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Brasil
No Brasil, o golpe de estado de 1964 que destituiu João Goulart da presidência, e a
ditadura militar que se seguiu e que durou por 21 anos, se assemelhou em muitos
aspectos às características das ditaduras militares latino-americanas em geral. Desde o
período anterior à ditadura, artistas brasileiros já apresentavam suas críticas por meio de
suas músicas; mas seria com os festivais de canção transmitidos pela televisão (TV
Excelsior, TV Record, TV Globo), que as canções de protesto ganhariam cada vez mais
espaço. Os cantores concorriam em diversas categorias, como Melhor Canção e Melhor
intérprete, apresentando-se para um público formado principalmente por jovens
estudantes. Estes festivais projetaram nomes como o de Elis Regina, Chico Buarque,
Gilberto Gil, Caetano Veloso, entre outros.
Em 1967, surgiu o tropicalismo, liderado por Gilberto Gil e Caetano Veloso, que,
misturando elementos da cultura popular e da cultura de massas, buscava criar uma
música tipicamente brasileira. Embora as letras não contivessem mensagens tão
explicitamente políticas quanto canções como “Pra não dizer que não falei das flores” de
Geraldo Vandré, ou “Apesar de você” de Chico Buarque, o movimento foi perseguido por
questionar o conservadorismo da sociedade brasileira e propor uma revolução dos
costumes. Quando, em 1968, o governo militar baixou o Ato Institucional n° 5, o regime
chegou ao ápice da repressão e censura em todas as esferas; com isso, muitos artistas
mais engajados na luta revolucionária contra a ditadura, foram presos ou mandados para o
exílio