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ALCANCE A SONORIDADE PERFEITA

O GUIA COMPLETO DE

MIXAGEM
PARA PRODUTORES MUSICAIS

Um Guia completo com dicas valiosas para você


conseguir atingir a excelência de sonoridade em
suas produções musicais
QUEM É VITAL LEÃO?
Vital Leão começou a sua vida profissional no áudio em 1996,

quando construiu seu primeiro home estúdio com um

gravador Tascam de 4 canais totalmente analógico. Em 1997

ingressou no curso de Engenharia Eletrônica, buscando se

aperfeiçoar no mundo da eletrônica. Em 2000 fundou o

Estúdio Arte musical, no qual esteve em plena atividade até

2017, gravando diversos artistas famosos.

Atualmente, Vital Leão se dedica exclusivamente à mixagem

e masterização. Tem sua formação de mestre e doutor em

Engenharia Eletrônica. É professor universitário de Eletrônica

e de Engenharia de Áudio em curso de Jogos Digitais e

criador do canal Áudio Vital no YouTube.


SUMÁRIO

Capítulo 1: Fundamentos da Mixagem.

Capítulo 2: Montagem do Espaço de Mixagem.

Capítulo 3: Preparação e Organização dos Arquivos.

Capítulo 4: Técnicas Avançadas de Equalização.

Capítulo 5: Compressão e Controle Dinâmico.

Capítulo 6: Panorâmica e Espacialização.

Capítulo 7: Efeitos e Processamento Criativo.

Capítulo 8: Mixagem de Voz.

Capítulo 9: Automação e Finalização da Mixagem.

Capítulo 10: Masterização da Música

Conclusão & Mindset:


CAPÍTULO 1
Os Fundamentos da Mixagem

A mixagem de música é uma arte fundamental


na produção musical, em que diferentes
elementos sonoros são combinados para criar
uma obra coesa e envolvente. Neste capítulo,
vamos explorar os principais fundamentos da
mixagem, entendendo conceitos básicos que
serão a base para alcançar uma sonoridade
perfeita em suas produções musicais.
Equalização:
Moldando o Som

A equalização é uma das ferramentas mais


importantes na mixagem. Ela nos permite
ajustar o equilíbrio tonal dos instrumentos,
destacando frequências importantes e
eliminando ruídos indesejados. Através da
equalização, é possível realçar as
frequências médias de uma guitarra para
torná-la mais presente. Em um baixo, para
dar definição e peso, pode-se evidenciar os
médio graves nas regiões entre 80Hz e
200Hz. Em resumo, é o controle dos volumes
das frequências de cada instrumento.
Compressão:
Controlando a
Dinâmica

A compressão é outra técnica essencial na mixagem.


Ela nos permite controlar a dinâmica das diferentes
partes da música, tornando os volumes mais uniformes
e equilibrados. Imagine uma gravação vocal em que
algumas partes são mais suaves enquanto outras são
mais altas. Utilizando a compressão, podemos reduzir
o volume das partes mais altas e aumentar o das
partes mais suaves, criando uma voz mais consistente
e audível.
Panorâmica:
Criando Espaço
Sonoro

A panorâmica é a técnica que controla a


posição espacial dos elementos na
mixagem, permitindo que cada
instrumento ou voz ocupe uma posição
específica no campo sonoro. Isso cria uma
sensação de espaço e tridimensionalidade
na música. Por exemplo, você pode
posicionar os violões à esquerda, a
bateria no centro e os teclados à direita,
distribuindo, assim, os elementos de forma
equilibrada.
Volume:
O pilar da
Mixagem

O controle do volume é uma das tarefas


mais básicas da mixagem, mas e, também,
uma das mais importantes. Ajustar o
volume de cada elemento da música é
essencial para criar um equilíbrio sonoro
adequado. Preste atenção às partes mais
importantes da música e certifique-se de
que elas se destaquem, enquanto outras
devem estar em um nível que não as
sobressaia.
CAPÍTULO 2
Montagem do Espaço da Mixagem

Montar um espaço de mixagem adequado é


fundamental para obter resultados profissionais em
suas produções musicais. Neste capítulo,
exploraremos dicas e orientações para criar um home
estúdio bem equipado, onde você poderá realizar
suas mixagens com conforto e eficiência.
Escolhendo os
Equipamentos
Essenciais

Para montar seu home estúdio, você


precisará de alguns equipamentos
essenciais, como:

1 - um computador com software de


gravação e mixagem, uma interface de
áudio,

2 - monitores de estúdio (caixas de som


especializadas para mixagem),

3 - fones de ouvido de alta qualidade e


4 - um microfone para eventuais
gravações.

Obs: No início, sugiro comprar primeiro um


fone bom e depois investir em monitores.
Isolamento
Acústico

O isolamento acústico é importante para


evitar que sons externos atrapalhem suas
mixagens e para minimizar o vazamento
de som para outros cômodos da casa.

Para quem está começando, essa parte


pode ser o maior problema pelo custo do
material; logo, procure adaptar soluções
alternativas:

1 - Procure vedar ao máximo portas e


janelas do cômodo com feltros, espumas e
recortes pequenos de carpetes. Minimize
qualquer buraco e faça um teste com a
luz apagada para ver se tem luz entrando
no ambiente.
2- Faça um tratamento acústico simples da sua sala
com painéis absorvedores; isso controlará as
reflexões do ambiente.

3 - Coloque tapetes grossos no chão e, se possível,


coloque sofá ou colchão nos cantos das paredes.

4 - Para minimizar os erros na mix devido ao


problema de acústica, intercale sempre com fones
de ouvido. Lembre-se que atualmente a maioria das
pessoas ouvem com fones de ouvido; logo, nunca
abandone essa referência.
Posicionamento
dos monitores

A posição dos monitores de estúdio é crucial para


obter uma mixagem precisa. Coloque-os em uma
altura e distância adequadas dos seus ouvidos,
formando um triângulo equilátero entre você e os
dois monitores. Isso ajudará a garantir que o som
chegue aos seus ouvidos de forma equilibrada,
sem distorções.
CAPÍTULO 3
Preparação e Organização dos Arquivos

A organização é crucial para uma mixagem eficiente.


Certifique-se de nomear e categorizar os arquivos de
forma lógica e clara. Use nomes descritivos para cada
faixa, como "Vocal Principal", "Guitarra Base", "Bateria",
etc.

Além disso, agrupe as faixas relacionadas em pastas


específicas para facilitar a navegação.
Nomeie e Organize
os arquivos

Coloque os nomes nas Tracks e pinte cada


instrumento de uma cor para facilitar a
localização rápida.

Crie seu próprio Template com canais


auxiliares de efeitos, de mixbus de mix e de
master

Mantenha uma lógica na organização que


você usará para sempre e mantenha sempre
essa lógica de organização.
Limpe e Edite as
Gravações

Antes de começar a mixagem, é importante


fazer uma limpeza básica nas gravações.
Elimine trechos vazios, ruídos de fundo e
qualquer outro som indesejado. Faça
também pequenas edições para cortar
partes desnecessárias ou ajustar eventuais
desvios de tempo.
Exemplo prático: Use um software de edição
de áudio para cortar silêncios no início e
final de cada gravação, bem como eliminar
ruídos de fundo entre as partes cantadas.
Normalize as
Faixas

Normalizar as faixas é uma técnica útil para


equilibrar o volume entre elas. A
normalização ajusta o nível de volume das
gravações sem alterar sua dinâmica. Isso
ajuda a evitar que algumas faixas fiquem
muito altas ou muito baixas durante a
mixagem.
Exemplo prático: Utilize a função de
normalização do seu software de edição de
áudio para ajustar o volume de todas as
faixas em -3dB de pico. Esse volume ajudará
nos níveis de entrada dos plugins.
CAPÍTULO 4
Técnicas Avançadas de Equalização

A equalização é uma das ferramentas mais


poderosas da mixagem de música. Neste capítulo,
vamos explorar algumas técnicas avançadas de
equalização que ajudarão você a dar vida e clareza
aos elementos da sua música. Compreender e
dominar essas técnicas permitirá que você crie uma
mixagem equilibrada e envolvente.
Equalização
Cirúrgica
A equalização cirúrgica envolve ajustes
precisos em frequências específicas para
corrigir problemas ou realçar elementos-
chave da mixagem. Por exemplo, se houver
um acorde de guitarra que soa um pouco
abafado, você pode usar um equalizador
paramétrico para realçar as frequências
médias e altas desse acorde, destacando-o
na mixagem.
Para esse tipo de equalização nós utilizamos
plugins de eq paramétricos com curvas
precisas, tipo ProQ3 da Fabfilter
Equalização
Artística

A equalização artística envolve ajustes com


plugins que normalmente acrescentam
coloração no sinal, dando um tom mais
artístico neste processo.
Para esse tipo de equalização existem
inúmeros equalizadores, exemplo:PuigTec
Eqp1A, SSL 4000, Amek EQ 250, Mäag EQ4,
API série 500 entre outros.
Equalização por
Instrumento

Tome muito cuidado com a equalização de


instrumentos solados e isolados. Pratique a
equalização conjunta com diversos
intrumentos simultâneos para perceber o
quanto uma frequência de um instrumento
pode afetar o outro. Faça equalização em
solo quando você já souber o que deve ser
feito para aquela música.
Equalização em
Subgrupos

Além da equalização individual de


instrumentos, você pode aplicar a
equalização em grupos de faixas
relacionadas. Por exemplo, equalizar todas
as faixas de backing vocals de uma só vez
pode garantir que eles soem coesos e se
destaquem como uma unidade na mixagem.
Exemplo prático: Se você tiver várias faixas
de guitarra gravadas, ou mesmo de violões,
agrupe-as e use um equalizador para
ajustar o equilíbrio tonal de todas elas
simultaneamente.
Equalização
Dinâmica

A equalização dinâmica é uma técnica que


ajusta automaticamente as frequências de
acordo com a intensidade do sinal. Isso
pode ser útil para controlar certos elementos
na mixagem sem comprometer a dinâmica
global da música.
O plugin que mais utilizamos para essa
função é o ProQ3 da Fabfilter.
Equalização
de Efeitos

A equalização dos efeitos é fundamental


para que ele soe bem com o instrumento no
qual ele foi inserido. Desta forma, ajudará a
equilibrar as quantidades de frequências
indesejadas que normalmente são
acrescentadas com a inclusão do efeito.
Alguns efeitos já possuem equalizadores.
CAPÍTULO 5
Compressão e Controle Dinâmico

A compressão é uma das ferramentas mais


importantes na mixagem de música, permitindo
controlar a dinâmica dos elementos sonoros e dar
mais equilíbrio à sua mixagem. Neste capítulo, vamos
explorar o uso da compressão e técnicas de controle
dinâmico para aprimorar suas produções musicais.
Parâmetros
Importantes
1. Threshold (Limiar): Define o ponto em que a
compressão será aplicada. Tudo o que ultrapassar
esse ponto será comprimido.
2. Ratio: Determina a quantidade de compressão
aplicada. Por exemplo, um ratio de 4:1 significa
que, para cada 4 dB acima do limiar, a saída será
reduzida em 1 dB.
3. Attack: Controla a velocidade com que o
compressor atua após o sinal ultrapassar o limiar.
4. Release: Define a velocidade com que o
compressor retorna ao estado normal após o sinal
ficar abaixo do limiar.

Vale ressaltar que alguns plugins de compressores têm


threshold fixo, ou seja, esse parâmetro não é
regulável.

Alguns compressores têm também mais funções, tais


como: Make-up e filtros de side-chain
Parâmetros
Importantes

3 4

2
Tipos de
Compressores
Os compressores de áudio, fabricados
desde a década de 50, seguiram sua
topologia através da evolução tecnológica
dos dispositivos eletrônicos. De forma
cronológica, podemos classificar os
compressores feitos a válvulas (Vari-Mu),
com pontes de diodo, transistor por efeito
de campo (FET), com opto-acopladores e
por circuitos VCA. Dependendo desses
componentes, os compressores
apresentavam tempos de attack e release
muito diferentes.
Tipos de
Compressores

1. Compressor VCA (Voltage-Controlled Amplifier):


Os compressores VCA utilizam um amplificador
controlado por tensão para aplicar a compressão
no sinal de áudio. Esse tipo de compressor é
comum em estúdios de gravação e em aparelhos
de som profissionais. Eles são conhecidos por sua
resposta rápida e precisão na compressão.
Tipos de
Compressores

2. Compressor Óptico: Compressores ópticos são


baseados em componentes mecânicos, como células
fotoelétricas, para controlar a dinâmica do áudio.
Eles têm uma resposta mais suave e são
frequentemente usados para adicionar calor e
caráter ao som, sendo populares em gravações
analógicas e equipamentos vintage.
Tipos de
Compressores

3. Compressor FET (Field-Effect Transistor): Os


compressores FET utilizam transistores de efeito de
campo (FETs) para realizar a compressão. Eles são
conhecidos por adicionar uma cor única ao som,
fornecendo uma resposta rápida e musicalmente
agradável. Compressores FET são comuns em muitos
circuitos de áudio modernos.
Tipos de
Compressores

4. Compressor Vari-Mu (Tubo): Compressores Vari-


Mu são baseados em tubos de vácuo (válvulas) e
oferecem uma compressão suave e natural. Eles são
amplamente utilizados em gravações vintage e são
apreciados por sua sonoridade calorosa e musical.
Tipos de
Compressores

5. Compressor Digital: Os compressores digitais


utilizam processamento de sinais digitais (DSP) para
aplicar a compressão. Eles podem ser encontrados
tanto em software como em hardware dedicado. A
vantagem dos compressores digitais é sua
flexibilidade e precisão, além da capacidade de
armazenar configurações de compressão.
Compressores
Multibanda

A compressão multibanda é outra técnica avançada


que permite dividir o espectro de frequências em
bandas individuais e aplicar compressão de forma
independente em cada banda. Isso oferece mais
controle sobre as diferentes partes da música.
Exemplo prático: Ao usar compressão multibanda em
uma música com vocais, você pode comprimir
suavemente as frequências médias para garantir que
os vocais permaneçam claros e presentes, enquanto
mantém a dinâmica das frequências graves e
agudas para preservar a sensação de impacto e
brilho.
Compressão
Como Começar?
Para quem ainda não se sente seguro com a
compressão, ou não sabe quantificar a intensidade,
o ideal é começar com os parâmetros:
Ratio: No máximo em 4:1
Attack: Elevado, acima de 150ms
Release: Mínimo
Threshold: Começar no máximo e ir diminuindo até a
redução de ganho atingir no máximo -3dB. Caso a
redução não apareça, diminuir aos poucos o Attack.

REDUÇÃO DE -3DB
Compressão
Paralela
A compressão paralela é uma técnica em que o sinal
original é duplicado, e uma cópia comprimida é
combinada com o sinal não comprimido. Isso ajuda a
manter a dinâmica natural do som, enquanto ainda
se beneficia dos efeitos da compressão.
É uma excelente forma de conseguir combinações
de compressão suave sem exageros.
Exemplo prático: Ao aplicar compressão paralela em
uma faixa de bateria, você pode criar uma versão
comprimida da bateria que será combinada com o
sinal original, resultando em mais sustain e corpo
para a bateria, sem comprometer sua pegada e
ataque naturais.

SEM COMPRESSÃO MUITA COMPRESSÃO


CAPÍTULO 6
Panorama e Espacialização

Panorama e espacialização são técnicas essenciais


na mixagem de música, permitindo posicionar os
elementos sonoros no campo estéreo e criar uma
sensação de profundidade e imersão na mixagem.
Neste capítulo, exploraremos como utilizar essas
técnicas para dar vida e dimensionamento ao seu
trabalho musical.
Distribuição no
Campo Estéreo

A primeira técnica de espacialização consiste em


alocar os instrumento no plano estéreo, ou seja,
alocar os instrumentos do lado esquerdo e do lado
direito dos monitores/fones de ouvido.
É importante ressaltar que existem inúmeras posições
do panorama estéreo. Não necessariamente, deve-
se posicionar os instrumentos 100% do lado esquerdo
e/ou 100% do lado direito. Explore toda a faixa, para
sentir o palco sonoro.

Mono
Compatibilidade

É importante ter cuidado ao panoramizar elementos


essenciais, como vocais e instrumentos de destaque.
Colocar elementos críticos muito à esquerda ou à
direita pode comprometer a compatibilidade mono,
tornando-os inaudíveis quando a mixagem é
reproduzida em sistemas que reproduzem apenas um
canal de áudio.
Profundidade
Sonora

A espacialização refere-se à criação de


profundidade na mixagem, dando a sensação de
que os elementos estão localizados em diferentes
planos. Isso é alcançado através da aplicação de
efeitos de reverberação, delay, volumes e
equalização.

figura extraída do livro The Art of Mixing do Engenheiro David Gibson


Explorando
Mid-Side

O processamento de mid-side é uma técnica usada


na mixagem de áudio para ajustar a relação entre o
som que é comum aos dois canais (chamado de
"mid" ou médio) e o som que é diferente entre os
canais esquerdo e direito (chamado de "side" ou
lateral).

Mid - Sons que são comuns nos canais LR da mix.


Esses sons tendem a soar no centro da mixagem,
uma vez que as fases do sinal, nesta frequência, se
coincidem.

Side - Sons que têm fases diferentes entre os canais


LR da mix. Esses sons tendem a soar nas laterais da
mixagem.
Aplicações
Mid-Side

1. Largura Estéreo: Ao ajustar a relação entre os


sinais "mid" e "side", você pode controlar a
largura estéreo da mixagem. Aumentar o sinal
"side" pode criar uma sensação mais ampla,
enquanto reduzi-lo pode trazer mais foco ao
centro.
2. Controle de Elementos: O processamento de
mid-side permite ajustar elementos específicos
da mixagem. Por exemplo, você pode deixar a
voz mais presente no canal central (mid) e
controlar a quantidade de reverberação nas
partes laterais (side).
3. Solos e Instrumentos: Ao aplicar mais efeitos ou
equalização na parte "side", você pode fazer
com que determinados instrumentos se
destaquem e tenham uma presença mais
espacial.
Benefícios
Mid-Side

1. Controle Preciso: O processamento de mid-side


oferece um nível mais fino de controle sobre a
imagem estéreo e os elementos da mixagem.
Isso é especialmente útil para equilibrar os
diferentes componentes da música.
2. Personalização: Você pode personalizar a
experiência auditiva para diferentes sistemas de
som. Por exemplo, ajustar a largura estéreo pode
ser crucial para garantir que a mixagem soe bem
em fones de ouvido, alto-falantes de
monitoramento e sistemas de som surround.
3. Criatividade: Esta técnica pode ser usada para
criar efeitos espaciais únicos e melhorar a
clareza da mixagem, permitindo que você
adicione profundidade e dimensão à música.
Benefícios
Mid-Side

4. Separação de Frequências: Pode ajudar na


separação de frequências, permitindo que você
ajuste as características do som em diferentes partes
da faixa estéreo.
5. Correção de Problemas: O processamento de
mid-side também pode ser usado para corrigir
problemas de fase ou cancelamento de frequências
em situações específicas.
CAPÍTULO 7
Efeito e Processamento Criativo

Os efeitos e processamentos criativos são a


cereja no topo do bolo na mixagem de música.
Eles adicionam personalidade, profundidade e
singularidade à sua produção. Sempre
sugerimos acrescentar efeitos em canais
auxiliares e não diretamente no canal do
instrumento, desta forma, torna-se possível
equalizar o efeito separadamente do
instrumento.
Reverb Hall

Hall: Como se fosse uma sala com o pé-direito alto,


por exemplo: saguões, anfiteatros, salas de concerto
e igrejas. Têm tempo de reverberação maior que 1
segundo. Reverb ideal para reproduzir grande
profundidade sonora nos instrumentos. Um exemplo
na voz, ouça as músicas da Adele.
Reverb Room

Room: Reverb que simula salas menores com pé


direito baixo, produzindo tempo de reverberação
entre 0,2 e 1 segundo. Neste caso, as curtas
reflexões são mais evidenciadas. Ideal para baterias
e instrumentos percussivos, simulando a ambiência
de estúdios de gravação com acústicas excelentes.
Reverb Plate

Plate: Este Reverb simula uma onda sonora sendo


refletida na superfície de uma placa de metal,
gerando um som mais metalizado. Apesar de ter
tempos de reverberação superiores à 1 segundo, sua
característica sonora o faz parecer mais curto que o
Hall.
Reverb Spring

Spring: Este Reverb simula uma onda sonora sendo


refletida em uma mola de metal, muito utilizado em
guitarras. Assim como o Plate, o Spring é um Reverb
mecânico muito encontrado em amplificadores de
guitarra.
Efeito Delay

O delay é basicamente uma cópia repetida de um


sinal de áudio que é reproduzida após um certo
período de tempo a partir do sinal original. Existem
vários tipos de delay utilizados para efeitos criativos,
cada um com suas características únicas. Dois
desses tipos de delay são o "hass" (ou efeito Haas) e
o "slapback echo"
Efeito Haas

O efeito Haas, também conhecido como efeito de


precedência ou efeito de atraso interaural, é um
fenômeno psicoacústico que ocorre quando ouvimos
dois sons semelhantes com um ligeiro atraso entre
eles. Quando o ouvido humano detecta uma
diferença de tempo menor que cerca de 30-40
milissegundos entre duas fontes sonoras idênticas,
ele tende a perceber esses sons como um único som,
mas com uma sensação de direção na fonte mais
atrasada. Isso pode ser usado criativamente na
mixagem, para ampliar o som estéreo e criar uma
sensação de largura.

Para obter esse efeito, utilize plugins de Delay com


controle de atraso preciso, em milissegundos,
separados do lado R e do lado L
Slapback echo

O "slapback echo" é um tipo de delay curto e


repetitivo que simula o eco de uma sala pequena ou
um ambiente reflexivo. Geralmente, a duração desse
eco é relativamente curta, variando de cerca de 50
a 200 milissegundos. Ele adiciona uma sensação de
espaço à mixagem, sem que o eco seja perceptível
como uma repetição clara do sinal original. O
"slapback echo" é frequentemente usado em
guitarras, vocais e instrumentos solistas para obter
mais profundidade e presença. Um dos primeiros
artista a usarem o slapback echo foi o Elvis.
Delays diversos

Delay de fita: Este tipo de delay emula os efeitos


das antigas máquinas de gravação de fita, com
suas características de saturação e modulação.
Delay de modulação: Aqui, o sinal de áudio é
modulado para criar variações sutis no tempo de
delay, resultando em um efeito mais rico e
dinâmico.
Ping-pong delay: O sinal é alternado entre
canais esquerdo e direito, criando um efeito de
vai e vem que se move através do espaço
estéreo.
Multi-tap delay: Várias repetições do sinal são
ouvidas, geralmente em intervalos diferentes,
criando uma textura complexa e rítmica.
Reverse delay: O sinal é reproduzido de trás para
frente, criando um efeito reverso que pode ser
usado para intros dramáticas ou efeitos etéreos.
Meus Delays
favoritos
H Delay da Waves

Avid EchoTape

EchoBoy Jr SoundToys
CAPÍTULO 08
Mixagem de Voz

Sem dúvidas, a parte mais importante de


todo processo é a mixagem da voz, pois se
trata do principal instrumento dentro da
música. Sendo assim, é importante seguir as
etapas:

Editar a voz no tempo


Fazer uma limpeza do áudio onde não
se tem a voz
Afinar utilizando o Melodine ou AutoTune
Equilibrar os volumes da Waves
Inserir compressores e equalizadores
Inserir Efeitos por Auxiliares.
Automação de Volumes
Edição

Podemos classificar de Edição de Voz todo o


processo de alinhamento no tempo, limpeza das
waves e, principalmente, afinação.
Por mais que o cantor seja afinado, a afinação
detalhada faz toda diferença.
Meu Channel
Strip de Voz

Trata-se da compressão
inicial. Este plugin funciona
muito bem em vocais para
igualar as variações
dinâmicas, mantendo a
naturalidade na compressão.

Equalização corretiva para


suprimir as ressonâncias
críticas da voz. Neste
momento, as vezes, utilizamos
automação para percorrer os
pontos de ressonância ao
longo da estrofe e refrão.

Segunda compressão,
para uniformizar melhor e
dar cor no som da voz.

Primeiro controle de sibilância,


caso a waves apresente níveis
exagerados desse parâmetro .
Meu channel
strip de voz

Este plugin tem o


objetivo de
acrescentar distorções
harmônicas em regiões
específicas na voz

Este plugin tem o objetivo de


acrescentar hamônicos de alta
frequência, acrescentando
agudos suaves.

Segundo controle de sibilância


após o Fresh Air
CAPÍTULO 9
Automação e Finalização da Mixagem

Por mais que você já tenha equilibrado toda


música em volume, frequência, panorama e
dinâmicas, sempre existe a necessidade de
se controlarem volumes em partes diferentes
da música, por exemplo: introdução, estrofe
e refrão.
Além desse equilíbrio, sempre é interessante
aplicar alguns efeitos específicos somente
em determinadas regiões da música. Brincar
com os pans para dar um tom mais artístico
à sua mix.
Os fade outs nos canais dos instrumentos
são essenciais para uma finalização mais
profissional.
É possível aplicar automação em qualquer
parâmetros dos plugins, aumentando, assim,
as possibilidades de efeitos criativos
CAPÍTULO 10
Masterização da Música

A masterização é a etapa final e crucial no


processo de produção musical. Ela envolve
aprimorar a mixagem final, otimizando o som
para uma audição consistente em várias
plataformas. As principais técnicas de
masterização incluem a compressão,
equalização, processamento mid-side e
limitação.
Compressão na
Master
Utilize um compressor do tipo Bus Compressor da
SSL para dar aquela "cola" na mix. Nossas
sugestões de regulagem dos parâmetros são:
Attack = no máximo
Release = no mínimo
Ratio entre 2:1 e 4:1
Threshold no ponto em que se tenha redução de
aproximadamente 3dB.
Conforme está na figura abaixo:
Equalização
Corretiva
Aplique um equalizador cirúrgico (ProQ3 FabFilter)
para corrigir algumas ressonâncias que estejam
incomodando. Aproveite para aplicar um lowcut nos
subgraves (Abaixo de 30Hz) e um hi cut nos
superagudos (acima de 18kHz). É neste equalizador
que você corrige o balanço tonal da música.
A Figura abaixo é uma referência. Cada música terá
suas ressonâncias específicas.
Equalização
Boost

Gostamos de dar um tom mais artístico na master


utilizando um equalizador tipo Pultec Eqp1a.
Acrescentando um pouco de graves em 60Hz e
um pouco de agudo em 16kHz, a música encorpa
e ganha brilho.

Dê uma conferida na figura abaixo:


Processamento
Mid-Side
Existem diversos plugins de processamento Mid-
Side no mercado, separando em frequências a
relação da defasagem da onda do lado esquerdo
em relação ao direito. Os plugins mais completos
têm, ainda, equalização do mid separada da
equalização do side.

Um dos plugins que mais utilizamos para esse


processamento é o Bx Digital V3 da Brainworx
Limiter na
Master
Esta ferramenta é uma das mais importantes dentro
do processa de Masterização, pois dará o volume
máximo da sua mix sem distorcer e ultrapassar o
0dB. Muitas vezes utilizamos mais de um limiter em
minhas masters, colocando-os em cascata.
CONCLUSÃO
&
MINDSET

Chegamos ao final desta jornada de


aprendizagem sobre mixagem. Esperamos que
você tenha adquirido valiosos insights e técnicas
para aprimorar suas produções musicais.

Importância da Prática
Lembre-se de que a mixagem é uma habilidade
que se aperfeiçoa com a prática constante. À
medida que você aplica as técnicas aprendidas
em suas próprias músicas, você desenvolve seu
ouvido crítico e refina as decisões de mixagem.
CONCLUSÃO
&
MINDSET

Feedback e Aprendizado Contínuo


Buscar feedback construtivo é uma maneira
eficaz de melhorar suas mixagens. Compartilhe
suas músicas com outros produtores, músicos ou
mentores, e esteja aberto a sugestões. Aprender
com os outros é uma parte vital do crescimento
como produtor.

Ferramentas e Recursos Adicionais


A mixagem é um campo em constante evolução,
com novas técnicas e ferramentas surgindo
regularmente. Continue aprendendo e se
atualizando com livros, cursos online, fóruns de
produção musical e outros recursos disponíveis.
CONCLUSÃO
&
MINDSET

Explorando Além: Experimentação e


Criatividade

À medida que você ganha confiança em suas


habilidades de mixagem, tenha coragem de
experimentar e ser criativo. Misturar música é
uma forma de arte, e cada produtor tem seu
estilo próprio. Use as técnicas aprendidas como
base, mas não hesite em adicionar seu toque
pessoal para criar algo verdadeiramente único.

Estude Sempre

Para estar em constante evolução, estude,


participe de workshops, de cursos, aprenda como
outros profissionais trabalham.
Meus cursos de
Mixagem

Caso queira se aprimorar ainda mais neste


mundo fantástico da mixagem, indicamos, aqui,
dois cursos de minha autoria que, com certeza,
destravará sua mente.

Mixagem por dentro da equalização


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Mixagem por dentro da compressão


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