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Universidade Federal de Campina Grande conhecimento. A ciência histórica deveria - e poderia - ser
Pró-Reitoria de Extensão completamente neutra e imparcial, do mesmo modo que as
Pré-Vestibular Solidário ciências da natureza. Para atingir um conhecimento com estas
Disciplina: História Geral características, o historiador alemão advogava um método de
crítica histórica. A despeito destas considerações históricas,
Introdução ao Estudo da História Ranke absorveu também a atmosfera filosófica de sua época,
sobretudo as idéias de Hegel. Tal como este, acreditava que “a
Eixo: a. O saber histórico e as leituras sobre o mundo: a diversidade de história era o palco da manifestação do Espírito”. A história
temas e de fontes; o diálogo sobre a verdade da história; as cumpriria certos propósitos transcendentais, uma força supra-
representações da leitura e da escrita sobre os acontecimentos; histórica atuava no curso dos eventos. Chegar-se-ia a essa
compreensão quando se atentasse para os documentos
Aula 1- → Discussão da idéia disciplinar de História; Quebra dos oficiais, de onde brotavam naturalmente os fatos históricos.
paradigmas da verdade e do fato; Quais (ou existem) os limites da Por isso a importância do método, visto que por meio dele se faz
História?; A interdisciplinaridade possível à pesquisa histórica. não somente a reconstituição do passado tal qual aconteceu,
mas também a apreensão do sentido da humanidade. Desta
forma, Ranke, mesmo sem saber, combina história científica e
O que é história? Como ela foi vista pelas diferentes filosofia da história (hegeliana). Na escola metódica da França
sociedades? ocorreram também as mesmas características; valorização do
método, negação da filosofia da história, fetiche dos fatos
A discussão sobre o que história hoje; históricos, valorização dos eventos políticos, cultivo a dúvida e
Historia como ciência que estuda o passado; observação, imparcialidade, etc. A única diferença consiste na
Historia como arte de inventar o passado; incorporação da filosofia Iluminista. A escola histórica
Para muitos alunos incautos, ela seria a ciência que Francesa afirma um processo histórico gradual, irreversível e
estuda o passado para entender o presente e mudar o linear. O ápice da história era o futuro, e não o presente.
futuro; Enquanto a escola histórica tradicional alemã incorporava a
Marc Bloch – a ciência dos homens no tempo; filosofia hegeliana, a Francesa vai absorver a da Ilustração. Esta
Lucien Febvre – ela envolve mudança continua; escola vai simplificar o método defendido por Ranke. Langlois e
Seignobos conceberam o método histórico dividido em três
Surgimento na Grécia (séc.V a.C) – significado – “ver,
etapas; heurística (pesquisa), operações analíticas (critica interna
testemunhar, ouvir”;
e externa) e operações sintéticas (escrita histórica). O fim de tudo
Evasão mítica – o instante;
isso era fazer da história uma ciência, reviver o passado. Fustel
Evasão dos antigos – o eterno retorno - circulo; de Coulanges, com a obra “a cidade antiga”, é tido como o
Evasão religiosa - a linha escatológica; primeiro a fazer uma obra próxima a preconizada por essas
Evasão renascentista- o ciclo e a linha; escolas históricas metódicas, embora ele não tenha sido um
Evasão da filosofia da historia – a linha utópica; positivista no sentido comtiano. Dvemos relativizar o termo
“positivista” para denominar essas duas escolas históricas (Alemã
Para que serve? e Francesa), rotulando-as de “metódicas”, uma vez que ambas
Explicar as origens; supervalorizavam o método. Para ele, o termo “positivo” caberia
Entender o presente; em vez de “positivista”, já que nenhum dos representantes da
Perenizar a memória; escola dita positivista reivindicava tal atributo. Eles não buscavam
Construção de uma memória política; leis históricas a lá Comte, apenas compartilhavam com este
Da historia oral para a escrita; pensador a preocupação por objetividade, empirismo e rejeição a
Existe uma verdade na historia? metafísica. Assim, estes os historiadores metódicos realizaram,
Debate da antiguidade: inconscientemente, uma evasão do presente vivido. Valendo-se
Sofistas X metafísicos de algumas idéias de Pierre Nora (séc. XIX e XX produção
Cristianismo - vertiginosa de eventos), percebe-se que tais historiadores
Deus como a verdade e a historia com um sentido; praticavam uma negação do evento presente mediante um
Idade Moderna: culto do evento passado, na medida em que aquele era
Montaigne e o ceticismo; imanipulável, imprevisível, novidade, emergência. No passado
Niezstche e a critica da razão Ocidental e a idéia de verdade; buscavam o sentido do presente e do futuro, visto que os eventos
Na Historiografia: passados eram inseridos em uma continuidade histórica.
Crise dos paradigmas explicativos: marxismo, estruturalismo Ademais, os eventos passados eram divinizados, cumpriam
marxismo-estruturalista e funcionalismo; certos propósitos transcendentais. Portanto, uma evasão
acontecimental, utópica e divina. Assim, vê –se nessa evasão
A escola Metódica, dita “positivista”. plural a consciência da burguesia que, vendo seus feitos
revolucionários, teme ser deles vítima.