Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Procedimentoscriminais PDF
Procedimentoscriminais PDF
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO
Recife, junho/2011
3
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco
1. Compete ao Tribunal:
a) Disponibilizar, quando solicitado pela ESMAPE, espaço físico e equipamentos para
a realização das atividades técnico-científicas;
b) Convocar magistrados e servidores para participação nas atividades técnico-
científicas;
c) Analisar e autorizar o Plano de Trabalho de cada atividade técnico-científica.
2. Compete à ESMAPE:
a) Editar Portaria designando Comissão Especial para a execução dos atos
concernentes ao presente instrumento;
b) Apresentar plano de trabalho de cada atividade técnico-científica a ser
desenvolvida, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis, para apreciação
do Tribunal;
c) Elaborar e editar instrumentos técnico-científicos com foco na gestão de processos,
encaminhando-os à aprovação pelo Tribunal de Justiça;
d) Publicar os instrumentos técnico-científicos decorrentes do presente convênio.
TESTEMUNHAS:
MAGISTRADOS
APRESENTAÇÃO
O Conselho Nacional de Justiça estabeleceu, dentre as prioridades para o exercício 2010, a
Meta nº 05, com o seguinte teor: implantar método de gerenciamento de rotinas (gestão de
processos de trabalho) em pelo menos 50% das unidades judiciárias de 1º grau.
Para tanto, o Tribunal de Justiça de Pernambuco e a Escola Superior da Magistratura de
Pernambuco – Des. Cláudio Américo de Miranda, firmaram o Convênio nº 095/2010, datado
de 13.05.2010, através do qual foi delegada à Escola Superior da Magistratura a adoção de
todas as iniciativas que impliquem na viabilização da formatação e edição de atividades e
instrumentos técnico-científicos necessários à plena implementação daquela Meta.
Como procedimento metodológico, constituiu-se Comissão Especial, composta por
Magistrados e Servidores das três entrâncias, a fim de serem identificadas as ações mais
frequentes no primeiro grau de jurisdição, cujos procedimentos foram detalhados para que a
tramitação ocorra da maneira mais célere e simples possível.
Este documento incorpora também as regras constantes do Provimento nº 08/2009, do
Conselho da Magistratura, que regula a prática dos Atos Ordinatórios pelos Chefes de
Secretaria; o Regimento Interno da Corregedoria Geral da Justiça (Provimento nº 02/2006-
Adendo 1), bem como orientações pertinentes à utilização do sistema de controle processual
– Judwin.
Por outro lado, este Manual será utilizado para a capacitação dos magistrados e servidores
em administração judiciária, atendendo ao que dispõe a Meta nº 08/2010, igualmente
estabelecida pelo CNJ, possibilitando, assim, o gerenciamento da Vara de forma objetiva e
transparente, sempre com vistas à garantir a razoabilidade do prazo de tramitação dos
processos e constante melhoria dos indicadores de desempenho do Poder Judiciário do
Estado de Pernambuco.
Apresentamos nossos agradecimentos pelo empenho dos Juízes e Servidores que, de
maneira voluntária, contribuíram para a produção deste Manual.
CRIMINAL
Tomo II
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
De início, é de curial importância registrar que este Manual foi elaborado para apresentar os
conceitos básicos que serão utilizados pelos servidores das diversas Unidades do Poder
Judiciário do Estado de Pernambuco no desempenho de suas atividades.
A partir de noções gerais do processo, com a descrição dos seus termos essenciais, foram
construídos fluxogramas simplificados, demonstrativos das principais fases processuais,
relativamente às ações que em maior número compõem o acervo, com indicativo dos atos
mais praticados pelo Juiz e pela Secretaria, desde o recebimento da petição inicial até o
arquivamento definitivo do feito no primeiro grau ou a interposição de recurso à instância
superior.
Por oportuno, convém explicitar que os fluxogramas não contemplam absolutamente todas as
ocorrências possíveis do processo. O objetivo é justamente trazer à luz os caminhos mais
corriqueiros; as hipóteses mais frequentes, para que qualquer servidor, cujo requisito de
investidura no cargo vem a ser tão somente a conclusão do ensino médio, possa dar
andamento à imensa maioria dos processos a seu cargo sem grandes dificuldades.
O presente Manual não tem por escopo exaurir o conhecimento relativo às ações ora
analisadas, tampouco substituir a orientação do magistrado condutor do feito, mas
indubitavelmente evidencia-se como um importante instrumento de trabalho do servidor, bem
como servirá de apoio para o exercício das atividades de gestão da unidade judiciária, no
tocante à divisão de atribuições e acompanhamento dos resultados.
As orientações acerca das funcionalidades do sistema de controle processual, por sua vez,
permitirão que sejam melhor executadas, otimizando a informação ali consignada, no intuito
de automatizar o mais possível a prática dos atos de secretaria e reduzir sobremaneira o
quantitativo de pessoas que se dirigem ao Fórum apenas para obter informações acerca do
andamento processual.
Finalmente, o capítulo reservado às Boas Práticas será o palco para que magistrados e
servidores apresentem suas experiências bem sucedidas, possibilitando serem incorporadas
por outras unidades judiciárias de semelhante estrutura.
11
Cognição Imediata Cognição Mediata Cognição Coercitiva Requerimento do ofendido Delatio Criminis
(art. 5º, I, do CPP) (art. 5º, II, do CPP) (art. 302 e 303 do CPP) ou representante legal (art. 5º, § 3º, do CPP)
(art. 5º, II, in fine, do CPP)
Notitia Requisição do Juiz ou Prisão em Flagrante Por escrito ou Requerimento por escrito
Criminis do Promotor de Justiça Delito verbalmente ou verbalmente
b) O prazo decadencial é de 6 (seis) meses – art. 103 do Código Penal e art. 38 do Código de
Processo Penal.
c) Poderes especiais da procuração – art. 44 do Código de Processo Penal.
Rotina:
- Com a chegada da queixa-crime deverá a secretaria:
a) verificar se foram recolhidas as custas processuais, salvo procedimento do JEC;
b) verificar se a procuração outorga poderes especiais;
c) juntar ao inquérito policial ou ao TCO correspondente, se houver, e abrir conclusão.
Requerimento do ofendido
ou representante legal
(art. 5º, § 5º, do CPP)
Comentários
2.1) No que diz respeito ao bem jurídico tutelado, pela norma penal incriminadora, a lesão
causada pelo crime tanto pode atingir, diretamente, toda a coletividade (ex: trafico de drogas)
como também afetar mais intensamente o patrimônio moral ou econômico de determinada
pessoa.
2.2) Sistemas:
2.3) Confusão – há cumulação de pretensões deduzidas em um único pedido.
2.4) Solidariedade – duas pretensões são deduzidas em um único processo, mas com
pedidos diferentes.
14
2.5) Livre escolha – o interessado poderá ingressar com ação civil na jurisdição civil ou
pleitear o ressarcimento no próprio processo penal.
2.6) Separação – a ação civil poderá ser proposta na jurisdição civil e a ação penal na justiça
penal.
2.7) Objeto: 1) restituição de bens; 2) ressarcimento, 3) reparação do dano (não precisa ser
em dinheiro) e 4) indenização: dano emergente e lucro cessante: plano material e moral.
2.8) Os pedidos de dano moral e material podem ser cumulados em um só processo, de
acordo com a Súmula 37 do STJ.
2.9) Art. 63 do CPP: “Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe
a execução, no juízo cível, para o efeito de reparação do dano, o ofendido, seu representante
legal ou seus herdeiros”.
2.10) A sentença penal condenatória constitui-se em título executivo judicial, a teor do art.
475-N, II, do Código de Processo Civil, em face do dever de indenizar, consoante o disposto
no art. 91, I, do Código Penal.
2.11) Execução provisória: com o trânsito em julgado da sentença condenatória, a execução
poderá ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV, do art. 387, do Código de
Processo Penal, com redação da Lei nº 11.719/08.
2.12) Responsabilidade de terceiros (art. 932 do Código Civil).
2.13) Independência das instâncias penal e civil (art. 935 do CC).
2.14) Responsabilidade civil por ato de terceiro (art. 932, IV, do CC).
2.15) Estabelece o art. 65 do CPP: “Faz coisa julgada no cível a sentença penal que
reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito
cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito”.
2.16) O art. 188 do CC, tem a seguinte dicção: “Não constituem atos ilícitos: I - os praticados
em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; II - a deterioração ou
destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo
único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem
absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do
perigo”.
2.17) Jurisprudência: 1. Dentro do sistema de direito positivo vigente, há independência entre
as instâncias Cível e Penal, sendo letra expressa tão-somente que as decisões criminais que
declarem presentes causa excludente de criminalidade ou inexistência de fato produzem
coisa julgada no Cível (Código de Processo Penal, artigo 65 usque 67), como no comum e
incontroverso da doutrina e jurisprudência pátrias. 2. Ordem denegada. (STJ, HC 20.631-SP,
relatoria Min. Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, julgado em 17.12.2002, DJ 04.08.2003, p.
431).
2.18) Pela leitura do art. 66. “Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação
civil poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência
material do fato”, a teor do art. 386, I, do CPP.
2.19) O art. 67 do CPP elenca as hipóteses que não impedirão a propositura da ação civil ex
delicto, inclusive, com base em extinção da punibilidade, em sentença de absolvição sumária,
a teor do art. 397, III e IV, art. 415, III e art. 386, III, todos do CPP, que terão efeito preclusivo
no processo penal, todavia, nenhum efeito terão no juízo cível, em face da independência das
instâncias, justamente porque o ilícito civil independe do ilícito penal.
2.20) Neste sentido: 1. Sentença criminal que, em face da insuficiência de prova da
culpabilidade do réu, o absolve sem negar a autoria e a materialidade do fato, não implica na
extinção da ação de indenização por ato ilícito, ajuizada contra a preponente do motorista
15
absolvido. 2. A absolvição no crime, por ausência de culpa, não veda a actio civilis ex delicto.
3. O que o art. 1.525 do Código Civil obsta é que se debata no juízo cível, para efeito de
responsabilidade civil, a existência do fato e a sua autoria quando tais questões tiverem sido
decididas no juízo criminal. (STJ, REsp 257.827/SP, relatoria Min. Sálvio de Figueiredo
Teixeira, 4ª Turma, julgado em 13.09.2000, DJ, 23.10.2000, p. 14).
2.21) No tocante à legitimidade do Ministério Público para propor a ação civil ex delicto
quando o titular do direito for pobre, de acordo com o art. 127 do CPP a atuação do MP
somente poderia ser tida como inconstitucional naqueles lugares onde houver a instituição da
Defensoria Pública1. Na visão do STF a legitimação do MP para propor a ação civil ex delicto
em favor de pessoas pobres só será admissível se houver ou for precária a Defensoria
Pública e, neste caso, conforme o Min. Sepúlveda Pertence, o art. 68 do CPP seria
progressivamente inconstitucional, ou seja, com a instalação e serviço eficiente da Defensoria
Pública, nos termos do art. 134 da Constituição da República 2.
2.22) Competência – art. 100 do CPC.
2.23) Suspensão do processo: intentada a ação penal, o juiz do cível (art. 64, parágrafo único,
do CPP e art. 265, IV, § 5º, do Código de Processo Civil), poderá suspender o curso do
processo, por um ano, até o julgamento definitivo da ação penal.
1
MACHADO, Antônio Alberto. Curso de processo penal. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009, p.68.
2
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de processo penal. 13. ed. rev. e atual...2. tir. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010,
p. 220.
16
3. EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO
(arts. 95, I, e 107 do CPP)
Comentários:
3.1) As exceções são dilatórias ou peremptórias, conforme retardem ou encerrem a
tramitação do processo. As dilatórias provocam a dilação da tramitação do processo e as
peremptórias acarretam a extinção do processo.3
3.2) A exceção, como incidente processual, requer instrumento de mandato com poderes
especiais (art. 98 do CPP), salvo se a parte subscrever a petição, juntamente, com o
advogado.
3.3) A suspeição não tem efeito suspensivo (art. 111 do CPP).
3.4) A suspeição deve ser alegada na fase da resposta à acusação (arts. 396-A e 407 do
CPP) – redação das Leis nº 11.719/2008 e nº 11.689/2008.
3.5) Na Lei Antidrogas o momento próprio para alegação de suspeição é o da defesa prévia
(art. 55, § 1º, da aludida Lei nº 11.343/2006).
3.6) A exceção está adstrita às regras da preclusão processual (TRF – 3ª Região – EXSUSP
– 1ª Turma, relatoria do Juiz Johonsom Di Salvo – 18.09.2003). Todavia, a exceção alegada
supervenientemente (outro juiz oficia no processo nos casos de substituição, remoção,
promoção ou aposentadoria), não está sujeita às regras da preclusão.
3.7) Pela dicção do art. 107 do CPP, segundo doutrina e jurisprudência, não pode ser oposta
às autoridades policiais por atos praticados no Inquérito Policial.
3.8) Os casos de impedimento ou suspeição estão elencados (numerus clausus), isto é, não
admitem interpretação extensiva. Arts. 252, 253 e 254, todos do Código de Processo Penal.
3.9) A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida se a parte, de propósito, injuriar
o juiz ou der motivo para criá-la (art. 256 do CPP).
3.9.1) Em reforço ao item anterior, veja-se o parágrafo único, do art. 134, do Código de
Processo Civil, verbis: “No caso do nº IV, o impedimento só se verifica quando o
advogado já estava exercendo o patrocínio da causa; é, porém, vedado ao advogado
pleitear no processo, a fim de criar o impedimento do juiz.”4
3.9.2) Não obstante, poderá o juiz, de acordo com o art. 135 do Código de Processo Civil,
declarar-se suspeito, por motivo de foro íntimo. Neste sentido, já decidiu, reiteradamente, o
Eg. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul: “TARS: “Muito embora a suspeição por motivo
íntimo não esteja prevista no Código de Processo Penal, se o juiz criminal se sentir, em
consciência, impedido de presidir determinado feito, poderá jurar suspeição por motivo
íntimo”. (JTAERGS 73/24 e RT 652/331).
3.10) Impedimento ou suspeição de jurados (Tribunal do Júri). Arts. 106 e 448 a 451 do
Código de Processo Penal. A arguição deve ser no momento da instalação do Conselho de
Sentença, oralmente, mediante consignação na ata de julgamento.
3.11) Impedimentos dos representantes do Ministério Público (art. 258 do CPP):
3
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli; FISCHER, Douglas. Comentários ao código de processo penal e sua jurisprudência.
Lumen Juris, 2010, p. 225.
4
O legislador, do Código de Processo Penal de 1941, expressamente, de forma cogente, adotou a interpretação extensiva e
aplicação da analogia no processo penal, consoante art. 3º do aludido pergaminho processual, ipsis litteris:“A lei processual
penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de
direito.”
17
Petição
(razões e provas)
Procuração com
poderes especiais.
(art. 98 do CPP)
Despacho
5
“O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por afinidade cessará pela dissolução do casamento que lhe tiver
dado causa, salvo sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento sem descendentes, não funcionará como
juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem for parte no processo”. (art. 255 do CPP).
18
Exceção oposta
verbalmente/escrita
(art. 108 do CPP)
Prazo da defesa
(vide exceção de suspeição)
5. EXCEÇÃO DE LITISPENDÊNCIA
(arts. 95, III, e 110, do CPP)
Comentários:
5.1) Funda-se a exceção peremptória da litispendência no princípio de que ninguém pode ser
julgado duas vezes por um só fato. É o non bis in idem que se tem em vista.6
5.2) Esta exceção pode ser alegada pelo acusado ou reconhecida, ex officio, pelo juiz.
Todavia, a litispendência pode se verificar entre dois juízos distintos.
5.3) O órgão do Ministério Público, na qualidade de custos legis, poderá argui-la.
5.4) Quanto ao prazo a exceção pode ser oposta a qualquer tempo e em qualquer grau de
jurisdição (art. 108 do CPP).
5.5) Da decisão do juiz que acolhe a exceção cabe recurso stricto sensu (art. 581, III, do
CPP).
5.6) Não cabe recurso específico da decisão do juiz que não reconhece a exceptio
litispendentiae, podendo a parte lançar mão do Habeas corpus, pela nulidade de um dos
processos.
Rotina:
Autuar em apartado os autos da exceção.
Certificar nos autos do processo principal.
6
NORONHA, E. Magalhães. Curso de direito processual penal. 22. ed. atual. por Adalberto José Q. T. de Camargo
Aranha. São Paulo: Saraiva, 1994, p. 65.
21
Petição da parte
Ministério Público
(custos legis)
Por escrito
(ou verbalmente)
Ouvida da parte
contrária
O juiz decide
Comentários;
6.1) O Juiz, em qualquer fase do processo, poderá reconhecê-la de ofício.
6.1.1) A coisa julgada formal caracteriza-se pela imutabilidade da decisão dentro do processo.
Designa-se coisa julgada material “para expressar a obrigação que todo e qualquer Juiz tem
de respeitar a inalterabilidade, a imutabilidade da decisão proferida por outro juízo” 7,
transitada em julgado (res judicata).
6.1.2) Coisa julgada formal: decisão que rejeita a denúncia por inépcia.
6.1.3) Coisa julgada material: decisão que rejeita a denúncia por atipicidade do fato imputado
ao acusado.
6.2) A exceção de coisa julgada oponível é da decisão de mérito, dos autos principais (não de
meras questões incidentais).
6.3) A exceção pode ser suscitada pelo Ministério Público.
6.4) Pela dicção do art. 110 do CPP aplicar-se-á à exceção de coisa julgada.
6.5) Se o Juiz rejeitar a exceção não cabe recurso específico. Todavia, o acusado pode
manejar Mandado de Segurança (em matéria penal) ou impetrar uma ordem de Habeas
Corpus.
7
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de processo penal. 8. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 405.
22
6.6) Se o Juiz reconhecer a exceção o recurso cabível é o da apelação, art. 593, II, do CPP,
em face de ressalva expressa, (art. 581, III, do CPP).
6.7) Jurisprudência:
[...] Para que se configure a coisa julgada, é indispensável a identidade de partes, de
fundamento e de pedido, requisitos estes não presentes em processo que visa a apuração de
responsabilidade de motorista causador de colisão de veículo, e o que é movido visando a
apuração de delito por negligência médica, causando a morte da vítima”. (STJ, RHC
1.709/RS, relatoria Min. Cid Flaquer Scartezzini, 5ª T., julgado em 12.02.1992, DJ,
09.03.1992, p. 2589).
Rotina:
Autuar em autos apartados os autos da exceção.
Certificar nos autos do processo principal.
Comentários
7.1) Importante: O art. 60, § 3º, da Lei nº 11.343/2006 (Lei Antidrogas) 8 e o art. 4º, § 3º, da
Lei nº 9.613/98 (Lavagem de Bens e Capitais) condicionam a restituição de bens ao
comparecimento pessoal do acusado, facultando-se ao Juiz proceder aos atos necessários
para a conservação de bens, direitos ou valores.
7.2) Quanto a bens instrumentos de crimes ou adquiridos com produto do crime (art. 91, II, a,
e 91, II, b, in fine, ambos, do CP) na primeira hipótese os bens, direitos ou valores não podem
ser devolvidos se constituem fatos ilícitos; na segunda hipótese eles não podem ser
devolvidos porque são perdidos em favor da União Federal.
7.3) Dispõe o art. 118 do CPP: “Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas
apreendidas não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo”.
8
Art. 243. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão
imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos
alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins será confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializados no tratamento e recuperação de
viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico
dessas substâncias”.
23
7.4) Nos casos de arquivamento ou absolvição as coisas apreendidas, que forem objeto de
fabrico, alienação, uso, porte ou detenção proibida, não podem ser restituídas, visto que
serão confiscadas para a União Federal, por constituírem ilícitos penais.9
7.5) A restituição, se ordenada pela Autoridade Policial Judiciária requer, previamente,
sempre seja ouvido o Ministério Público (art. 120, § 3º, do CPP).
7.6) Em todo caso a ouvida prévia do Ministério Público é obrigatória.
7.7) Para não perecer o bem pode o Juiz lançar mão do art. 133 do CPP: Avaliação e venda
de bens em leilão público. Tratando-se de pecúnia, o Juiz determinará o depósito em conta
de instituição financeira à disposição do Juízo. (v. art. 1.159 do Código Civil, de aplicação
subsidiária).
7.8) Igual procedimento (item anterior) deverá ser tomado quando se tratar de coisa
deteriorável ou facilmente perecível quando a situação for de complexa solução, podendo,
inclusive, o Juiz nomear pessoa idônea como depositário fiel.
7.9) Armas de fogo: art. 25 da Lei nº 10.826/03. “As armas de fogo apreendidas, após a
elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais interessarem à
persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no
prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos órgãos de
segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei”. Redação da
Lei 11.706/08.
7.10) Importante2: Em caso de dúvida sobre quem seja o legítimo dono da coisa, o Juiz
enviará as partes para o juízo cível (art. 120, § 4º, do CPP).
7.11) Jurisprudência:
“Ementa: Processual Penal. Recurso Ordinário em Mandado de Segurança. Pedido de
Restituição de Coisa Apreendida. Indeferimento. Decisão Judicial de Natureza Definitiva.
Utilização do writ como Sucedâneo de Recurso Previsto em Lei. Impossibilidade.
A decisão judicial que resolve a questão incidental de restituição de coisa apreendida tem
natureza definitiva (decisão definitiva em sentido estrito ou terminativa de mérito), sujeitando-
se, assim, ao reexame da matéria por meio de recurso de apelação, nos termos do art. 593,
inciso II, do CPP.
O mandado de segurança não é sucedâneo de recurso, portanto imprópria a sua impetração
contra decisão judicial passível de recurso de apelação, consoante o disposto na Súmula 267
do Supremo Tribunal Federal.”10
Rotina:
. O incidente correrá em autos apartados, apensos ao principal.
. Registrar o bem no cadastro do judwin/CNJ.
. Encaminhar o bem para o depósito, mediante guia própria.
. Entregar a coisa mediante termo nos autos, após decisão do Juiz.
. Alvará Judicial para levantamento de dinheiro em conta bancária.
9
NUCCI, Guilherme de Souza. Código de processo penal comentado. 7. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2008, p. 316.
10
(STJ – RMS 17.993/SP, relatoria Min. Paulo Medina, 6ª Turma, julgado em 25.05.2004, DJ, 01.07.2004, p. 279).
24
Juiz decide
8.9) Para o sequestro de bens não se exige a abertura de inquérito policial. O Ministério
Público poderá formular o pedido com base em documentos obtidos no curso de investigação
criminal promovida pela Promotoria de Justiça.13
8.10) Legitimidade para requerer o sequestro: art. 127 do CPP.
8.11) Do indeferimento do pedido cabe apelação e do deferimento embargos do próprio
acusado ou de terceiro de boa-fé. A defesa dar-se-á por meio de embargos (art. 130, I e II, do
CPP c/c o art. 1.048 do Código de Processo Civil), este, de aplicação subsidiária. Poderá,
também, o prejudicado apelar da decisão que determina o sequestro ou ingressar com
mandado de segurança em matéria penal.
8.12) Realizado o sequestro haverá inscrição no Registro de Imóvel para publicizar a restrição
do bem (at. 128 do CPP).
8.13) O sequestro para proteção dos bens da Fazenda Pública:
8.13.1) A disciplina do sequestro de bens pertencente à Fazenda Pública está prevista no
vetusto, porém, em vigor, Decreto-Lei nº 3.240/41, cuja validade tem sido aceita nos
Tribunais, como lembra Pacelli14.
8.13.2) Jurisprudência: A sexta turma do Eg. STJ considera válido o DL nº 3.240/41,
conforme aresto (STJ, RMS 28.627/RJ, relatoria Min. Jorge Mussi, 5ª T., julgado em
06.10.2009, DJe 30.11.2009).
8.14) O sequestro está disciplinado na legislação especial:
8.14.1) Na Lei de lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores. No art. 4º e seguintes –
Lei nº 9.613/98.
8.14.2) Na Lei Antidrogas – art. 60, caput, da Lei nº 11.343/06, condicionado o conhecimento
do pedido de restituição de bens ao comparecimento pessoal do acusado a juízo (§ 3º).
Rotina:
Autuar em apartado os autos do sequestro.
13
AVENA, Norberto. Processo penal: esquematizado. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense: São Paulo: Método, 2010, p. 403.
14
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli; FISHER, Douglas. Comentários ao código de processo penal e sua jurisprudência. Rio
de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 272.
26
Da decisão cabe
apelação (art. 593, II do CPP) Representação da autoridade
Policial Judiciária
Inscrição do Sequestro de
Bem Imóvel no Registro Cabe apelação.
Imobiliário (art. 128 do CPP) (art. 593, II, do CPP)
Improcedentes
os embargos.
Avaliação e venda do
imóvel em hasta pública.
15
OLIVIERA, Eugênio Pacelli; FISHER, Douglas. Comentários ao código de processo penal e sua jurisprudência. Rio
de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 278.
28
EMBARGANTE
16
AVENA, Norberto. Processo penal: esquematizado. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense: São Paulo: Método, 2010, pp. 413-
414.
17
Idem, p. 414.
29
18
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de; FISCHER, Douglas. Comentários ao código de processo penal e sua jurisprudência.
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 281. “Como já vimos, o arresto e a especialização da hipoteca legal são medidas
assecuratórias, fundadas no interesse privado, que têm por finalidade assegurar a reparação civil do dano causado pelo delito,
em favor do ofendido ou seus sucessores”. FEITOZA, Denílson. Direito processual penal: teoria, crítica e práxis. 6. ed.
revista, ampliada e atualizada... Niterói-RJ: Editora Impetus, 2009, p. 936.
19
Idem, ibidem.
30
20
Idem. Curso de processo penal. 13. ed. 2. tir., revista e atualizada... Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 220.
21
AVENA, Norberto. Processo penal: esquematizado. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense: São Paulo: Método, 2010, p. 427.
31
Hipoteca Legal
(arts. 134 a 144 do CPP)
22
TRF, 5ª. Região, Apelação 99.05.05825-7, DJ, 17.07.2007.
33
Incidente de Falsidade
(arts. 145 a 148 do CPP)
Realização de diligências
ordenadas pelo juiz
(art. 145, III, do CPP)
Julgamento
Trânsito em Julgado
(formal)
(art. 148 do CPP)
Remessa do documento e
dos autos do Incidente ao MP
(art. 145, IV, do CPP)
Suspensão do processo
principal
(art. 149, § 2º, do CPP)
23
GRINOVER, Ada Pellegrini. A marcha do processo. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000, p. 480.
35
13.4.1) Por domicílio deve-se compreender, para o efeito da licitude da coleta da prova, a
casa ou habitação, isto é, o local onde a pessoa vive, trata dos seus assuntos particulares ou
profissionais, a exemplo de escritório, consultório, gabinete do juiz, quarto de hotel,
hospedaria... para o efeito de inviolabilidade (art. 5º, XI, da CR).
Processamento:
13.4.2) Proceder-se-á a busca domiciliar, por mandado (quando o Juiz não o fizer
pessoalmente), com o objetivo de prender pessoas suspeitas de cometer crime; apreender
objetos ou coisas – produto de crime. A busca pessoal dar-se-á em contato com o corpo do
acusado, pertences íntimos como bolsa, mala, veículo, avião... objetivando, por exemplo, a
apreensão de arma de fogo, droga... ou qualquer produto de crime, que a pessoa oculte
consigo, visto que o rol do art. 240 do CPP e exemplificativo e não exaustivo (numerus
clausus).
13.4.2.1) A busca pessoal não depende de mandado judicial (art. 244 do CPP).
13.5) Horário para cumprimento da busca e apreensão: para o Min. do Supremo Tribunal
Federal Celso de Mello a expressão dia deve ser compreendida entre a aurora e o
crepúsculo, não socorrendo a interpretação analógica ao art. 172 do CPC (realização dos
atos processuais das 6 (seis) às 20 (vinte) horas).
Rotina:
- Distribuído o requerimento da Autoridade Policial Judiciária, abrir vista ao Ministério Público.
- Se o pedido partir do próprio Ministério Público, fazer conclusão dos autos ao Juiz para
decidir.
- Expedir mandado de busca e apreensão com as garantias constitucionais e exigências
legais.
- Fazer constar no mandado de busca as limitações quanto ao horário de cumprimento da
diligencia (da aurora ao crepúsculo).
- Se positiva a busca, a Autoridade Policial Judiciária fará relatório dos bens, objetos ou
coisas apreendidas e lavrará, em sendo o caso, a prisão em flagrante delito de pessoas.
- Os bens apreendidos deverão ser cadastrados no correspondente cadastro do CNJ.
- Se negativa a busca, o Juiz mandará arquivar os autos, depois de ouvido o MP, por
despacho de mero expediente.
Requisitos legais
24
Segundo Pacelli deve se aplicar analogicamente o art. 313, parágrafo único, do CPP, incluído pela Lei nº 12.403/2011,
para fins de imediata soltura do acusado após a correta identificação. Comentários à Lei nº 12.403 de 05 de maio de 2011.
OLIVEIRA, Pacelli de (no prelo), p. 54.
37
Requisitos Legais
Pressupostos
25
Súmula 89 do TJPE.
38
26
NUCI, Guilherme de Souza. Código de processo penal comentado. 4. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2005, p. 584.
27
ACOSTA, Walter P. O processo penal. 22. ed. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1995, p. 80.
39
Requisitos de admissibilidade
Pressupostos
(art. 312 do CPP)
Hipóteses legais
Comentários
16.1) Valor da Fiança: o salário de referência foi abolido pela Lei nº 7.789/89. A Lei nº
7.843/89 criou o BTN (Bônus do Tesouro Nacional) como índice de atualização monetária. O
BTN foi extinto pela Lei nº 8.177/91 e o índice foi substituído pela TR (Taxa Referencial),
critério de atualização do valor da fiança substituído pela unidade do salário mínimo (art. 325
do CPP, com redação dada pela Lei nº 12.403/2011).
16.2) Conceito de Fiança: para o legislador é uma garantia real. É uma caução real (art. 326
do CPP).
16.3) Modalidades (art. 330 do CPP):
a) Por depósito;27
b) Por hipoteca.28
27
Em conta de poupança, em nome do acusado, à disposição do juízo, de preferência, em instituições financeiras oficiais.
28
Inscrição em primeiro grau: art. 1.476 do Código Civil.
40
29
“O fato de haver sido revogado o sursis em face de superveniência de nova condenação não impede a concessão da fiança
enquanto não transitar em julgado a decisão condenatória” (STF – RHC 75.917-9 relatoria Min. Maurício Correa – DJU
5.6.98, p. 29). A fiança quebrada ou perdida passa a fazer parte do Funpen – Fundo Penitenciário nacional – art. 2º, VI, da
Lei Complementar nº 79/94, cujo valor deverá ser depositado em banco federal.
41
16.18) Estabelece o art. 413, § 2º, do CPP, que por ocasião da pronúncia, se o crime for
afiançável, o juiz fixará o valor da fiança para concessão ou manutenção da liberdade
provisória.
16.19) Concessão de fiança nos crimes de sonegação fiscal e contra a economia popular:
a) STJ: “1. Com a introdução do parágrafo 2º ao art. 325 do Código de Processo Penal, pela
Lei nº 8.035/90, ficou proibida a concessão de liberdade provisória sem arbitramento de
fiança, quando se tratar de crimes contra a economia popular e de sonegação fiscal. 2.
Recurso provido. (REsp 556.827/DF, relatoria Ministra Laurita Vaz, 5ª T., julgado em
17.11.2005, DJ, 19.12.2005, p. 463).
b) TJDF: “Embora o art. 325, § 2º, do Código de Processo Penal, imponha o pagamento de
fiança na concessão de liberdade provisória em crime de sonegação fiscal, tal regra há de ser
afastada se o acusado estiver impossibilitado de prestá-la por motivo de pobreza, ex vi do
disposto no art. 350 do mesmo diploma legal, que deve ser prestigiado mesmo que não tenha
sido expressamente citado no r. decisum recorrido”. (RSE 20040110420512 – relatoria Sérgio
Bittencourt – 1ª Turma Criminal, julgado em 12.05.2005, DJ, 17.08.2005, p. 68).
16.20) Da decisão que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança cabe
recurso em sentido estrito (art. 581, V, do CPP).
Juiz
Delegado de Polícia (art. 322, parágrafo único, do CPP)
(art. 322 do CPP)
Decisão do Juiz
48 (quarenta e oito) horas
(art. 322, parágrafo único, do CPP)
Valor da Fiança
(art. 325 do CPP)
Juiz concede
a Fiança
Cabe Recurso em
Sentido Estrito
(art. 581, V, do CPP)
42
30
GRECO FILHO, Vicente. Manual de processo penal. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 267.
31
Vide Resolução 87-CNJ.
32
Veja-se os comentários ao item 9, b) do fluxograma Liberdade Provisória com Fiança.
33
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli. Atualização do Processo Penal. Lei nº 12.403, de 5 de maio de 2011, p. 56.
43
a) casos em que a fiança se mostrar necessária (art. 321 e art. 282, II, do CPP).
17.3.3) Liberdade Provisória Vinculada:
a) casos em que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III
do caput do art. 23 do Código Penal, sem a fixação de qualquer das medidas
cautelares do art. 319 do CPP, vinculando o acusado apenas a termo de
comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação (art. 310,
parágrafo único, do CPP).
17.3.4) Liberdade Provisória com imposição de outras medidas cautelares:
a) comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz,
para informar e justificar atividades;
b) proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante
desses locais para evitar o risco de novas infrações;
c) proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;
d) proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou
necessária para a investigação ou instrução;
e) recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado
ou acusado tenha residência e trabalho fixos;
f) suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou
financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações
penais;
g) internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência
ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável e
houver risco de reiteração;
h) monitoração eletrônica.
17.4) Da decisão que conceder fiança cabe recurso em sentido estrito (art. 581, V, do CPP).
Rotina:
Devem ser expedidos Alvará de soltura clausulado e Termo de Compromisso a ser subscrito
pelo beneficiário, conforme modelos anexos.
Requerimento
Anexar Folha de
Antecedentes Criminais
Vista ao
Ministério Público
Juiz decide
Denúncia Queixa
Sentença
(pode aplicar pena mais grave)
34
CHOKR, Fauzi Hassan. Código de Processo Penal: comentários consolidados e crítica jurisprudencial. 2. ed. rev, atual. e
comentada... Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2007, p. 586.
46
19.4) Pela dicção do art. 384, § 1º, do CPP, com redação da Lei nº 11.719/2008, não
procedendo o MP ao aditamento, aplica-se o disposto no art. 28 do aludido Código de
Processo Penal.
19.4) Reza o § 2º, do art. 384, do CPP, ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco)
dias e admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará dia e
hora para continuação da audiência, com inquirição de testemunhas, novo interrogatório do
acusado, realização de debates e julgamento”.
19.5) Diz o § 4º, do art. 384: “Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três)
testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do
aditamento”.
19.6) A audiência, depois da mutação da libelo, obedecera aos ditames do art. 400 ou 411 do
Código de Processo Penal.
19.7) Procedido ao aditamento, com a desclassificação da conduta, presentes os requisitos
do art. 89 da Lei nº 9.099/95, deverá o Ministério Público propor a medida despenalizadora da
suspensão condicional do processo, em face do direito público subjetivo do acusado, isto
porque o processo penal tutela liberdades públicas e o direito a uma pena alternativa,
preenchidos os requisitos legais, circunscreve-se na esfera do princípio da autonomia da
liberdade do acusado (§§ 3º, do art. 384 c/c o § 1º, do art. 383, do CPP).
19.8) Em homenagem a princípio constitucional, os autos devem ser encaminhados ao juiz
natural, havendo modificação da competência, operada pelo aditamento (§ 2º).
19.9) Art. 419 do CPP: “Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da
existência de crime diverso dos referidos no § 1º do art. 74 deste Código e não for
competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja”.
19.10) A teor da Súmula 453, do Supremo Sinédrio, a mutatio libelli, ao dar definição nova ao
fato, não se aplica no segundo grau de jurisdição por representar, inclusive, supressão de
instância, em flagrante desconsideração ao princípio do juiz natural, fundamento inarredável
do Estado Democrático de Direito.
19.11) De outra ótica, em sede de competência originária, por prerrogativa de função a
mutatio libelli é amplamente aplicada nos tribunais (Lei nº 8.038/90).
19.12) No que tange à ação penal de iniciativa privada, em face do princípio da preclusão,
não há previsão legal para a mutatio libelli, em face da titularidade do MP para ação penal
pública (art. 129, I, da CR) e a condição de custos legis na ação penal privada (art. 45 do
CPP). Segundo Pacelli1 não cabe, depois da Lei nº 11.719/08 o procedimento da mutatio
libelli nos crimes de ação de iniciativa privada, por incompatibilidade. Cabe, todavia, na ação
penal de iniciativa privada, subsidiária da pública (art. 5º, LIX e art. 29 do CPP).
19.13) A decisão que procede à nova definição jurídica do fato é irrecorrível. Todavia, desafia
Habeas Corpus ou Mandado de Segurança em matéria penal. STF: “O despacho judicial que
determina a baixa do processo, apoiado no art. 384 por haver possibilidade de nova definição
jurídica do fato, é irrecorrível. Por carecer de definitividade é inapelável e, por não constar das
hipóteses taxativas arroladas no art. 581, não cabe recurso em sentido estrito” (RT 733/475).
1
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de; FISCHER, Douglas. Comentários ao código de processo penal e sua jurisprudência.
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 728.
47
Admitido o aditamento o juiz, a requerimento O PGJ concorda com o Promotor O PGJ discorda do Promotor
das partes designará audiência de Justiça e não procede ao de Justiça
para inquirir testemunhas, novo aditamento
interrogatório do acusado e debates orais
Cada parte pode arrolar O Juiz sentencia pela O PGJ adita a denúncia
até 3 testemunhas no prazo imputação da denúncia ou designa outro
de 5 dias Promotor para fazê-lo
20.1) GENERALIDADES
Procedimento: Corresponde a sequência de atos, ordenados lógica e cronologicamente
entre si, que levam à prolação de uma sentença.
Classificação: Os procedimentos penais subdividem-se em comum e especial (art. 394 do
CPP).
Procedimento comum: Subdivide-se em ordinário, sumário e sumaríssimo (art. 394, § 1º do
CPP).
Procedimentos especiais: Compreendem os remanescentes no CPP (Júri, crimes
funcionais, crimes contra a honra, crimes contra a propriedade imaterial) e os previstos em
legislação extravagante, a exemplo da lei de entorpecentes.
Critério de definição de ritos: A adoção do procedimento ordinário, sumário ou sumaríssimo
levará em conta a quantidade da pena cominada ao crime, considerando-se todos os fatores
capazes de alterar a pena máxima cominada à infração (qualificadoras e privilégios, causas
de aumento e diminuição):
a) Rito ordinário (arts. 395 a 405 do CPP): aplica-se aos crimes cuja pena máxima
cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
b) Rito sumário (arts. 395 a 397 e 531 a 536 do CPP): aplica-se aos crimes cuja pena
máxima cominada for superior a 2 (dois) anos e inferior a 4 (quatro) anos;
c) Rito sumaríssimo (Lei nº 9.099/95): aplica-se às infrações de menor potencial
ofensivo (pena máxima até 2 anos e contravenções penais).
35
Aplica-se como regra geral o limite de 105 (cento e cinco) dias para conclusão dos processos com réus presos. Não há,
contudo, uma regra absoluta, podendo referido prazo sofrer oscilações ante as peculiaridades do caso concreto.
49
conclusão para decretação de revelia. O acusado não precisará ser intimado dos atos do
processo em que for revel.
- Para a audiência de instrução e julgamento, deverão ser intimados: o acusado; o ofendido;
as testemunhas; o defensor constituído; o Ministério Público e o Defensor Público ou
nomeado. O defensor constituído será intimado pelo órgão oficial e os demais pessoalmente.
- Cabe à Secretaria certificar a ocorrência de causa que possa configurar abandono de causa,
fazendo conclusão dos autos ao juiz.
21.1.4) Resposta da defesa (art. 396-A do CPP): A defesa escrita é obrigatória e deverá ser
apresentada no prazo de 10 (dez) dias, contados do efetivo cumprimento do mandado de
citação ou, no caso de citação por edital, do comparecimento do acusado ou de seu defensor.
A resposta escrita é o momento adequado para a defesa: arrolar testemunhas (até o número
de oito); arguir preliminares; deduzir alegações que interessem à defesa do réu; apresentar
documentos e justificações; especificar as provas que pretende produzir. Em havendo a
arguição de exceções, estas serão processadas em apartado. Se a resposta escrita não for
apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para fazê-lo, dando-lhe vista dos autos. A fim
de se respeitar o princípio constitucional do contraditório, sempre que na peça de defesa
houver arguição de preliminares ou juntada de documentos, deve-se dar vista dos autos à
acusação para manifestação.
Rotina:
- Caso a resposta seja apresentada, juntar a petição e abrir conclusão.
- Caso esta não tenha sido apresentada, certificar o decurso de prazo para apresentação de
defesa escrita e fazer conclusão para o juiz.
21.1.5) Realização da audiência de instrução e julgamento ou absolvição sumária:
Apresentada a resposta escrita, os autos seguem à conclusão do juiz para exame de eventual
absolvição sumária, nos termos do art. 397 do CPP, cujas hipóteses são as seguintes:
existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; existência manifesta de causa
excludente da culpabilidade do agente, salvo a inimputabilidade; circunstância de o fato
narrado evidentemente não constituir crime; extinção da punibilidade do agente. A absolvição
sumária só é admissível quando o juiz tiver certeza da caracterização de uma de suas
causas, sem necessidade de dilação probatória adicional. Nesta fase, vige a regra in dubio
pro societate. Não sendo o caso de absolvição sumária, o juiz deverá sanear o feito,
deliberando sobre as arguições constantes na defesa escrita, e designará dia e hora para a
audiência una de instrução e julgamento, com observância do prazo de 60 (sessenta) dias
(art. 400 do CPP).
Rotina:
- Antes de fazer conclusão para deliberação sobre absolvição sumária, a secretaria deverá
verificar e certificar o cumprimento de todas as deliberações constantes na denúncia ou na
queixa.
- A requisição dos acusados presos para audiências, no Estado de Pernambuco, deverá ser
feita à SERES com no mínimo 15 (quinze) dias de antecedência, por meio eletrônico.
- Para a audiência de instrução e julgamento, a secretaria deverá intimar o acusado, seu
defensor, o Ministério Público e, em sendo o caso, o querelante e o assistente de acusação.
- Não sendo possível a ouvida de testemunhas por videoconferência, a oitiva será através de
carta precatória.
- A dinâmica da audiência de instrução e julgamento segue o previsto no art. 400 do CPP, na
seguinte ordem de oitivas: ofendido; testemunhas de acusação; testemunhas de defesa;
esclarecimentos do perito; acareação; reconhecimento de pessoas e coisas; interrogatório;
51
37
Recomendação constante no art. 1º, VI, “i” do Provimento nº 38/2010 da CGJ de PE.
52
Denúncia/Queixa-crime
(rol de testemunhas: até o máximo de 8)
Rejeição Recebimento
SENTENÇA EM 10 DIAS
finais orais em memoriais escritos. Assim, a sentença deve ser proferida em audiência. A
maioria da doutrina, no entanto, tem se manifestado favoravelmente à possibilidade de
conversão dos debates orais em memoriais, vez que o procedimento ordinário tem aplicação
subsidiária a todos os outros (art. 394, § 5º do CPP).
22.7) Diferenças entre os procedimentos ordinário e sumário: Número máximo de
testemunhas (8 no ordinário e 5 no sumário); prazo da audiência de instrução e julgamento
(60 dias no ordinário e 30 no sumário); possibilidade de pedido de diligências ao final da
audiência e de conversão dos debates orais em memoriais (previsão expressa no rito
ordinário e inexistência de previsão no sumário); prazo para conclusão (105 dias no ordinário
e 75 dias no sumário).
55
Denúncia/Queixa-crime
(rol de testemunhas: até o máximo de 5)
Rejeição Recebimento
Audiência de Instrução e julgamento: declaração do ofendido; inquirição das testemunhas (acusação Possibilidade de Absolvição sumária quando:
e defesa); esclarecimento dos peritos; acareações; reconhecimento de pessoas e coisas; interrogatório manifesta existência de causa excludente de ilicitude; manifesta existencia de causa
do acusado; Alegações finais orais em 20 minutos, prorrogáveis por mais 10 minutos (mais de 1 acusado: excludente de culpabilidade(salvo inimputabilidade); fato narrado não constituir crime;
prazos individuais); Assistente do MP: 10 minutos (prorrogação do prazo para defesa por igual período) extinção de punibilidade do agente.
38
A referência é obrigatória por força do que dispõe o art. 2º, II do Provimento nº 38/2010 da Corregedoria Geral de Justiça
de PE.
39
Enunciado Criminal nº 09 do FONAJE.
40
Enunciado Criminal nº 13 do FONAJE.
41
Enunciado Criminal nº 25 do FONAJE.
42
Enunciado Criminal nº 64 do FONAJE.
43
Enunciado Criminal nº 68 do FONAJE.
57
- A proposta de transação e a sentença homologatória devem conter obrigatoriamente o tipo
infracional imputado ao autor do fato, independentemente da capitulação ofertada no termo
circunstanciado44.
- A ação penal relativa à contravenção de vias de fato dependerá de representação 45.
- O juiz pode alterar a destinação das medidas penais indicadas na proposta de transação
penal46.
- No Juizado Especial Criminal é cabível a citação com hora certa47.
- A ausência da vítima na audiência, quando intimada ou não localizada, importará renúncia
tácita à representação48.
23.4) Oferecimento da denúncia ou queixa: Não havendo conciliação, passa-se, na
mesma audiência, ao oferecimento de denúncia ou queixa oral.
23.5) Audiência de instrução e julgamento: Aberta a audiência, será dada a palavra ao
defensor para responder à acusação, após o que o juiz receberá ou não a denúncia ou a
queixa. Recebida, o juiz fará análise da proposta de suspensão condicional do processo, se
houver; caso esta não seja aceita, prosseguir-se-á com a audiência, sendo ouvidas a vítima,
as testemunhas de acusação e de defesa, passando-se ao interrogatório do acusado,
debates orais e sentença.
Rotina:
- É cabível, quando necessário, o interrogatório por carta precatória, por não ferir os
princípios que regem a Lei nº 9.099/9549.
- Em regra não devem ser expedidos ofícios para órgãos públicos, objetivando a localização
de partes e testemunhas nos Juizados Criminais50.
- É direito do réu assistir à inquirição das testemunhas, antes de seu interrogatório,
ressalvado o disposto no artigo 217 do Código de Processo Penal. No caso excepcional de o
interrogatório ser realizado por precatória, ela deverá ser instruída com cópia de todos os
depoimentos, de que terá ciência o réu51.
- Até a prolação da sentença é possível declarar a extinção da punibilidade do autor do fato
pela renúncia expressa da vítima ao direito de representação ou pela conciliação52.
- A transação penal poderá ser proposta até o final da instrução processual53.
23.6) Sentença: Na sentença, que dispensa relatório, o juiz mencionará os elementos de
sua convicção. É dispensável a intimação do autor do fato ou do réu das sentenças que
extinguem sua punibilidade54.
44
Enunciado Criminal nº 72 do FONAJE.
45
Enunciado Criminal nº 76 do FONAJE
46
Enunciado Criminal nº 77 do FONAJE
47
Enunciado Criminal nº 110 do FONAJE
48
Enunciado Criminal nº 117 do FONAJE
49
Enunciado Criminal nº 17 do FONAJE
50
Enunciado Criminal nº 27 do FONAJE
51
Enunciado Criminal nº 66 do FONAJE
52
Enunciado Criminal nº 113 do FONAJE
53
Enunciado Criminal nº 114 do FONAJE
54
Enunciado Criminal nº 105 do FONAJE
58
Audiência preliminar
(art. 72)
Composição de danos
(materiais e/ou morais)
*Renúncia tácita do direito de
representação (art. 74)
Descumprimento da composição
dos danos
Execução do título
(JuÍzo Cível)
Vítima oferece
representação (art. 76)
Não havendo
arquivamento
Julgamento da apelação
colégio recursal
59
55
Art. 1º, II do Provimento nº 38/2010 da CGJ.
56
O prazo para conclusão da fase preparatória do procedimento do Júri é de 90 (noventa) dias (art. 412 do CPP). Não há,
contudo, uma regra absoluta, podendo referido prazo sofrer oscilações ante as peculiaridades do caso concreto.
60
25.2.4) Defesa escrita: Nela, o acusado deverá arguir toda a matéria de defesa, além de
arrolar testemunhas no número máximo de 8 (oito) – art. 406, § 2º. Não apresentada no
prazo legal, o juiz deverá nomear defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos
(art. 408).
Rotina:
- Verificar as rotinas já indicadas no procedimento comum ordinário referentes à resposta da
defesa.
25.2.5) Manifestação do Ministério Público ou do querelante sobre a defesa escrita: No
prazo de 5 (cinco) dias, quando forem arguidas preliminares ou apresentados documentos
(art. 409). Note-se que no procedimento ordinário não é prevista a possibilidade de
contraditório após a apresentação da resposta escrita. Por outro lado, não há no Júri
previsão da possibilidade de absolvição sumária neste momento do processo, se presentes
as hipóteses do art. 397.
Rotina:
- Apresentada a defesa escrita, observar se foram arguidas preliminares ou juntados
documentos. Na hipótese afirmativa, abrir vista dos autos ao Ministério Público e monitorar o
prazo para manifestação.
25.2.6) Decisão do juiz sobre as diligências requeridas pelas partes: Prazo de 10 (dez)
dias (art. 410).
Rotina:
- Fazer conclusão dos autos ao juiz quando as partes formularem pedido de diligências;
- Se for o caso, as exceções apresentadas serão processadas em apartado (art. 407).
25.2.7) Audiência de instrução, debates e julgamento (art. 411): Com a previsão legal de
audiência una, nesta deverão ser produzidas todas as provas pessoais: declarações do
ofendido, se possível; inquirição de testemunhas (acusação e defesa); esclarecimentos dos
peritos; acareações; reconhecimentos (pessoas e coisas); interrogatório do acusado;
alegações orais (acusação e defesa), por vinte minutos para cada parte, prorrogáveis por
mais dez, a critério do juiz (se houver mais de um réu, o tempo será computado
individualmente; se houver assistente de acusação, terá dez minutos para falar depois do
Ministério Público, prorrogando-se por igual período o tempo da defesa); decisão (pronúncia,
impronúncia, absolvição sumária ou desclassificação). A sentença deverá ser proferida em
audiência ou no prazo de dez dias (§ 9º, do art. 411). Não há previsão de substituição dos
debates orais por memoriais, em caso de complexidade ou necessidade de diligência
ulterior, porém, entende-se ser possível a substituição em tais situações, uma vez que o
procedimento ordinário aplica-se subsidiariamente.
Rotina:
- Verificar, no que for cabível, as rotinas já indicadas no procedimento comum ordinário
referentes à audiência de instrução e julgamento.
25.2.8) Decisão. A decisão que encerra a primeira fase do procedimento pode ser de:
pronúncia (art. 413); impronúncia (art. 414); absolvição sumária (art. 415) ou
desclassificação (art. 419). Pronunciar significa que o processo será remetido ao Tribunal do
Júri para julgamento do acusado, por estarem presentes prova da materialidade do crime e
indícios de autoria ou participação. Dessa decisão cabe recurso em sentido estrito.
Impronunciar significa que o réu não irá a Júri, quando ausentes a prova da materialidade do
crime e/ou indícios de autoria ou participação. A sentença de impronúncia é passível de
apelação. Será possível a absolvição antecipada do acusado, pelo juiz, denominada
tecnicamente de absolvição sumária, cujo recurso cabível é a apelação, quando o juiz se
convencer da inexistência do fato, da negativa de autoria, de que o fato não constitui crime
61
ou de excludente de ilicitude ou de culpabilidade. Não há mais possibilidade de recurso de
ofício. Por fim, a decisão é de desclassificação quando o juiz se convence da existência de
crime não doloso contra a vida. O juiz não deverá capitular o delito, mas apenas dizer que
não é de sua competência. Da desclassificação caberá recurso em sentido estrito (aplicação
extensiva do art. 581, inciso II, do CPP).
Rotina:
- Verificar, no que couber, as rotinas já indicadas no procedimento comum ordinário
referentes à sentença/decisão.
- A intimação da sentença de pronúncia será sempre pessoal ao acusado, ao defensor
nomeado e ao Ministério Público (art. 420, I). O defensor constituído, o querelante e o
assistente do Ministério Público serão intimados pelo DJe (art. 420, II). O acusado solto que
não for encontrado será intimado por edital da decisão de pronúncia (art. 420, parágrafo
único).
25.3) Fase efetiva do Tribunal do Júri: Dá-se entre a pronúncia e o julgamento do
acusado. Durante essa fase, acontecem os seguintes atos: recurso de pronúncia;
preparação para julgamento; intimação para sessão de julgamento; inclusão em pauta;
julgamento pelo Tribunal do Júri. A fase de apresentação de libelo e contrariedade ao libelo
foi eliminada.
25.3.1) Intimações do Ministério Público/assistente ou querelante e do defensor: Para,
no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em Plenário, no
número máximo de 5 (cinco) – art. 422.
Rotina:
- Preclusa a decisão de pronúncia, certificar e fazer os autos conclusos ao juiz, que
determinará as intimações.
25.3.2). Saneamento do processo: O juiz ordenará as diligências necessárias para sanar
qualquer nulidade ou esclarecer fato de interesse ao julgamento da causa (art. 423, I). Em
seguida, fará um breve relatório do caso e determinará sua inclusão na pauta do Tribunal do
Júri (art. 423, II).
Rotina:
- Decorridos os prazos para indicação das testemunhas de Plenário, certificar o necessário e
fazer os autos conclusos ao juiz para despacho saneador;
- Organizar a pauta do Júri de acordo com os critérios estabelecidos no art. 409, que
estabelece a seguinte ordem de prioridade: acusados presos; dentre estes, os que estiverem
há mais tempo na prisão; em igualdade de condições (presos na mesma data), os
precedentemente pronunciados;
- Afixar a lista dos processos a serem julgados na porta do edifício do Tribunal do Júri até
um dia antes do primeiro julgamento (art. 429, § 1º);
- Intimar partes, ofendido (quando possível), testemunhas e peritos, quando houver
requerimento, para a sessão de instrução e julgamento (art. 431);
- Requisitar o acusado, acaso custodiado, bem como policiais militares e civis, se arrolados
como testemunhas.
25.3.3) Possibilidade de desaforamento: Só pode ser decretado pelo Tribunal de Justiça,
a requerimento das partes ou do juiz (art. 427). É cabível quando o interesse da ordem
pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal
do acusado. Consoante entendimento consolidado pelo STF, tal decisão submete-se ao
62
crivo do contraditório.57 O art. 428 do CPP também admite a possibilidade de desaforamento
em razão do comprovado excesso de serviço, se o julgamento não puder ser realizado nos
próximos seis meses, contados do trânsito em julgado da decisão de pronúncia.
Rotina:
- Vide procedimento do desaforamento no organograma anexo.
25.3.4) Convocação do júri: Sorteio de 25 (vinte e cinco) jurados, contidos em uma lista
geral, para a reunião periódica ou extraordinária (art. 433).
Rotina:
- Intimar Ministério Público, OAB e Defensoria Pública para acompanharem o sorteio dos
jurados (art. 432).
25.3.5) Julgamento: O Tribunal do Júri é composto por um juiz togado (presidente) e 25
(vinte e cinco) jurados sorteados entre os alistados, dos quais serão sorteados 7 (sete), que
constituirão o Conselho de Sentença (art. 447). Poderá haver, em determinadas situações,
impedimento para servir no mesmo Conselho (art. 448) e servir de jurado (art. 449). O
Conselho de Sentença poderá, no mesmo dia, conhecer mais de um processo (art. 452).
Para instalação dos trabalhos, será necessário o comparecimento de, pelo menos, 15
(quinze) dos 25 (vinte e cinco) jurados sorteados (art. 463). Na sessão de julgamento, são
praticados os seguintes atos, em sequencia: a) chamada dos jurados; b) instalação dos
trabalhos; c) pregão; d) recolhimento das testemunhas; e) formação do conselho de
sentença (as partes poderão recusar até três jurados sem justificativa, art. 468); f) exortação
(juramento); g) distribuição aos jurados de cópias da pronúncia, decisões posteriores que
julgarem admissível a acusação e relatório do processo; h) declarações do ofendido (o juiz,
o acusador e o defensor farão perguntas diretamente ao ofendido, às testemunhas e ao
acusado, perguntando em primeiro lugar a parte que arrolou a testemunha, enquanto os
jurados formularão perguntas por intermédio do juiz); i) inquirição das testemunhas de
acusação; j) inquirição das testemunhas de defesa; k) interrogatório; l) manifestação da
acusação (uma hora e meia); m) manifestação da defesa (uma hora e meia); n) réplica (uma
hora); o) tréplica (uma hora e somente se houver réplica); p) quesitação (indagações sobre:
materialidade; autoria ou participação; se o acusado deve ser absolvido; se existe causa de
diminuição de pena; se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento). A resposta,
negativa de mais de três jurados, a qualquer dos quesitos referentes à materialidade e à
autoria encerra a votação e implica a absolvição do acusado (art. 483, § 1º, do CPP).
Respondidos afirmativamente por mais de três jurados os quesitos relativos a materialidade
e autoria será formulado o quesito com a seguinte redação: O jurado absolve o acusado?
(art. 483, § 2º). Decidindo os jurados pela condenação o julgamento prossegue, devendo ser
formulados os quesitos subsequentes (art. 483, § 3º, do CPP). Se as respostas aos quesitos
forem contraditórias, a votação deverá ser repetida (art. 490); q) sentença (condenatória ou
absolutória, deverá ser proferida pelo juiz presidente, de acordo com a decisão dos jurados,
por maioria de votos (arts. 489 e 492). Da sentença proferida em plenário cabe apelação
(art. 593, inciso III, do CPP). Somente poderão ser lidos ou exibidos em plenário
documentos ou objetos juntados aos autos no mínimo três dias úteis antes, cientificada a
parte contrária (art. 479). O escrivão deverá lavrar ata descrevendo, fielmente, o que ocorrer
na sessão de julgamento (arts. 494 e 496). É possível o julgamento sem a presença do
acusado (art. 457). É proibido, durante os debates, referência, pelas partes, à decisão de
pronúncia e outras posteriores, relativas à procedência da acusação, ao uso de algemas 58 e
ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento (art. 478).
57
Súmula 712 do STF: “É nula a decisão que determina o desaforamento de processo de competência do júri, sem
audiência da defesa”.
58
Súmula Vinculante nº.11 do STF: “Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de
perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito,
63
Rotina:
- Convocar os jurados sorteados pelo correio ou qualquer outro meio hábil a comparecerem
à reunião periódica. Na convocação, transcrever os artigos 436 a 446 do CPP, que tratam da
função do jurado (art. 434);
- Anotar em ata tudo o que for se passando na sessão de julgamento.
TRIBUNAL DO JÚRI
sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato
processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado”.
64
# Efeitos do Exercício da Função de Jurado:
1. prestação de serviço público relevante;
2. presunção de idoneidade moral;
3. prisão especial (em caso de crime comum e até o julgamento definitivo);
4. preferência nas licitações públicas e no provimento, mediante concurso, de cargo ou
função pública, bem como nos casos de promoção funcional ou remoção voluntária.
# Organização:
Alistamento
80 a 400 pessoas (<100.000 habitantes)
300 a 700 pessoas (>100.000 habitantes)
800 a 1.500 pessoas (>1.000.000 habitantes)
Publicação da lista
(até 10 de outubro de cada ano)
URNA GERAL
EDITAL e INTIMAÇÕES
65
Denúncia/Queixa-crime
(rol de testemunhas: até o máximo de 8)
Rejeição Recebimento
Assistente do MP - 10 minutos
(necessidade de prorrogação do
prazo da defesa por igual
período)
Sentença na Própria
audiência ou
em 10 dias
PRECLUSÃO
(INÍCIO DA 2ª FASE DO JÚRI)
66
# Hipóteses de Permissão:
1. interesse de ordem pública;
2. dúvida sobre a imparcialidade dos jurados;
3. dúvida sobre a segurança do réu;
4. comprovado excesso de serviço (ouvida do juiz-presidente e da parte contrária), nos
termos do art. 428 CPP59.
TRIBUNAL
Solicitação de informações ao
Juiz-presidente (caso não tenha
sido o autor da representação)
Pedido deve ser indeferido quando na pendência A Lei nº 11.689/08 não fala mais em Parecer do
de recurso contra decisão de pronúncia ou quando Procurador Geral de Justiça, embora pareça-nos
já ocorrido julgamento (exceção: fato surperveniente necessária a intervenção do MP em tal
ou concomitante ao julgamento anulado) procedimento de competência do Tribunal.
DECISÃO
(irrecorrível, mas, mesmo antes da Lei nº
11.689/08 o STF já admitia a impetração de
habeas corpus contra o indeferimento do pedido)
59
Art. 428. O desaforamento também poderá ser determinado, em razão do comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz
presidente e a parte contrária, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em
julgado da decisão de pronúncia. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 1o Para a contagem do prazo referido neste artigo, não se computará o tempo de adiamentos, diligências ou incidentes de
interesse da defesa. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 2o Não havendo excesso de serviço ou existência de processos aguardando julgamento em quantidade que ultrapasse a
possibilidade de apreciação pelo Tribunal do Júri, nas reuniões periódicas previstas para o exercício, o acusado poderá
requerer ao Tribunal que determine a imediata realização do julgamento. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
67
Sorteio e compromisso
de 07 Jurados.
INÍCIO DA INSTRUÇÃO
EM PLENÁRIO
68
INSTRUÇÃO EM PLENÁRIO
Interrogatório do réu
Debates:
(1h30min para cada parte)
As partes não poderão fazer referência à decisão de As partes não poderão fazer referência ao silêncio
pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a
acusação ou a determinação do uso de algemas como do acusado ou à ausência de interrogatório por
argumento de autoridade que beneficiem ou prejudique o acusado. falta de requerimento, em seu prejuízo.
Réplica - Tréplica
(1h para cada parte)
Sala especial
60
Esse entendimento é pacífico no Superior Tribunal de Justiça: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS.
CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. PEDIDO DE RECONHECIMENTO DA COMPETÊNCIA DO JUIZADO
ESPECIAL. IMPOSSIBILIDADE. PENA MÁXIMA EM ABSTRATO, MAJORADA PELA CONTINUIDADE
DELITIVA, ACIMA DE DOIS ANOS. COMPETÊNCIA DO JUÍZO COMUM. 1. A Lei nº 10.259/2001, que instituiu os
Juizados Especiais Criminais na Justiça Federal, traz em seu art. 2º, parágrafo único, que devem ser considerados delitos de
menor potencial ofensivo, para efeito do art. 61 da Lei nº 9.099/95, aqueles a que a lei comine pena máxima não superior a
dois anos, ou multa, sem exceção. Entretanto, na hipótese de concurso formal ou crime continuado, se em virtude da
exasperação a pena máxima for superior a 2 (dois) anos, fica afastada a competência do Juizado Especial Criminal. 2. No
caso, o delito previsto no art. 2º, II, da Lei nº 8.137/90, tem como pena máxima dois anos de detenção, devendo ser
considerada, ainda, a majoração pela continuidade delitiva, conforme o art. 71 do CP. Assim, de acordo com o
entendimento desta Corte Superior, compete ao Juízo Comum processar e julgar os crimes apurados nestes autos, pois
somadas as penas, estas ultrapassam o limite estabelecido como parâmetro para fins de fixação da competência para o
julgamento das infrações de menor potencial ofensivo cometidas em concurso de crimes. 3. Recurso a que se nega
provimento. (RHC 27.068/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em 31/08/2010, DJe
27/09/2010). HABEAS CORPUS. COMPETÊNCIA JURISDICIONAL. CRIME DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE
FOGO (ARTIGO 10, CAPUT, DA LEI 9.437/1997). CONCURSO FORMAL COM O DELITO DE RECEPTAÇÃO.
71
32.4) Apesar de o Código de Ritos tratar da aplicação deste procedimento apenas para os
crimes de calúnia e injúria, é pacífico o entendimento de que este também é aplicável para o
crime de difamação.
32.5) Como regra, temos que os crimes contra a honra se processam mediante ação privada
(art. 145 do CP), salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, do Código Penal, da violência
resulta lesão corporal.
32.6) Se o crime for praticado contra a honra do Presidente da República ou chefe de
governo e de estado estrangeiro, o crime é de ação pública condicionada à Requisição do
Ministro da Justiça. A Súmula 714 do STF admite legitimidade concorrente quando for o
crime cometido contra a honra de servidor público no exercício de suas funções, admitindo-
se, assim, tanto ação privada quanto ação pública condicionada.
32.7) O que caracteriza este procedimento como especial é a designação de uma audiência
de tentativa de reconciliação (art. 520 do CPP) antes do recebimento da queixa.
32.8) O itinerário a ser seguido é este:
32.8.1) Após o oferecimento da queixa-crime, o juiz notificará o querelante e o querelado a
fim de que compareçam à audiência de tentativa de reconciliação, desacompanhados de
advogados: “Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às partes oportunidade para se
reconciliarem, fazendo-as comparecer em juízo e ouvindo-as, separadamente, sem a
presença dos seus advogados, não se lavrando termo” (art. 520 do CPP).
32.8.2) Conciliadas as partes, arquiva-se o feito. Frustrada a conciliação, o juiz recebe a
queixa-crime.
32.9) Segue-se o rito ordinário ou sumário conforme o caso. Vale registrar que, na
resposta escrita, o querelado poderá apresentar exceção da verdade ou exceção da
notoriedade. (artigo 523 CPP). Tais exceções são cabíveis somente nos crimes de calúnia e
difamação. Apresentada a exceção, o querelante será notificado para, dentro de dois dias,
oferecer sua resposta, podendo substituir as testemunhas arroladas na queixa.
32.10) Vale ainda registrar que existe a previsão de uma medida preparatória, porém
dispensável, chamada pedido de explicações, consoante dispõe do artigo 144 do CP: “Art.
144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se
julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério
do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa”.
32.11) Neste caso, o juiz deve receber o pedido e designar audiência para o ofensor
esclarecer suas afirmações ou solicitar as explicações por escrito. Cabe ao ofendido analisar
se as explicações deverão ou não ser aceitas e se vai ou não ajuizar a respectiva queixa-
crime.
Audiência de restauração
(art. 542 do CPP)
Sentença de Restauração
(art. 544 do CPP)
Apelação
(art. 593, II, do CPP)
74
Publicação da decisão
(alguma das hipóteses do art. 581 do CPP).
Interposição
Prazo: 5 dias.
Razões
Prazo: 2 dias.
Contrarrazões
Prazo: 2 dias
Publicação da decisão
(alguma das hipóteses do Art. 593 do CPP).
Interposição
Prazo: 5 dias.
Razões
Prazo: 8 dias.
Contrarrazões
Prazo: 8 dias
Mantida: Remessa ao TJ
Prazo: 5 dias
Publicação da decisão
Interposição
Prazo: 2 dias
Acolhimento Rejeição
78
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e nas formas que a Lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
CONSIDERANDO estipular o art. 1° da Lei n°. 9.296/96, o qual regulamentou o inciso XII,
parte final, do art. 5° da Constituição Federal, que todo o procedimento nele previsto deverá
tramitar sob segredo de justiça;
CONSIDERANDO a atribuição do Conselho Nacional de Justiça de zelar pela observância
dos princípios do artigo 37 da Constituição Federal, pela escorreita prestação e
funcionamento do serviço judiciário, para isso podendo expedir atos regulamentares (art.
103-B, parágrafo 4°, acrescentado pela Emenda Constitucional nº 45/2004);
CONSIDERANDO, finalmente, que a integral informatização das rotinas procedimentais
voltadas às interceptações de comunicações telefônicas demanda tempo, investimento e
aparelhamento das instituições envolvidas;
RESOLVE:
CAPÍTULO ÚNICO
DO PROCEDIMENTO DE INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS E DE
SISTEMAS DE INFORMÁTICA E TELEMÁTICA.
Seção I Da distribuição e encaminhamento dos pedidos de interceptação
Art. 1°. As rotinas de distribuição, registro e processamento das medidas cautelares de
caráter sigiloso em matéria criminal, cujo objeto seja a interceptação de comunicações
telefônicas, de sistemas de informática e telemática, observarão disciplina própria, na forma
do disposto nesta Resolução.
Art. 2°. Os pedidos de interceptação de comunicação telefônica, telemática ou de
informática, formulados em sede de investigação criminal e em instrução processual penal,
serão encaminhados à Distribuição da respectiva Comarca ou Subseção Judiciária, em
envelope lacrado contendo o pedido e documentos necessários.
Art. 3°. Na parte exterior do envelope a que se refere o artigo anterior será colada folha de
rosto contendo somente as seguintes informações:
I - "medida cautelar sigilosa";
II - delegacia de origem ou órgão do Ministério Público;
III - comarca de origem da medida.
Art. 4°. É vedada a indicação do nome do requerido, da natureza da medida ou qualquer
outra anotação na folha de rosto referida no artigo 3°.
Art. 5°. Outro envelope menor, também lacrado, contendo em seu interior apenas o número
e o ano do procedimento investigatório ou do inquérito policial, deverá ser anexado ao
envelope lacrado referido no artigo 3°.
Art. 6°. É vedado ao Distribuidor e ao Plantão Judiciário receber os envelopes que não
estejam devidamente lacrados na forma prevista nos artigos 3° e 5° desta Resolução.
Seção II
Da rotina de recebimento dos envelopes pela serventia
Art. 7°. Recebidos os envelopes e conferidos os lacres, o Responsável pela Distribuição ou,
na sua ausência, o seu substituto, abrirá o envelope menor e efetuará a distribuição,
cadastrando no sistema informatizado local apenas o número do procedimento investigatório
e a delegacia ou o órgão do Ministério Público de origem.
81
Art. 15. O transporte dos autos para fora das unidades do Poder Judiciário deverá atender à
seguinte rotina:
I - serão os autos acondicionados em envelopes duplos;
II - no envelope externo não constará nenhuma indicação do caráter sigiloso ou do teor do
documento, exceto a tipificação do delito;
III - no envelope interno serão apostos o nome do destinatário e a indicação de sigilo ou
segredo de justiça, de modo a serem identificados logo que removido o envelope externo;
IV - o envelope interno será fechado, lacrado e expedido mediante recibo, que indicará,
necessariamente, remetente, destinatário e número ou outro indicativo do documento; e
V - o transporte e a entrega de processo sigiloso ou em segredo de justiça serão efetuados
preferencialmente por agente público autorizado. (NR)
Seção IX
Da obrigação de sigilo e da responsabilidade dos agentes públicos
Art. 16. No recebimento, movimentação e guarda de feitos e documentos sigilosos, as
unidades do Poder Judiciário deverão tomar as medidas para que o acesso atenda às
cautelas de segurança previstas nesta norma, sendo os servidores responsáveis pelos seus
atos na forma da lei.
Parágrafo único. No caso de violação de sigilo de que trata esta Resolução, o magistrado
responsável pelo deferimento da medida determinará a imediata apuração dos fatos.
Art. 17. Não será permitido ao magistrado e ao servidor fornecer quaisquer informações,
direta ou indiretamente, a terceiros ou a órgão de comunicação social, de elementos
sigilosos contidos em processos ou inquéritos regulamentados por esta Resolução, sob
pena de responsabilização nos termos da legislação pertinente. (NR)
Seção X
Da prestação de informações sigilosas às Corregedorias-Gerais
Art. 18. Mensalmente, os Juízos investidos de competência criminal informarão à
Corregedoria Nacional de Justiça, por via eletrônica, em caráter sigiloso, a quantidade de
interceptações em andamento. (NR)
I - (Revogado).
II - (Revogado).
Parágrafo único. (Revogado).
Seção XI
Do acompanhamento administrativo pela
Corregedoria Nacional de Justiça
Art. 19. A Corregedoria Nacional de Justiça exercerá o acompanhamento administrativo do
cumprimento da presente Resolução.
Parágrafo único. (Revogado)
Seção XII
Das disposições transitórias
Art. 20. O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá, conjuntamente com a Agência
Nacional de Telecomunicações - ANATEL, estudos para implementar rotinas e
84
Requisitos legais
61
Art. 5º, § 5º, da Lei nº 1.060/50.
86
62
Art. 63 da Lei nº 11.343/06: Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá sobre o perdimento do produto, bem ou
valor apreendido, seqüestrado ou declarado indisponível. § 1 o Os valores apreendidos em decorrência dos crimes
tipificados nesta Lei e que não forem objeto de tutela cautelar, após decretado o seu perdimento em favor da União, serão
revertidos diretamente ao Funad. § 2o Compete à Senad a alienação dos bens apreendidos e não leiloados em caráter
cautelar, cujo perdimento já tenha sido decretado em favor da União. § 3 o A Senad poderá firmar convênios de cooperação,
a fim de dar imediato cumprimento ao estabelecido no § 2 o deste artigo.
§ 4o Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do processo, de ofício ou a requerimento do Ministério Público,
remeterá à Senad relação dos bens, direitos e valores declarados perdidos em favor da União, indicando, quanto aos bens, o
local em que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua destinação nos termos da
legislação vigente.
87
Requisitar diligências
suplementares Arquivamento
(art. 54, II) (art. 54, I)
Notificação do
denunciado para Apresentar defesa, arguir
exceções, suscitar nulidades,
defesa preliminar
requerer produção de provas.
(art. 55, caput)
3 - Debates orais:
20 minutos para cada parte,
prorrogáveis por mais 10.
4 - Sentença
(Imediata ou)
no prazo de 10 dias)
Inquérito Policial
Vítima
Recebimento representa
da
denúncia
Vítima
Processo segue se retrata
procedimento do rito comum
ordinário ou sumário,
conforme o caso
Sentença de
Extinção de
punibilidade.
65
Onde houver Juizado Especial de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher é possível também a fixação de
alimentos provisórios, tendo em vista, que neste caso a Unidade Jurisdicional possui competência plena (cível e criminal).
91
Juiz(a) de Direito
Dados do Processo
Processo n° Classe:
Expediente nº
Partes
Autor:
Acusado:
Vítima:
Local da Diligência
Juiz(a)
de Direito
MANDADO DE PRISÃO
O(A) Doutor(a) _________________, Juiz(a) de Direito Titular da ______ Vara Criminal da Comarca de
__________, em virtude da Lei ....
94
MANDA a qualquer Autoridade Policial, a quem este for apresentado, devidamente assinado, que se dirija ao
endereço do acusado ou em qualquer lugar onde o referido possa ser encontrado e, em seu cumprimento,
PRENDA-O e RECOLHA-O à __________________(Unidade Prisional):
Nome/Alcunha:
Data de nascimento:
Filiação:
Natural de:
Estado civil:
Residente:
Tendo em vista haver sido decretada a sua Prisão Preventiva, embasado nos artigos 311, 312 e 313, inciso I,
todos do CPP, com redação da Lei 12.403/2011, nos autos do processo nº _____________ em que responde
como incurso nas penas do artigo ___________________________________.
Deve a Autoridade que ordenar a prisão observar as garantias constitucionais do(a) acusado(a):
a) separação do acusado e/ou investigado(a) dos demais presos;
b) o respeito à integridade física e moral;
c) o direito de permanecer calado, sendo-lhe assegurado a assistência da
família e de advogado;
d) a comunicação da prisão à família à Autoridade Judiciária, ao Ministério
Público e Defensoria Pública e;
e) identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
policial.
Cópia do presente mandado será entregue, sob recibo, do acusado.
O presente decreto de prisão preventiva tem vigência pelo prazo de (180) dias, podendo o Magistrado
reexaminar a prisão cautelar, findo esse prazo, de acordo com a Resolução nº 66/2009, do Conselho Nacional
de Justiça. Deve a autoridade Policial Judiciária informar a este Juízo a data da prisão da(o) acusado(a).
Executada a prisão do(a) acusado(a), este deverá ser conduzido ao IML para realização do exame de corpo
de delito.
A Autoridade Policial deverá comunicar a este Juízo a data do efetivo cumprimento do presente.
Cumpra-se. Dado e passado nesta Comarca de ___________, Estado de Pernambuco, aos
____/____/______. Eu, ___________, Chefe de Secretaria, digitei e subscrevi.
Juiz(a) de Direito
TERMO DE INCINERAÇÃO
Aos ______ dias do mês de _________ de _______, às ___:____ horas, nas cercanias do Fórum da Comarca
de ________, onde se encontrava o(a) ____________________, Juiz(a) Direito Titular da ____ Vara Criminal,
o Representante do Ministério Público Dr. ___________________________ o Delegado
____________________, oportunidade em que foram separadas para incineração as substâncias
entorpecentes (MACONHA, CRACK e COCAÍNA) apreendidas nos processos com trânsito em julgado e ou
em tramitação neste Juízo, com laudos de exames químicos e ou físico-químicos definitivos, nos autos dos
processos a seguir relacionados: processo nº __________, processo nº ____________. Pequenas amostras
das substâncias, apreendidas nos autos dos referidos processos, foi retida para possível contraprova. O(A)
MM. Juiz(a) determinou juntar cópia do presente termo aos processos, cujas sentenças não transitaram em
julgado. Nada mais foi dito tendo o(a) MM. Juiz(a) mandado encerrar o presente termo, que vai assinado
pelos presentes. Eu, _________________, Chefe de Secretaria, digitei e subscrevi.
Juiz(a) de Direito
Promotor de Justiça
Delegado
Processo nº:
Classe:
Expediente nº:
Acusado:
Advogado/OAB nº:
96
ALVARÁ DE SOLTURA
MANDA ao Agente Penitenciário desse Presídio, ou quem suas vezes fizer, sendo-lhe este apresentado, indo
por mim assinado, colocar, incontinenti, em liberdade, salvo se por outro motivo deva permenecer preso(a), a
pessoa de ______________________________________, por haver sido concedida a sua Liberdade
Provisória (com ou sem Fiança), (Relaxamento) (ou Prisão Domiciliar), vinculada aos compromissos legais, nos
autos do Processo nº ___________________, como incurso nas penas do artigo
__________________________. Dado e Passado nesta Comarca de __________, aos ____ de ________ de
_________. Eu_______________________, Chefe de Secretaria, digitei e subscrevi.
Cumpra-se.
Cópia do presente alvará será entregue, sob recibo, ao acusado.
O acusado deverá ser cientificado para comparecer no dia ___de ______de _____, às __:__ horas, a fim
de prestar os compromissos legais.
Juiz(a) de Direito
Nos termos da Portaria nº 291 DE 01/12/1995 (DOPJ 12/12/1995), que dispõe sobre o Regimento Interno
da Corregedoria Geral da Justiça: “50. - Determina-se que ao serem expedidos alvarás de soltura, deles
se faça constar o nome do advogado do acusado, o número de sua inscrição na O.A.B. e o endereço
profissional; 50.1 - a entrega do alvará de soltura será feita ao procurador habilitado nos autos,
mediante protocolo, ficando cópia em Cartório.
Resolução nº 108, de 06 de abril de 2010
Dispõe sobre o cumprimento de alvarás de soltura e sobre a movimentação de presos do sistema carcerário, e
dá outras providências.
Art. 1º O juízo competente para decidir a respeito da liberdade ao preso provisório ou condenado será também
responsável pela expedição e cumprimento do respectivo alvará de soltura, no prazo máximo de vinte e quatro
horas.
§ 1º O Tribunal poderá delegar ao juízo de primeiro grau o cumprimento de decisão determinando a soltura,
caso em que a comunicação será feita imediatamente após a decisão, a fim de possibilitar a observância do
prazo previsto no caput.
§ 2º O cumprimento de alvará de soltura de preso custodiado em Estado diverso deverá ser feito pelo meio
mais expedito, com observância do disposto no artigo 2º, caput e parágrafo 1º.
§ 3º O preso em favor do qual for expedido o alvará de soltura será colocado imediatamente em liberdade,
salvo se estiver preso em flagrante por outro crime ou houver mandado de prisão expedido em seu desfavor,
após consulta ao sistema de informação criminal do respectivo tribunal e ao sistema nacional.
§ 4º Ainda que outros motivos justifiquem a manutenção da prisão, conforme disposto no parágrafo anterior, o
alvará de soltura deverá ser expedido e apresentado pelo oficial de justiça diretamente à autoridade
administrativa responsável pela custódia, para baixa nos registros competentes em relação ao processo ou
inquérito a que se refere o alvará.
§ 5º O oficial de justiça deverá certificar a data, local e horário do cumprimento do alvará de soltura, o
estabelecimento prisional e o respectivo diretor, bem como se resultou ou não na soltura do preso e as razões
que eventualmente justificaram a manutenção da prisão.
§ 6º O cumprimento do alvará de soltura é ato que envolve o juízo prolator da decisão e a autoridade
administrativa responsável pela custódia, não estando submetido à jurisdição, condições ou procedimentos de
qualquer outro órgão judiciário ou administrativo, ressalvada as hipóteses dos parágrafos 1º e 2º.
Art. 2º Decorrido o prazo de cinco dias após a decisão que determinou a soltura o processo deverá ser
concluso ao juiz para verificação do cumprimento do alvará de soltura.
§ 1º O não cumprimento do alvará de soltura na forma e no prazo será oficiado pelo juiz do processo à
Corregedoria Geral de Justiça, inclusive do juízo deprecado, quando for o caso, para apuração de eventual
falta disciplinar e adoção de medidas preventivas, e ao Ministério Público, para apuração de responsabilidade
criminal.
§ 2º As Corregedorias deverão manter registro em relação aos alvarás de soltura não cumpridos na forma e no
prazo previstos na presente resolução, para informação ao Departamento de Monitoramento do Sistema
Carcerário - DMF, quando solicitada.
Art 3º Os Tribunais poderão formalizar convênios para cooperação e troca de informações com órgãos
públicos, dentre os quais o Departamento de Polícia Federal e Secretarias de Estado, para acesso das
autoridades penitenciárias aos sistemas informatizados da justiça criminal.
Parágrafo único. Referidos convênios permitirão que as pesquisas sobre antecedente, prisão em flagrante e
mandado de prisão sejam feitas de forma ininterrupta, inclusive aos finais de semana e feriados, a fim de que
todos os eventuais óbices à efetivação do alvará de soltura sejam imediatamente levantados.
Art. 4º As comunicações dos atos processuais ao indiciado, réu ou condenado preso serão realizadas por
oficial de justiça diretamente no estabelecimento onde custodiado, dispensada a requisição para a formalização
de tais atos em juízo.
Parágrafo único. Comparecendo o réu ou apenado em audiência as comunicações em relação aos atos nela
praticados serão realizadas na própria audiência.
Art. 5º O juiz do processo de conhecimento deverá requisitar diretamente o réu preso para a audiência, sem a
necessidade de aquiescência da vara de corregedoria de presídios ou das execuções penais, onde houver.
Art. 6º Os Tribunais e os juízos deverão adaptar sua legislação e práticas aos termos da presente resolução no
prazo de até 60 dias.
Art. 7º Aplica-se a presente resolução, no que couber, aos sistemas eletrônicos para cumprimento de alvarás
de soltura eventualmente instalados nos Tribunais.
Art. 8º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Ministro GILMAR MENDES
98
CERTIDÃO
REGIME DE PUBLICIDADE RESTRITA
COMARCA:
VARA:
NÚMERO DO PROCESSO:
FINALIDADE DA AUDIÊNCIA:
DATA DA AUDIÊNCIA:
LOCAL DA AUDIÊNCIA:
NOME DO JUIZ REQUISITANTE
SEQ. NOME COMPLETO DO FILIAÇÃO: CONDIÇÃO DO NATUREZA JURÍDICA DO
REQUISITADO: REQUISITADO: REQUISITADO:
POLICIAL MILITAR-1 RÉU/AUTOR DO FATO-1
POLICIAL CIVIL-2 TESTEMUNHA-2
BOMBEIRO-3 OUTROS-3
1
2
3
Atenciosamente,
_____________________, matrícula _______
________________________ Juiz de Direito
REQUISIÇÃO DE ACUSADO(A) PARA AUDIÊNCIA
COMARCA:
VARA:
NÚMERO DO PROCESSO:
FINALIDADE DA AUDIÊNCIA:
DATA DA AUDIÊNCIA:
LOCAL DA AUDIÊNCIA:
NOME DO JUIZ REQUISITANTE
SEQ. NOME COMPLETO DO FILIAÇÃO: CONDIÇÃO DO NATUREZA JURÍDICA DO
REQUISITADO: REQUISITADO: REQUISITADO:
PRESO – 1 RÉU-1
AGENTE TESTEMUNHA-2
PENITENCIÁRIO-2 OUTROS-3
1
2
3
Atenciosamente,
_____________________, matrícula _______
________________________ Juiz de Direito
101
TERMO DE COMPROMISSO
(Modelo Padrão)
I- comparecimento período em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar
atividades;
II- proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato,
deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações;
III- proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o
indiciado ou acusado permanecer distante;
IV- proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a
investigação ou instrução;
V-recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha
residência e trabalho fixos;
VI-suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver
justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais;
VII- internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça,
quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de
reiteração;
VIII – fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a
obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial;
IX – monitoração eletrônica.
Do que para constar lavro o presente termo que vai devidamente assinado pela Autoridade Judiciária
Processante e pelo acusado. Eu,......................................., Chefe de Secretaria, digitei e subscrevi.
Juiz(a) de Direito
De acordo:___________________________________________________________
66
Redação da Lei nº 12.403/2011.
102
Ofício nº ________________
Referente ao Processo nº _________________
Senhor Secretário:
De ordem do(a) Doutor(a) _________, Juiz(a) de Direito da ____ Vara Criminal da Comarca
de _____________ e com base no artigo 1º, inciso VI, alínea “f” da Portaria nº 38/2010, da Corregedoria Geral
de Justiça, sirvo-me do presente expediente para solicitar a Vossa Senhoria, no prazo de 10 (dez) dias, a fim de
instruir os autos do processo em epígrafe, o espelho de cadastro do acusado, abaixo qualificado:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_______________________________________________________________
Outrossim, informo-lhe que nos referidos autos foi designada audiência de instrução e
julgamento
, portanto necessitamos, com urgência, do envio do cadastro para fins de intimação do
acusado.
Chefe de Secretaria
Ilustríssimo Senhor,
Bel. ______________________________
SECRETARIA DE INFORMÁTICA - TRE-PE
AV, Agamenon Magalhães, 1160 –1º andar Parque Amorim
Recife-PE CEP 52030-210
Fone/Fax (081) 3221.8000 ramal 9401
103
MANDADO DE CITAÇÃO
MANDA ao Oficial de Justiça, a quem este for distribuído, indo por mim assinado, com base no artigo 396 e
396-A do Código de Processo Penal, CITE o acusado: __________________________________, residente na
____________________________________, para no prazo de 10 (dez) dias, responder por escrito à
acusação, podendo arguir preliminares e alegar tudo o que interessar a sua defesa, oferecer documentos
e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo
sua intimação quando necessário.
Fica o acusado advertido de que não apresentada a resposta no prazo legal, ser-lhe-á nomeado
Defensor Público.
Segue cópia da denúncia/queixa anexa e da decisão de seu recebimento.
Caso não tenha condições financeiras para constituir advogado, deverá procurar a Defensoria Pública do Estado,
A partir do recebimento da denúncia, haverá o dever de informar ao Juízo sobre quaisquer mudanças de endereço,
Fica o acusado ciente de que em caso de procedência da acusação, a sentença fixará valor mínimo à reparação dos
danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido (artigo 387, IV, CPP), cabendo a ele
manifestar-se a respeito;
A reparação do dano sofrido pela vítima é circunstância que sempre atenua a pena, desde que o acusado o faça por sua
espontânea vontade, com eficiência e antes do julgamento. O valor correspondente pode ser fixado de comum acordo
entre as partes e homologado no juízo competente (art. 65, inciso III, alínea “b”, do código Penal).
Chefe de Secretaria
104
Juiz(a) de Direito
Ofício nº ________________
Referente ao Inquérito Policial nº _________________
.
Senhor(a) Delegado(a),
De ordem do(a) Doutor(a) _________, Juiz(a) de Direito da ____ Vara Criminal da Comarca
de _____________ e com base no artigo 1º, inciso VI, alínea “m”, da Portaria nº 38/2010, da Corregedoria Geral
de Justiça, sirvo-me do presente expediente para solicitar a Vossa Senhoria, no prazo de 10 (dez) dias, a fim de
instruir os autos do processo em epígrafe, a relação e a avaliação dos bens apreendidos, bem como o
encaminhamento do laudo de constatação da substância supostamente toxicológica.
Chefe de Secretaria
Ilustríssimo Senhor,
Bel(a)___________________________________
Delegado(a) de Polícia da ___ª Circunscrição Policial.
106
MANDADO DE CITAÇÃO
URGENTE – ACUSADO PRESO
MANDA ao Oficial de Justiça, a quem este for distribuído, indo por mim assinado, com base no artigo 406 do
Código de Processo Penal, CITE o acusado __________________________________, atualmente preso e
recolhido na ______________________________________________________, para no prazo de 10 (dez) dias,
responder por escrito à acusação, podendo arguir preliminares e alegar tudo o que interessar a sua defesa,
oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas,
qualificando-as e requerendo sua intimação quando necessário.
Fica o acusado advertido de que não apresentada a resposta no prazo legal, ser-lhe-á nomeado
Defensor Público.
Seguem, anexas, cópias da denúncia e da decisão do seu respectivo recebimento.
Caso não tenha condições financeiras para constituir advogado, seus familiares deverão procurar a Defensoria
Fica o acusado ciente de que em caso de procedência da acusação, a sentença fixará valor mínimo à reparação dos
danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido (artigo 387, IV, do CPP), cabendo a
A reparação do dano sofrido pela vítima é circunstância que sempre atenua a pena, desde que o acusado o faça por
sua espontânea vontade, com eficiência e antes do julgamento. O valor correspondente pode ser fixado de comum
acordo entre as partes e homologado no juízo competente (art. 65, inciso III, alínea “b”, do Código Penal).
Chefe de Secretaria
107
Juiz(a) de Direito
MANDADO DE INTIMAÇÃO
Manda ao Oficial de Justiça, a quem este for distribuído, indo por mim assinado, intimem-se as pessoas a
seguir relacionadas para que compareçam na audiência preliminar designada, acompanhada de seus advogados:
Observação: No caso da menoridade da vítima, deverá fazer-se acompanhar do respectivo representante legal,
desde já intimado para tanto.
Vítima: _________________________________________
Endereço:_______________________________________
Caso não tenha condições financeiras para constituir advogado, deverá procurar a Defensoria Pública do Estado,
Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo
sobre a reparação do dano sofrido pela vítima, homologada por sentença, acarreta a renúncia deste ao direito de
Chefe de Secretaria
109
Juiz(a) de Direito
PORTARIA
R E S O L V E:
Instaurar, com base nos artigos 149 usque 154 do Código de Processo Penal O INCIDENTE DE
INSANIDADE MENTAL do acusado ______________________________.
Juiz(a) de Direito
111
QUESTIONÁRIO
(parte integrante da portaria acima para todos os efeitos legais)
Juiz(a) de Direito
112
PORTARIA
(EXAME TOXICOLÓGICO)
QUESTIONÁRIO
(parte integrante da Portaria para todos os efeitos legais).
OS (Drs.) PERITOS DEVERÃO RESPONDER AOS SEGUINTES QUESITOS:
1º) Quesito: o acusado por dependência química ou psíquica era ao tempo da ação
inteiramente incapaz de entender a ilicitude da posse ou a venda de substância entorpecente, ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento?
2º) Quesito: o acusado por dependência química ou psíquica ou por motivo de caso fortuito ou
força maior não era, inteiramente, capaz de entender a ilicitude da posse ou a venda de substância
entorpecente, ou de determinar-se de acordo com esse entendimento?
3º) Quesito: por quaisquer das circunstâncias previstas nos quesitos anteriores o acusado não
possuía ao tempo da ação plena capacidade de entendimento do caráter ilícito da posse ou da venda de
substância entorpecente?
4º) Quesito: por quaisquer das circunstâncias previstas nos quesitos primeiro e segundo, acima
referidos, o acusado ao tempo da ação, possuía capacidade diminuída para entender o caráter ilícito da
posse ou da venda de substância entorpecente?
5º) Quesito: no caso de dependência química ou psíquica que cause incapacidade absoluta de
determinação ou entendimento qual o tratamento médico adequado a que o acusado pode submeter-se?
6º) Quesito: o acusado, ao tempo da ação, era dependente de substância entorpecente ou
causadora de dependência física ou psíquica? Qual substância? Desde quando?
7º) Quesito: o acusado ao tempo da ação, estava sob o efeito de substância entorpecente ou
que determine dependência física ou psíquica? Qual substância?
8º) Quesito: essa dependência era proveniente de caso fortuito ou força maior?
9º) Quesito: em razão da dependência, ou do fato de estar sob o efeito das referidas
substâncias provenientes ou não de caso fortuito ou força maior, o acusado era inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento?
10) Quesito: em razão das mesmas circunstâncias referidas no quesito anterior, o acusado
possuía, ao tempo da ação, reduzida capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento?
11) Quesito: necessita o acusado de tratamento especializado? De que espécie? Por quanto
tempo?
12) os antecedentes a personalidade, os motivos determinantes, as circunstância do fato, os
meios empregados e os modos de execução do delito autorização a suposição de que, em liberdade, o
acusado voltará a delinquir após o tratamento hábil?
Com base nos (arts. 176 e 159, §§ 3º e 5º, II, do CPP), determino vista às partes, facultando a
formulação de quesitos e indicação de assistente(s) técnico(s).
Deve a Secretaria do Juízo, monitorar o encaminhamento do acusado ao IML, bem como, o
encaminhamento do laudo, a este Juízo, no prazo legal.
Gabinete do(a) Juiz(a) de Direito da _________________ Vara Criminal da______________,
aos ____de ________ de 20___.
Juiz(a) do Direito