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DA COMPOSIÇÃO À CONCEPÇÃO SONORA.

SEMANA DA MÚSICA – UPF


29/05/2023

2...................................... Da composição à concepção sonora.


3...................................... O processo criativo.
4...................................... A teoria da prática, o blues.
4...................................... Os caminhos do fraseado - entendendo o blues.
7...................................... A escala pentatônica m7 e seus cinco shapes.
9...................................... A aproximação cromática na pentatônica m7.
10.................................... Arpejo? Como eu uso?
12.................................... Aproximação cromática nos arpejos.
13.................................... O tom vizinho e o tom afastado.

“Esse breve estudo pretende facilitar o


entendimento sobre os elementos básicos da
composição.”
Jon
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Da composição à concepção sonora.

Compor uma boa música envolve uma combinação de criatividade, habilidades musicais e
conhecimento técnico. Aqui estão alguns elementos essenciais a serem considerados ao compor uma
música:

Inspiração: Encontre uma fonte de inspiração, seja uma ideia, uma emoção, um filme, série, uma
experiência pessoal ou qualquer outra coisa que desperte sua criatividade.

Melodia: Desenvolva uma melodia cativante e memorável. Experimente diferentes notas, ritmos e
progressões de acordes para criar uma composição melódica única. Normalmente iniciamos em uma
região mais grave na guitarra, e no decorrer da musica, crescemos até chegarmos a regiões mais
agudas. Da mesma forma, iniciamos com poucas notas e com o avançar da música, acrescentamos
mais notas, sempre valorizando a ideia crescente do trecho musical, até o clímax melódico, o
“refrão” da música. Explorar o arpejo do acorde gera ótimos resultados na criação de melodias,
também a escala pentatônica.

Harmonia: Trabalhe na harmonia da música, ou seja, nas combinações de acordes e na sua


progressão. Procure criar harmonias que se encaixem bem com a melodia e reforcem a mensagem
da música. Explore tons vizinhos e tons afastados, não se prenda a apenas uma tonalidade.

Arranjo: Considere a instrumentação e a estrutura da música. Decida quais instrumentos serão


usados, como eles serão introduzidos e quais partes se repetirão ao longo da música.

Ritmo e dinâmica: Dê atenção especial ao ritmo e à dinâmica da música. Varie a intensidade e o


volume em diferentes seções para criar interesse e impacto emocional. Normalmente, no início da
música usamos menos dinâmica, e exploramos um crescendo conforme a musica vai “passando”. Ou,
em musicas mais rápidas, iniciamos “grande” e baixamos a dinâmica quando a melodia principal
começa.

Originalidade: Busque ser autêntico e criar algo único. Evite copiar outras músicas e encontre sua
própria voz musical. É difícil não “usarmos” nossas influências, na verdade, somos a soma delas, mas
precisamos “lapidar” nosso “estilo musical” até encontrarmos nossa própria personalidade musical.

Edição e revisão: É essencial revisar e refinar sua composição. Ouça atentamente sua música, faça
ajustes quando necessário e garanta que todos os elementos se encaixem harmoniosamente.

Prática e experimentação: Compor é um processo contínuo de aprendizado e aprimoramento.


Pratique regularmente, experimente diferentes estilos e técnicas e esteja aberto a novas ideias.

Lembrem-se, essas são apenas diretrizes gerais, e a composição musical é um processo


altamente criativo. A experimentação e a descoberta de sua própria voz são fundamentais. Divirta-se
ao compor música e explore diferentes abordagens para encontrar o seu estilo único.
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O processo criativo.

O processo criativo varia de pessoa para pessoa. Alguns criam primeiramente a melodia,
outros, optam pela harmonia e a melodia surge em decorrência da sequencia harmônica. Entretanto,
geralmente o processo criativo envolve as seguintes etapas:

Preparação: Nesta fase, você se prepara para o processo criativo. Isso pode incluir pesquisa, estudo,
imersão em diferentes estilos musicais, leitura de letras (se for o caso de musica letrada), exposição a
novas experiências, entre outros. É importante alimentar sua mente com informações relevantes e
inspiradoras.

Geração de ideias: Nesta etapa, você começa a gerar ideias musicais com base na inspiração inicial.
Isso pode envolver experimentar diferentes progressões de acordes, tocar com melodias ou
improvisar em um instrumento. Anote todas as ideias, mesmo as aparentemente insignificantes.

Exploração e desenvolvimento: Selecione as ideias mais promissoras e comece a desenvolvê-las.


Experimente diferentes variações e combinações, explore diferentes arranjos, teste diferentes ritmos
e harmonias. Deixe-se levar pela música e veja onde ela o leva.

Organização e estruturação: Nesta fase, você começa a organizar as ideias em uma estrutura
coerente. Pense na introdução, verso, refrão, ponte e outros elementos musicais que compõem a
estrutura da música. Certifique-se de que a música flua de forma lógica e coerente.

Refinamento: Agora é hora de aprimorar sua composição. Revise as partes que não parecem
funcionar, faça ajustes nas melodias, letras e harmonias, trabalhe na dinâmica e no equilíbrio dos
instrumentos. Continue editando até ficar satisfeito com o resultado.

Finalização: Após incorporar o feedback e fazer os ajustes finais, sua música estará pronta para ser
finalizada. Isso envolve a gravação adequada dos instrumentos, a mixagem e a masterização para
obter um som profissional.

Mas atenção, o processo criativo não é linear e pode haver idas e vindas entre as etapas.
Cada pessoa tem seu próprio fluxo criativo, e é importante encontrar o que funciona melhor para
você. A prática e a experimentação também desempenham um papel fundamental no
desenvolvimento do processo criativo.
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A teoria da prática, o blues.

O blues desempenha um papel fundamental na composição e improvisação musical em


diversos gêneros. Aqui estão algumas das razões pelas quais o blues é importante nesses aspectos:

Base estrutural: O blues possui uma estrutura musical simples e reconhecível, com uma progressão
de acorde característica, uma forma de 12 compassos e um padrão melódico específico. Essa
estrutura oferece uma base sólida para a composição, fornecendo um esqueleto sobre o qual a
música pode ser construída.

Expressão emocional: O blues é profundamente enraizado na expressão emocional. Suas raízes


remontam ao sofrimento e às experiências da comunidade afro-americana, e ele permite que os
músicos expressem uma ampla gama de emoções, desde tristeza e melancolia até alegria e
empolgação. Através do blues, os compositores e improvisadores podem transmitir emoções
intensas e contar histórias poderosas.

Liberdade improvisacional: O blues é altamente improvisacional por natureza. Ele oferece espaço
para os músicos explorarem escalas de blues, frases melódicas e técnicas expressivas, como bends,
slides e vibratos. A estrutura relativamente simples do blues permite que os músicos se sintam à
vontade para improvisar e experimentar, resultando em performances criativas e únicas.

Influência em outros gêneros: O blues teve um impacto profundo no desenvolvimento de muitos


outros gêneros musicais, como o rock, o jazz e o R&B. Muitos artistas e bandas se basearam nas
características do blues para criar novas formas de expressão musical. Ao compreender e utilizar
elementos do blues na composição e improvisação, os músicos podem incorporar influências desses
gêneros relacionados e criar trabalhos originais e envolventes.

Interação musical: O blues frequentemente envolve uma interação musical intensa entre os músicos.
Durante a improvisação, os músicos devem ouvir uns aos outros e responder musicalmente ao que
está acontecendo. Isso incentiva a comunicação musical e a colaboração, permitindo que os músicos
se conectem e criem em conjunto.

Construção de habilidades musicais: Tanto a composição quanto a improvisação no contexto do


blues exigem o desenvolvimento de habilidades musicais, como a compreensão de escalas, acordes,
progressões e estruturas musicais. A prática regular dessas habilidades no blues pode levar a uma
maior proficiência musical e abrir caminho para a exploração de outros estilos e gêneros.

Em suma, o blues é uma forma de expressão musical poderosa e versátil que desempenha
um papel fundamental na composição e improvisação. Sua estrutura, emoção, liberdade
improvisacional e influência em outros gêneros musicais tornam o blues uma fonte rica de inspiração
e um terreno fértil para a criatividade musical.

Os caminhos do fraseado - Entendendo o blues.

Para entendermos o blues, temos de abandonar nossa escala modelo, a de “C” (Dó), e pensar
como o norte americano, então, desenvolver o estudo teórico das escalas a partir da primeira letra
do alfabeto, o “A”. Onde:

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º

A B C D E F G A
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Cada nota com seu respectivo modo:

A = eólio
B = lócrio
C = jônico
D = dórico
E = frígio
F = lídio
G = mixolídio

Assim, o nosso primeiro grau é o A (eólio), o quarto é o D (dórico) e o quinto é o E (frígio).


Sim, o blues é menor, e todos os acordes possuem a mesma tétrade:

1ºj 3ºm 5ºj 7ºm


A C E G
D F A C
E G B D

Qual a nota mais importante da tríade/tétrade? Certamente todas tem um papel


importante, mas o terceiro grau é o que determina a principal categoria do acorde, é a nota que
determina se o acorde é maior ou menor.

A nota “A” (eólio) dá origem ao acorde Am7, a nota “D” (dórico) dá origem ao acorde Dm7 e
o “E” (frígio) dá origem ao acorde de Em7.

Observe abaixo, as notas do acorde (tétrade) de Am7

1 E F G A B C D E F G A B C D E
2 B C D E F G A B C D E F G A B
3 G A B C D E F G A B C D E F G
4 D E F G A B C D E F G A B C D
5 A B C D E F G A B C D E F G A
6 E F G A B C D E F G A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Observe abaixo, as notas do acorde (tétrade) de Dm7

1 E F G A B C D E F G A B C D E
2 B C D E F G A B C D E F G A B
3 G A B C D E F G A B C D E F G
4 D E F G A B C D E F G A B C D
5 A B C D E F G A B C D E F G A
6 E F G A B C D E F G A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Observe abaixo, as notas do acorde (tétrade) de Em7

1 E F G A B C D E F G A B C D E
2 B C D E F G A B C D E F G A B
3 G A B C D E F G A B C D E F G
4 D E F G A B C D E F G A B C D
5 A B C D E F G A B C D E F G A
6 E F G A B C D E F G A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
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Podemos concluir que o acorde m7 dos tons de A, D e E, são a pentatônica m7 sem o quarto
grau. É justamente por esse motivo que a pentatônica recebe o nome de m7. Onde o “m” minúsculo
indica a terça menor do acorde/escala e o “7” indica a sétima menor do acorde/escala.

Dentro do contexto escala/acorde, temos as “notas boas” que são notas que devemos usar
pra iniciar, repousar e finalizar um solo, improviso ou arranjo. As “notas boas” fazem parte da
harmonia, podendo ser apenas as notas do acorde (tríade e tétrade) bem como as notas add (demais
notas da escala adicionadas aos acordes, 9º, 11º e 13º, respectivamente o segundo grau, quarto e
sexto graus).

Para a harmonia blues, usaremos o acorde do primeiro, quarto e quinto graus, (Am7, Dm7 e
Em7), onde as notas boas são o primeiro grau, terceiro, quinto e sétimo graus. Podemos sim usar o
quarto grau da escala pentatônica, mas atenção, não podemos iniciar, repousar e finalizar nele.

Use e abuse do playback #1, “Blues em Am7” 12 compassos. Explore a sonoridade de cada
nota do acorde (tétrade). Use apenas o shape #1 da pentatônica m7 (com tônica na sexta corda).

Observe abaixo o acorde de Am7 e o quarto grau (pentatônica m7 shape #1)

1 E F G A B C D E F G A B C D E
2 B C D E F G A B C D E F G A B
3 G A B C D E F G A B C D E F G
4 D E F G A B C D E F G A B C D
5 A B C D E F G A B C D E F G A
6 E F G A B C D E F G A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Observe abaixo o acorde de Dm7 e o quarto grau (pentatônica m7 shape #1)

1 E F G A B C D E F G A B C D E
2 B C D E F G A B C D E F G A B
3 G A B C D E F G A B C D E F G
4 D E F G A B C D E F G A B C D
5 A B C D E F G A B C D E F G A
6 E F G A B C D E F G A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Observe abaixo o acorde de Em7 e o quarto grau (pentatônica m7 shape #1)

1 E F G A B C D E F G A B C D E
2 B C D E F G A B C D E F G A B
3 G A B C D E F G A B C D E F G
4 D E F G A B C D E F G A B C D
5 A B C D E F G A B C D E F G A
6 E F G A B C D E F G A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Lembre-se NÃO REPOUSE NO QUARTO GRAU!


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A escala pentatônica m7 e seus cinco shapes. Observe atentamente as classificações.

Observe abaixo a pentatônica m7 shape #1 – A escala penta menor – Am7

1 E F G A B C D E F G A B C D E
2 B C D E F G A B C D E F G A B
3 G A B C D E F G A B C D E F G
4 D E F G A B C D E F G A B C D
5 A B C D E F G A B C D E F G A
6 E F G A B C D E F G A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Primeiro justo
Terça menor
Quarta justa
Quinta justa
Sétima menor

Observe abaixo a pentatônica m7 shape #2 – A escala penta maior – C

1 E F G A B C D E F G A B C D E
2 B C D E F G A B C D E F G A B
3 G A B C D E F G A B C D E F G
4 D E F G A B C D E F G A B C D
5 A B C D E F G A B C D E F G A
6 E F G A B C D E F G A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Primeiro justo
Segunda maior
Terça maior
Quinta justa
Sexta maior

Observe abaixo a pentatônica m7 shape #3 – Dm7

1 E F G A B C D E F G A B C D E
2 B C D E F G A B C D E F G A B
3 G A B C D E F G A B C D E F G
4 D E F G A B C D E F G A B C D
5 A B C D E F G A B C D E F G A
6 E F G A B C D E F G A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Primeiro justo (como a escala não tem terceiro grau, pode ser usada em acordes maiores)
Segunda maior
Quarta justa
Quinta justa
Sétima menor

Observe abaixo a pentatônica m7 shape #4 – Em7

1 E F G A B C D E F G A B C D E
2 B C D E F G A B C D E F G A B
3 G A B C D E F G A B C D E F G
4 D E F G A B C D E F G A B C D
5 A B C D E F G A B C D E F G A
6 E F G A B C D E F G A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
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Primeiro justo (a escala não tem quinto grau)
Terça menor
Quarta justa
Sexta menor
Sétima menor

Observe abaixo a pentatônica m7 shape #5 – G7

1 E F G A B C D E F G A B C D E
2 B C D E F G A B C D E F G A B
3 G A B C D E F G A B C D E F G
4 D E F G A B C D E F G A B C D
5 A B C D E F G A B C D E F G A
6 E F G A B C D E F G A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Primeiro justo
Segunda maior
Quarta justa
Quinta justa
Sexta maior

Valorize os intervalos de um tom na transição dos shapes das escalas pentatônica m7.
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A aproximação cromática na pentatônica m7.

A aproximação cromática é uma técnica utilizada na guitarra para criar tensão e colorir as
progressões melódicas. Ela envolve a adição de notas cromáticas, ou seja, notas que estão fora da
escala principal da música, para criar um efeito sonoro interessante. Ao utilizar a aproximação
cromática, você pode criar linhas melódicas ou preenchimentos harmônicos que adicionam um
toque único à sua música. Aqui estão algumas considerações sobre a aproximação cromática na
guitarra:

Técnicas de solo: Na improvisação e nos solos, a aproximação cromática é frequentemente usada


para criar linhas melódicas expressivas. Você pode adicionar notas cromáticas em frases para
adicionar tensão e dar uma cor única ao seu solo. Isso permite explorar diferentes sonoridades e
criar momentos de destaque durante a performance.

Uso das escalas: Para utilizar a aproximação cromática, é importante ter um conhecimento sólido
das escalas e arpejos. Você precisa identificar quais notas cromáticas podem ser adicionadas sem
comprometer a harmonia da música. Experimente diferentes combinações de notas cromáticas com
as escalas que você está utilizando para encontrar as sonoridades que mais lhe agradam.

Equilíbrio e bom gosto: Como em qualquer técnica musical, é importante ter bom gosto e equilíbrio
ao utilizar a aproximação cromática. Aproxime-se das notas cromáticas de maneira intencional e
avalie se elas estão servindo ao propósito musical desejado.

Resumindo, a aproximação cromática é uma técnica versátil e expressiva na guitarra. Ao


adicionar notas cromáticas em suas progressões de acordes ou solos, você pode criar tensão,
preencher harmônicos e adicionar cores únicas à sua música.

A aproximação cromática na pentatônica m7 shape #1 – A escala penta menor – Am7

1 E F G ac A ac C D E F G A B C D E
2 B C D ac E F ac G A B C D E F G A B
3 G A ac C ac D E F G A B C D E F G
4 D E F ac G ac A B C D E F G A B C D
5 A B C ac D ac E F G A B C D E F G A
6 E F G ac A ac C D E F G A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

A aproximação cromática que está entre o quarto e o quinto grau, chamamos de “blue note”.

Observando o diagrama, fica fácil visualizar que a aproximação cromática da escala


pentatônica de Am7 é uma pentatônica m7 que está meio tom atrás (G#m7). A aproximação
cromática se estende por todos os cinco shapes da pentatônica Am7.

*ac = aproximação cromática


10
Arpejo. Como eu uso?

O arpejo em tríade. Para melhor aproveitarmos os arpejos, vamos usar apenas a tríade de
forma agrupada. Para isso, vamos tocar somente uma nota por corda. Dessa maneira, dividiremos os
arpejos em três shapes.

Na tríade agrupada usamos o primeiro, terceiro e quinto graus da escala.

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º

C D E F G A B C

Shape 1: iniciando pela fundamental “C” (tenha em mente os intervalos da formação da tríade
maior, não o nome das notas)

1ºj, 3ºM e 5ºj nos bordões e se repetindo nas primas.

1 E F G A C D E F G A B C D E
2 B C D E F G A B C D E F G A B
3 G A C D E F G A B C D E F G
4 D E F G A B C D E F G A B C D
5 A B C D E F G A B C D E F G A
6 E F G A C D E F G A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Shape 2: iniciando pela terça “E”.

3ºM, 5ºj e 1ºj nos bordões e se repetindo nas primas.

1 E F G A C D E F G A B C D E
2 B C D E F G A B C D E F G A B
3 G A C D E F G A B C D E F G
4 D E F G A B C D E F G A B C D
5 A B C D E F G A B C D E F G A
6 E F G A C D E F G A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Shape 3: iniciando pela quinta “G”

5ºj, 1ºj e 3ºM nos bordões e se repetindo nas primas.

1 E F G A C D E F G A B C D E
2 B C D E F G A B C D E F G A B
3 G A C D E F G A B C D E F G
4 D E F G A B C D E F G A B C D
5 A B C D E F G A B C D E F G A
6 E F G A C D E F G A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
11
Adicionando as notas da tonalidade de “C” no acorde (arpejo)

Shape 1: com as notas add acima de cada nota da tríade.

1ºj e 2ºM, 3ºM e 4ºj, 5ºj e 6ºM nos bordões e se repetindo nas primas.

1 E F G A C D E F G A B C D E
2 B C D E F G A B C D E F G A B
3 G A C D E F G A B C D E F G
4 D E F G A B C D E F G A B C D
5 A B C D E F G A B C D E F G A
6 E F G A C D E F G A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Shape 2: com as notas add

3ºM e 4ºj, 5ºj e 6ºM, 1ºj e 2ºM nos bordões e se repetindo nas primas.

1 E F G A C D E F G A B C D E
2 B C D E F G A B C D E F G A B
3 G A C D E F G A B C D E F G
4 D E F G A B C D E F G A B C D
5 A B C D E F G A B C D E F G A
6 E F G A C D E F G A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Shape 3: com as notas add

5ºj e 6ºM, 1ºj e 2ºM, 3ºM e 4ºj nos bordões e se repetindo nas primas.

1 E F G A C D E F G A B C D E
2 B C D E F G A B C D E F G A B
3 G A C D E F G A B C D E F G
4 D E F G A B C D E F G A B C D
5 A B C D E F G A B C D E F G A
6 E F G A C D E F G A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Como vimos, na tríade usamos o primeiro, terceiro e quinto graus da escala, os demais (com
exceção do sétimo grau que faz parte da formação integral do acorde, o que chamamos de tétrade)
serão notas “add”, notas que adicionamos ao acorde, 9º, 11º e 13º.

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º

C D E F G A B C

9º 11º 13º
_________________________
notas “add”

Os exemplos estão no primeiro acorde (C maior) do campo harmônico da escala de “C”,


entretanto, o mesmo ocorre com os demais acordes do campo harmônico de “C”. Separe as tríades
agrupadas dos acordes de Dm, Em, F, G, Am e Bm(b5) e aplique as notas add acima das notas das
tríades desses acordes.
12
Aproximação cromática nos arpejos.

A aproximação cromática nos arpejos é aplicada da mesma forma que a aplicamos na escala
pentatônica.

Shape 1: com as notas add e aproximação cromática.

1ºj ac 2ºM, 3ºM e 4ºj, 5ºj ac 6ºM

1 E F G ac A C D E F G A B C D E
2 B C D E F G A B C D E F G A B
3 G A C ac D E F G A B C D E F G
4 D E F G ac A B C D E F G A B C D
5 A B C D E F G A B C D E F G A
6 E F G A C ac D E F G A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Shape 2: com as notas add e aproximação cromática.

3ºM e 4ºj, 5ºj ac 6ºM, 1ºj ac 2ºM

1 E F G A C ac D E F G A B C D E
2 B C D E F G ac A B C D E F G A B
3 G A C D E F G A B C D E F G
4 D E F G A B C ac D E F G A B C D
5 A B C D E F G ac A B C D E F G A
6 E F G A C D E F G A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Shape 3: com as notas add e aproximação cromática.

5ºj ac 6ºM, 1ºj ac 2ºM, 3ºM e 4ºj

1 E F G A C D E F G A B C D E
2 B C D E F G A B C ac D E F G A B
3 G A C D E F G ac A B C D E F G
4 D E F G A B C D E F G A B C D
5 A B C D E F G A B C ac D E F G A
6 E F G A C D E F G ac A B C D E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
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O tom vizinho e o tom afastado.

Os termos "tom vizinho" e "tom afastado" são utilizados na teoria musical para descrever
relações de proximidade ou distância entre tonalidades (notas ou acordes) em uma progressão
harmônica.

O "tom vizinho" refere-se a uma tonalidade que está próxima ou adjacente à tonalidade
atual. O "tom vizinho" difere do tom principal em um acidente na armadura. Dois acidentes pra mais,
são considerados "tons afastados".

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º

C D E F G A B C

Tons vizinhos diretos: são os que possuem apenas um acidente em relação ao tom principal
(“F” e “G”, ou nenhum acidente “Am”).

Tons vizinhos indiretos: são os relativos menores dos tons vizinhos diretos (“Dm” e “Em”)

- O “Am” (eólio, sexto grau) é o relativo menor do “C” (jônio)

- O “F” (vizinho direto) e “Dm” (vizinho indireto), (lídio, quarto grau e seu relativo
menor dórico em relação ao “C”) é o subdominante do “C” (com um “b” na armadura
de clave). Aqui o “F” deixa de ser lídio e assume ser jônio, consequentemente o “Dm”
deixa de ser dórico e passa a ser eólio do “F”.

- O “G” (vizinho direto) e “Em” (vizinho indireto), (mixolídio, quinto grau e seu relativo
menor frígio em relação ao “C”) é o dominante do “C” (com um “#” na armadura de
clave). Aqui o “G” deixa de ser mixolídio e assume ser jônio, consequentemente o
“Em” deixa de ser frígio e passa a ser eólio do “G”.

Tom vizinho próximo ou tom homônimo, é o mesmo tom (centro tonal) que o tom principal, porém
menor.

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º

C D E F G A B C

C D Eb F G Ab Bb C

O "tom afastado" refere-se a uma tonalidade que está distante da tonalidade principal. O
"tom afastado" difere do tom principal em dois e até sete acidentes na armadura da clave, o que cria
uma sensação de tensão e instabilidade na progressão. Pode ser usado para criar uma surpresa ou
variação inesperada na música.
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Imaj7 IIm7 III m7 IVmaj7 V7 VIm7 VIIm7(b5)

C D E F G A B C – tom principal
G A B C D E F# G – tom vizinho direto
D E F# G A B C# D – tom afastado
A B C# D E F# G# A – tom afastado
E F# G# A B C# D# C – tom afastado
B C# D# E F# G# A# B – tom afastado
F# G# A# B C# D# C# F# – tom afastado
C# D# E# F# G# A# B# C# – tom afastado
F G A Bb C D C F – tom vizinho direto
Bb C D Eb F G A Bb – tom afastado
Eb F G Ab Bb C D Eb – tom próximo ou homônimo
Ab Bb C Db Eb F G Ab – tom afastado
Db Eb F Gb Ab Bb C Db – tom afastado
Gb Ab Bb Cb Db Eb F Gb – tom afastado
Cb Db Eb Fb Gb Db Eb Fb – tom afastado

Em7 F#m7(b5) Gmaj7 Am7 Bm7 Cmaj7 D#7 E – tom vizinho indireto (Em7)
Dm7 Cm7(b5) Fmaj7 Gm7 Am7 Bbmaj7 C7 D – tom vizinho indireto (Dm7)

Tanto o uso do tom vizinho quanto do tom afastado são recursos comuns na composição
musical para criar variações e tensões. Eles podem ser usados para adicionar interesse e emoção às
progressões e melodias, explorando diferentes graus de familiaridade e distância tonal.

É importante notar que o contexto musical, o estilo e a intenção do compositor ou arranjador


determinarão quais notas ou acordes serão considerados como tom vizinho ou tom afastado em uma
determinada progressão. Além disso, esses termos são relativos e podem variar dependendo da
perspectiva musical adotada.

Usaremos o playback #3, para análise e entendimento dos tons afastados.

Harmonia proposta:
Dm7, Ebm7, Dm7(11), Ebm7, A7(11), B7(11), Dm7 Ebm7(11)

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