Você está na página 1de 57

MIXE

DE FORMA
EFE
TIVA.
Victor Hugo Bispo Prescinoti
MÓDULOS DO
E-BOOK
1 - O QUE É A MIXAGEM?
2 - COMO ORGANIZAR O MIXER?
3 - O QUE É O SIDECHAIN?
4 - TEORIA DA BALANÇA
5 - HIERARQUIA SONORA
6 - ENRIQUECIMENTO DA MIXAGEM
7 - CONTROLE DO PANORAMA E ESPAÇO
NA MIXAGEM

8 - NATURALIDADE NA MIXAGEM
9 - FINALIZAÇÃO E DESPEDIDAS
BONS PRINCIPIOS
Olá!

Como é bom ver você por aqui!

Primeiramente, gostaria muito de agradecer


você por ter adquirido o meu E-book "MIXE DE
FORMA EFETIVA".

Esse e-book tem como objetivo ampliar ou


complementar o conhecimento dos leitores
sobre a mixagem.

Vale ressaltar que esse e-book é dedicado a


usuários do Software FL Studio e enfatiza o
gênero "Hip-Hop.

Porém o conteúdo é direcionado a todo o


público.

Bom, dito isto, vamos dar nossos primeiros


passos!

O QUE É A MIXAGEM?
"MIXAGEM" é um termo muito utilizado na
música e é um dos processos mais
importantes para ser realizado dentro da
produção musical.

A origem do termo "MIXAGEM" está associada


à palavra em inglês americano "Mix".

Ao realizar a tradução da palavra "MIX" para o


nosso idioma, observamos que seu significado
é equivalente a "MISTURAR".

É Exatamente isso que é a mixagem. O Simples


ato de misturar os elementos dentro de sua
música.

É o tempero especial que transforma sua


música em uma verdadeira obra de arte. (NEM
SEMPRE..) Brincadeiras aparte.. rs

É você poder escolher se o feijão vai ficar em


cima ou embaixo do arroz.

Bom, vamos esclarecer isso melhor para você.


Você já ouviu aquela famosa frase que muitos
professores de matemática dizem?

Pelo menos os que eu tive diziam:

"A ordem dos fatores não altera o resultado".

Bemm.. isso pode ser até verdade em grande


parte de nossa realidade.. Porém, isto não se
aplica muito na mixagem.

Na mixagem, a ordem dos fatores altera o


resultado sim! Por isso devemos ser
organizados e o mais minimalista possível
dentro de nossos projetos.

Vou usar um exemplo para que você entenda


melhor:

Digamos que temos três faixas de áudio em


um projeto de mixagem: vocais, guitarra e
bateria.

Vamos considerar duas possíveis ordens de


processamento dessas faixas.

CENÁRIO 1
1 - Vocais
2 - Guitarra
3 - Bateria

Nesse caso, aplicamos os efeitos e ajustes


necessários nas faixas na seguinte ordem:

primeiro os vocais, depois a guitarra e por


último a bateria.

Digamos que para as faixas de vocais,


utilizamos equalização e compressão para
ajustar o timbre e a dinâmica.

Em seguida, na faixa de guitarra, aplicamos


um efeito de distorção e um pouco de reverb.
Por fim, na faixa de bateria, adicionamos
compressão e ajustamos o equilíbrio dos
elementos da bateria.

No segundo cenário:

1 - Bateria
2 - Guitarra
3 - Vocais

CENÁRIO 2
Aqui, alteramos a ordem de processamento
das faixas.

Começamos pela bateria, em seguida a


guitarra e, por fim, os vocais. Todos os
mesmos efeitos e ajustes são aplicados, mas
agora na nova ordem.

A bateria recebe equalização e compressão, a


guitarra é processada com distorção e reverb,
e, por último, os vocais passam pela
equalização e compressão.
A diferença entre esses dois cenários pode ser
significativa.

Na mixagem, cada processamento aplicado a


uma faixa pode afetar a forma como os outros
elementos do mix interagem.

Por exemplo, a compressão aplicada na faixa


de bateria pode influenciar a maneira como a
guitarra soa quando processada com
distorção. Da mesma forma, a equalização nos
vocais pode ser afetada pela presença de
outros instrumentos.

É importante ter em mente que não existe


uma fórmula universal para a ordem correta,
pois isso pode variar de acordo com o projeto
e as preferências pessoais de pessoa para
pessoa.

No entanto, é crucial ser organizado, fazer


ajustes cuidadosos e ouvir atentamente o
resultado em cada etapa para obter o melhor
resultado possível.
COMO ORGANIZAR O MIXER?
Chegamos em nossa primeira etapa!

Nessa etapa iremos organizar nosso projeto


para conseguirmos destinguir o que tem nos
canais do mixer.

ETAPA 1

Organize cada faixa em seu respectivo canal


dentro do mixer.

Vamos usar essa sequência de exemplo:


Nos dois primeiros canais temos o KICK e o
808.

Iremos começar por eles, pois são os


elementos que contém mais peso em nosso
projeto.

O Termo "PESO" que utilizei, determina o


peso frequêncial que esses timbres carregam
dentro do projeto.

Temos que entender que cada elemento vai


ocupar um espaço dentro de nosso som. Cada
um terá seu espaço para soar.

Na mixagem, não devemos de forma alguma


permitir que frequências entrem em colisão
umas com as outras.

A Colisão de frequências acontece quando se


tem mais de um timbre trabalhando nas
mesmas frequencias. Por exemplo:

Vamos colocar um vocal masculino que por


natureza tem mais presença grave em sua
frequência.
Feito isso, vamos colocar um baixo nesse
mesmo projeto para acompanhar o vocal.

Porém, o vocal e o baixo tem algo em comum


entre eles. A Frequência GRAVE.

Todavia, isso pode variar de timbre para


timbre.

Alguns baixos podem conter além da


frequência grave, a frequência média e aguda.

Porém, vamos dar uma atenção especial para


a frequência grave.

A frequência grave é mais pesada e trabalha


em uma frequência mais lenta comparada as
outras.

Enquanto a frequência grave trabalha entre


60 a 250 hz. (60 a 250 vibrações por segundo), o
médio trabalha entre 500 a 1,5Khz e o agudo
acima de 5Khz. (5 mil vibrações por segundo).

Temos uma diferença brusca entre cada


frequência.
Pelo grave trabalhar lentamente, temos que
ter um cuidado especial nessa região, pois é
onde pode ocorrer colisões de frequência com
mais frequência.

Pode-se ocorrer até cancelamento de fase.

E é exatamente essas duas coisas que


devemos evitar ao máximo. Colisões e
cancelamentos de fase.

Vale ressaltar que o cancelamento de fase


pode ocorrer em qualquer região. Grave
médio ou agudo. Portanto deve se ter atenção
em cada uma delas.

Continuando o exemplo:

Se deixarmos o vocal e o baixo soarem juntos


sem uma equalização, ambos irão se colidir
por trabalharem nas mesmas regiões.

Então, para evitarmos isso, o ideal é que seja


retirado uma boa parte das frequências
graves do vocal, entre 0 a 200 hz, dosando o
corte para que não se retire frequências
importantes.
Dentro de vocais, essa região entre 0 e 200 hz
carregam somente sujeira em sua maioria,
o que é algo indesejável dentro da mixagem e
que somente suja sua mixagem.

Principalmente em vocais femininos, onde a


presença maior fica nas regiões médias e
agudas.

Portanto, devemos cortar essa frequência de


vocais para evitarmos que nossa mixagem
tenha embolamentos e sujeiras indesejáveis.

Iremos fazer um corte "LOW CUT" (Corte


baixo).
Logo em seguida, com o vocal em reprodução,
vá puxando lentamente o seu filtro Low Cut e
ouvindo atenciosamente o efeito que ele está
causando em seu vocal.

Seja atencioso e tenha cuidado para não


acabar cortando demais e retirar frequências
importantes de seu vocal.

Após ter feito esse processo, repare que seu


vocal soara muito mais limpo do que antes.

Isso se deve por essa frequência ser carregada


de pequenos ruidos, sujeira e sons
desagradáveis para o ouvido.
Feito isso, agora o baixo terá um espaço para
trabalhar livremente na região grave.

Dependendo do seu baixo, pode ser que ele


tenha frequências médias e agudas.

Em geral essas duas regiões são mais difíceis


de se perceber embolamentos.

Isso não quer dizer que eles não acontecem,


muito pelo contrário.

Você pode optar por abaixar um pouco as


frequências médias e agudas do vocal para
dar uma clareza e deixa-lo mais destacado na
mixagem.

Lembre-se de ser minimalista em suas


alterações.
Você também pode aumentar as frequencias
médias e agudas do seu vocal para dar um
brilho caso ache necessário.

Lembre-se, não existe uma regra universal.

Portanto, ao aumentar as frequências do


vocal, você terá que ter uma atenção especial
na equalização dos outros timbres, para que
nenhum se colida com o seu vocal.

"CADA AÇÃO TEM UMA REAÇÃO".


Isaac Newton

e na mixagem, não é diferente.

Todas suas ações terá uma reação dentro do


seu projeto.
Para o baixo, podemos colocar um filtro High
Cut (Corte Agudo) e ir cortando até achar o
ponto ideal.

Você pode cortar todas as frequências abaixo


de 20Hz, já que são frequências que nosso
ouvido não consegue captar.

Lembre-se que as frequências graves devem


trabalhar sempre em "MONO".

Pode-se usar ESTÉREO em algumas excessões.

Por exemplo em slides do 808 no drill, onde


cada nota do slide toca em um lado especifico
do fone.
Portanto, sempre deixe seu baixo/kick em
MONO.

Para fazer isso no FL Studio é bem simples.

Basta ir nessa bolinha e puxa-la para o lado


direito.

Assim, você fechara o campo estéreo do canal


selecionado.

Ao fechar o campo estéreo, você evita


problemas, como colisões, cancelamento de
fase, etc..

Vocais principais também devem trabalhar


somente em MONO.

Excessões para dobras e complementos.


Agora, para organizarmos melhor nosso mixer
para a mixagem, vamos pegar todos os canais
que foram criados e vamos abaixa-los.

É de extrema importância, que antes de


começar a mixagem, você remova do canal
master o Fruity Limiter.

AJUSTE GRADUAL
Para alcançar uma harmonização sonora que
proporcione uma experiência auditiva
agradável, é recomendado proceder com o
ajuste gradual dos níveis de volume
individuais, de maneira a equilibrar seus
canais de áudio.

Este processo envolve uma atenta audição e


uma cuidadosa observação do volume de cada
componente sonoro.

Busque alcançar um patamar no qual todos os


elementos se integrem de forma ideal,
resultando em uma sinergia sonora.

É crucial evitar que qualquer elemento


sobreponha indevidamente outro, garantindo
assim uma clareza e distinção ímpares entre
cada componente
Execute procedimentos análogos, mantendo
constante vigilância sobre o nível do canal
principal, a fim de prevenir qualquer
possibilidade de distorção (clipping) no áudio
final.

Seu Master não deve passar de 0dbs.

Prossiga seguindo os passos anteriores.

Após a conclusão dos ajustes de volume em


cada canal, avance para a próxima etapa
crucial da mixagem: o refinamento tonal
individual.

REFINAMENTO DAS
FREQUENCIAS
Nesse estágio, concentre-se na equalização
precisa e no refinamento das frequências
características de cada elemento.

O objetivo principal é eliminar quaisquer


imperfeições sonoras indesejadas e criar um
ambiente acústico onde cada componente
seja nítido e claro, permitindo que todos os
elementos se manifestem de maneira limpa e
definida.
No estágio de refinamento, é oportuno
realizar a equalização, empregando com
maestria a teoria da balança e a hierarquia
sonora.

Estes fundamentos fundamentais serão


minuciosamente abordados no e-book,
representando técnicas de relevância
excepcional dentro do contexto da mixagem.

O entendimento e a aplicação adequada


dessas técnicas desempenharão um papel
crucial no aprimoramento do resultado final.

Ao seguir esses princípios de maneira precisa,


a probabilidade de uma mixagem
insatisfatória será praticamente inexistente,
garantindo um padrão elevado de qualidade
sonora.

Mantenha-se engajado, pois essa abordagem


recompensará seus esforços de forma
substancial.
APLICAÇÃO DOS EFEITOS
Continuando o processo, após a finalização da
equalização individual em cada elemento,
proceda para a etapa subsequente que
envolve a aplicação controlada de efeitos.

Nesta fase, você terá a oportunidade de


empregar efeitos como compressão,
equalização específica e tratamentos de áudio
voltados para a voz, entre outros.

VARIAÇÕES NO PANORAMA
Dando continuidade à progressão do processo,
é hora de abordar as alterações no controle de
panorama, visando uma expansão do espaço
sonoro.

A implementação dessas modificações


contribuirá para uma sensação mais
envolvente, onde os elementos individuais se
integrarão de maneira harmoniosa e eficaz,
evitando qualquer sobreposição indesejada de
frequências.
É essencial salientar que futuramente, em
segmentos subsequentes deste e-book, você
será apresentado a uma técnica de grande
relevância que aprimorará consideravelmente
a qualidade geral da sua mixagem.

Portanto, é recomendável manter uma


abordagem paciente e atenta neste estágio do
processo.

Nesta etapa, concentre-se na disposição


espacial dos elementos sonoros nos canais de
áudio.

Para alcançar isso, siga estas diretrizes:


Timbres com frequências graves devem
permanecer no centro, em formato mono.

Isso inclui vozes principais, onde a


distribuição estéreo é adotada somente
quando se trata de complementos, vozes
secundárias ou duplicações.

Ao lidar com vozes principais ou elementos


graves, mantenha-os no centro para garantir
que a presença seja firme e coesa, ocupando
um espaço mono.
Utilize o estéreo para instrumentos como
percussões e outros elementos musicais.

Aplique ajustes precisos para posicionar esses


elementos de forma controlada no espaço
estéreo.

Aqui está um exemplo de ajustes no


panorama.
Após a conclusão destes estágios, sua
mixagem estará pronta para avançar em
direção à etapa de masterização.

Cada elemento foi cuidadosamente


equilibrado, concedendo-lhe um espaço
sonoro adequado e uma distribuição estéreo
precisa.

A organização meticulosa dos componentes


resultou em uma mixagem que está pronta
para passar pelo processo final de
aprimoramento na masterização.

A masterização é a última etapa crucial no


processo de produção de áudio, onde uma
mixagem finalizada e balanceada é refinada
para atingir o seu máximo potencial em
termos de qualidade sonora, coesão e
compatibilidade em diferentes sistemas de
reprodução.
Vamos agora abordar uma função de extrema
relevância no âmbito da produção musical.

O Sidechain.

O QUE É O SIDECHAIN?
O Sidechain é uma alteração que é feita no
envelope de volume do 808 para que ele não
embole com o nosso Kick.

Porém, essa alteração é feita somente na hora


em que o kick está presente.

Para fazermos isso, é bem simples!

Existem diversas formas de fazer isso.

Uma dessas formas é pela ferramente Fruity


Balance.

Você também pode optar por não realizar o


sidechain.. Lembre-se, não existe uma regra.
Optar por não aplicar sidechain em certas
situações pode contribuir significativamente
para conferir maior proeminência ao seu
elemento 808.

É crucial, no entanto, exercer cautela no


processo de equalização para evitar a
sobreposição indesejada de frequências.

Para a criação de um efeito sidechain através


do Fruity Balance, o procedimento requer a
elaboração de uma automação básica no
controle de volume.

O Sidechain é feito também para destacar o


Kick.
TEORIA DA BALANÇA
A teoria da balança enfatiza que ao aumentar
ou diminuir algum elemento em uma área
específica, inevitavelmente ocorrerão
alterações correspondentes em outras áreas.

Essa dinâmica é resultado do nosso cérebro


direcionar sua percepção para compensar
deficiências em uma região, o que demonstra
a natureza intrínseca do nosso sistema
perceptivo.

Área Retirada Área Destacada


Essencialmente, isso implica que quando você
reduz uma determinada faixa de frequência,
seu cérebro naturalmente realça sua
percepção em relação às frequências opostas,
resultando em uma maior ênfase nelas.

HIERARQUIA SONORA.
Agora, chegamos a um processo que
considero ser o alicerce fundamental para
uma mixagem refinada: a Hierarquia Sonora

A Hierarquia Sonora.

Este princípio se desdobra em três módulos


essenciais:

1 - Organização

2 - Espaço para Soar

3 - Equilíbrio e Coesão
ORGANIZAÇÃO
O primeiro módulo é a organização dos
elementos sonoros.

Trata-se de dar prioridade aos componentes


mais cruciais da música, como os vocais
principais ou a melodia central.

Ao destacar esses elementos, você cria uma


estrutura clara e discernível para a audição,
permitindo que o ouvinte se conecte com os
aspectos mais importantes da composição.

ESPAÇO PARA SOAR


O segundo módulo aborda a alocação
adequada de espaço no espectro sonoro.

Cada instrumento e elemento deve ocupar um


espaço específico nas frequências para evitar
conflitos e sobreposições indesejadas.

Isso garante que cada componente tenha


clareza e definição, resultando em uma
mixagem equilibrada e agradável ao ouvido.
Ao adotar essa abordagem, sua mixagem será
enriquecida com uma sonoridade nítida e uma
claridade ampliada.

Verdadeiramente, essa é realmente uma das


partes mais cruciais no processo de mixagem.

EQUILIBRIO E COESÃO
O terceiro módulo diz respeito ao equilíbrio
entre os elementos e à coesão do conjunto.

É aqui que a teoria da balança entra em jogo,


como discutimos anteriormente.

Ajustar volumes, panorâmicas e dinâmicas de


maneira habilidosa cria um equilíbrio sonoro
harmonioso, onde cada parte contribui para a
experiência geral sem competir ou dominar.

Por isso, ao mixar um som, você deve ter em


mente que cada elemento terá seu lugar
específico para soar.
REGIÃO GRAVE
KICK, BAIXO, ELEMENTOS GRAVES.
REGIÃO MÉDIO
VOCAL, PERCUSSÃO, INSTRUMENTOS, ETC..
REGIÃO AGUDO
PERCUSSÕES AGUDAS, VOCAIS AGUDOS,
ELEMENTOS AGUDOS.

ENRIQUECIMENTO DA
MIXAGEM
Neste módulo, iremos explicar como
enriquecer sua mixagem de diversas formas.

Uma das principais formas é com a aplicação


de efeitos.

Efeitos como compressores, efeitos para


vozes e instrumentos são fundamentais
dentro da mixagem.
Vamos começar explicando sobre um dos mais
complexos para os iniciantes.

COMPRESSOR
A função primordial do compressor é
gerenciar a dinâmica do áudio ao qual é
aplicado, promovendo uniformidade e
controle.

Seu uso é comum em uma variedade de


elementos musicais, incluindo vocais, baixos,
baterias e diversos instrumentos.

Agora, aprofundemos a explicação:

Suponhamos que tenhamos acabado de


gravar uma acapella.

Aqui encontra-se a representação visual do


áudio capturado:
Ao observar a imagem, percebe-se os picos e a
variação de dinâmica que a gravação tem.

Agora, vamos aplicar o compressor nessa


mesma gravação.
É evidente que as elevações acentuadas
previamente presentes foram
significativamente reduzidas, e as regiões que
exibiam níveis mais baixos foram niveladas
de maneira notável.

Isso resulta em uma gestão mais precisa da


dinâmica e confere uma maior fidelidade à
gravação, contribuindo para um resultado
sonoro mais controlado e refinado.

CONTROLES DO
COMPRESSOR
Todos os compressores, tem por padrão 5
controles.

Sendo eles:

THRESHOLD
O limiar (Threshold), em essência, estabelece
o ponto a partir do qual o compressor iniciará
sua ação, baseado na amplitude em decibéis
(dB) do sinal.

RATIO
O coeficiente de compressão (Ratio) define a
quantidade de redução em decibéis (dB) que
ocorrerá após o nível especificado no limiar
(Threshold) ser alcançado.

ATACK
O parâmetro de ataque (Attack) determina o
intervalo de tempo pelo qual o compressor
aguardará antes de iniciar a compressão, após
ter sido alcançado o nível especificado no
limiar (Threshold).
RELEASE
O release determina por quanto tempo a
compressão será mantida ativa após o sinal
ultrapassar o nível especificado no limiar
(Threshold).

Quanto mais curto for o tempo de liberação,


mais rapidamente o compressor deixará de
atuar após o sinal voltar abaixo do limiar.

GAIN
Controla o ganho do áudio após a compressão
caso seja necessário.

A mixagem pode ser enriquecida com vários


efeitos, por exemplo:

Reverb, Delay, Chorus, Equalização e


automações nos efeitos.

Vamos agora abordar o tópico do Reverb.

A função primordial do reverb reside em


conferir uma ambiência distintiva à sua
produção.
Em essência, esse efeito tem por objetivo
simular a complexidade da reverberação em
um espaço, enriquecendo assim a qualidade
sonora do áudio.

O efeito do reverb é importantissímo para


vocais e instrumentos em geral.

Em geral, ele preenche os espaços vazios da


sua gravação ou instrumento para que não
fiquem secos demais.

Geralmente, o VST de um reverb, tem por


padrão alguns controles.

Vale ressaltar, que o nome dos controles


podem váriar de VST para VST.

Mas a função é a mesma.

Os mais importantes são:

DRY, ER, WET e DECAY

O decay nada mais é do que o controle de


feedback do seu reverb.
Vamos começar a explica-los.

DRY
O Dry corresponde ao ajuste da intensidade
do efeito com e sem reverberação.

Esse controle define a proporção entre o sinal


original sem reverberação e o sinal
processado com o efeito de reverb.

De modo geral, a moderação nesse ajuste é


recomendada para alcançar um resultado
auditivamente agradável.

Ao aplica-lo corretamente, obtém-se um


equilíbrio ótimo entre ambos os sinais: o sinal
com o efeito de reverb e o sinal original, sem o
efeito.

Trazendo assim uma naturalidade maior para


sua produção.
ER (EARLY REFLECTIONS)
A opção "ER" (Early Reflections) controla a
intensidade das primeiras reflexões do som
após ser refletido por superfícies próximas.

Aumenta-lo amplifica a sensação de ambiente


e distância, resultando em um som mais rico e
espacial.

Basicamente é a intensidade da reflexão do


efeito após ele ser refletido.

WET
A opção "WET" ajusta a proporção do sinal
processado pelo efeito de reverb em relação
ao sinal original não afetado.

Aumentar o valor "WET" intensifica o efeito


de reverb, adicionando profundidade e
envolvimento ao áudio processado.

Ao ajustá-lo em conjunto com o efeito DRY,


você é capaz de alcançar um resultado
auditivamente agradável.
DELAY
Outro efeito importante dentro de sua
mixagem é o Delay.

Não podemos esquece-lo, pois ele também


enriquece sua mixagem.

O delay basicamente simula a repetição do


seu som.

Imagine você em uma montanha.

Você da um grito bem alto com a letra A.

A letra A, irá se repetir várias vezes, até se


apagar.

Por exemplo:

A
A
A
A
A
A
De forma análoga, o efeito de Delay na
mixagem reproduz essa repetição
controlada do som.

Ele é basicamente a simulação de um eco.

Ele proporciona uma sensação de


profundidade e espaço ao separar as
repetições do som original, enriquecendo
assim a sonoridade da música.

Ao incorporar o Delay com discernimento


e precisão, você acrescenta uma dimensão
única à sua mixagem, resultando em uma
experiência auditiva mais rica e
envolvente.

os efeitos de delay envolvem vários


parâmetros ajustáveis.

No entanto, de maneira convencional,


alguns desses parâmetros incluem:
DELAY TIME
O Delay time determina o tempo de
repetição do sinal.

ele estabelece o lapso de tempo que


decorre entre a emissão do som original e
o surgimento das repetições
subsequentes.

Através do ajuste do Delay time, é


possível controlar a velocidade e a
cadência das repetições, contribuindo
assim para a criação de uma textura
sonora única e atraente.

Ele leva em consideração o BPM padrão do


Projeto para controlar o tempo das
repetições.

NO FL Studio, você verá eles como

1:2, 1:3, 1:4, 1:5, 1:6 e etc..


WET E DRY
Como no reverb, o Delay também conta
com o Wet e o Dry.

Com os mesmos padrões do reverb.

Wet ajustará a proporção do sinal


processado pelo efeito de delay em
relação ao sinal original não afetado.

Dry ajustará a proporção entre o sinal


original sem eco e o sinal processado com
o efeito de eco.

Assim, trazendo uma ambientação melhor


para o seu som.

LEVEL
O level é basicamente o controle de
feedback do seu efeito.

É o controle da intensidade que seu efeito


terá sobre seu som.
DELAY MODEL
O Delay model determina o modo em que
seu delay será reproduzido.

No FL Studio, por padrão existem três.

No modo MONO, o efeito permanecerá em


configuração mono.

Isso implica que ele será reproduzido


através de um único canal de áudio, em
contraposição à variação no campo
estéreo.

No modo STEREO, ele será reproduzido


através de dois canais de áudio distintos,
permitindo que o efeito se mova e seja
percebido de forma mais ampla e espacial.

No modo PING PONG, ele será reproduzido


com uma variação panorama.

Como uma bolinha de ping pong, pulando


de ouvido para ouvido.
A escolha e a diversidade entre esses
efeitos enriquece em geral sua mixagem.

De maneira geral, é altamente benéfico


diversificar os efeitos e cultivar a
criatividade ao selecioná-los e aplicá-los.

É importante não restringir-se apenas aos


exemplos que foram abordados
anteriormente.

Na verdade, uma ampla gama de efeitos


está disponível para ser explorada,
proporcionando possibilidades criativas
praticamente ilimitadas.

CONTROLE DO PANORAMA E
ESPAÇO NA MIXAGEM
No contexto da mixagem, o controle do
panorama e do espaço de forma
abrangente é de extrema importância.
É crucial incorporar variações no
panorama e no campo estéreo durante a
mixagem.

O controle do panorama, essencialmente,


é a área em que cada canal do mixer é
ajustado individualmente.

É onde você irá ajustar para que lado do


fone cada timbre irá soar.

Por exemplo:

O baixo e o kick, por norma,


frequentemente permanecem
centralizados na maioria das mixagens.

Tal abordagem visa prevenir conflitos com


outros timbres e evitar a sobreposição
prejudicial a outros instrumentos na
mixagem.

Por contraste, timbres como Hi-Hat, Snare,


entre outros, podem ser ligeiramente
deslocados no panorama.
O vocal principal é frequentemente mantido
centralizado no panorama para garantir que
ele se destaque e seja o foco principal da
mixagem.

No entanto, para adicionar uma sensação de


amplitude e espaço, é comum posicionar o
vocal principal levemente aberto no campo
estéreo.

Quanto às vozes secundárias, ampliar o


campo estéreo para elas é uma estratégia
válida para criar uma maior separação e
definição entre as diferentes partes vocais,
resultando em uma mixagem mais rica e
envolvente.

Esse equilíbrio entre a centralização do vocal


principal e a abertura das vozes secundárias
ajuda a alcançar uma mixagem coesa e
agradável aos ouvidos.

Vale ressaltar que diferentes gêneros


musicais podem requerer um foco maior em
instrumentos específicos na mixagem.
Do outro lado, encontramos o controle
espacial na mixagem.

Este consiste, essencialmente, no


gerenciamento do campo estéreo da
mixagem.

No âmbito da mixagem, é imperativo exercer


cautela ao definir o posicionamento do som
no espaço estéreo.

Isso implica a necessidade de aplicar com


precisão e de modo equilibrado, ajustes de
espaçamento, combinados a uma equalização
harmoniosa, de forma a otimizar o potencial
do campo estéreo.

Vamos explica melhor.

Para se ter um campo estéreo adequado é


necessário que tenha no minímo 3 requisitos.

Ter um bom balanço da mixagem.


Ter um bom controle do panorama
Saber trabalhar com o campo estéreo.
BALANÇO NA MIXAGEM
Conforme previamente explanado, no âmbito
da mixagem, é imperativo que se conduza
uma gestão cuidadosa do panorama.

Essa abordagem é essencial para evitar


conflitos de frequências, amplificar a
experiência e conferir um ambiente
envolvente à mixagem.

Portanto, é recomendável implementar


variações no panorama de instrumentos,
percussões, vozes e outras partes da
composição.

Contudo, é necessário exercer especial


cautela com timbres densos, como Kick, Bass
e outros elementos graves.
Isso se deve à possibilidade de mascaramento
de outros instrumentos, interações
indesejadas e deterioração da nitidez da
mixagem.

Por essa razão, é de significativa importância


mantê-los no formato MONO.
CONTROLE DE PANORAMA
Outro conceito de significativa relevância que
merece nossa atenção é o controle de
panorama.

É essencial possuir um controle sobre as


modificações que estão sendo realizadas, bem
como a capacidade de discernir se essas
alterações estão impactando, de alguma
forma, outros elementos na mixagem.

Por isso, é importante dozar cada canal


corretamente no campo estéreo.

Cada um em sua devida posição.

Por exemplo:

Ao posicionar o Hi-hat levemente à esquerda,


podemos, em busca de diversidade, posicionar
o Open-hat de maneira sutil no lado oposto.

Isso enriquece sua mixagem e o ouvinte passa


a ter uma percepção maior dos elementos.
Se a voz está no centro, logo, as vozes
secundárias e os complementos estarão em
lados diferentes.

Isso faz total diferença na sua mixagem e


deixa ela mais espacial e profunda no campo
estéreo.

SABER TRABALHAR COM O


CAMPO ESTÉREO
Este, serve apenas para reforçar o que foi dito
anteriormente.

No contexto da produção musical, é frequente


observar indivíduos realizando ajustes no
campo estéreo sem possuir um entendimento
completo dessas ações.

Tal procedimento pode resultar em um


impacto prejudicial significativo na qualidade
sonora.

Em algumas ocasiões, ainda que a mixagem


esteja bem equilibrada, a aplicação de
técnicas sem a compreensão de seus efeitos
reais pode ocasionar a desestruturação da
mixagem anteriormente elaborada.
No ambiente do FL Studio, destacam-se dois
plugins de efeitos altamente úteis para
aprimorar o campo estéreo.

Eles são:

Fruity Stereo Shaper e Fruity Stereo Enhancer

Vou fazer uma breve explicação sobre os dois.

O Fruity Stereo Shaper possibilita o controle


preciso da largura estéreo e da posição dos
sinais no espectro estéreo.

Com esse plugin, você pode criar efeitos de


largura, mover o som para a esquerda ou
direita e até mesmo inverter a fase do sinal.

Ele oferece uma série de ferramentas para


manipular a espacialidade do áudio,
permitindo ajustes detalhados no panorama.

O Fruity Stereo Enhancer apresenta um


conjunto de parâmetros que possibilita a
amplificação e a definição da amplitude
estéreo, enriquecendo a percepção de espaço
e dimensão sonora.
NATURALIDADE NA
MIXAGEM
Na mixagem, é de significativa importância
não se ater exclusivamente à correção
absoluta ou à aderência constante a padrões e
regras preestabelecidos.

Explorar a quebra de determinados padrões é


fundamental, uma vez que essa abordagem
confere uma autenticidade exclusivamente
sua às composições musicais.

O que você realiza, descobre e aproveita é


intrinsecamente singular.

Isso é trazer novidade para o mercado. Não


ser levado por somente padrões.

Seja criativo, seja curioso em buscar efeitos.


Não apenas deixe em sua mente; Aplique-os.

Isso diferencia você dos demais.

É por meio desse processo que novos gêneros


musicais, efeitos inovadores e abordagens
frescas à mixagem emergem.
FINALIZAÇÃO E DESPEDIDAS
É com satisfação que expresso a esperança de
que este e-book tenha sido verdadeiramente
benéfico para você.

Sinto-me genuinamente contente por ter


elaborado este material e por antecipar a
contribuição que ele proporcionará aos
leitores, permitindo-lhes absorver o conteúdo
de maneira proveitosa.

Àqueles que se dedicarem à leitura, estendo


meus sinceros agradecimentos.

Foram vocês que motivaram o início e a


conclusão deste e-book.

Confio que as páginas aqui presentes tenham


fomentado uma transformação positiva ou
uma melhoria na compreensão que detinham
sobre mixagem.

Digo, uma transformação de perspectiva. De


algo desafiador para algo acessível.
Ou de algo acessível para algo ainda mais
refinado.
A mixagem representa um processo de estudo
contínuo.

Demandará tempo e dedicação até que o


conhecimento presente neste livro comece a
surtir efeitos tangíveis em suas mixagens.

O resultado dependerá substancialmente de


sua determinação em aplicar os princípios
aqui apresentados.

Inicialmente, a mixagem pode se apresentar


como um desafio.

Um desafio que somente você tem a


capacidade de superar.

Minha última orientação aos leitores:

"Mantenham a serenidade e empenhem-se na


busca pelo conhecimento, pois a posse deste
último economiza tempo valioso."

Victor Hugo Bispo Prescinoti


2023

Você também pode gostar