausência de voz).

Outros, como Laver, Catford, Trask e os autores dos Voice Quality


Symbols (VoQS), equiparam o murmúrio à voz sussurrante, na qual as pregas
vocais ou, pelo menos, a parte anterior das pregas vocais vibram, como na voz
modal, mas as cartilagens aritenóides são mantidas separadas para permitir
um grande fluxo de ar turbulento entre elas. Nesse modelo, o sopro é uma
fonação composta de voz aproximadamente modal mais sussurro.

É possível que a realização do sopro varie entre indivíduos ou idiomas. O IPA


usa o termo "voz ofegante", mas o VoQS usa o termo "voz
sussurrante". Ambos aceitam o termo "murmúrio", popularizado por Ladefoged.

À emissão de uma voz saudável damos o nome de eufonia. A uma voz doente,
ou seja, com uma ou mais de suas características alterada, damos o nome
de disfonia. A disfonia pode ser orgânica, funcional ou mista (orgânica-
funcional). Ela não é uma doença, mas o sintoma, uma manifestação de um
mau funcionamento de um dos sistemas ou estruturas que atuam na produção
da voz.

A disfonia pode ser tratada. O profissional habilitado e responsável pela


intervenção das disfonias é o fonoaudiólogo, e geralmente este profissional
trabalha em conjunto (no caso da voz) com o otorrinolaringologista ou o
laringologista. Pode, ainda, trabalhar com o professor de canto. A voz sofre
muita influência de hormônios e de nossas emoções. É comum ouvir pessoas
que estão muito tristes ou nervosas, roucas. A rouquidão é um tipo de disfonia.

A incapacidade de produzir a voz é chamada de afonia.

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O timbre da voz humana depende das várias cavidades que vibram em
ressonância com as pregas vocais. Aí se incluem as cavidades ósseas,
cavidades nasais, a boca, a garganta, a traqueia e os pulmões, bem como a
própria laringe.

A mais baixa frequência que pode dar a audibilidade a um ser humano é mais
ou menos a de 20 hertz (vibrações por segundo), enquanto a mais alta se
encontra entre 10.000 e 20.000 hertz, o que depende da idade do ouvinte
(quanto mais idoso menores as frequências máximas ouvidas). A frequência
comum de um piano é de 40 a 4.000 hertz e a da voz humana se encontra
entre 50 e 3.400 hertz.

O recorde de registro (tessitura) de voz mais alta pertence a Georgia Brown,


que possui o registro de exatas oito oitavas (G2 à G10), o que é mais alto do
que qualquer nota de piano.

O canto gregoriano, também chamado de cantochão, é um gênero de música


vocal monofônica, monódica (só uma melodia), não acompanhada, ou
acompanhada apenas pela repetição da voz principal com o órganon, com o
ritmo livre e não medido, utilizada pelo ritual da liturgia católica romana.

O canto gregoriano é grafado em um sistema de quatro linhas - o Tetragrama -


através de uma notação quadrada denominada Neuma. Os neumas passaram
a ser utilizados a partir do Século XIII. O desenvolvimento da escrita
pneumática se deve ao medo dos monges de perder a preciosidade melódica
do canto gregoriano,que teve sua escrita inventada a partir de moldes musicais
bizantinos |bizantina]].

Os neumas, basicamente, grafam um ponto (em latim, punctus) para cada


sílaba do texto. Por vezes, a mesma sílaba pode ser executada com diversas
notas, neste caso uma única sílaba é grafada com diversos neumas ornando a
execução do cântico. Tal técnica recebe o nome de Melisma.

Para determinar a altura da notas no tetragrama, são utilizadas claves no início


de cada sistema. No canto gregoriano as claves utilizadas são:

A clave de Dó (C) e a clave de Fá (F)

A notação moderna do Canto gregoriano incorporou alguns sinais semelhantes


aos encontrados numa partitura comum, como a barra de pontuação (que em
muito se assemelha à barra de compasso) e um pequeno ponto (em
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latim, punctum-mora) sobre o neuma para indicar sílabas mais longas (o qual
guarda estreita semelhança com o ponto de aumento).

Como mencionado alhures, os neumas grafam sílaba por sílaba do texto e em


alguns casos, mais de um neuma para a mesma sílaba. Na notação neumática
cada nota possui o mesmo pulso, independente de sua forma ou nomenclatura,
que pode ser considerado similar à colcheia da notação moderna.

Veja alguns exemplos de neumas:

Há os chamados finais de modo que são: ré, mi, fá, e sol. Também as
dominantes sendo: lá fá si lá dó lá ré dó.

Fry

O Vocal Fry, ou Registro Basal, é o registro mais grave que temos, é aquele
som ―craquelado‖ que emitimos (saudavelmente) quando a prega vocal está
toda relaxada. Ele é utilizado normalmente como drive vocal (falaremos disso
outra hora) no início de frases e é a partir dele que começamos o estudo de
outros drives mais pesados.

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Voz de Peito

Também conhecida como voz plena, é a nossa voz falada. Na música brasileira
é comum encontrarmos músicas inteiras cantadas apenas nesse registro, é o
caso da conhecida Garota de Ipanema.

Voz mista

A voz mista está entre a Voz de Peito e a Voz de Cabeça, quando


conseguimos equilibrar as duas musculaturas envolvidas. Ela permite com que
transitemos entre um registro e outro sem quebras e ainda possui uma
sonoridade própria, muito utilizada no pop americano e em diversas técnicas de
canto.

Voz de Cabeça

A voz de cabeça é um registro utilizado para notas agudas, muito confundido


com o Falsete. Embora eles tenham diferenças físicas, nas vozes femininas é
difícil diferenciar os dois apenas ouvindo. Nas masculinas, é um pouco mais
fácil. A música Chandelier da Sia é um bom exemplo de diversos Registros
vocais. Ela começa a música em Voz de peito durante todo o verso, que é mais
grave. No refrão, que é mais agudo ela passa para a voz mista e no ―i‖ de
―chandelier‖ ela passa para a voz de cabeça.

Falsete

No falsete, não temos o fechamento completo das pregas vocais, o que o torna
(na voz masculina) audivelmente com um aspecto um pouco sussurrado, com
―ar na voz‖. Por se tratar de músculos diferentes, não é possível transitar entre
a voz de peito e o falsete sem haver quebra na voz.

Cante

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ACABAMENTOS:

VIBRATO, MELISMA, YODEL, APPOGGIATURA, FLOREIO

Drives, vibratos e melismas são alguns dos diversos features que nós
normalmente queremos quando cantamos.

Os drives: como esse efeito vocal, usado amplamente no rock’n roll, demanda
muito cuidado, é necessário que se desenvolva um controle muito preciso do
fechamento glótico.

Abusar de fechamento glótico pode até trazer uma voz distorcida, mas com o
tempo o atrito entre as pregas vocais tende a trazer inchaços que podem se
desenvolver para questões mais sérias, como os nódulos vocais.

Portanto para desenvolver drives bacanas e saudáveis, busque desenvolver a


sua voz limpa de maneira satisfatória.

Melismas e vibratos: esses elementos estéticos são muito bem quistos em


diversos estilos musicais, do rock ao gospel, passando por teatro musical e
soul music. Até no sertanejo cabe.

Mas para ter melismas bem definidos e vibratos controlados é necessário que
você tenha agilidade vocal e flexibilidade de pregas vocais, como mencionei
anteriormente.

Portanto para desenvolver os melismas e vibratos dos seus sonhos busque,


antes de qualquer coisa, garantir que você consegue transitar entre as regiões
da sua voz sem que você precise se esforçar ou ―largar‖ para uma emissão
mais fraca.

Use drives, melismas e vibratos, mas faça de um jeito que destaque a sua voz
e quem você é. E use com o cuidado que se tem com qualquer instrumento
musical de alto valor.

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Trinado ou Trilo

O trinado é representado por um tr colocado sempre acima da nota


(independente se ela tem a haste virada para cima ou para baixo). Quando há
duas vozes na pauta, o trinado é posto sempre acima da haste (um bom
exemplo dessa situação é no terceiro movimento da Sonata para Piano
Nº21 em Dó maior, "Waldstein" Op.53, de Ludwig van Beethoven).

A função do trinado é acrescentar mais uma nota à nota principal, sendo que o
valor do trinado é sempre igual ao valor da nota principal. Existem quatro casos
de trinados.

Trinado Simples - Quando um trinado está acima de uma nota principal, ela
será tocada revezadamente com a nota de um semitom ou um tom acima. Ou
seja, com a nota de um intervalo de 2ª menor ou 2ª maior. Por exemplo: se há
um trinado acima de um dó, então, tocaremos dó-ré-dó-ré-dó-ré-dó... Ou
então, dó-ré(bemol)-dó-ré(bemol)-dó... Está dependente da tonalidade na qual
a música está escrita para saber se usa-se semitom ou tom acima. Em Dó
maior usaria-se o primeiro caso (pois não há alterações em Dó maior). Em Fá
menor, o segundo (pois o Ré fica bemolizado).

Trinado Alterado - Quando há um sinal de alteração acompanhando o trinado,


a nota acrescentada sofrerá a alteração. Por exemplo: se há um trinado acima
de um dó sustenido, e junto ao trinado há um sustenido, então, tocaremos dó#-
ré#-dó#-ré#-dó#... Notemos que, nesse caso, os acidentes de armaduras de
claves também podem ser alterados.

Trinado Precedido de appoggiatura ou floreio - Quando a nota principal está


precedida de notas como appoggiaturas e floreios, o conjunto do trinado irá
começar com elas. Por exemplo: há uma appoggiatura breve em um lá,
seguida pela nota principal, que é um sol. Há um trinado acima do sol. O
trinado pede para tocar isso: sol-lá-sol-lá-sol... Mas como há uma appoggiatura
antes, que é um lá, o trinado começará com lá: lá-sol-lá-sol-lá-sol... Pode haver
várias notas antes do trinado. Se forem appoggiaturas ou floreios, o trinado
começará com elas.

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Trinado Sucedido de appoggiatura ou floreio - É o mesmo do caso anterior,
porém o trinado acabará com as notas da appoggiatura ou do floreio. Por
exemplo: um lá com um trinado acima, após a nota principal encontramos o
floreio de lá-sol-lá-dó. Tocaremos: lá-si-lá-si-lá-si-...-lá-sol-lá-dó

Notemos que os casos podem ficar mistos. Por exemplo: Há um sol sustenido
com um trinado acima dele. Acompanhando o trinado há um sustenido. Antes
da nota principal há um floreio de fá-fá#-sol, e depois da nota principal há uma
appoggiatura dupla de sol#-si. Tocaremos: fá-fá#-sol-sol#-lá#-sol#-lá#-...-sol#-
si É também muito comum o trinado vir acompanhado de uma linha horizontal,
curva e contínua. Essa linha significa que o trinado não deve ser interrompido,
e deve ser tocado pelo valor de toda a nota principal. Quando a linha percorre
os compassos, passando por várias notas, cada nota deverá ser executada
com trinado, mas apenas durante a execução.

O mordente é um ornamento representado por uma pequena linha curva,


parecida com um M. Como o trinado, o mordente engloba a nota principal e
uma segunda, que pode estar a um semitom ou tom de distância. Porém, há
duas diferenças: o trinado usa uma quantidade incerta de repetições nas duas
notas, e o intervalo é sempre superior. Já o mordente usa, no total, apenas três
notas, e pode ser superior ou inferior. O mordente é um ornamento bastante
usado na música para piano, principalmente do período barroco e
do romântico. Frédéric Chopin usou muito esse ornamento em seu repertório.
Existem dois tipos de mordentes: o superior e o inferior (chamado também de
invertido). Há três casos desse ornamento:

Mordente Simples - O superior age na nota de um semitom ou tom acima da


principal, e o inferior, de um semitom ou tom abaixo. Isso dependerá da
tonalidade da música. Por exemplo (em Dó maior, um mordente superior acima
de um dó): dó-ré-dó. Da mesma forma, com um mordente inferior: dó-si-dó.
Porém, se a tonalidade fosse Si bemol menor, a segunda nota seria modificada
em ambos os casos: dó-ré(bemol)-dó e dó-si(bemol)-dó.

Mordente Alterado - Um mordente superior pode vir acompanhado por um


sinal de alteração acima dele. Do mesmo modo, um mordente inferior pode vir
acompanhado com um sinal de alteração abaixo dele. O sinal de alteração
indica que a segunda nota do conjunto do mordente (aquela que é

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acrescentada) sofrerá a alteração. Por exemplo (mordente superior com um
sustenido acima, em um sol): sol-lá#-sol. Da mesma forma que os trinados, as
alterações que acompanham os mordentes podem influenciar na disposição
das notas de acordo com a armadura de clave da tonalidade da música.

Mordente Duplo - É representado pela mesma linha curva, mas é mais longa,
parecida com dois MM. A função é a mesma, porém serão usadas, no total,
cinco notas. Por exemplo (mordente superior em um si): si-dó-si-dó-si. Também
pode haver um mordente inferior duplo, e ele também pode vir acompanhado
de sinais de alterações.

O grupetto é um ornamento bastante comum, representado por o que se


parece com um S deitado. É como uma junção de um mordente superior com
um inferior, ou vice-versa. Tanto como mordentes, o grupetto possui um
número determinado de notas que abrange, e pode ser superior ou inferior (ou
invertido). O grupetto pode abranger 3, 4 ou 5 notas, dependendo de sua
localização em relação à nota principal, e dependendo da próxima nota (após a
principal). Em andamentos lentos, o grupetto é um dos ornamentos mais
utilizados. Grande parte das 32 Sonatas para Piano de Beethoven possui
grupettos em seus andamentos lentos. Basicamente, a execução é com as
notas acima e abaixo da principal, "rodeando-a".

O grupetto que possui a primeira curva para cima é o superior. O inferior possui
a primeira curva para baixo, ou então pode ser representado por um grupetto
superior com uma linha o cortando. A execução do grupetto é tipicamente tocar
as notas que estão ao redor da principal, sendo que o superior sempre começa
com a nota de semitom ou tom a cima, e o inferior, semitom ou tom abaixo.
Pode ser que o grupetto comece com a nota principal. Há quatro casos de
grupettos:

Grupetto de 3 notas - Quando o grupetto está imediatamente acima de certa


nota, a nota principal será a segunda a ser tocada. A primeira e a terceira serão
o semitom ou o tom acima ou abaixo (ou vice-versa). Se há uma segunda nota
após a principal, que seja da mesma altura da primeira, então a quarta nota do
grupetto será cancelada. Por exemplo (dois rés na pauta, um grupetto superior
acima do primeiro): mi-ré-dó. O primeiro ré da pauta foi rodeado pelas notas ao
seu redor (mi e dó). Como era um grupetto superior, o mi veio primeiro. Após o
dó, viria o segundo ré da pauta. Outro exemplo (dois lás na pauta, um grupetto

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inferior acima do primeiro): sol-lá-si. Como é um grupeto inferior, o sol veio
antes. A nota após o si seria o segundo lá.

Grupetto de 4 notas - O grupetto de 4 notas tem dois casos. Isso porque,


dependendo da localização do grupetto e da nota seguinte, ele pode abrangir
notas diferentes em cada caso.

Grupetto de 4 notas com Uníssono - Ocorre quando há duas notas de


mesma altura na pauta, porém o grupetto (superior ou inferior) está entre elas,
e não acima da primeira. Quando o grupetto está após uma nota, ela também
será executada. Por exemplo (dois fás na pauta, um grupetto inferior entre os
dois): fá-mi-fá-sol. Já que o grupetto não está acima da nota, ela pode ser
executada. A próxima nota seria o segundo fá.

Grupetto de 4 notas sem Uníssono - Ocorre se há duas notas de alturas


diferentes, porém com o grupetto acima da primeira. Por exemplo (um grupetto
superior acima de um dó, seguido por um ré): ré-dó-si-dó. A próxima nota seria
o ré. Como o grupetto está acima do dó, ele não será a primeira nota a ser
tocada, e como é superior, o ré vem antes.

Grupetto de 5 notas - O grupetto só será de cinco notas se ele estiver entre


duas notas de alturas diferentes. Lembrando que um dó e um dó# têm alturas
diferentes, mesmo sendo um semitom cromático. Exemplo de grupetto com 5
notas (grupetto inferior entre um sol e um fá): sol-fá-sol-lá-sol. A próxima nota
seria o fá que seguia o sol. Como o grupetto é inferior, a nota de um semitom
ou tom abaixo veio antes (fá).

Grupetto Alterado - Em todos os casos acima, o grupetto pode vir


acompanhado de um sinal de alteração. Como o grupetto abrange a nota
acima e abaixo da principal, há casos que dois sinais de alteração estão
presentes. Quando um sinal de alteração vem acima do grupetto, a nota de
cima será alterada. Do mesmo modo, quando um sinal vem abaixo do grupetto,
a nota de baixo será alterada. A nota principal ou a seguinte também pode vir
alterada. Por exemplo (grupetto de 5 notas, entre um fá# e um lá(bemol), com
um sustenido acima e um bemol abaixo do símbolo): fá#-sol#-fá#-mi(bemol)-

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fá#. A próxima nota seria lá(bemol). Claro, como nos últimos ornamentos, os
intervalos dependem da tonalidade da música.

A appoggiatura é praticamente o ornamento mais usado. Sempre consiste em


uma ou duas notas, que estão sempre antecedendo a principal. Quando de
uma única nota, é representada por uma pequena figura, que pode estar
cortada por um traço diagonal ou não. Quando de duas notas, é sempre
representada por pequenas semicolcheias. Existem dois tipos de
appoggiaturas: a simples e a dupla (ou sucessiva). Para as appoggiaturas
simples, existem mais dois tipos: a breve e a longa. As appoggiaturas (simples
breve, simples longa, dupla) podem ser superiores ou inferiores. Para as
simples, será superior se a appoggiatura estiver num intervalo acima da nota
principal (e inferior se estiver num intervalo abaixo). Para as duplas, será
superior se a primeira nota estiver acima (e inferior se estiver abaixo). Todas as
appoggiaturas sempre estão ligadas à nota principal por
uma ligadura de legato.

Appoggiatura Simples - A appoggiatura simples é caracterizada por uma nota


só, que sempre está a um semitom ou tom de distância da nota principal.
Quando o intervalo é maior que isso, o ornamento passa a ser um floreio. Há
dois tipos de appoggiaturas simples: a breve e a longa. A breve é cortada por
um pequeno traço na diagonal, e a longa não.

Appoggiatura Simples Breve - A appoggiatura breve é, por muitas vezes,


chamada de "acciaccatura" ou "acicatura", e sempre possui um pequeno traço
a cortando. Ela retira uma mínima parte do valor da nota principal para si,
geralmente no valor de uma fusa. Porém, é muito variável, pois quanto mais
lento for o andamento, mais rápida será a execução. Sobretudo nos séculos
XVII, XVIII e XX ela é tocada muitas vezes antes do tempo. Nesse caso a nota
anterior torna-se mais curta.

Appoggiatura Simples Longa - A appoggiatura longa nunca possui o traço


diagonal, e quase sempre tira da figura principal metade do seu valor.
Geralmente a appoggiatura longa já está escrita com o valor que deve ser
executado. Se a figura principal for pontuada, a appoggiatura também poderá
ser pontuada, ou, em alguns casos, retirar 1/3 ou 2/3 do valor (que, no caso,
estará escrito).

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Appoggiatura Dupla - É composta por duas notas, sendo que a primeira está
sempre um intervalo de 2ª maior ou menor acima, e a segunda está sempre um
intervalo de 2ª maior ou menor abaixo; ou vice-versa. Elas são representadas
graficamente sempre por semicolhceias. Cada uma retira aproximadamente 1/4
do valor, mas é relativo. Quanto mais lento o andamento, mais rápida a
execução. Muitos músicos preferem dizer que as appoggiaturas devem ser
executadas o mais rapidamente possível.

A execução de appoggiaturas breves (acciaccaturas). Dependendo da época e


do gosto poderia ser tocado também antes do tempo:

O floreio é um ornamento semelhante à appoggiatura, pois também é


representado por pequenas figuras antecedendo uma nota. Podemos dividir os
casos dos floreios em dois.

Floreio de 1 nota - Os floreios de apenas uma nota sempre são cortados por
uma linha diagonal. A execução é a mesma da appoggiatura breve. A única
diferença é que, quando uma appoggiatura passa do intervalo de um tom da
nota principal, ela passa a ser um floreio. Uma appoggiatura só pode estar a,
no máximo, um tom de distância da nota principal. Um floreio pode estar a três
tons, seis tons, uma oitava ou até mais. A execução é a mesma das
appoggiaturas.

Floreio de 2 notas ou mais - Enquanto as appoggiaturas só podem ter até


duas notas, e essas não podem exceder o limite de um tom de distância da
nota principal, os floreios podem ter duas notas ou mais, e não há limite de
intervalo em relação à nota principal. Os floreios de duas ou mais notas podem
ser representados por pequenas semicolcheias, fusas ou semifusas,
dependendo da velocidade da execução.

Enfim, a única diferença entre appoggiatura e floreio é que o floreio não tem
limite de notas nem de intervalos, e as appoggiaturas têm.

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ESCALAS: MAIORES, MENORES, HAMÔNICA, PENTATÔNICA E BLUES

Imagem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Em solfejo, as sílabas para representar as notas, de quaisquer escalas,


são: Dó, Dó sustenido, Ré, Ré sustenido, Mi, Fá, Fá sustenido, Sol, Sol
sustenido, Lá, Lá sustenido, Si. As notas Dó sustenido, Ré sustenido, Fá
sustenido, Sol sustenido e Lá sustenido podem também ser representadas
como Ré bemol, Mi bemol, Sol bemol, Lá bemol e Si bemol, respectivamente.
Os termos "sustenido" e "bemol" são utilizados para representar "meio tom
acima" e "meio tom abaixo", respectivamente.

As notas musicais, no Mundo Anglo-Saxônico, são representadas pelas


equivalentes seguintes letras: C, D, E, F, G, A, B, respectivamente, apesar de
que, no solfejo, os anglo-saxônicos preferem usar números, substituindo as
sílabas anteriormente mencionadas, por 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, embora possam
também usar as sílabas em vez dos números. Similarmente, o acidente
de sustenido adicionado a uma destas notas é representado pelo símbolo "♯"
na nomenclatura anglo-saxônica; enquanto o "bemol", adicionado a qualquer
nota é representado pelo símbolo "♭" na nomenclatura anglo-saxônica.

As escalas musicais formam a base necessária para a formação de acordes e


tonalidades. Além disso, pode-se utilizar mais de uma escala para formar linhas
melódicas sobre uma mesma tonalidade, partindo da sonoridade de intervalos
característicos, ou ainda, explorando notas de tensão apropriadas sobre as
cadências harmônicas da tonalidade.

Escalas modernas, que na cultura ocidental são as mais utilizadas:

Escala cromática

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Escala maior

Escala menor

Escala pentatônica ou chinesa

Sendo que a Escala menor se divide em 3 :

Escala Menor Natural ou Primitiva

Escala Menor Harmônica

Escala Menor Melódica

Outras escalas são, entre outras:

Escalas gregas ou modos gregos, também chamados modos litúrgicos ou


modos eclesiásticos, como dórico, frígio e lídio.

Escala cigana

Escala hexafônica ou Escala de tons inteiros

Escala árabe, uma escala de 17 notas com passos menores do que um


semitom

Outras escalas exóticas

Outra maneira de sistematizar as escalas são a separação em

Escalas diatônicas com 5 tons e dois semitons (como as escalas maiores,


menores, ciganas e modos gregos)

Escalas artificiais (como a cromática com 12 semitons)

Escalas exóticas de outras culturas

Denominam-se escalas pentatônicas, em música, ao conjunto de todas


as escalas formadas por cinco notas ou tons. As mais usadas são as
pentatônicas maiores e menores, que podem ser ouvidas em estilos musicais
como o blues, o rock e a música popular. Muitos músicos denominam-na
simplesmente de penta.

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A escala pentatônica maior, mais usada, é aquela derivada da escala maior (ou
jônica, iônica) quando tiramos o 4º e o 7º grau. Exemplo de escala pentatônica
maior em Dó (C):

C D E G A (ou Dó Ré Mi Sol La) ⇒ repare que as as notas F (Fá) e B (Si) da


escala maior natural foram suprimidas

T 2 3+ 5 6 ⇒ graus da escala com os intervalos de 1+1+1,5+1+1,5

O mesmo raciocínio feito para a construção da escala pentatônica maior pode


ser feito para construir a pentatônica menor que é baseada na escala menor
natural, porém sem o 2º e o 6º grau. Veja o exemplo de uma escala
pentatônica menor em Dó (C)e veja seus intervalos:

C Eb F G Bb (ou Dó Mib Fa Sol Sib) ⇒ repare que as as notas D (Ré) e Ab (Lá


bemol) da escala menor natural foram suprimidas

T b3 4 5 b7 ⇒ graus da escala com os intervalos de 1,5+1+1+1,5+1.

(Obs: qualquer escala de 5 notas com a terça menor poderia ser considerada
uma pentatônica menor porém esta é a mais usada junto a menor harmônica)

Esta é a escala preferida pelos músicos de blues, rock e metal. Nela podemos
incluir, ainda, uma sexta nota, no grau b5, também chamada de blue note,
formando assim uma escala típica do blues.

Podemos montar escalas pentatônicas bastando, para isto, pegar 5 notas


distintas quaisquer.

Pentas menores:

C Eb F G Bb: penta menor com sonoridade próxima da escala menor de blues;

C Eb F Ab Bb: penta menor com sonoridade próxima da escala frígia;

C Db F G Bb: penta menor com sonoridade japonesa;

C Eb F G A: penta menor com sonoridade jazz;

C Eb F A Bb: penta menor com sonoridade alterada.

Pentas maiores:

C D E G A: penta maior com sonoridade próxima da escala maior natural;

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C D E G Bb: penta maior com sonoridade próxima da escala mixolídia;

C D E F# A: penta maior com sonoridade jazz ou lídio.

As escalas pentatônicas maiores e menores são as escalas mais estáveis pois


não possuem intervalos de semitom e por isso são facilmente reproduzidas
vocalmente, podendo ser cantadas

As escalas pentatônicas são mais ambíguas do que as escalas diatônicas de 7


notas e por isso são boas opções para o improviso, assim para um mesmo
acorde podemos escolher várias pentas que soarão bem com ele.

Invertendo as notas desta mesma escala pentatônica maior


temos outras quatro escalas pentatônicas. Assim a escala penta maior de C
começada na nota A formará a escala penta menor de A.

Na guitarra ou violão podemos memorizar facilmente os 5 padrões


ou shapes formados por cada inversão da escala pentatônica e usá-los para o
improviso

No blues é comum usarmos a pentatônica menor para improvisar sobre um


acorde dominante maior. Por exemplo, podemos improvisar com a penta menor
de Lá (A) no acorde A7 (lá maior dominante como a terça )..

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Leia a partitura e cante A Paz (partitura para canto):

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Referências Bibliográficas

Wikipédia, a enciclopédia livre.Harmonia (música).

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Harmonia_(m%C3%BAsica)

Wikipédia, a enciclopédia livre.Coro (música)

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Coro_(m%C3%BAsica)

Vinicius Soares. 5 Dicas para Aumentar Sua Presença de Palco.

Disponível em:

https://opalcodigital.com.br/site/5-dicas-para-aumentar-sua-presenca-de-palco/

ANA CASCARDO. Dicas de como lidar com os desafios de um cantor.

Disponível em:

https://vozteoriaepratica.com.br/desafios-cantor/

Somos Música. Melhore seu som ao vivo com essas 6 dicas.

Disponível em:

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Wikipédia, a enciclopédia livre.Equalizador.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Equalizador

30
Wikipédia, a enciclopédia livre.Tríade.

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https://pt.wikipedia.org/wiki/Acorde

Wikipédia, a enciclopédia livre.Musicalização.

Disponível em:

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Wikipédia, a enciclopédia livre.Solo (música)

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Solo_(m%C3%BAsica)

Exercícios de respiração para canto.

Disponível em:

https://www.descomplicandoamusica.com/exercicios-de-respiracao-
diafragmatica-para-canto/

Wikipédia, a enciclopédia livre.Falsete.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Falsete

Wikipédia, a enciclopédia livre. Voz ofegante.

Disponível em:

https://en.wikipedia.org/wiki/Breathy_voice

Wikipédia, a enciclopédia livre.Voz Humana.

31
Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Voz_humana

Wikipédia, a enciclopédia livre.Canto gregoriano.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Canto_gregoriano

SONGSTERADMIN. Falsete, voz de cabeça, voz de peito… Afinal, o que são


registros vocais?

Disponível em:

http://blog.songster.com.br/2018/01/19/registros-vocais/

Fernando Zimmermann. Quer saber como ter a voz que você sempre sonhou?

Disponível em:

https://fullvoice.com.br/melismas-drives-e-vibratos-a-parte-chata-que-ninguem-
te-conta/

Wikipédia, a enciclopédia livre.Ornamento (música)

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ornamento_(m%C3%BAsica)

Wikipédia, a enciclopédia livre.Escala Musical.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_musical

Wikipédia, a enciclopédia livre.Escala pentatônica.

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_pentat%C3%B4nica

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