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2020 | RHODES MUSIC ACADEMY

O GUIA DEFINITIVO SOBRE

MIXAGEM

ESCRITO POR:
VINÍCIUS BERNUCCI
ESTE LIVRO FOI FEITO PARA VOCÊ
QUE SEMPRE BUSCOU UM
MATERIAL ORGANIZADO COM
TODAS AS INFORMAÇÕES
NECESSÁRIAS SOBRE MIXAGEM
RHODES MUSIC

RHODES MUSIC ACADEMY

SOBRE NÓS

Paixão pela música.


Qualidade na busca por
Idealizada pelo produtor Excelência.
musical e engenheiro de Compromisso com tudo o
áudio Vinicius Bernucci, a que propusermos fazer.
Rhodes Music Academy foi Colaboração para
criada em 2014 na cidade de potencializar o trabalho
Belo horizonte-MG com o coletivo
intuito de Formar futuros
Engenheiros de áudio e Visão
Produtores Musicais. Desde
então em seus cursos on-line Pessoas: para proporcionar
e presenciais totalizam-se um bom ambiente de
mais de 600 alunos formados trabalho no qual os
por nossa instituição. profissionais sintam-se
  inspirados a darem o melhor
Missão de si, todos os dias.

Ser referência de qualidade. Produtividade: Ser uma


Inspirar novos Talentos. organização eficaz e
Contribuir para o cenário dinâmica.
musical nacional.
Parceiros: Desenvolver uma
Valores rede de trabalho para criar
um valor comum e
Seriedade em todos os duradouro.
nossos compromissos.
RHODES MUSIC

VINÍCIUS BERNUCCI

SOBRE

Vinicius Bernucci, Produtor rabalhos importantes como a


musical, Músico e Engenheiro de masterização do CD do produtor
áudio. É formado em música pela austríaco Boris Porsch, além de
Universidade Federal de Minas ter mixado e masterizado a
Gerais, estudou música no Centro interpretação da música “O Abre
de Formação Artística (CEFART) - alas” de Chiquinha Gonzaga
Palácio das Artes em Belo executada pela Big Band norte
Horizonte. Além disso, é também americana BYU SYNTHESIS JAZZ
um membro votante da BAND e a pianista brasileira Aline
Academia Latina de Gravação Tomanik. Possui em seu currículo
dessa forma, participando trabalhos notáveis como o DVD
ativamente na inscrição e votação “Pra Sempre” de Rick Rodrigues
dos concorrentes ao Latin gravado no centro histórico de
GRAMMY AWARDS a maior Diamantina – MG (Patrimônio
premiação da música na América cultural da Humanidade
Latina. declarado pela UNESCO).
Na Universidade teve Trabalho esse que assumiu a
oportunidade de estudar com direção artística e a mixagem.
grandes músicos da música Como músico já dividiu palco
popular brasileira e internacional com artistas de renome e como
como Wilson Lopes (Milton Engenheiro de áudio e produtor
Nascimento) e Cliff Korman. musical, já gravou e trabalhou
Vem construindo em sua com grandes músicos do meio
trajetória diferentes olhares sobre Gospel como padre Fábio de
a música, tanto do ponto de vista Melo, Dunga (Canção Nova),
da interpretação e criação Davidson Silva entre outros. Além
musical como também na disso, ministra cursos presenciais
captação e gravação das obras. e on-line de produção musical,
Como empresário e engenheiro áudio, gravação e mixagem. Em
de áudio trabalhou no Studio seus cursos on-line, atualmente
Rhodes em Belo Horizonte e no possui alunos matriculados de
Estúdio da Banda Dominus  diversas regiões do Brasil como
também na capital mineira. também alunos do Reino Unido,
Foram nesses estúdios que EUA e Portugal.
adquiriu em sua carreira 
MIXAGEM COMO APRENDER
A MIXAR?
A mixagem é uma das etapas que Gosto de tratar o aprendizado da
envolvem a produção de uma mixagem como o aprendizado de
música, CD ou DVD. Nessa etapa um instrumento musical. Tenho dito
envolvem conhecimentos técnicos e muito isso, mas é preciso ser
artísticos.  É nela que definimos os insistente mesmo. Isso porque
níveis dos instrumentos, timbres e muitos não encaram dessa maneira e
efeitos. Nela fazemos com que acredito que ao tratar dessa forma, a
diversos canais se tornem apenas 2, sua evolução será muito evidente.
o L (Left) e o R (Right). Podemos Imagine o seguinte cenário: Você
dizer também que a mixagem é a estudando mixagem
fusão da arte com a técnica. aproximadamente 4 horas todos os
Mixagem é um tema muito dias (tempo mínimo gasto com
complicado de ser tratado, isso estudos por um músico). Sua
porque, tudo que envolve arte é evolução será realmente notável.
complicado dizer o que é certo ou Mixagem no final das contas é um
errado. O engenheiro de mixagem treino auditivo. Claro, isso se você
pode tomar a decisão de por dominar as técnicas. Faça assim:
exemplo, colocar todos os Crie uma rotina de estudos todos os
instrumentos apenas de um lado dias. Mixe pelo menos uma música
dos fones e ninguém pode arriscar por dia e mantenha essa rotina.
em dizer que isso está errado. Agora, tenha muita calma, seja
Porém, é de praxe seguir algumas coerente com você mesmo. Assim
regrinhas básicas, além de como qualquer instrumento, não
tendências do mercado. Como adianta com pouco tempo mixando
costumo dizer: Se você optar por músicas, querer mixar como uma
colocar a voz principal somente de pessoa que está há 30 anos no
um lado dos fones você é louco, mas mercado. Seja justo com você
se o Cris Lord Alge (um dos mais mesmo e não lhe cobre além do que
famosos engenheiros de mixagem você pode entregar. Isso não lhe fará
do mundo) optar por fazer essa bem, muito pelo contrario, só lhe
escolha ele é um gênio. Então meu trará frustrações. Mantenha o foco!
primeiro conselho é: Não tente
reinventar a roda. Siga
primeiramente os padrões e
aprenda a fazer boas mixagens
dentro desses padrões. Depois que
você adquirir bastante experiência
você pode começar a querer se
aventurar por caminhos mais
excêntricos.  
" O ENTUSIASMO É A MAIOR
FORÇA DA ALMA. CONSERVA-O E
NUNCA TE FALTARÁ PODER PARA
CONSEGUIRES O QUE DESEJAS"
Napoleon Hill
A MIXAGEM E SUA
EVOLUÇÃO
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Antes de entrarmos em conceitos


mais atuais da mixagem, é
importante ter alguma perpesctiva
de como essa arte se desenvolveu ao
longo dos anos. É obvio para quase
todos que estão há bastante tempo
mixando, como essa arte mudou ao
longo das décadas, mas o porque e O que  mudou de acordo com o
como isso aconteceu não é tão reverenciado engenheiro Eddie
óbvio. Nos primórdios da gravação Kramer:
nos anos 50, realmente não havia
nenhuma mixagem em si, já que a "Tudo (quando eu comecei a me aproximar da
mídia de gravação era mono e uma gravação), a perspectiva de gravação era muito
grande gravação usava no máximo diferente da que as pessoas fazem atualmente.
apenas quatro microfones. É claro Meu treinamento na Inglaterra foi felizmente com
alguns dos maiores engenheiros da época, que
que, ao longo dos anos, a gravação
eram basicamente engenheiros clássicos
evoluiu da captura de um evento treinados de um jeito que eles poderiam sair e
musical inalterado para um que foi gravar uma orquestra sinfônica e depois voltar
artificialmente criado através de para o estúdio e depois fazer um Jazz ou o Pop,
overdubs, multitracks, etc. A que é exatamente o que costumávamos fazer.
disponibilidade de mais e mais faixas Quando eu estava treinando com Bob Auger,
gerou consoles cada vez maiores, o que era o sênior engenheiro na Pye Studios, ele e
eu costumávamos sair e fazer álbuns clássicos
que gerou a automação de
com uma máquina Ampex de 3 pistas e três
computadores e o Recall (função microfones Neumann U47 e um único mixer de
utilizada para carregar configurações três canais. O fato é que tínhamos muito poucas
salvas de mixagens finalizadas) ferramentas à nossa disposição. Foi isso."
apenas para gerenciar os consoles
maiores alimentados por mais faixas.
Com tudo isso veio não apenas uma
mudança inevitável na filosofia da
mixagem, mas também uma
mudança no modo como um mixer
escutava ou pensava.
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Hoje em dia, com esse luxo do não precisava mais ser pré-mixada
computador, praticamente temos em apenas uma ou duas faixas. Em
quantas faixas quisermos. A vez de os tambores da bateria
microfonação da bateria serem considerados apenas mais
normalmente passava pelos um instrumento igual ao baixo, eles
microfones de overhead e bumbo, passaram a exigir mais atenção
agora é comum mais de um porque mais faixas são usadas.
microfone em cada peça da bateria, Nesse ponto (aproximadamente
já que os consoles e interfaces de 1975), graças ao uso generalizado do
áudio agora possuem mais entradas “tape deck” de 24 faixas (gravador
de microfone. E dessa forma, a de 24 canais), a mixagem mudou
bateria podendo ser distribuída em para sempre. E, para melhor ou
seis, oito ou mais faixas, os para pior, a mixagem mudou para o
engenheiros podiam se concentrar que é hoje em dia.
mais no processo de mixagem,
porque a bateria, 
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OS ESTILOS DE
MIXAGEM
LOS ANGELES

NEW YORK

LONDON

Até o final dos anos 80, era fácil dizer


onde um registro tinha sido feito, apenas
pelo seu som. Houve uma
homogeneização de estilos nos últimos
anos, principalmente porque os
engenheiros passaram a mixar em vários
locais e muitos se mudaram para novas
áreas levando seus estilos de mixagem
ao longo do caminho. Há três estilos de
gravação principais e a maioria das
gravações se enquadram em uma delas;
Nova Iorque, LA e Londres.  
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NEW YORK

O ESTILO NOVA
IORQUINO

As características da mixagem
de Nova York talvez sejam as
mais fáceis de identificar. Isso
porque apresentam muita
compressão, o que torna a
mixagem muito agressiva. Em
muitos casos, os instrumentos
comprimidos (principalmente a
seção rítimica) são
comprimidas várias vezes ao
longo do caminho, com
compressão paralela através de
mandadas auxiliares ou outras
práticas. Um exemplo disso,
ouça qualquer uma das
mixagens que Ed Stasium (um
orgulhoso praticante deste
método) fez, como o álbum
solo de Mick Jagger, She's the
Boss, ou qualquer coisa de The
Smithereens ou Living Colour.
EXEMPLO

https://www.youtube.com/watch?
v=KqoXN0cLRs0
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LOS ANGELES

O ESTILO LA

O som LA é um som um pouco


mais natural; é comprimido,
mas em grau menos agressivo
que o estilo nova-iorquino. Há
também muito menos
camadas de efeitos do que o
estilo de Londres. O estilo LA
sempre tentou capturar um
evento musical e aumentá-lo
um pouco, em vez de recriá-lo.
Alguns bons exemplos são os
sucessos dos Doobie Brothers
ou Van Halen dos anos 70 e 80.

EXEMPLOS

https://www.youtube.com/watch?v=DkytJLox

https://www.youtube.com/watch?v=SwYN7m
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LONDON

O ESTILO LONDRES
O som de Londres é um estilo
altamente estratificado que
empresta algo do estilo de Nova
York, pois é um pouco
comprimido, mas lida com
várias camadas de efeito. Esse
estilo faz uso extensivo do que é
conhecido como perspectiva, o
que coloca cada instrumento
em seu próprio ambiente
sonoro distinto. Embora o
arranjo musical seja importante
para qualquer boa mixagem, é
ainda mais uma característica
distintiva de uma mix londrina.
O que isto significa é que
muitas partes aparecem em
momentos diferentes durante
uma mixagem, alguns para
efeito, alguns para mudar a
dinâmica da música. Cada nova
parte estará em seu próprio
ambiente e, como resultado,
terá uma perspectiva diferente.
Um exemplo perfeito disso seria
Yes 'Owner of a Lonely Heart ou
qualquer coisa feita por Trevor EXEMPLO
Horn, como Seal ou Grace
Jones. À medida que nos
https://www.youtube.com/watch?v=SVOuYqu
aproximamos do milênio, há
muito menos diferença entre
estilos do que havia durante os
anos 80, mas ainda existem
variações.
ANALÓGICO
OU DIGITAL
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ANALÓGICO X DIGITAL

QUAL É O MELHOR?

Essa é uma longa discussão e Devemos saber aproveitar o


que acredito que irá se melhor de cada mundo.
perdurar durante anos. Isso Tanto o digital como o
porque, na minha visão, a analógico têm vantagens e
indústria de equipamentos desvantagens. Há grandes
analógicos ainda vende muito. mixagens feitas totalmente em
Claro que o desejo dela será um sistema analógico como
sempre de vender novos com toda certeza, existem
equipamentos e conquistar mixagens muito ruins feitas
novos clientes como também nesse mesmo sistema. O mais
manter os antigos importante é o seu
compradores e admiradores. conhecimento. Se você sentar
Não estou dizendo que o na cabine de um avião mais
analógico é ruim ou melhor do moderno do mundo eu te
que o digital, longe disso. Estou garanto que você não vai
apenas lhe propondo uma conseguir nem ligar ele (a não
outra reflexão que é menos ser que você tenha curso de
abordada sobre o assunto: O aviação aí não vale rsrs). O que
Marketing de vendas. Os quero dizer com isso, é que
próprios plug-ins se beneficiam você precisa de muito
disso ao lançarem versões de conhecimento e experiência
equipamentos analógicos para dominar seu avião e fazê-
consagrados. O que precisamos lo decolar, no caso o avião é
discutir e tirar de proveitoso seu estúdio. Enfim, analógico
desse assunto é que não existe ou digital qual é o melhor?
melhor e nem pior. São Depende de quem opera.
mundos completamente
diferentes. 
DAW 
(DIGITAL AUDIO
WORKSTATION)
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DAW

QUAL DEVO USAR?


Atualmente existe uma lista e arranjos e utilizam o Pro Tools
bem grande de possibilidades. para mixar. Conheço grandes
Qual devo escolher? A resposta é produtores e engenheiros de
simples: Qualquer uma. Escolha mixagem que utilizam o Cubase,
o software que você irá se Reaper entre outros. O mais
adaptar melhor e que te ofereça importante é fazer sua escolha e
as ferramentas que você precisa. se aprofundar o máximo possível
Muitas pessoas por exemplo, no conhecimento da sua
utilizam o Logic da Apple para ferramenta de trabalho.
fazer produções 
OS FUNDAMENTOS
DO ÁUDIO
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FUNDAMENTOS DO ÁUDIO

ÁUDIO BÁSICO

Precisamos construir o O QUE SÃO ONDAS?


entendimento de alguns
Ondas são fenômenos de
conceitos básicos antes de
repetição cíclica. Parte-se de
entrarmos no conteúdo mais
um repouso(A) até chegar em
específico referente a
um valor positivo máximo (B),
mixagem. Este estudo de
após isso o valor começa a
alguns conceitos básicos
diminuir até chegar em um
sobre áudio, é extremamente
valor máximo negativo (C). Em
necessário para que você
seguida retorna-se para o ponto
possa ter uma melhor
inicial, o repouso (D) e assim,
compreensão de todos os
inicia-se novamente este
conceitos envolvidos neste
caminho que a cada vez que se
processo.
completa denominamos de
O QUE É ÁUDIO? ciclo.
VEJA A FIGURA A SEGUIR
A palavra áudio provém do
latim e podemos interpretá-la
segundo sua origem como
"ouço". Fenômenos que B
possuam de 20 a 20 mil
ondas por segundo, podem
ser considerados como áudio.
Nosso ouvido é capaz de A D
ouvir justamente ondas que
estão compreendidas dentro
dessa faixa.  C
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FREQUÊNCIA

A Frequência de uma onda, é


o número de ciclos que
ocorrem a cada segundo. A
unidade de frequência que
utilizamos é o HERTZ,
unidade de frequência que
corresponde a 1 ciclo por
segundo. 

Por exemplo:

 • Uma onda que completa


100 ciclos em um segundo
 essa onda corresponde a 100
Hertz - Abreviação 100Hz
 • Uma onda que possui 2.000
ciclos em um segundo
corresponde a 2000Hz = 2
kilohertz = 2KHz

Nas Figuras a Seguir Temos 4


ondas com frequências
diferentes: 110Hz, 440Hz,
220Hz e 880Hz. 
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AMPLITUDE

A amplitude da onda tem • Uma Onda de Alta


relação com a intensidade do intensidade pode ter Uma
som. Frequência Baixa assim como.
Por exemplo:
 • Uma onda de Baixa
 • Quanto maior a Intensidade intensidade pode ter uma
Sonora, maior a Amplitude da alta frequência.
onda e maior a energia
transmitida ao meio de Cuidado para não confundir!
propagação do som;
A frequência está relacionada
 • Quanto menor a com a altura do som, e a
Intensidade Sonora, menor a amplitude influenciará na
Amplitude da onda sonora e intensidade dessa onda, ela
menor a energia transmitida determinará se a onda será
ao meio de propagação do forte ou fraca. Aqui por
som.  exemplo temos uma onda de
frequências diferentes porém
com a mesma amplitude. 
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COMPRIMENTO DE ONDA

O comprimento de onda é a Nesta tabela abaixo temos algumas


distância entre o início de um frequências e o comprimento de onda
ciclo até o final deste ciclo. em metros correspondente. Perceba o
Cuidado para não confundir o tamanho de uma onda de 20Khz o
comprimento de onda com a quanto ela é pequena. Agora veja o
frequência do som, a tamanho de uma onda de 20Hz, ela
frequência indica quantos mede cerca de 17 metros.  
ciclos ocorrem em um
segundo e é medida em
hertz, já o comprimento é o
tamanho da onda e é medido
em metros. Esse
comprimento é calculado
pela expressão: 

O comprimento de onda é
representado por esta letra
grega chamada lambda (ƛ)

ƛ = Velocidade do som/f


(frequência)

Exemplo: Qual o
comprimento de onda
correspondente a frequência
de 1Khz?

 ƛ= 344/1000 = 0,344m =


344mm

 
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FASE

Para começar a entender o


que é fase, vamos
primeiramente entender
exatamente o que é uma
onda senoidal (onda de
frequência pura). Sabemos
que uma circunferência tem
um angulo total de 360˚
graus. Ou seja, 360˚ graus são
uma volta completa, 180˚ são
meia volta, 90˚ são um quarto
de volta etc. Imaginemos
uma circunferência, de raio R,
e vamos marcar um ponto
sobre ela. Com a rotação
dessa circunferência, o ponto
marcado vai, então, descrever Esse tipo de onda não é
uma curva ondulada, que é a encontrado na natureza. Ela
senóide. Uma onda de só pode ser reproduzida
frequência pura formada por eletronicamente. O tipo de
um movimento simples. onda que comumente
Acompanhe as ilustrações e encontramos se assemelha
perceba como a senóide é com a seguinte figura:
formada: 
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Em algumas ocasiões, temos


duas ondas idênticas mas
que possuem uma diferença
de ângulo entre elas. Quando
essa diferença chega a 180º
podemos dizer que essas
ondas estão fora de fase.
FIGURA C

Perceba que na figura A


temos uma senóide, em
seguida na figura B temos
uma onda senoidal idêntica a
da figura A porém, com a fase
invertida em relação a da
figura A.

FIGURA A

FIGURA B

Na Figura C temos o mesmo


caso porém, representado por
ondas mais complexas
semelhantes as que vamos
manipular nos softwares.
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O ENVELOPE

O som de cada instrumento,


voz, animal ou ruído tem sua
forma particular de:

 1-Começar;
 2-Se manter por algum tempo;
 3-Se extinguir.

 Alguns começam suavemente, E mais uma diversidade de


se mantem por algum tempo, e combinações de maneira de
terminam também de forma começar, se sustentar e
suave: terminar. O conjunto dessas
variações dinâmicas do som
de determinada fonte é
denominado Envelope. O
envelope pode ser complexo,
tendo várias etapas de
variação, dinâmica, ou muito
simples, tendo poucas
transições. O caso típico tem
4 fases, chamadas: 
Outros começam com forte
impacto, duram pouco e se
extinguem rapidamente:
Ataque (attack),
Decaimento (Decay),
Sustentação (Sustain),
Relaxamento (release).

Outros começam com forte


impacto, duram bastante e se
extinguem de forma suave:
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FENÔMENOS DA ACÚSTICA Difusão: As ondas não são


Chamamos de acústica o absorvidas, são espalhadas
comportamento que um espaço, para todas as direções.
como salas, igrejas, entre outros,
possui em relação ao som
reproduzido dentro dele. E
isolamento acústico é a
capacidade de um ambiente
fechado de evitar a passagem de
som do interior para fora ou o
contrário. Alguns fenômenos
podem acontecer quando a onda
sonora encontra uma superfície.
São eles:  Transmissão: O som, ou parte
Reflexão: A onda não é absorvida dele, atravessa a superfície e
pela superfície. Ela é refletida de surge do outro lado mais ou
volta para o ambiente com menos atenuado, do outro
ângulo igual ao de incidência. lado da superfície.

Nenhum desses fenômenos


acontecem de maneira
isolada e de maneira pura.
Uma parede nunca é
totalmente absorvedora, nem
difusora etc. Uma espuma
acústica por exemplo, pode
Absorção: A onda é absorvida pela absorver totalmente a região
superfície, e não retorna energia de agudos porém, não
sonora para o ambiente. absorve com eficiência região
de graves.
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Bom vamos falar agora de Essa diferença de fase só é


alguns fenômenos que podem relevante quando estamos
acontecer no ambiente. tratando de duas ondas
idênticas. Instrumentos muito
CANCELAMENTO DE FASE distintos não causam esse
tipo de interferência umas
Um cancelamento ocorre nas outras. Um som de piano
quando duas ondas chegam até não interferirá no som de
nós com uma defasagem de uma voz quando se trata da
180º ou seja, fora de fase. fase desses dois elementos. 
Quando isso ocorre as ondas se
anulam e não ouvimos a
frequência em questão. Pode
ocorrer também, além dessa
interferência que chamamos de
interferência destrutiva, uma
interferência construtiva, que é
quando duas ondas em fase
idênticas se somam, ocorrendo
assim o reforço daquela
frequência.

Veja a Imagem abaixo


ilustrando essas interferências
de Fase:
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DECIBÉIS E A AUDIÇÃO No nosso modelo musical, o


HUMANA conjunto de notas entre duas
Duas são as grandezas que o notas do mesmo nome
ouvido precisa perceber: contém oito notas, por
exemplo:  
• Amplitude
• Frequência dó, re, mi, fa, sol, la, si, dó.
 
Um bom exemplo para Por isso, o intervalo entre
entender frequência são duas notas do mesmo nome
alguns conceitos musicais: se chama uma oitava.
Existem outros intervalos
Os instrumentos possuem menores que a oitava mas,
notas mais graves e outras por enquanto, o importante é
mais agudas com o mesmo saber que intervalos iguais
nome. Um Dó por exemplo ele entre notas soam para os
pode ser uma nota grave, uma ouvidos como diferenças
nota média ou uma nota iguais de afinação. 
aguda, apesar disso nós a
identificaremos sempre como
um dó.
Se medirmos as frequências de
todas as notas dó
descobriremos que umas são o
dobro das outras, desde os
graves até os agudos: 32,70HZ;
65,41Hz; 130,81Hz; 261,63Hz;
523,25HZ; 1046,5Hz; 2093Hz
etc. Para qualquer outra nota,
isto também acontece. 
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O DECIBEL O decibel é uma medida


comparativa entre potências.
As sensações humanas, são Não faz sentido, por exemplo,
processadas pelo cérebro de dizer que um amplificador
forma logarítmica. Uma tem 20dB. Já dizer que o pré
variação de 10 vezes na amplificador X tem 3dB a
potência sonora, para nós, soa mais de ganho do que o Y faz
como “o dobro do som”.   mais sentido, pois nesse caso
Por isso o logaritmo na base 10 há uma comparação.
foi escolhido para medidas de *0dB significa que não houve
nível sonoro, ele representa de variação alguma. Vejamos as
uma forma mais natural essa mais usadas escalas absolutas
grandeza.  em dB:

Como unidade de medida, o dBSPL: Nível de Pressão


nome de Alexander Graham Sonora. Ref=Limiar de
Bell foi escolhido, e assim audição humano (portanto
nasceu o bel, abreviado B. 0dB SPL é o som mais baixo
Porém, logo se percebeu que o que podemos escutar, e NÃO
uso do bel era um pouco ausência de som)
inconveniente, produzindo  
números muito pequenos. dBV: Voltagem. Ref=1V (áudio
Adotou-se então, um doméstico) dBu: Voltagem.
submúltiplo do bel, o decibel Ref=0,775V (áudio
dB, igual a 0,1 bel.  profissional)
 
ESCALAS ABSOLUTAS EM dBFS: Full Scale (áudio
DECIBEL digital). Ref=Máximo valor
digital representável
Ao contrário do que Muitos (portanto 0dBFS = nível
pensam, o decibel não é uma máximo no domínio digital,
unidade física (como o metro todos os outros valores são
ou o segundo), e nem sequer é negativos) 
específica do som.
O dB serve para comparar
valores, neste caso, o dB é
usado para comparar a pressão
sonora com um valor de
referência (limiar da audição
0,00002 Pa).
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SOMA DE DECIBÉIS Sabemos que quando a


intensidade sonora (física,
real) DOBRA, temos um
dB SPL é uma representação
ganho de 3dB. Assim, se dois
do nível de pressão sonora.
sons de mesmo volume são
Matematicamente, representa
combinados (assumindo que
uma relação logarítmica entre
não há cancelamentos por
o limiar de audição e o volume
interferência de fase)
que estamos medindo. Por se
podemos dizer que o volume
tratar de uma relação
final em dB será o volume de
logarítmica, não podemos
um deles acrescido de 3dB.
somar valores em dB como se
estivéssemos somando dois
Dois sons de 82dB SPL se
números quaisquer.
somam e criam um volume
resultante de 85dB SPL. Dois
Em teoria, deveríamos aplicar
sons de 48dB SPL se somam e
as fórmulas de decibel e
resultam em 51dB SPL.
descobrir o resultado em dB
sempre que dois sons se
Importante: veremos que em
somam acusticamente. Na
algumas situações, dois sinais
prática, este procedimento é
somados podem causar um
trabalhoso, sendo mais rápido
ganho de 6dB. Isso ocorre por
usarmos algumas regras que
exemplo, em um
facilitam nossa vida para
equipamento elétrico
descobrir o volume resultante.
(voltagem) ou no computador
(digital). O importante é nos
É por isso que não precisamos
lembrarmos que, NA
e não vamos entrar nos
ACÚSTICA, a soma representa
detalhes das equações. Cada
sempre um ganho de 3dB. 
grandeza (pressão,
intensidade, voltagem,
potência etc.) tem sua própria
fórmula de decibel, mas
podemos memorizar os
conceitos básicos sem precisar
utilizá-las. 
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PSCICOACÚSTICA
Além da forma como o som Elas mostram o nível de
chega aos ouvidos, existe a pressão sonora (SPL = Sound
maneira como nosso cérebro pressure Level) necessário
entende a informação sonora. para que, em várias
Chamamos isso de frequências, se tenha a
pscicoacústica mesma sensação de volume
de som que em 1KHz  
LOUDNESS
A nossa capacidade de ouvir
uma faixa de frequências é
grande, chegando a alguns
jovens de 20Hz a 20KHz.
Porém, a sensibilidade do
nosso ouvido não é a mesma
para todas as frequências.
Além disso, essa variação
depende muito do nível
sonoro. A níveis altos, a
resposta é bem mais plana do
que níveis baixos.
De maneira geral, o ouvido é Note que o volume (loudness)
mais sensível as frequências é medido em Phons. O Phon
entre 3KHz e 5 KHz, piorando é uma medida subjetiva do
fortemente em direção aos volume, igual ao dB-SPL em
graves e piorando um pouco 1KHz mas variando em
em direção aos agudos.   relação ao SPL nas demais
frequências. Por exemplo:
As curvas de Fletcher e para obter 80 phons,
Munson foram obtidas precisamos de 80dB SPL a
extraindo a média da 1KHz, mas precisamos de
sensibilidade relativa a 94dB SPL em 50Hz e cerca de
frequência de um grande 70dB SPL em 4KHz, onde o
número de pessoas de audição ouvido é mais sensível.
normal. 
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A audição é limitada, na A isso é dado o nome de


frequência, por um mínimo de Masking (mascaramento). Um
20Hz e por no máximo de som pode mascarar
20KHz; e no nível, por um completamente um outro
mínimo de 0 dB-SPL e por no som menos intenso,
máximo 120 dB-SPL (acima especialmente se tiverem
deste nível, sentimos a frequências próximas. Este é
vibração nos tímpanos, e mais um dos princípios básicos em
acima sentimos dor). que se baseia a maior parte
dos processo de compressão
de áudio (compressão de
arquivos), como MP3, que
detectam se determinado
som é encoberto por outro ou
não; se o som ficar encoberto
então não precisa ser
reproduzido, uma vez que o
ser humano não seria capaz
de ouvir.

EFEITO HAAS

Outra característica da
percepção sonora é o fato de
o cérebro “fundir” dois sons,
se estes chegarem aos
ouvidos com uma diferença
de tempo inferior a 30 ou
40ms, ou seja, se uma pessoa
ouvir dois sons, por exemplo
MASCARAMENTO
dois tiros, espaçados meio
Muitas vezes um som intenso segundo, consegue
pode encobrir um som mais claramente distinguir os dois
fraco. Claro que se alguém sons. Mas se a diferença entre
usar um apito perto do nosso os dois tiros for de 20 ms, a
ouvido, não vamos conseguir pessoa apenas ouvirá um
ouvir mais nada do que o único tiro, uma vez que o
estridente som do apito. cérebro irá fundir os dois
sons.
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Este atraso poderá variar


Este comportamento tem o
entre 0 ms (som ao centro) e
nome de efeito Haas. O
cerca de 1 ms (som
mesmo acontece ainda que os
completamente no lado
sons venham de direções
esquerdo ou direito). Embora
diferentes, pois o cérebro irá
o cérebro não consiga
considerar que o som captado
detectar intervalos inferiores
vem da direção do primeiro,
a cerca de 40 ms, este tipo de
mesmo que o segundo som
defasamento entre o ouvido
seja mais intenso (até cerca de
direito e esquerdo é
10dB acima).
detectado e contribui para a
construção da imagem
DIREÇÃO DO SOM
sonora. Mas como é que o
cérebro distingue um som
O cérebro aplica um conjunto vindo da frente, e um som
de técnicas de forma a vindo de frente mas 3 metros
detectar a direção de um acima? Ou até mesmo, vindo
determinado som (frente/trás de trás? Nestas situações não
esquerda/direita, cima/baixo). existe diferença de
Uma das mais importantes, amplitude, nem de atraso
tem a ver com a diferença de entre os dois ouvidos. É aí que
amplitude entre o som entram as nossas orelhas. O
recebido no nosso ouvido fato de elas terem uma forma
esquerdo e o som recebido tão esquisita faz com que
no ouvido direito. Se a origem pequenos atrasos existentes
do som estiver localizada na reflexão funcionem como
perto do lado direito, o som pequenos equalizadores
captado pelo ouvido direito dependendo da direção que
terá uma amplitude maior do vem o som.
que o som captado pelo
ouvido esquerdo. O cérebro BATIMENTOS
também tem em atenção o
atraso entre o som captado Quando duas ondas sonoras,
num ouvido e no outro. Mais com frequências diferentes,
uma vez, para o exemplo mas muito próximas, chegam
anterior, o som será captado aos nossos ouvidos
primeiro no ouvido direito e simultaneamente,
uma fração de segundos percebemos uma variação na
depois do ouvido esquerdo. intensidade do som
resultante; 
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ela aumenta e diminui 200 a 600Hz, possui as frequências


alternadamente, produzindo um fundamentais das vozes e da
fenômeno chamado batimento. maioria dos instrumentos musicais.
Esse batimento é resultante da
interferência construtiva e Os “médio- médios”, entre 600Hz e
destrutiva das duas ondas quando 2KHz, incluem regiões importantes
ficam em fase ou em oposição de para caracterizar os timbres dos
fase. Se as duas frequências forem sons e a clareza da voz masculina. E
ficando próximas, o batimento os médios-agudos, indo de 2KHz
ficará gradualmente mais lento e ate 6 KHz, possui a região que o
desaparecerá quando elas forem nosso ouvido é bem mais sensível,
idênticas (uníssono). portanto tem grande
responsabilidade no volume
FREQUÊNCIAS aparente do som. Possui uma
Já sabemos que as frequências se característica bem estridente.
dividem em graves, médios e
agudos. Mas essa classificação A 6KHz, começa a região dos
pode ser dividida em regiões agudos. Os agudos trazem o “brilho”
menores. e a “transparência” do som, mas não
Os graves, de 20Hz a 200Hz, acrescentam muito volume ao final.
incluem o subgrupo dos A oitava mais alta dos agudos, de
subgraves, de 20Hz a 80Hz. São as 10Khz até 20KHz, é chamada de
frequências mais baixas. O região de super-agudos, e responde
restante (de 80Hz a 200Hz) ainda pelos detalhes mais sutis do som.
têm características de graves, mas Várias pessoas não percebem bem
não o “peso” e a “profundidade” estas frequências.
dos subgraves.

Os médios se dividem em três


regiões, de características
diferentes: os médios-graves de 
SIGNAL FLOW
RHODES MUSIC

SIGNAL FLOW

O CAMINHO QUE O
SINAL PERCORRE
Nesta sessão iremos acompanhar o
caminho que o sinal percorre desde o
microfone, até este mesmo sinal sair pelos
seus monitores de referência.

É importante ter noção desse caminho que o sinal percorre. Parece


ser algo bobo porém, é algo muito importante para que se
compreenda as ligações do seu Home Studio ou do seu estúdio, seja
ele de pequeno ou grande porte. Muitas dúvidas que surgem de
alunos meus na maioria das vezes, estão relacionados a não
compreensão desse caminho.
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SIGNAL FLOW

1-Primeiramente temos a origem de um som, que como


já vimos anteriormente, gera diferenças de pressão no ar.

2-Essas diferenças de pressão são captadas pelo


microfone, que são transdutores de energia. O microfone,
transforma essa energia mecânica em energia elétrica.
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3-Essa energia elétrica é conduzida por um cabo.


Normalmente esse cabo, é um cabo balanceado XLR. Esse
sinal que é conduzido é muito baixo.

4-O cabo é conectado a uma Interface de áudio.


Normalmente as interfaces atuais, já possuem um pré
amplificador. O que é isso? Esse pré amplificador irá
“ampliar” aquele baixo sinal que vem do microfone. Caso
sua placa não possua pré amplificador você precisará
adquirir um.
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5-Na interface de áudio é onde as coisas acontecem. Ao


receber esse sinal que é analógico, a interface converte
esse sinal em digital através do conversor A/D  (Conversor
de analógico para digital). Existem também
equipamentos que têm como única função realizar essa
conversão A/D.

6-Essa informação digital é transmitida ao computador,


normalmente ou por um cabo firewire, ou USB.
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7-No computador o áudio é manipulado pela DAW


(Digital áudio Workstation). Nesse caso depende de qual
plataforma você esteja utilizando. Seja ele o Cubase,
Reaper, Pro Tools entre outros.

8-Continuando nosso caminho do sinal, após essa


manipulação do áudio, o computador envia esses dados
digitais de volta para sua interface de áudio.

9-A sua interface faz uma nova conversão porém, desta


vez uma conversão de D/A (De digital para analógico). 

10-Após essa conversão o sinal é conduzido por um cabo


até os seus monitores de referência. Eles reproduzirão o
som manipulado gerando novamente diferenças de
pressão no ar.
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Esse é o caminho que normalmente o sinal percorre na


maioria dos sistemas. Claro que algumas modificações
podem ocorrer dependendo da configuração de cada
estúdio porém, entendendo esse padrão básico, a
compreensão fica mais fácil, pois o que normalmente
acontece é apenas um acréscimo de algum periférico em
algum momento dessa cadeia.

INTERFACE DE ÁUDIO COMPUTADOR


Atualmente temos diversas Invista o quanto puder no seu
opções de interfaces de áudio, computador. Imagine você
desde as mais básicas as mais mixando uma música e de
sofisticadas. Essa diversidade repente no meio de uma
assombra a todos que estão mixagem você descobre que
começando nesta área e a não pode usar mais plug-ins e
pergunta fica no ar: qual além disso, o seu computador
comprar? Costumo dizer para começa a travar a cada play
os meus alunos que o melhor que você dá na música. Encare
equipamento é aquele que o computador como o cérebro
você pode pagar. Compre do seu estúdio, é através dele
aquela que cabe em seu bolso que sai as informações de
e que atende as suas áudio e é também onde você
necessidades. Por exemplo: armazena todos os dados.
Caso você irá fazer apenas pré Invista em um bom
produções, gravar teclado mas computador, no melhor que
nada muito além disso, você puder pagar.
essencialmente você precisa
de uma interface de no MONITOR DE REFERÊNCIA
mínimo duas entradas. Agora
Na hora de mixar ou gravar, o
se precisar gravar bateria sua
que irá reproduzir tudo o que
interface terá que ter no
você precisa ouvir será seus
mínimo 8 entradas. Apesar de
monitores de referência. O
que é totalmente possível
próprio nome já diz tudo, eles
gravar bateria com duas
serão sua referência, seu norte.
entradas mas enfim, analise
Todas suas decisões serão
suas necessidades para fazer a
tomadas com base no que
melhor escolha.
você está escutando através
deles.
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Por isso é muito importante a escolha de bons monitores de áudio.


Tome apenas cuidado com caixas multimídia disfarçadas de monitores
de áudio, no mercado tem bastante e essas são principalmente as mais
baratas. Fique atento também com a faixa de resposta de frequência
do monitor. O tamanho dele importa pouco, o que importa é
justamente sua resposta de frequências. Conheço bons engenheiros de
mixagem que utilizam caixas consideradas pequenas de 5 polegadas.
Novamente compre o melhor que você puder pagar e se acostume
bem com eles. 

ACÚSTICA
Quando você escuta música através dos seus monitores de referência, o
som que você escuta não é apenas o som que sai diretamente dos seus
monitores. Você irá escutar uma soma desse som direto com o som da
sua sala. Se sua sala de mixagem não tem um tratamento adequado,
você terá muita dificuldade de entender o que realmente está
acontecendo. É possível que escute "sobra" de graves, problemas com
reverberação entre outros. Por esses e outros motivos, é
EXTREMAMENTE importante se preocupar com o tratamento acústico
da sua sala.
 FERRAMENTAS DE
TRABALHO
VAMOS AGORA CONHECER
NOSSAS FERRAMENTAS DE
TRABALHO.

A MIXAGEM ALÉM DE UM
PROCESSO ARTÍSTICO É UM
PROCESSO TÉCNICO. POR ISSO
TEMOS QUE NOS ATENTAR
TAMBÉM NAS TÉCNICAS. 

PRECISAMOS CONHECER BEM AS


FERRAMENTAS QUE
UTILIZAREMOS PARA MELHOR
APLICÁ-LAS. 
EQUALIZADORES
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FERRAMENTAS

EQUALIZADORES

Equalizador Com o equalizador


eletronicamente falando podemos atenuar por
é um conjunto de filtros. exemplo um excesso de
Os instrumentos grave no contrabaixo ou
musicais possuem uma até mesmo acentuar
série de freqüências de uma falta dele no
acordo com sua mesmo instrumento.
característica de timbre Podemos também
e tonal. A equalização é pensar no equalizador
a manipulação destas como uma ferramenta
frequências que podem de estética artística,
ser divididas em Sub para criar uma
graves, graves, médio sonoridade diferente
graves, médios, médios como por exemplo: o
agudos e agudos. efeito de um megafone
Utilizamos o equalizador na voz. Temos
para reforçar ou atenuar basicamente dois tipos
o volume dessas de equalizadores: O
frequências, que sofrem Paramétrico e o
modificações devido as equalizador gráfico. 
características do
ambiente em que foi
gravado, microfone
etc... 
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PARAMÉTRICO EQUALIZADOR GRÁFICO

Muito comum encontrarmos


em sistemas de Som para
fazermos correções de
equalização no sistema,
alinhamento da P.A ou
Em hardwares costumamos monitores etc
encontrar equalizadores
paramétricos mais desse tipo:

A diferença principal dos dois


é que no equalizador gráfico
Em softwares é muito temos a banda de atuação de
comum encontrarmos o que frequência fixa ja pré
alguns chamam de determinada como podem
equalizador paragráfico: ver nesse equalizador. Além
disso, a curva(Q) também é
fixa não podemos alterar. Já
no paramétrico temos uma
gama de parâmetros, que
podemos alterar.  

Eles possuem os mesmos


parâmetros do paramétrico
porém possuem a curva de
equalização representada por
um gráfico.
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PARÂMETROS
No parâmetro frequência e a partir dessa
FREQUÊNCIA como próprio frequência tudo que estiver
nome diz escolhemos a abaixo dela será cortado pelo
frequência de atuação que filtro deixando apenas as
desejamos alterar. frequências acima da
frequência de corte.
O parâmetro Q, diz respeito a
quantidade de frequências, em
torno da frequência central,
sobre as quais ele atua. Se o Q
(coeficiente) for maior ele
atuará sobre poucas
frequências. Agora o contrário
ele não será tão seletivo e
atuará sobre mais frequências
ao redor da frequência que
escolhemos.
No filtro Low-Pass ocorre
justamente o contrário,
O GANHO é justamente o
determinamos a frequência
volume da frequência que
de corte e tudo que estiver
escolhemos. Podemos tanto
acima dessa frequência será
acrescentar como atenuar
cortado permitindo apenas o
utilizando o ganho.
que estiver abaixo dessa
frequência. 
O equalizador paramétrico é
um equipamento que nos
permite o máximo de precisão
na equalização. Vejamos além
disso alguns tipos de curvas e
filtros que os equalizadores
possuem:

 Temos inicialmente o filtro Hi-


pass. Nesse filtro
determinamos uma 
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Temos além desses filtros Hi Shelving as frequências


basicamente três tipos de acima da escolhida são
curvas : Bell, que é a curva alteradas juntamente.
normalmente que utilizamos
para equalizar.

Low shelving, nesta curva


todas as frequências abaixo
da frequência que
determinamos são alteradas
também 
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EQUALIZADORES

PLUGINS
Existem diversos plugins em mãos, isso é
de equalização, qual o extremamente necessário.
melhor? Bom, eu costumo É melhor que você tenha
dizer aos meus alunos apenas um plug-in para
dessa forma: O que um equalizar e conheça tudo
plugin de equalização do sobre ele do que ter vários
Pro Tools faz? E o do e não dominar nenhum
Reaper? E o plug-in de deles.
equalização do pacote da
Waves? Todos fazem a O que é mais importante
mesma coisa não é saber na hora de
mesmo? Eles equalizam. equalizar?
Agora é claro que temos
equalizadores que Você já se perguntou isso?
simulam equipamentos Vários engenheiros de
analógicos consagrados áudio têm a seguinte
como alguns plug-ins da opinião:
Waves, entre outras
desenvolvedoras de plug- O mais importante é
ins. Nesses plug-ins, eles conhecer a sonoridade do
tentam incrementar as instrumento. É importante
características daquele ouvi-lo e perceber a
equipamento na sonoridade que ele possui
sonoridade, mas no fundo e depois imaginar como
todos fazem a mesma ele se encaixaria em sua
coisa, Equalizam. Outra mixagem. A primeira coisa
coisa importante, é não que penso antes de
ficar naquela caça aos equalizar é, qual o
plug-ins. Eles não irão fazer espectro sonoro do
o trabalho por você. O instrumento em questão?
mais importante é que
você saiba equalizar. Ter
total conhecimento da
ferramenta que você tem
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A figura a seguir, descreve o espectro sonoro da maioria dos


instrumentos. Essa imagem pode ser uma grande aliada na hora de
fazer escolhas sobre a equalização de algum instrumento,
principalmente nos cortes de frequência.
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Tendo essas informações o qualquer coisa, colocam


primeiro passo são os cortes de plug-ins no instrumento sem
frequências, por exemplo: mesmo ouvir a necessidade.
É muito comum que a Agindo dessa forma, você
primeira coisa que eu faça ao estará ignorando a sua
equalizar um violão, seja ferramenta mais importante:
inicialmente cortar tudo O Seu Ouvido. 
abaixo de 80Hz, pois abaixo
disso o que podemos PRESETS
encontrar são sons indesejáveis Temos nos plug-ins alguns
como poups no microfone, presets de equalização, que
ruído da rede elétrica, sons de são configurações de
carro na rua etc… Tendo em equalização de fábrica. Mas
vista isso, os cortes de cuidado! Eu não sou contra
frequência são muito presets, mas se você optar
importantes. Para realizar esses por utilizá-los, tenha a
cortes com mais precisão, é consciência de tê-los como
necessário que tenhamos ponto de partida. Estude os
ciência da região do espectro presets e veja o que cada
que se encontra cada configuração agrega para o o
instrumento, pelo menos dos seu som. Isso é importante
instrumentos mais comuns. para quem está começando.
Depois disso penso nas Entender como as
frequências que desejo corrigir. frequências influenciam em
Penso primeiramente em cada instrumento. 
cortar os excessos, fazer uma Por último, mas não menos
equalização subtrativa. Depois importante vou falar de um
de ter corrigido esses excessos, erro muito comum. Muitas
posso começar a pensar em pessoas ao mixar uma música
uma possível adição de escutam por exemplo, o
frequências ou não. violão separado dos outros
instrumentos e gastam mais
O que tem que ficar claro em de 1 hora para deixar o som
nossas cabeças é que, nem lindo. Mas quando colocam
todo instrumento precisa ser junto com a música toda, um
equalizado, ou comprimido. É verdadeiro desastre! Cadê o
importante ouvir primeiro. Em violão? O som do violão
muitos casos o som já está do parece se perder no meio de
jeito que você precisa. Vejo tudo e está com uma
muitas pessoas que nem sonoridade bem feia. 
escutam o som e antes de
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Não se esqueça que estamos mixando. Mixagem significa misturar!  

Ou seja o som do violão sozinho pode ser lindo, mas não é sozinho que ele
deve ser lindo. Ele deve soar esplendoroso com todos os instrumentos
juntos. Então, não deixe de conferir sempre sua equalização com os outros
instrumentos soando juntos. Isso fará com que você escute como o
instrumento se encaixa melhor na música. Outra situação comum, é
quando fazemos uma equalização que quando escutamos somente esse
instrumento, o som parece horroroso, mas quando ele se soma com os
outros instrumentos aí sim, os instrumentos se completam, e tudo se
encaixa. Experimente antes de mixar uma música planejar a região que
cada instrumento ocupará no espectro sonoro. Pois assim, sua equalização
se tornará mais eficiente!  
PROCESSADORES
DE
DINÂMICA
RHODES MUSIC

PROCESSADORES DE DINÂMICA

COMPRESSOR
Iremos tratar de uma disso, muitos
ferramenta muito compressores -
importante na vida de hardware e software -
um engenheiro de terão um som
mixagem que são os característico que pode
compressores. De todos ser usado para injetar
os anos que dou aula de cores e tons em
gravação e mixagem este instrumentos sem vida.
é o tema que apresenta
A compressão também
mais dúvidas dos alunos.
pode ser usada para
Vamos desvendar o
sutilmente moldar uma
funcionamento dessa
faixa para torná-la mais
incrível ferramenta muito
natural e inteligível sem
utilizada por todos nós.
adicionar distorção,
 
Resultando assim em
O compressor atua
uma música que é mais
diretamente na faixa de
“confortável” de se
dinâmica do sinal de
ouvir. Como alternativa,
áudio. Ele reduz essa
a compressão excessiva
dinâmica. Compressores
da sua música pode
são amplificadores
realmente tirar a vida
especializados usados
dela. Para aqueles que
para reduzir o alcance
não estão familiarizados
dinâmico - o intervalo
com compressores e
entre os sons mais
querem ter uma boa
suaves e mais altos. O
noção do básico, saibam
uso de compressores
que irão percorrer um
pode fazer gravações e
longo caminho para
mixagens soarem mais
entender como a
polidas, controlando os
compressão funciona e
níveis máximos e
usar com confiança.
mantendo um volume
médio mais alto. Além
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PORQUE COMPRIMIR? Knee (Joelho)


O “joelho” refere-se a como o
compressor transita entre os
Podemos desejar diminuir essa
estados não comprimido e
faixa de dinâmica para controlar
comprimido de um sinal de
por exemplo um instrumento
áudio que passa por
com uma variação de dinâmica
ele. Normalmente, os
muito alta. Essa variação em
compressores oferecem uma ou,
uma mixagem dificulta muito
em alguns casos, uma escolha
nosso trabalho pois, como já
entre os dois, um "soft knee" e
vimos anteriormente esse
um "hard knee". Alguns
instrumento por possuir uma
compressores permitem até
faixa de dinâmica muito grande
controlar a seleção de qualquer
pode ser mascado por outros,
posição entre os dois tipos de
dificultando dessa forma a
joelhos.
mixagem.
Como você pode ver no
diagrama, um “joelho macio”
Como disse anteriormente, o
permite uma compressão
compressor atua na faixa de
dinâmica do sinal para isso, é
mais suave e gradual do que
importante entender um conceito um “joelho duro”.
muito importante que é o
Envelope sonoro citado em
capítulos anteriores.

Vamos ver resumidamente as


funções típicas encontradas nos
compressores.

Threshold: é o volume a partir do


qual o nível deve ser reduzido.
Determinamos um nível de
volume que toda hora que o som
do instrumento chegar nesse
patamar o compressor irá atuar.
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Ratio: Especifica o quanto será começa a entrar em forte


essa atenuação. É estabelecido compressão e 20: 1 (vinte e
na forma de proporção por um) até ∞: 1 (infinito para um)
exemplo: seria considerado "limiter"
Se determinarmos o Ratio 2:1 a pela maioria e pode ser usado
cada 2dB que entra no para garantir que um sinal
compressor atingindo o não exceda a amplitude do
threshold, na saída desse Threshold. O diagrama abaixo
compressor irá sair apenas 1dB.
mostra as taxas de
 
compressão relacionadas aos
Este parâmetro é
sinais de entrada e saída e
frequentemente mal
ilustram como a configuração
compreendido, mas especifica
da taxa de compressão
simplesmente a quantidade de
afetará o sinal geral.
atenuação a ser aplicada ao
sinal. Você encontrará uma
ampla variedade de
proporções disponíveis,
dependendo do tipo e
fabricante do compressor que
estiver usando. Uma proporção
de 1: 1 (um para um) é a mais
baixa e representa “ganho de
unidade”, ou, em outras
palavras, nenhuma
atenuação. Essas taxas de
compressão são expressas em
decibéis, de modo que uma
relação de 2: 1 indica que um
sinal que excede o Threshold Attack: Especifica o tempo que o
em 2 dB será atenuado até 1 compressor demorará a
dB acima do limite, ou um começar  atuar ao sinal
sinal excedendo o Threshold ultrapassar o nosso Threshold.
em 8 dB será atenuado a 4 dB, Isso se refere ao tempo que leva
etc. Uma relação de cerca de 3: para o sinal ficar totalmente
1 pode ser considerada comprimido depois de exceder
compressão moderada, 5: 1 o nível do Threshold.
seria compressão média, 8: 1
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Tempos de ataque mais Às vezes, essas também


rápidos são geralmente entre podem ser referenciadas como
20 e 800 us (microssegundos) declives em dB por segundo,
dependendo do tipo e marca em vez de tempos. A operação
do compressor, enquanto os normal do compressor será
tempos mais lentos ajustar o tempo de release
geralmente variam de 10 a 100 para ser o mais curto possível
ms (milissegundos). Alguns sem produzir um efeito de
compressores expressam isso "pumping", que é causado pela
como declives em dB por ativação cíclica e desativação
segundo em vez de da compressão. Esse efeito
tempo. Tempos de ataque causa algo como uma
rápidos podem criar distorção respiração no instrumento.
modificando formas de onda Você praticamente escutará o
inerentemente lentas de baixa volume do instrumento
frequência (Ex. Se um ciclo a abaixando e aumentando ao
100 Hz dura 10 ms, então um nível inicial toda vez que o
tempo de ataque de 1 ms terá compressor for ativado.
tempo para alterar a forma de  
onda, o que gerará distorção). Output Gain ou Make up:
Quando um sinal é
Release: O Tempo que o comprimido, você está
compressor leva para deixar de reduzindo o sinal de saída
atuar. com esse processo. É onde o
  “ganho” ou “Make up” entra
Isso é literalmente o oposto do em jogo. Você pode usar o
tempo de ataque. Mais ganho de saída para maquiar
especificamente, é o tempo (make up) a atenuação feita
que leva para o sinal passar do
pelo compressor. Alguns
estado comprimido - ou
compressores fornecerão
atenuado - de volta ao sinal
medidores que podem ser
original não comprimido
colocados no modo “GR” ou
Os tempos de Release serão
“Gain reduction” para indicar
consideravelmente maiores
visualmente a atenuação
do que os tempos de ataque,
total em dB, permitindo que
geralmente variando de 40 a
você aplique com precisão a
60 ms a 2 a 5 segundos,
quantidade correta de ganho
dependendo do compressor
de saída para compensar a
com o qual você está
perda.
trabalhando.
 TIPOS MAIS
COMUNS  DE
COMPRESSORES
RHODES MUSIC

O tipo de compressor
escolhido também terá um
papel importante no som geral MANLEY VARIABLE MU
do efeito. Alguns tipos de
compressores terão tempos de
“attack” e “release” mais
rápidos do que outros, e alguns
terão mais “coloração” ou uma
característica “vintage” com
base nos componentes
internos. Esta é uma lista dos
quatro tipos de compressão FAIRCHILD 670
mais famosos e uma breve
descrição de como eles se
diferem.
ÓPTICO

TUBE COMPRESSOR OU Compressores ópticos afetam


VARIABLE MU a dinâmica de um sinal de
áudio através de um
elemento de luz e uma célula
Provavelmente, o tipo mais
óptica. À medida que a
antigo de compressão é a
amplitude de um sinal de
compressão de válvula. Os
áudio aumenta, o elemento
compressores de válvula
de luz emite mais luz, o que
tendem a ter uma resposta
faz com que a célula óptica
mais lenta - attack e release
atenua a amplitude do sinal
mais lentos - do que outras
de saída. (Ex. Amplificador de
formas de compressão. Por
Nivelamento Clássico LA-2A,
causa disso, esses
que também usa tubos para
compressores exibem uma
o Make up gain)
coloração distinta ou um som
"vintage" que é quase
impossível de ser alcançado
com outros tipos de
compressores.
LA-2A
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Um compressor óptico possui


um tempo de resposta
diferente dos outros. A luz tem
um atraso inerente a ela, sendo UA 1176
lento em sua resposta a
transientes, e  para dissipar VCA
totalmente sua energia após
longos períodos de sinal de Os compressores VCA ou
alta energia. Como resultado, "Voltage Controlled Amplifier"
compressores ópticos tem uma usam circuitos de estado
característica única de attack sólido ou integrados. Eles são
lento, enquanto que o geralmente mais baratos que
release  “quase” tem uma os compressores de tubo ou
qualidade de duas fases, sendo ópticos. Os VCA também
inicialmente rápido, mas, em tendem a ter menos
seguida, lento para voltar ao "coloração" em comparação
seu estado inicial. A resposta com compressores ópticos ou
de um compressor óptico é de tubo - um pouco
muito ‘musical’ para diversos semelhante a digital vs. Fita
instrumentos sendo o grande analógica como comparação
preferido de muitos para gravação.
engenheiros.

FET
Os compressores FET ou “Field
Effect Transistor” emulam o
som do tubo com os circuitos
do transistor. São famosos por
serem compressores de attack
e release muito rápidos,
tornando a escolha ideal
quando o objetivo é limitar
picos ou dar uma “coloração” SSL BUS COMPRESSOR
especial a compressão. Apesar
de serem super rápidos,
compressores do tipo FET
oferecem mais coloração do
que outros tipos de
compressores.
RHODES MUSIC

PROCESSADORES DE DINÂMICA

LIMITER
O Limiter é um compressor Como limiters temos os
com razão ou ratio de infinito mais utilizados o Maxim do
pra um. O que isso significa? Pro Tools ou o L2 da Waves
 
Significa que ao
determinarmos nosso
threshhold, quando o sinal
chegar nesse nível ele será
limitado ou seja, não irá
ultrapassar o nível
determinado. Por isso o
nome Limiter. Utilizamos o
limiter para que o som
chegue sempre o mais
próximo de 0dB por
exemplo ou outro nível que
você estipular, mas isso sem
ultrapassar esse nível. Antes
de ser usado nos softwares
de gravação o limiter era
muito utilizado para
proteção de sistemas de PA.
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DE ESSER
O De esser é um compressor
também, porém de forma
seletiva. Utilizamos bastante
o De esser para diminuir a
sibilância de um cantor por
exemplo.
 
E o que é sibilância?

Sibilância podemos resumir


como o excesso nos médio
agudos e agudos mais
comum acima de 3Khz,
deixando algumas sílabas
consoantes como C, CH, F, S,
SH, T, X e Z  do cantor bem
exagerados.
 
Apesar de ser bastante
utilizado para diminuir a
sibilância em vozes, o De-
esser pode ser utilizado para
outros fins. Lembre-se que o
importante sempre será:

Conhecer a ferramenta, a
sua aplicação depende da
necessidade de cada
situação.
RHODES MUSIC

GATE
O Gate , é como se fosse um
botão Mute automatizado do
som. Determinamos um valor
para que o som seja emitido
só quando ultrapassar esse
ponto ou seja, tudo que
estiver abaixo de um certo
nível não será ouvido. O Gate
faz justamente a função na
qual a tradução dele se
refere, ele é um portão de
níveis de sinal,
deixando passar o sinal
somente quando este ultrapa
ssa um nível definido.
Assim, qualquer sinal abaixo
desta definição terá este
portão fechado e não poderá
sair.
O gate é Muito utilizado para
cortar vazamentos de outros
instrumentos.
Exemplos de aplicações:
Vazamento do restante da
bateria em canais de
bumbo e caixa.
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COMPRESSÃO PARALELA SIDE CHAIN


Também conhecida como "New Sidechain,, é uma compressão
york compression", a ativada por um sinal específico,
compressão paralela que pode ser uma frequência (ou
basicamente consiste em tocar banda de frequências) ou um
simultaneamente dois sinais de sinal de outro instrumento. O de-
áudio iguais - um sem esser é um tipo de side chain.
compressão (sinal "dry") e o Toda vez que determinada
outro com bastante compressão frequência ultrapassa um limite o
(sinal "wet"), com as saídas de compressor atua sobre aquela
ambos indo para o mesmo mix frequência.
bus ou submix ou máster fader.  O compressor (ou o plug-in de
  compressão no software de
A mistura destas duas tracks, áudio) precisa ter suporte
resultará num maior volume a sidechain. Não é possível ser
médio (RMS) e um som mais feito em qualquer equipamento.
“gordo”.
EFEITOS
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DELAY
O Delay é um efeito muito A maior parte dos delays
utilizado no áudio. O delay possuem um parâmetro
nada mais é do que o som chamado de feedback.
original com um atraso. Ele basicamente indica
O delay pode ser usado quanto tempo o delay
basicamente de duas formas: continuará repetindo o som.
A primeira seria com atrasos Ele corresponde a colocar
menores que 100 ms, o que parte do sinal de saída
geraria um certo reforço na novamente na entrada,
track utilizada. Esse efeito é criando assim sons repetidos
também muito utilizado sucessivos, uns atrás de
quando há um instrumento outros apesar de irem
mono e o engenheiro deseja atenuando durante o tempo.
que ele soe stereo. Para isso Esse parâmetro, é
utiliza-se um delay stereo no configurado em
canal, atrasando um dos porcentagem (a
lados do instrumento porcentagem do sinal de
gerando esse efeito. saída que volta a entrar no
delay): 0% indica que não há
A outra maneira mais utilizada feedback, valores inferiores a
do delay é como um efeito 100% indicam que o som vai
musical. Dessa forma a fazer várias passagens pelo
criatividade pode ir bem longe. delay (embora vá ficando
É muito importante que se cada vez mais fraco); 100%
configure o delay para o indica que o sinal não irá
tempo da música para que as parar de circular no delay.
repetições estejam dentro das
subdivisões possíveis (colcheia,
semínima, etc) sem que saiam
do tempo a não ser que sair do
tempo seja uma escolha
estética.
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REVERB
A reverberação desempenha reflections) e a reverberação
um papel fundamental na propriamente dita.
forma como ouvimos o som. As reflexões iniciais têm um
Quando estamos em algum papel fundamental no reverb,
ambiente seja uma sala ou uma vez que são responsáveis
uma igreja, e ouvimos por indicar algumas
alguém a falar ou a tocar, informações fundamentais
para além do som direto que sobre a sala (por exemplo, o
vem da fonte sonora até aos tamanho da sala).
nossos ouvidos, ouvimos Na configuração do reverb,
também diversas reflexões existem normalmente diversos
originadas pelas superfícies parâmetros:
existentes na sala (paredes, Reverb Time - Indica a duração
chão, teto, mesas, etc). Com do reverb. Em regra, este valor
o tempo, essas reflexões vão corresponde ao tempo
diminuindo de intensidade necessário para que o sinal
até que se extinguem. A isto decaia 60 dB.
se chama reverberacão Reverb Type - O tipo de reverb
(reverb). pretendido (room, hall, plate,
etc ).
É este comportamento do Pre-delay - Corresponde ao
som em ambientes que os atraso entre o som direto e as
plug-ins ou processadores de primeiras reflexões.
efeitos de reverb tentam Room Size – Tamanho da sala
reproduzir. Este simulada.
comportamento do som ao Low Cut - Atenuação dos
se prolongar, é algo que, na graves resultantes da
quantidade certa, ajuda o reverberação.
nosso ouvido no processo de High Cut - Atenuação dos
audição, embora o seu agudos resultantes da
exagero ou a sua não reverberação.
existência tornem a audição  
desagradável. Vamos conhecer os tipos
Podemos dividir o reverb em mais comuns de reverb.
duas zonas distintas:
Reflexões iniciais (early
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ROOM Essas paredes refletoras


planas e paralelas causam
O próprio nome já diz qual anomalias sonoras, como
ambiente esse reverb simula: interferência modal, ondas
Sala. estacionárias, flutter echo e
  ressonâncias. Simplificando,
Uma sala é um espaço com eles tendem a ter um caráter
paredes. Não pode ser mais colorido distinto.  Há muita
simples que isso. Os rooms "imperfeição" no som de uma
podem ser de várias formas e sala - mas são exatamente
tamanhos. Sua sala de estar é essas imperfeições que
um cômodo, o espaço podem torná-las atraentes.
central de uma catedral é Quem não quis gravar
outro cômodo e um bateria em uma garagem? E
estacionamento subterrâneo o violão acústico de seu
é também um cômodo. Sua amigo pode realmente soar
sala de estar é muito bem naquela sala de
provavelmente bastante estar.  Os quartos dão uma
pequena e feita de tijolos ou cor natural e vivacidade a um
madeira e / ou drywall. A som. Eles também soam
catedral é provavelmente como um espaço mais
muito grande e pode ser íntimo e podem dar a
feita de mármore. O impressão de que toda a
estacionamento é música está sendo tocada
provavelmente amplo, com bem na sua frente. Quando
teto baixo e feito de estamos indo para um tipo
concreto. O que você notará de som natural, ao vivo (um
é que todos esses espaços objetivo bastante comum em
soam completamente estilos acústicos de música
diferentes. Mas existem como o Jazz), a reverberação
algumas semelhanças.  A de room é uma boa escolha.
primeira é que as salas são
projetadas para abrigo e para
que as pessoas existam, mas
não especificamente para ter
um ótimo som. Os quartos
tendem a ter formas práticas,
como superfícies planas e
paredes paralelas.
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HALL ecos densos, a sala tinha um


timbre particularmente
Este é o tipo mais comum de irregular. Felizmente, as
reverb. Reverbs  do tipo hall pessoas gostam de coisas
geralmente são projetados peculiares e vibrantes.  E
para simular o tipo de efeito assim nasceu o reverb
de reverberação produzida Chamber. As câmaras têm
por grandes salões. uma tonelada de cor e
Salas de concertos são textura e podem soar bem
espaços dedicados ao em todos os tipos de fontes.
desfrute da música. E muitos Qualquer coisa que precise
salões são construídos para de um impacto distinto em
ajudar a propagar o som, e é energia ou textura extra
por isso que muitos pode se beneficiar. O
corredores são em forma de Chambers foi largamente
arco. usado em gravações mais
antigas de R & B e Rock
CHAMBERS clássico, então se essa é a
As câmaras (Chambers) são o intenção que você está
extremo oposto do espectro procurando - insira esse
das salas. Antes das unidades reverb.
de reverberação digitais.
PLATE
Donos de estúdio desejavam
o som de um vasto espaço Esse tipo nos leva a um dos
reverberante. Infelizmente, sons de reverberação mais
sendo algo caro, estes donos impressionantes de todos:
de estúdio não tinham uma folha de metal
recursos para um salão pendurada em uma caixa. Eu
gigante. Então, dessa forma deveria estar dizendo mais
criou-se o conceito de uma sobre isso, mas não há muito
pequena sala com superfícies mais a dizer. Uma folha de
muito reflexivas e de metal é um espaço
preferência com ângulos bidimensional. Em um
projetados para isso. Como espaço tridimensional, há
essa sala menor era ecos discretos na frente da
especialmente reflexiva, a cauda do reverb e, a medida
reverberação continuava que o reverb diminui, a
ligada quando o som era densidade do eco aumenta.
inserido em um alto-falante. Em uma folha bidimensional,
Infelizmente, como a sala era os ecos têm a mesma
pequena e cheia de densidade desde o início da
reverberação até o final.
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Como a velocidade do som é brilhante, ele também soa


muito mais rápida em metal brilhante. Isso tudo torna o
que no ar, as placas têm uma plate útil para um grande
densidade de "eco" maior. número de sons. Por causa
Esses dois fatores são o que da distribuição uniforme de
dão as placas as assinaturas ecos na cauda, as placas
de reverberação “suaves”. Por tendem a se dar muito bem
fim, os tons de frequência com outros reverbs. Se
mais alta esgotam sua acontecer de você ter um kit
energia muito mais de bateria, com um par de
rapidamente do que os tons microfones de sala, você
mais baixos, enquanto os pode provavelmente inserir
tons mais baixos demoram um reverb plate na caixa e
mais para se acumular. Isso tons e ainda ter um kit de
cria o efeito de frequências som coeso. Plates também
mais altas que vivem na são ótimos para trazer um
frente da cauda de leve “pop” ou brilho para uma
reverberação, enquanto as fonte de som, tornando-as
frequências mais baixas ideais para vocais pop,
aparecem mais tarde. Em guitarras acústicas e
outras palavras: realmente qualquer outra
o metal não parece apenas coisa para esse fim.
 

Reverb Plate
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EFEITOS MODULAÇÃO

CHORUS comb-filter. Como o delay é


variável, o efeito passa a ser
O objetivo deste efeito é variável também, mudando
tentar simular diversos as frequências do
instrumentos tocando ao cancelamento de fase
mesmo tempo utilizando causado pelo delay.
técnicas de delay e pequenas
desafinações. PHASER

FLANGER O princípio do phaser


também advém da alteração
O Flanger tem como de fase do sinal, adicionando
princípio a introdução de um ao sinal original um sinal
delay variável entre dois defasado criando assim um
sinais. A introdução desse som muito característico
delay causa um
cancelamento denominado
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DISTORÇÃO E OVERDRIVE
Embora a distorção seja Atualmente, existem diversas
normalmente algo “ruim”, há distorções baseadas em
situações em que ela é transistors que tentam
utilizada propositalmente. simular o comportamento
O princípio por trás disso é das válvulas, mas na maior
saturar um determinado parte das vezes há ainda
sinal de maneira a distorcer a alguma diferença.
forma de onda , o que irá
criar um conjunto de
harmônicos adicionais dando
origem a um som mais cheio.
No entanto há diferenças
entre a distorção feita por
válvulas e a distorção feita
por transistors Enquanto os
transistors são lineares
demais, ou seja, são lineares EXCITERS
até o ponto em que atingem Os exciters geram
o limite, momento em que harmônicos adicionais, de
passa a haver um corte forma a criar um som mais
radical (hard-clipping), as brilhante. Em vez de
válvulas começam a perder amplificar os agudos, o
sua linearidade a medida exciter tenta criar, com base
que se aproximam do seu nas frequências médias, um
limite criando uma forma de conjunto adicional de
onda mais arredondada (soft- harmônicos logicamente
clipping). Além disso, relacionados ao som original.
enquanto que a distorção A forma como os harmônicos
cirada por transistors tendem são gerados depende muito
a criar harmônicos ímpares, do modelo do exciter
as válvulas tendem a criar utilizado. Uma dessas formas
harmônicos pares, que são passa por uma pequena
mais agradáveis aos ouvidos distorção das frequências
médias, que irá criar
harmônicos nas frequências
superiores.
O SEU GUIA
PARA MIXAGEM
NÃO É RECEITA DE BOLO,
CONSIDERE APENAS COMO
UM PONTO DE PARTIDA.
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Agora que você conhece A técnica permanece


todas as ferramentas constante, descobrir a
necessárias a serem direção da música
aplicadas no processo de desenvolver o groove e
mixagem, vamos agora a construí-lo como uma casa.
uma sugestão de etapas e Encontre o elemento mais
procedimentos, para que importante e enfatize-o.
você possa construir o seu Como Benny Faccone,
processo de mixagem de famoso mixer latino, afirma
forma mais eficaz. Gostaria de forma tão sucinta: "É
de lembrar que as quase como um músico que
informações contidas nesse pega um violão e tenta tocar.
capítulo são sugestões Ele pode ter o quadro à sua
baseadas nos processos que frente, mas logo ele precisa ir
eu utilizo no dia a dia em além das notas para se tornar
minhas mixagens. criativo." O mesmo acontece
Certamente com a aquisição com a mixagem: não é mais
de mais experiência, você apenas uma questão de
poderá alterar esses ajustar os níveis, mas mais
procedimentos de forma que sobre tentar transmitir a
se adapte mais ao seu energia da música, pois
trabalho. O importante, é qualquer um pode deixar o
você chegar a um resultado baixo ou a bateria nivelados”.
satisfatório!
Tenha as informações desse
capítulo como um ponto de
partida.

A maioria dos grandes


engenheiros de mixagem,
quer eles saibam ou não (e
muitos deles não estão
conscientes de como eles
fazem isso),  têm um método
na maneira de abordar uma
mix.
Embora o método possa
variar um pouco
dependendo da música, do
artista e do gênero, ou se o
engenheiro acompanhou a
música desde o início.
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OS SEIS ELEMENTOS
DA MIXAGEM
Cada música seja ela um Dimensão - adicionar
Pop, um sertanejo, um axé e ambiente a um elemento
todos os outros gêneros, têm musical
seis elementos principais
para uma ótima mixagem. Dinâmica - Controlar
Eles são: dinamicamente os envelopes
  de volume de uma faixa ou
Equilíbrio - a relação de nível instrumento
de volume entre os
elementos musicais Interesse - fazer a mixagem
  tornar-se especial
Frequência - ter todas as
frequências adequadamente
representadas Trabalhando todos esses
  elementos você tem tudo
Panorama - colocar um para que sua mixagem se
elemento musical no campo torne de extrema qualidade.
sonoro
 
MIXAGEM NÃO É
EDIÇÃO
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Cuidado para não misturar as 1-Composição


etapas. A hora de mixar é 2-Pré-produção
hora de mixar. Não é hora de 3-Gravação
ficar afinando voz, 4-Edição
concertando andamento da 5-Mixagem
bateria. Isso desviará muito a 6-Masterização
sua atenção ao processo que
realmente importa no Respeite cada etapa e faça o
momento. Tente separar as seu melhor em cada uma
etapas e focar em cada uma delas. Todas têm a sua
separadamente. Não misture devida importância no
as coisas. processo e resultado final.
Você pode dividir as etapas
da produção de uma música
ou CD da seguinte forma:
1-ORGANIZE SUA SESSÃO,
PREPARE SEU AMBIENTE
PARA SUA MIXAGEM
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Não há nada pior do que já deveria ser adotado


ficar confuso sobre  qual durante a gravação, pois a
instrumento é cada track, medida que você vai
isso porque o nome está gravando, os clips de áudio
trocado ou não está com o registrados durante o
nome adequado que facilite processo de gravação, são
a identificação. Além disso, nomeados de acordo com o
inúmeras coisas que nome presente na track.
dificultam nossa vida e Um outro detalhe
atrasam nosso processo. importante: Não adianta
Devemos sempre estar nada só nomear as tracks, os
concentrado o máximo nomes precisam facilitar a
possível em Mixar e não em sua vida.
ficar identificando as coisas, Se você por exemplo nomear
criando canais etc… a track de bumbo como:
Normalmente esse processo
de organização da sessão “Bumbo microfone shure fora
costumo fazer um dia antes super grave mesmo”
de eu mixar a música. Esse
processo leva um pouco de Não vai te ajudar em nada
tempo e pode não ser tão quando precisar encontrar
divertido, mas é essa track rapidamente.
extremamente necessário. Utilize nomes simples ou
Não há nada melhor do que abreviações como por
começar a mixar sem se exemplo “BB” (utilize para o
preocupar com essas coisas. bumbo).
Vamos a alguns passos
importantes para organizar
sua sessão.

1- Nomeie as tracks de áudio


de forma a facilitar sua
identificação.

Nomear as tracks é
importante para identificar
as tracks de áudio mas
também é um processo que
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2 - Utilize as cores das tracks 4 – Crie os canais auxiliaries


como forma de organização.
Antes de começar a mixar eu
Todas as DAW`s ou se não a normalmente crio os canais
grande maioria, têm como auxiliares para mandadas de
opção mudar as cores das efeitos, compressão paralela
tracks de áudio. Essa opção etc.
não é somente estética.
Utilize-a a seu favor. Crie um Dessa forma eu já adianto
padrão de cores de forma esse trabalho da mixagem,
que você identifique o além disso, já faço todos os
instrumento ao olhar endereçamentos de entradas
rapidamente. Esse Tipo de e saídas de cada canal. Ou
padronização irá deixar seu seja:
trabalho mais ágil.
Se um canal de bumbo por
3 -  Utilize os markers exemplo, antes de ir para o
canal master, vai passar por
Utilize os markers para um canal auxiliar da bateria
localizar na time line da sua e depois para um auxiliar
DAW as partes da sua com compressão paralela. E
música. Dessa forma na hora após isso finalmente para
de encontrar um refrão por meu canal master.
exemplo em uma música de
5 minutos, você não precisará
tocar várias partes até
encontra-lo.
2-BUSQUE REFERÊNCIAS
RHODES MUSIC

Antes de começar a mixar o trabalho deve soar. Isso não


qualquer música, tente significa copiá-las. Escute
conversar o máximo possível essas referências, faça um
com o músico ou o produtor laboratório, anote todas as
da música. Tente extrair o informações úteis. Depois
máximo de informações. desse processo, escute o seu
Acredite, essas informações material de trabalho (a
são as mais valiosas. Lembre- música para mixar) e crie um
se que antes do trabalho plano de mixagem, seja ele
chegar até você, existe uma mentalmente ou escrito (eu
concepção e construção do sempre prefiro anotar as
projeto por todos envolvidos. coisas, não confio muito na
Respeite isso, e absorva todas nossa cabeça). Esse Plano
as opniões. Fazendo dessa consiste nas ações que você
forma o seu trabalho irá imaginou para aquela
alcançar outro nível. Não seja canção. Organização e
um técnico cheio de si estudo são sempre
mesmo e que acredita ser primordiais para qualquer
auto-suficiente. Acredite, trabalho, isso não deve ser
ninguém é! Converse com diferente no nosso ofício. Se
seu cliente e tente extrair comporte sempre como um
dele referências, elas são profissional dedicado e
importantes para você ter empenhado em alcançar o
uma noção de como melhor resultado possível.
Acredite, esse é um grande
diferencial!
3-PROCURE UM EQUILÍBRIO
INICIAL DOS NÍVEIS
RHODES MUSIC

O primeiro processamento Um detalhe importante é


que costumo realizar é a normalizar cada track
normalização de todos os separadamente. Certifique-se
áudios da minha mixagem que o software calculou a
em aproximadamente -6dB normalização de cada track
(Peak). separada e não de todas
Esse processo é muito juntas.
importante para o Após ter realizado essa
funcionamento ideal dos normalização, realize um
plug-ins ou até mesmo para equilíbrio inicial de volumes
processamento externo com e Pan. Claro que não será
hardwares (outros valores nada definitivo, mas já é um
podem ser utilizados). Dessa bom começo para entender
forma eu tenho certeza que melhor a sonoridade da
nenhum instrumento vai mixagem em questão.
clipar na entrada de nenhum
plug-in. Isso me ajuda muito
a equilibrar a mixagem.
4-CONFIRA A FASE DOS
INSTRUMENTOS
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Nesta etapa de suma Dê a sua devida atenção na


importância, confiro a fase de correção de fase.
instrumentos que foram A forma mais fácil de corrigir
captados com mais de um esse problema é alinhando a
microfone, por exemplo: Wav Form e se caso
Violão e bateria. necessário invertendo a fase
Se identificado algum de uma das tracks. O mais
problema de fase em algum importante de tudo para esse
instrumento, ele deve ser processo é ouvir. Você tem
corrigido. Como já vimos em que escutar o que esse
capítulos anteriores, o cancelamento está causando
cancelamento de fase pode em seu som.
prejudicar muito o timbre do Existem alguns plug-ins que
seu instrumento. Isso porque fazem essa tarefa de forma
algumas dessas frequências automática: Auto-Align e o
serão canceladas de forma a InPhase.
prejudicar muito a sua
atuação no processo de
mixagem.
5-EQUALIZAÇÃO
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A primeira etapa para Não adianta nada ficar por


equalizar que me preocupo horas equalizando um violão
muito é: sozinho e ele ficar lindo, mas
A equalização corretiva. na hora que se junta com os
Normalmente aplico um outros instrumentos, nem
equalizador de forma a parece que tem um violão na
subtrair frequências música. Para que você
indesejadas que estejam equalize bem, é preciso criar
prejudicando o timbre do um certo mapa de
instrumento. Nessa etapa, frequências indicando qual a
aplico os filtros Hi pass e Low região do espectro que cada
Pass se necessários. A instrumento irá ocupar.
equalização é um dos Lembra-se do
processos mais importantes mascaramento? Não há
em sua mixagem e necessita como dois instrumentos
de muita perícia. Equalize ocuparem o mesmo lugar.
com bastante calma sem Eles acabarão influenciando
querer apressar demais o um no som do outro,
processo. positivamente ou
Normalmente aplico essa negativamente.
equalização corretiva antes
do compressor para que o Existe uma tabela muito
compressor não evidencie as importante como ponto de
frequências que eu não partida para equalizar. Essa
desejo. Logo após a tabela indica as frequências
compressão, é quando eu importantes dos principais
aplico o equalizador para aí instrumentos. Lembre-se,
sim, evidenciar algumas utilize-a como ponto de
frequências necessárias ou partida e não como receita
algum outro tipo de de bolo.
equalização mais artística.

O que é preciso saber para


equalizar bem?

Primeiramente deve-se
entender que os
instrumentos devem soar
bem juntos e não separados.
Sua equalização deve fazer
sentido desta maneira.
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Tabela retirada do livro Bob Owsinski


6-COMPRESSÃO
RHODES MUSIC

Chegou a hora de controlar Isso, para que você consiga


as dinâmicas da sua música. aplicá-lo cada vez mais de
Porém, como já tratamos forma consciente.
anteriormente não é Um detalhe importante ao
somente com isso que os comprimir e comparar o som
compressores contribuem. Se comprimido com o não
fosse somente isso, comprimido é:
automações de volume iriam
resolver todo o problema. Os Igualar os volumes.
compressores ao atuarem,
imprimem sonoridades no Ao fazer essa comparação
instrumento em que ele está certifique-se de deixar os
iserido. volumes iguais para não ser
Estude os compressores que enganado por apenas um
você possui e tente perceber aumento de volume. Temos a
suas características sonoras. tendência de achar que tudo
que está mais alto está
melhor.
7-DEMAIS
PROCESSAMENTOS
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Depois de controlar a Exemplos:


dinâmica da música, inicia-se ·       Duplique o canal da
um detalhe técnico mas que caixa, e em um desses canais
considero que faça bastante coloque uma distorção de
diferença na parte artística. guitarra.
Para que sua mixagem não ·       Distorção ou
fique digamos “sem graça” e amplificador de guitarra no
além disso, dar um toque de contrabaixo.
sonoridades em sua ·       Utilize bastante
mixagem, tente criar compressão paralela.
camadas sonoras em suas ·       Insira um delay na voz
mixes. Como fazer isso? com um filtro Hi pass em
Normalmente eu misturo o aproximadamente 8Khz e
som original de um um low pass em
instrumento com um som do aproximadamente 300Hz
mesmo instrumento muito nesse delay.
processado, duplicando o
canal que desejo processar Existem inúmeras
ou através de mandadas possibilidades, eu quis aqui
através de canais auxiliares. apenas exemplificar algumas
Vou dar alguns exemplos possibilidades. Utilize sua
porém, essa é a hora que sua criatividade. Não se esqueça,
criatividade entra em jogo, crie camadas de timbres em
não há regras e nem limites. suas mixagens para tornar o
seu som mais incrível.
8-ADICIONE
EFEITOS
RHODES MUSIC

Neste momento adicionamos profundidade na mixagem. Cuidado, pode


ser tentador, mas efeitos exagerados podem ser a linha tênue entre a
mixagem profissional e amadora. Muito cuidado para programar os
efeitos corretamente. Preste atenção na cauda do reverb por exemplo e
veja se seu decay não está muito longo de forma a ficar incompatível
com o tempo da música. Certifique-se que os delays estão no tempo
correto. E experimente bastante. Os efeitos não podem aparecer demais
e nem de menos mas sim na medida certa, eis o desafio.
9-EQUILÍBRIO DOS NÍVEIS
E
PAN
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Cegamos a um ponto que Quando você gira o botão de


nossa mixagem já ganhou PAN, é como se você visse o
bastante corpo e identidade. instrumento se movendo da
Neste Momento é hora de direita para a esquerda (faça
definir os planos dos volumes a experiência). Fazendo isso,
e a imagem stereo que você estará alterando a
desejamos construir. Vamos localização desse
primeiramente entender um instrumento em sua imagem
pouco sobre esse assunto. stereo.
Quando Mixamos estamos Devemos sempre imaginar a
criando através dos Canais L nossa Mix como um quarto e
e R da Mix uma imagem que nesse quarto temos que
Stereo. Essa imagem, é uma fazer com que caiba tudo
imagem tridimensional, ela que precisamos de uma
possui: maneira organizada e
  uniforme. Os limites desse
·       Profundidade quarto são os alto falantes. Se
·       Lateralidade por exemplo você possuir
·       Altura uma grande orquestra em
  sua mix todos estarão
Essas características podem representados dessa forma.
ser alteradas
respectivamente pelo
Volume, Pan e Frequência.
Isso é um fenômeno
Psicoacustico.

Imagem retirada do Livro – A Arte da Mixagem de David Gibson

Imagem retirada do Livro – A Arte da Mixagem de David Gibson


RHODES MUSIC

Agora se você possui apenas Este espaço limitado que


3 violinos será da seguinte possuímos entre os
forma: monitores de áudio é o onde
podemos construir diferentes
estruturas de mixagem de
uma forma criativa e pessoal.

Imagem retirada do Livro – A Arte da Mixagem de David Gibson

Imagem retirada do Livro – A Arte da Mixagem de David Gibson


Agora precisamos lembrar que
esse espaço é limitado e Mas sempre lembrando que
precisamos fazer com que temos um espaço a cobrir e
caiba todos os instrumentos. É de uma maneira uniforme.
muito importante saber que se Tendo consciência disso que
houver um instrumento com acabamos de citar, crie os
regiões de frequências planos de volumes para cada
semelhantes ocupando um instrumento e a imagem
mesmo espaço nesse quarto stereo. Aplicando as
dificilmente você irá distingui- equalizações necessárias
lo mas se você alterar a além de compressão, efeitos
localização dele, você pode ter e além disso, se preocupando
resolvido um problema. Além com o panorama que você
disso, se você colocar todos os está criando, sua Mix estará
instrumentos ocupando o bem mais definida, evitando
mesmo lugar no centro assim mascaramentos dentre
dificilmente você terá uma voz outros problemas recorrentes
que esteja clara e bem audível em algumas mixagens. Dê
em sua mixagem, pois ela uma atenção a esses
estará competindo com todos cuidados e compare seus
os instrumentos que ali estão resultados.
no mesmo Lugar.
10- O CANAL
MASTER
RHODES MUSIC

Um dos temas que meus alunos mais têm duvidas e me perguntam


frequentemente, é se devemos ou não processar o canal de Master. A
resposta é simples: Não há regra.
Apesar disso, vou contar como costumo fazer em minhas mixagens.
Normalmente nesse ponto da mixagem antes do próximo processo que
é a automação, eu inserto no canal master da minha mixagem, alguns
processadores que normalmente são:

Um compressor do tipo VCA ou Variable MU, um equalizador e um


simulador de gravador de fita.

Sigo esse processo há alguns anos. Tento com ele simular um processo
que era feito anteriormente do mundo digital. Toda mesa tinha seu
compressor na sua saída stereo, depois disso o sinal era equalizado caso
precisasse e depois de tudo isso era gravado na fita. A minha intenção é
simular esse processo. Tenho obtido bons resultados com isso. Mas fica
como critério de cada um o uso ou não desse tipo de processamento.
Experimente, quem sabe você a partir dessas informações, possa criar o
seu processo ou até mesmo optar por não insertar nada no canal master.
11-AUTOMAÇÃO
RHODES MUSIC

Eu diria que este é um dos Podemos automatizar os


processos mais importantes volumes de cada
da sua mixagem. É hora de instrumento ou seja, em
fazer com que as transições determinada parte por
de uma parte e outra da exemplo a voz sobre 2dB e
canção funcionem bem, é depois abaixa 1dB. Podemos
hora de dosar os volumes e também automatizar os
efeitos para cada parte da parâmentros dos plug-ins.
música entre outras tarefas. Por exemplo: Uma
Você não acha que deixando equalização no violão para
o nível da voz o mesmo do estrofe e outra diferente para
início ao fim da música possa o refrão. Além disso,
funcionar bem para todas as podemos automatizar os
partes. Normalmente neste efeitos de cada parte da
processo eu gasto mais de música dos instrumentos. As
60% do tempo que gasto possibilidade são
para mixar uma música. gigantescas, não há limites
A automação é o processo para a automação. Só há
que vamos “automatizar” uma regra: Faça TUDO o que
todos os paramêtros que for necessário. Lembre-se
queremos alterar durante o que o ouvinte não verá a
decorrer da música. sessão aberta da sua DAW.
Ele vai ouvir o resultado final.
12-FORMATOS E
FINALIZAÇÃO
RHODES MUSIC

É Hora de enviar sua masterização. Muitos


mixagem para um justificam isso pela perda de
engenheiro de masterização. qualidade durante o Bounce.
Certifique-se com o Confesso que não acredito
engenheiro suas preferências. nisso. Faço o processo
Muitos engenheiros pedem normalmente como o
para que seja enviado a software oferece, seja o
determinados níveis de picos Bounce no Pro Tools ou
e RMS. Por exemplo: Alguns Render no Reaper. Mas sei
pedem que a música esteja que cada um possui suas
com os picos de -6 a -3dB e o formas de trabalhar e não
RMS em torno de -19 RMS. condeno isso de forma
Fique bem atento com os alguma.
formatos de envio para a
masterização. Na finalização
da mixagem não é hora de
fazer conversões. Deixe isso
para a Master. Se o projeto
está em 24bits e sample rate
de 48KHZ, mantenha esse
formato e qualquer outro
que ele esteja. Repito, deixe
a conversão para o
masterizador pois ele vai
adaptar a mídia para os
formatos de reprodução que
será disponibilizada.

BOUNCE (RENDER)

Há algumas pessoas que não


gostam de fazer esse
processo. Eles preferem fazer
de uma forma alternativa
que é criar um canal stereo
dentro da própria mixagem e
gravar a mixagem nesse
canal, o famoso print. Após
gravado esse arquivo é
enviado para a
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
RHODES MUSIC

Mixar é um processo técnico e artístico. A pessoa que ignorar algum desses


conhecimentos estará cometendo um grande erro na sua evolução. Tanto a
técnica como a arte fazem parte disso, de forma que um complementa o
outro. Tentei expor nesse livro, de uma maneira direta e organizada, alguns
conhecimentos que adquiri ao longo desses anos trabalhando no mercado.
Existe muita informação na internet, porém de forma solta. Isso dificulta o
aprendizado. O meu intuito sempre foi e sempre será difundir o
conhecimento. Se algum assunto do seu interesse não foi abordado nesse
livro com certeza não foi por falta de interesse e sim porque o assunto
mixagem é muito amplo e difícil de ser tratado de forma absoluta. Envie-me
sugestões para que nas próximas edições eu possa acrescentar assuntos
inerentes a esse processo tão peculiar, mas de tamanha importância na
Produção Musical. Espero que tenha aproveitado bastante o conteúdo e que
eu tenha contribuído para o seu desenvolvimento. Sempre!
RHODES MUSIC

ACESSE NOSSAS
REDES SOCIAIS

WWW.RHODESACADEMY.NET

@RHODESMPACADEMY
@VINICIUSBERNUCCI
REFERÊNCIAS

Introdução a Engenharia do Som - Nuno Fonseca


Manual da Acústica - Sólon do Valle
Guia de Mixagem Volume I - Fábio Henriques
A Arte Da Mixagem - David Gibson
The Mixing Engineer's Handbook - Bob Owsinski

https://www.uaudio.com/
https://reverb.com

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