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Noções-preliminares-sobre-Estado,-Governo-e-Administração-Pública-I 2
Noções-preliminares-sobre-Estado,-Governo-e-Administração-Pública-II 5
Noções-preliminares-sobre-Estado,-Governo-e-Administração-Pública-III 9
Organização-Administrativa-I 12
Organização-Administrativa-II 16
Organização-Administrativa-III 18
Organização-Administrativa-IV 21
Organização-Administrativa-V 23
Organização-Administrativa-VI 27
Responsabilidade-Civil-do-Estado-I 30
Responsabilidade-Civil-do-Estado-II 33
LEI-8.429_92---Improbidade-Administrativa-I 36
LEI-8.429_92---Improbidade-Administrativa-II 38
Poderes-Administrativos-I 41
Poderes-Administrativos-II 45
Poderes-Administrativos-III 48
Atos-Administrativos-I 50
Atos-Administrativos-II 52
Atos-Administrativos-III 55
Atos-administrativos-IV 58
Atos-administrativos-V 63
Controle-da-Administração-Pública-I 67
Controle-da-Administração-Pública-II 71
Lei-Nº-8.666_93---LICITAÇÃO-I 74
Lei-Nº-8.666_93---LICITAÇÃO-II 79
Lei-Nº-8.666_93---LICITAÇÃO-III 87
Lei-Nº-8.666_93---LICITAÇÃO-IV 95
LEI-Nº-8.666_93---LICITAÇÃO-V 100
Lei-Nº-8.666_93---LICITAÇÃO-VI 104
8.666-93 107
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PROFESSOR: LUCAS
NETO
DIREITO
ADMINISTRATIVO
Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes e
organização.
Surge aqui como primeira e real necessidade, realizar a diferenciação entre os conceitos de
Estado, governo e administração pública.
Estado é um ente, um sujeito de direitos, que tem como elementos o povo, o território e a
soberania. Na definição de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (2010, p. 13),
“Estado é pessoa jurídica territorial soberana, formada pelos elementos povo, território e
governo soberano”.
Analisando como ente, o Estado se torna capaz de contrair direitos e obrigações. Saliente-se,
que o Estado possui personalidade jurídica própria, tanto na fase interna (perante os agentes
públicos e os cidadãos, como perante outros Estados estrangeiros.
O povo faz com que se efetive o Estado. É através do povo que se origina todo o poder
representado pelo Estado.
Inclusive, podemos ver o supracitado expressamente no art. 1º, parágrafo único, da
Constituição (“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente, nos termos desta Constituição).” Quando se fala em diretamente lembramos
do plebiscito, referendo e iniciativa popular. Quando falamos no indireto, lembramos
automaticamente do voto, que tem características de ser direto, secreto, universal e
periódico.
PELA soberania É QUE o Estado edita leis que se aplicam ao seu território, sem se sujeitar a
qualquer tipo de ENTROMETIMENTO de outros Estados. AQUI SE FALA EM VOZ PRÓPRIA.
Autonomia administrativa, financeira e orçamentária. Isso mesmo, É MACHO!!!
Finalizando os conceitos, o território é a área onde o Estado exerce sua soberania. Onde ele
de fé e fato atua. Delimitação territorial para tanto.
Acima temos as funções típicas, mas fique esperto, de acordo com o Sistema de
freios e contrapesos desenvolvido por Montesquieu, teremos cada poder realizando
a função típica do outro, de maneira atípica.
Leido
Lei doDireito
DireitoAutoral
Autoralnº
nº9.610,
9.610,de
de19
19de
deFevereiro
Fevereirode
de1998:
1998:Proíbe
Proíbeaareprodução
reproduçãototal
totalou
ouparcial
parcial
dessematerial
desse materialou
oudivulgação
divulgaçãocom
com
finsfins comerciais
comerciais ou ou não,
não, emem qualquer
qualquer meio
meio de de comunicação,
comunicação, inclusive
inclusive na na Internet,
Internet, semsem autorização
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A separação das funções estatais não significa uma afirmação de que haja uma divisão
parada, estagnada, congelada, de poder entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
O ESTADO possui um poder que é soberano, que é uno, indivisível e que emana do povo.
Quanto ao governo, leve para sua prova essa definição: é elemento do Estado e o
define como “a atividade política organizada do Estado, possuindo ampla
discricionariedade, sob responsabilidade constitucional e política” (ZANONNI).
Aglutino para você mais um dado À informação, citando Meirelles (1998, p. 64-65) que diz
que “governo é a expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos do
Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente”.
Já a Administração Pública pode ser definida em seu sentido amplo e em seu sentido
estrito.
No que diz respeito ao seu sentido amplo, na lição da Maria Di Pietro (2009, p. 54), a
Administração Pública se subdivide em órgãos governamentais e órgãos administrativos
(sentido subjetivo) e função política e administrativa (sentido objetivo).
Perceba que há 2 (dois) sentidos, e são esses 2 sentidos que os examinadores adoram cobrar
em provas de concursos.
Analisando o sentido subjetivo percebe-se maior destaque naqueles que realizam as funções
e na análise do sentido objetivo se observa a própria função exercida.
No aspecto de sentido objetivo (que também é chamado de material ou funcional), a
Administração Pública é definida, por Di Pietro (2009, p. 57), como “a atividade concreta e
imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico total ou parcialmente público, para a
consecução dos interesses coletivos”.
Enfim, serviço público é toda atividade que a Administração Pública executa, direta ou
indiretamente, para satisfazer à necessidade coletiva, sob regime jurídico
predominantemente público.
QUESTÕES
4. A administração pública confunde-se com o próprio Poder Executivo, haja vista que a este
cabe, em vista do princípio da separação dos poderes, a exclusiva função administrativa.
GABARITO:
1) CERTO
2) CERTO
3) CERTO
4) ERRADO
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial
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DIREITO
ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LUCAS
NETO
Antes de mais nada, você precisa compreender que o direito administrativo tem origem na
Revolução Francesa, quando surgiu o Estado de Direito.
Neste momento surgiram dois sistemas do direito administrativo no mundo: sistema europeu-
continental e o sistema angloamericano (common law).
Neste modelo existem duas jurisdições, ou seja, não é só o Poder Judiciário quem dá a última
palavra (que julga em definitivo uma disputa). Aqui, existe também a jurisdição
administrativa, que por sua vez, pode ser exercida pelo Conselho de Estado.
Por sua vez, quando analisamos o sistema anglo-americano deixa-se para o âmbito do direito
privado as relações entre Estado e cidadãos.
No nosso País, embora a influência seja mais forte do sistema europeu-continental, resolveu-
se por adotar a jurisdição una.
Diante de situações excepcionais é obrigatório que exista em cena o prévio exaurimento das
instâncias administrativas, para que a partir desse momento possa se ingressar no Poder
Judiciário.
Na análise do art. 7º, § 1º, da Lei 11.417/06, que disciplina a Súmula Vinculante, determina-se
o exaurimento da via administrativa para que seja cabível a reclamação ao STF (na
reclamação o STF dirá se houve ou não violação, pela Administração, do texto da súmula
vinculante).
.
Em suma, trago aqui um resumo das exceções à jurisdição uma no Brasil, que podem ser
resumidas da seguinte forma:
Leido
Lei doDireito
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mandado de segurança (não cabe se for possível recurso administrativo com efeito
suspensivo, sem caução).
Mas para concurso, quero que leve para a sua prova conceito de pelo menos três escolas ou
critérios.
As seguintes:
Esse critério surgiu na França, tendo como um dos seus ideologistas Duguit que afirma que o
direito público se resume às regras de organização e gestão dos serviços públicos. Entretanto,
é claro e evidente que o serviço público não abrange todo o conteúdo do Direito
Administrativo.
c) Critério teleológico: Se visto por essa vertente, o Direito Administrativo seria o sistema
de regras, normas jurídicas que orientam a atividade do Estado para o cumprimento de seus
fins. Essa ideia (corrente), acabou sendo envolvida e aceita por diversos doutrinadores, entre
eles, destaca-se Oswaldo Aranha que veio a definir o direito Administrativo como
“ordenamento jurídico da atividade do Estado-poder, enquanto tal, ou de quem faça as suas
vezes, de criação de utilidade pública, de maneira direta e imediata.”
O questionamento desse critério está na sua abrangência, é como se ele tivesse passado do
ponto.
Leandro Zannoni define “Em sentido amplo, Direito Administrativo é o ramo do direito público
interno que visa a satisfazer os interesses da coletividade de forma direta e concreta.”
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Di Pietro, já conceitua o direito administrativo como “o ramo do direito Público que tem por
objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração
Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a
consecução de seus fins, de natureza pública.”
Veja abaixo:
Aspecto material: neste a atividade administrativa, executada pelo aparelho do Estado (ou
quem dele receba delegação para o exercício de atribuições públicas), abrangendo as
atividades de prestação de serviço público, fomento, poder de polícia e intervenção no
domínio econômico e na propriedade privada.
Analisa-se, desta forma, que o direito administrativo estuda a função administrativa, que
envolve os aspectos subjetivos, jurídicos e materiais.
Veja:
Lei (em sentido amplo) – é a principal fonte do direito administrativo (fonte primária).
Aqui, quando falamos “lei”, estamos falando de forma bem genérica, ou seja, nos referimos a
todo arcabouço legislativo ao dispor do direito administrativo:
EX: Constituição, leis ordinárias, leis complementares, decretos, portarias e outros atos
normativos.
A jurisprudência, que diz respeito ao conjunto de decisões dos tribunais, sendo considerada
a terceira fonte do direito administrativo.
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Os costumes, ou seja, a praxe administrativa e social, que é aquela que tem origem a partir
de regras criadas pela própria sociedade, que os consideram obrigatórias e que não estão
escritas.
EXERCÍCIOS
1) O direito administrativo visa à regulação das relações jurídicas entre servidores e entre
estes e os órgãos da administração, ao passo que o direito privado regula a relação entre os
órgãos e a sociedade.
GABARITO:
1) ERRADO
2) CERTO
3) CERTO
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DIREITO
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OS PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL SÃO OS SEGUINTES:
LEGALIDADE
IMPESSOALIDADE
MORALIDADE
PUBLICIDADE
EFICIÊNCIA
(LIMPE)
Os Princípios implícitos não estão expressos nas normas jurídicas, mas surgem em
decorrência dos julgados, da necessidade do ordenamento jurídica.
O exemplo mais destacado de princípio implícito é o da segurança jurídica, que tem seu
embasamento no art. 5º, XXXVI da Constituição Federal.
Quando falamos do regime jurídico administrativo, devemos saber que ele está fundado,
basicamente, sobre dois princípios: o da supremacia do interesse público sobre o privado
(ou princípio do interesse público) e o da indisponibilidade, pela administração, dos
interesses públicos.
O princípio da moralidade impõe ao administrador o dever de sempre agir com lealdade, boa-
fé e ética, probidade, honestidade.
Em certos casos a CF impõe o sigilo. São eles: para proteger a intimidade do indivíduo (art.
5º, X) e para promover a segurança da sociedade e do Estado.
Leido
Lei doDireito
DireitoAutoral
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19de
deFevereiro
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Princípio da finalidade. Para este princípio, todas as ações da Administração devem ser
praticadas visando o interesse público. Analisa-se aqui o fundamento de nosso Estado de
Direito: a finalidade perseguida pelo gestor é aquela conferida previamente pelo titular do
poder – o povo – através das leis.
Princípio da motivação. De acordo com Di Pietro (2009, p. 80), o princípio da motivação exige
que a Administração Pública indique os fundamentos de fato e de direito de suas decisões,
justificando-as.
Princípio da autotutela: Esse princípio dispõe que a Administração deve exercer o controle
interno de seus próprios atos, anulando-os, quando eivados de ilegalidade, ou revogando-os,
por razões de conveniência e oportunidade (=mérito). Indispensável, nesse ponto, a
transcrição das Súmulas nºs 346 e 473, ambas do STF:
Súmula 346: A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos.
Súmula 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que
os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os
casos, a apreciação judicial.
Princípio da segurança jurídica: esse princípio tem previsão constitucional expressa (art.
5º, XXXVI) e também está previsto no art. 2º da Lei nº 9.784/99.
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Princípio da continuidade do serviço público: aqui, os serviços públicos prestados pelo Estado
são provenientes das demandas do Estado Social de prover os serviços básicos à população.
Em razão disso, eles não podem ser interrompidos. Essa é a regra geral.
EXERCÍCIOS:
GABARITO:
1-E
2-E
3-E
4-C
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Para que exista desenvoltura na organização da administração pública, tanto direta quanto
indiretamente, isto, somente se dará por meio da atuação de órgãos, entidades públicas e
seus respectivos agentes.
Entidade vem a ser a pessoa jurídica, pública ou privada; nisto enquadra-se tanto as
entidades políticas, que possuem autonomia política, isto é, capacidade de legislar e se auto-
organizar (são pessoas políticas a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios), como
as entidades administrativas, que não possuem autonomia política, ou seja, não podem
legislar, limitando-se a executar as leis editadas pelas pessoas políticas;
Ainda que não tenham autonomia política, as entidades administrativas detêm autonomia
administrativa, isto é, capacidade de gerir os próprios negócios, porém sempre se
subordinando às leis postas pela entidade política (são entidades administrativas as
autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista).
Já o Órgão, por sua vez, é elemento despersonalizado, isto é, não possui personalidade
jurídica, cabendo a este a realização das atividades da entidade a que pertence, através de
seus agentes.
Uma das mais importantes sistemáticas da organização é a centralização, que ocorre quando
o Estado executa suas tarefas diretamente, por intermédio dos órgãos e agentes
administrativos que compõem sua estrutura funcional.
O que vem a marcar a centralização é o desempenho direto das atividades públicas pelo
Estado, por uma das pessoas políticas (União, Estados, DF e Municípios).
Tal execução centralizada de atividades públicas pelos entes federados vem a se desenvolver
por meio da atuação da respectiva Administração Direta.
Logo, para sua prova, quando se envolverem 2 pessoas jurídicas você lembrará da
descentralização, e não da desconcentração.
No Brasil é assim que ocorre, há autonomia dos Estados e dos Municípios, entes locais que
detêm competência legislativa própria, conferida diretamente pela Constituição, sendo que
tal competência é originária dos entes locais, e não mera delegação ou concessão do governo
central, a União. Já a descentralização administrativa ocorre quando determinadas atribuições
definidas pelo poder central são exercidas por entidades descentralizadas. Tais atribuições
não provêm da Constituição, e sim das leis editadas pelo ente central.
Por sua vez, a descentralização administrativa ocorre dentro de uma mesma esfera de
governo: a entidade política (União, Estado, DF ou Município) transfere alguma ou algumas de
suas atribuições a entidades que irão compor as suas respectivas administrações indiretas,
criadas especificamente para esse fim, ou, ainda, a pessoas físicas ou jurídicas sem vínculo
anterior com a Administração.
É exatamente isto que acontece na criação das entidades da administração indireta, ou seja,
das autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.
Se fosse o contrário, não se justificaria a criação da entidade. Assim, o controle efetuado pelo
ente instituidor sobre as entidades descentralizadas por serviço deve observar os limites
impostos pela lei. Tal controle, de caráter finalístico, denominado de tutela, tem por objetivo
garantir que a entidade não se desvie dos fins para os quais foi instituída. Ademais, não
existe subordinação entre a entidade descentralizada e a pessoa jurídica que a criou, mas
tão-somente vinculação.
Por um outro lado, a descentralização por colaboração ou delegação ocorre quando, por
meio de contrato ou ato unilateral, o Estado transfere a execução de determinado serviço
público a uma pessoa jurídica de direito privado, previamente existente, conservando o Poder
Público a titularidade do serviço.
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A delegação por contrato é sempre efetivada por prazo determinado. Já na delegação por
ato administrativo, como regra, não há prazo certo, em razão da precariedade típica da
autorização (possibilidade de revogação a qualquer tempo).
É por nome próprio que a pessoa delegada presta o serviço, por seu nome e por sua conta e
risco, sob a fiscalização do Estado. No entanto, a titularidade do serviço permanece nas mãos
do Poder Público. Essa sistemática lhe permite dispor do serviço de acordo com o interesse
público, podendo alterar unilateralmente as condições de sua execução, aplicar sanções ou
retomar a execução do serviço antes do prazo estabelecido.
Desta feita, considerando que o Poder Público continua a deter a titularidade, o controle que
exerce é muito mais amplo e rígido do que na descentralização por serviço, o que pode, como
dito, resultar inclusive na retomada da execução do serviço a qualquer tempo. Contudo,
tampouco nesse caso há hierarquia entre o Poder Público delegante e a entidade que recebeu
a delegação para executar o serviço público.
DESCONCENTRAÇÃO
A desconcentração envolve uma única pessoa jurídica., cujas atribuições são distribuídas
entre várias unidades de competências, os órgãos públicos, uns subordinados a outros dentro
de uma mesma estrutura organizacional.
ADMINISTRAÇÃO DIRETA
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Administração Direta vem a ser, no melhor conceito, o conjunto de órgãos que integram as
pessoas políticas do Estado (União, Estados, DF e Municípios), aos quais foi atribuída a
competência para o exercício de atividades administrativas, de forma centralizada. Em outras
palavras, na administração direta “a Administração Pública é, ao mesmo tempo, a titular e a
executora do serviço público.
Quando o Estado executa tarefas diretamente, através de seus órgãos internos, estamos
diante da Administração Direta no desempenho de atividade centralizada.
Questões
2- Quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço
público, ocorre a descentralização por meio de outorga.
1) Errado
2) Certo
3) Certo
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ÓRGÃOS PÚBLICOS
O Estado, por sua vez, é uma pessoa jurídica. Contrariamente às pessoas físicas, as pessoas
jurídicas não possuem vontade própria: elas precisam de alguém para atuar em seu nome.
No caso do Estado, são as pessoas físicas que integram seus órgãos, os agentes públicos.
Para isso, inúmeras teorias surgiram para explicar as relações do Estado com seus agentes.
Vejamos as principais:
A teoria também foi criticada; primeiro por equiparar o Estado ao incapaz que, ao contrário do
Estado, não possui capacidade para designar representante para si mesmo; e segundo
porque, da mesma forma que a teoria anterior, permitia ao mandatário ou ao representante
ultrapassar os poderes da representação sem que o Estado respondesse por esses atos
perante terceiros prejudicados.
Criação e extinção
Para que falemos na criação e extinção de órgãos na Administração Direta do Poder Executivo
necessitamos sempre imaginar a existência de lei em sentido formal, de iniciativa do chefe do
Poder Executivo (CF, art. 61, §1º, II, “e” 9).
A lei deve ser aprovada no Poder Legislativo, mas quem dá início ao processo legislativo é o
chefe do Executivo. Já a organização e o funcionamento dos órgãos do Executivo criados por
lei podem ser feitos por meio da edição de simples decretos, os chamados decretos
autônomos, desde que não impliquem aumento de despesa, nem criação ou extinção de
órgãos públicos.
Capacidade processual
O órgão não possui, via de regra, capacidade processual em razão de que não possui
personalidade jurídica. Por este motivo, não pode figurar como sujeito ativo ou passivo de
uma ação judicial.
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Saliento aqui que essa capacidade só é reconhecida em relação aos chamados órgãos
autônomos e independentes, que são os órgãos mais elevados do Poder Público, de natureza
constitucional, e apenas quando defendem suas prerrogativas e competências. Não alcança,
portanto, os demais órgãos, superiores e subalternos.
QUESTÕES
1- Em regra, os órgãos, por não terem personalidade jurídica, não têm capacidade
processual, salvo nas hipóteses em que os órgãos são titulares de direitos subjetivos, o
que lhes confere capacidade processual para a defesa de suas prerrogativas e
competências.
2- A atuação do órgão público é imputada à pessoa jurídica a que esse órgão pertence.
GABARITO:
1) Certo
2) Certo
3) Certo
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PROF LUCAS NETO
ASSIM sendo, a Administração Pública Direta compreende os próprios Entes Políticos, ou seja,
União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios, todos com personalidade jurídica de
direito público no exercício da função administrativa. Até aí tudo bem. Nada de novo! No
entanto, para melhor organização das atividades que deve desempenhar, a Administração
Pública direta procede a distribuição interna dessas atividades, fazendo uma
departamentalização, uma setorização, ou seja, opera-se a desconcentração administrativa.
Assim, temos o surgimento dos órgãos administrativos, cuja principal característica talvez
seja ausência de personalidade PRÓPRIA!
De outro lado, com o mesmo intuito de organizar-se e melhor desempenho de suas funções, o
ente federativo no exercício da função administrativa também procede a distribuição de suas
funções externamente. Significa dizer que o ente político transfere uma ou algumas de suas
atividades (funções ou competências) para outra pessoa, para que a execute, para que a
realize. Portanto, a descentralização administrativa é a distribuição externa de atividades de
uma pessoa para outra, especialmente com a criação de entidades administrativas.
por ele, para realizar atividades que lhe são atribuídas como próprias. Art. 4° A Administração
Federal compreende: II - A
Órgãos Público
Com fulcro no art. 1º, §2º, inc. I, da Lei nº 9.784/99, órgão público é “a unidade de atuação
integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta”.
Órgãos públicos, de acordo com Di Pietro corresponde a uma unidade que congrega
atribuições exercidas pelos agentes públicos que o integram com o objetivo de expressar a
vontade do Estado.
Obs fatal: O órgão não se confunde com a pessoa jurídica (ente ou entidade). Na
verdade, é parte integrante da estrutura de uma pessoa jurídica. Por isso, a
característica básica que diferencia um órgão de uma entidade é que os órgãos não
possuem personalidade jurídica e integram a estrutura interna de um ente ou
entidade.
MAS CUIDADO!!! Alguns órgãos podem ter representação própria para a defesa de suas
prerrogativas institucionais.
VEJA algumas jurisprudências pontuais, mas indispensáveis para sua prova:
(RE 595176 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em
31/08/2010)
Mesmo que, via de regra, os órgãos não tenham personalidade jurídica, alguns (órgãos
independentes e autônomos) são dotados de capacidade processual (capacidade judiciária ou
personalidade judiciária) a fim de irem a juízo na defesa de suas prerrogativas institucionais,
tal como o TCU na defesa de sua prerrogativa de fiscalizar as contas pública, por exemplo.
O órgão também não se confunde, em regra, com a pessoa física (com o agente público).
MUITO CUIDADO NESSA HORA!
Importante então que fique aqui registrado que o agente público e o órgão mantêm uma
relação que se concretiza em razão do exercício de atividades pelos agentes públicos em
decorrência das atribuições destinadas a determinados órgãos.
a) Teoria do mandato: Para esta teoria o agente público seria um mandatário da pessoa
jurídica. Significa dizer que receberia um mandato ou procuração para atuar em nome da
administração.
Desta feita, o Estado atua por meio de seus órgãos e, dentro destes, haverá agentes que
realizarão as atribuições destinadas à estrutura organizacional. É exatamente essa a teoria
que explica a relação entre o Estado, o órgão e o exercício das atividades administrativas
pelos agentes, por isso também é denominada teoria da imputação [princípio da imputação
volitiva].
Questões
GABARITO:
1-C
2-C
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Dentre os principais, podemos citar quanto a posição estatal, quanto a estrutura, e quanto a
atuação funcional.
Os superiores são os órgãos que detêm o poder de direção, comando e controle das
atividades administrativas de sua competência, entretanto estão sempre subordinados a
controle hierarquia de uma autoridade superior, não gozando, portanto, de autonomia. (Ex.:
Departamentos, Gabinetes, Coordenadorias, Divisões etc.).
Os subalternos são os órgãos que estão subordinados a outros órgãos de hierarquia maior,
com função eminentemente de execução das decisões tomadas administrativamente. (Ex.:
Seção de pessoal, expediente, material, transporte, apoio técnico etc.).
São simples os órgãos constituídos por um só centro de comando, sem subdivisões internas.
E, compostos, os que possuem, em sua estrutura interna, outros órgãos que lhe estão
subordinados hierarquicamente.
Singulares são órgãos que atuam, exercem seu poder decisório, por meio de um único
agente. (Diretoria Geral etc.).
E, os Colegiados, aqueles cuja atuação e decisão passa, em regra, pela manifestação conjunta
e majoritária de seus membros (Comissões Disciplinares, Comissão de Licitação etc.).
Autarquias (A);
FAMOSA FASE – isso mesmo, leve essa regrinha de memória para a prova. Falou em
entidades administrativas, lembre-se: FASE!
Vamos praticar!!!
3. De acordo com a teoria do órgão, a atuação da pessoa jurídica deve ser imputada ao
agente — pessoa natural — integrante de sua estrutura.
GABARITO:
1. ERRADO
2. ERRADO
3. ERRADO
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PROF LUCAS NETO
As autarquias são:
O Decreto-Lei nº 200/67 define autarquia, nos termos do art. 5º, inc. I, da seguinte forma:
I – Autarquia – o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e
receitas próprias, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram,
para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. Numa
visão bem simplista, podemos dizer que as autarquias representam uma parcela do Estado no
exercício indireto de sua função administrativa (gestão administrativa descentralizada), por
meio de um órgão a que se atribuiu vida própria.
Apenas a Lei (em sentido estrito) pode criar uma Autarquia. Esta mesma lei que definirá sua
estrutura, sua atividade, ou seja, seus contornos.
A partir do início da vigência da lei criadora, tem a entidade seu surgimento (seu nascimento),
sem qualquer necessidade de averbação de seus atos institucionais em órgãos destinados a
tanto, pois seu delineamento está todo contido na norma criadora.
Logo, por observância do princípio da simetria (paralelismo das formas), a extinção também
deverá ser procedida por meio de lei.
Conclui-se que, se somente por lei específica é possível à criação, então, somente por lei
poderá ocorrer à extinção de uma Autarquia.
ordem política, a exemplo dos territórios que são autarquias territoriais de natureza política
integrantes da União.
As autarquias institucionais são pessoas administrativas criadas por lei, com objetivo
específico, sem qualquer espécie de delegação política, pois recebem, por outorga, a
titularidade de uma atividade típica do Estado. Exemplo: Instituto Nacional do Seguro Social –
INSS.
As autarquias em regime especial são autarquias dotadas de maiores prerrogativas, tal qual
maior autonomia administrativa, poder normativo técnico e, ainda, algumas gozando de
mandato fixo para os seus dirigentes. Ex.: Universidades (Lei nº 5.540/68), BACEN e as
denominadas agências reguladoras (ex.: ANATEL, ANA, ANEEL, ANP, ANVISA, etc.).
Nesse aspecto, cabe destacar que o Supremo Tribunal Federal tem entendimento de que a
OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) não integra a Administração Pública, realizando, pois,
serviço público de forma independente, e, por isso, não se submete ao regime jurídico-
administrativo (não sendo obrigada a realizar concurso para ingresso de pessoal), tampouco a
controle Estatal de suas finalidades ou mesmo do Tribunal de Contas da União no tocante aos
seus recursos e gastos.
Ex. Fundação Universidade de Brasília (FUB), Fundação Nacional do Índio (FUNAI) etc.
Quanto ao regime especial, o prof. Carvalho Filho dá especial destaque às prerrogativas para
que se caracterize uma autarquia em regime especial, citando quatro fatores, sendo:
1º) poder normativo técnico (chamada deslegalização, ou seja, poder de editar normas
técnicas complementares das normas gerais);
2º) autonomia decisória (poder de decidir os conflitos administrativos que envolvem sua área
de atuação);
3º) independência administrativa (seus dirigentes têm investidura por prazo certo);
Pode-se dizer, portanto, que as agências reguladoras são responsáveis pela regulamentação
(poder regulamentar), controle e fiscalização de serviços públicos, atividades e bens
transferidos ao setor privado e, em suma, englobam as seguintes atividades:
a) serviços públicos propriamente ditos, tal como ANEEL (Lei nº 9.427/96), ANATEL (Lei nº
9.472/97), ANTT e ANTAQ (Lei nº 10.233/2001);
d) atividades sociais – exercidas pelo Estado, mas facultadas também ao particular – (ANVISA,
Lei nº 9.782/99; ANS, Lei nº 9.961/00); e,
e) agência reguladora de uso de bens públicos, tal como a ANA, criada pela Lei nº 9.984/00.
Devemos ficar atentos a observar uma série de traços específicos e característicos dessas
entidades quanto a pessoal, regime jurídico, licitações, dentre outros. Vejamos:
As agências executivas, por outro lado, são autarquias ou fundações que por iniciativa da
Administração Direta (Presidente da República), recebem o status de Agência Executiva, em
razão da celebração de um contrato de gestão, que objetiva uma maior eficiência e redução
de custos (Decretos Federais nº 2.487 e 2.488, ambos de 1998).
PRATICANDO...
GABARITO:
1. CERTO
2. CERTO
3. ERRADO
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Públicos
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DIREITO ADMINISTRATIVO
PROF LUCAS NETO
Fundações Públicas
De acordo com o que aduz O Decreto-Lei nº 200/67, em seu art. 5º, inc. IV, o conceito de
fundações é o seguinte: entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem
fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de
atividades que não exigem execução por órgãos ou entidades de direito público, com
autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e
funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. (Incluído pela Lei nº 7.596,
de 1987)
A Constituição Federal em seu artigo 37, inc. XIX, aduz que “somente por lei específica
poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as
áreas de sua atuação”.
Ora, a afirmação nos expressa que a criação de fundações públicas depende sempre de lei
específica, ou seja, precisa da lei autorizando a criação, cabendo a uma lei complementar
definir a área de atuação.
A criação, por sua vez, acontecerá através de decreto executivo que aprova o Estatuto, que
por sua vez deverá ser registrado em cartório de registro de pessoas jurídicas.
Além disso, as Fundações Públicas podem ter a natureza de pessoa jurídica de direito público,
caracterizando uma espécie de autarquia, denominada autarquia fundacional ou fundação
governamental.
Mas tenha muito cuidado!!! Não há um absoluto domínio das regras atinentes ao regime
privado, é que por ser entidade pública está submetida a algumas restrições oriundas do
princípio da indisponibilidade do interesse público, ou seja, oriundas do regime jurídico-
administrativo, tal como obrigatoriedade de licitar, realizar concurso público, dentre tantas
outras implicações do regime público.
Empresas Estatais
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A empresa pública, pela análise do Decreto-Lei nº 200/67, é pessoa jurídica de direito privado
composta por capital exclusivamente público, criada para a prestação de serviços públicos ou
exploração de atividades econômicas sob qualquer modalidade empresarial.
Saliente-se mais uma vez o art. 37, inc. XIX, bem como o art. 173, §1º, inc. II, da Constituição,
que assim dispõe:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o
estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias
que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação
de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I –
sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas
privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e
tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Já a sociedade de economia mista é pessoa jurídica de direito privado, criada para prestação
de serviço público ou exploração de atividade econômica, com capital misto e na forma de S/
A.
Por outro lado, destaco que as estatais estão submetidas às disposições da Lei 8.666/93.
Pode, contudo, quando exploradoras da atividade econômica, ter regime especial por meio de
estatuto próprio conforme o art. 173, §1º, III, CF.
Mas olha que importante:, O STF entendeu, em julgamento ainda pendente de finalização,
que a estatal exploradora de atividade econômica em regime concorrencial pode adotar
procedimento simplificado de licitação aprovado por decreto presencial (caso
Petrobras).
No que se refere ao regime tributário, diante da disposição contida no art. 173, §1º, inc. II,
CF/88, em regra, as estatais não têm privilégios tributários, que não sejam extensíveis à
iniciativa privada.
Um dos assuntos mais cobrados em concursos, no que diz respeito às empresas estatais
versa acerca do regime jurídicos destas, vejamos:
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No que faz relação aos bens, são bens privados, logo, são passíveis de penhora, exceto
se a empresa for prestadora de serviços públicos e o bem estiver diretamente ligado a eles,
de modo que por força do princípio da continuidade o bem não poderá sofrer constrição.
As empresas públicas federais têm suas demandas julgadas na Justiça Federal (art. 109, inc. I,
da CF/88), enquanto que as sociedades de economia mista terão suas causas decididas na
Justiça Estadual.
QUESTÕES
GABARITO:
1.ERRADO
2.CERTO
3.ERRADO
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Direito Administrativo
Prof Lucas Neto
Responsabilidade Civil é tema constante no Brasil. Sempre, em alguma situação da vida, já nos vimos diante de
alguma situação que gere a responsabilidade. Imagine você dirigindo um carro, e, de repente, por estar ao telefone e
por pura distração, colide em outro veículo. A RESPONSABILIDADE será sua, pois causou o episódio.
O Brasil adotou a TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO. Ou seja, independentemente de culpa ou de dolo, vai haver
resposta da Administração.
Cuidado! Em regra, no Brasil, não se aplica a TEORIA DA CULPA e nem a TEORIA DO RISCO INTEGRAL.
Fique atento!
Jurisprudência IMPORTANTE: Em sede de RE 327.904, o STF determinou que a ação com fundamento na
responsabilidade objetiva somente pode ser ajuizada contra o Estado e não contra seu agente, uma vez que o
disposto no art. 37, § 6º, da CF configura dupla garantia: “uma em favor do particular, possibilitando-lhe ação
indenizatória contra a pessoa jurídica de direito público ou de direito privado que preste serviço público; outra, em prol
do servidor estatal, que somente responde administrativa e civilmente perante a pessoa jurídica a cujo quadro funcional
pertencer”.
Diante do Poder Judiciário, temos a responsabilidade em situações previamente previstas em lei nas
seguintes hipóteses:
Erro judiciário
Preso além do tempo
Juiz proceder com dolo ou fraude
Recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar.
Via de regra, o Estado não é responsável civilmente pelos danos causados em vítima de crime cometido por foragido
da prisão. É certo que pode haver responsabilidade do Estado por ato omissivo. Contudo,
também nessa hipótese, não se pode dispensar a presença do nexo de causalidade. Assim, entende o STF que não
há, nesses casos, nexo de causalidade entre o ato delituoso e a omissão da autoridade pública (AI-AgR
463.531, AR 1.376 e RE 369.820).
De acordo com o STJ, em julgado atual, analisou esse entendimento, ao afirmar que o candidato aprovado em
concurso público e nomeado tardiamente em razão de erro da Administração Pública, reconhecido judicialmente, faz
jus à indenização por dano patrimonial, consistente no somatório de todos os vencimentos e vantagens que deixou de
receber no período que lhe era legítima a nomeação (EREsp 825037/DF, CORTE ESPECIAL).
Questões
1) Francisco é servidor de sociedade de economia mista, prestadora de serviço público. Em determinada data,
Francisco, no exercício de sua função, intencionalmente, causou danos a particulares. Nesse caso, a
responsabilidade da sociedade de economia mista pelos danos ocasionados é:
a) objetiva.
b) subjetiva.
c) subsidiária.
d) inexistente.
e) disjuntiva.
2) Determinado servidor da Secretaria da Fazenda inseriu informações falsas sobre cidadão, seu desafeto, no
cadastro de contribuintes do Estado, fazendo com que o referido cidadão passasse a figurar no cadastro de
inadimplentes. Diante dessa situação, o cidadão, que é um pequeno empresário, sofreu diversos prejuízos
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3) Em face de greve de serventuários da Justiça alguns candidatos à vagas abertas por uma prestigiada empresa
de tecnologia não puderam se submeter ao correspondente processo seletivo, por não terem logrado obter
certidões necessárias para comprovar a inexistência de antecedentes criminais. A responsabilidade civil do
Estado, perante referidos cidadãos,
a) somente se configura em face de condutas comissivas, sendo afastada, dada a sua natureza objetiva, quando
não identificado o agente causador do dano.
b) independe de comprovação de dolo ou culpa do agente, elementos esses que, somente, são requeridos para
fins do direito de regresso do Estado perante o agente.
c) depende da comprovação de dolo ou culpa dos serventuários, não bastando a comprovação do dano e do
nexo de causalidade com ação ou omissão de agente público.
d) é de natureza subjetiva, ensejando o direito de regresso em face dos servidores responsabilizados em
processo administrativo.
e) é de natureza objetiva e independe, portanto, da comprovação do dano, bastando a identificação do nexo de
causalidade.
GABARITO:
1) A
2) B
3) B
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DIREITO ADMINISTRATIVO
PROF LUCAS NETO
ELEMENTOS SUBJETIVOS
MUITA ATENÇÃO! VAI CAIR COM CERTEZA NA SUA PROVA! Pode ter certeza!!!
Mas, há situações em que a teoria da culpa é adotada no Brasil? Será que existiriam essas possibilidades no
Brasil???
Há sim! Com certeza!! Apesar de certa confusão divergente doutrinária, para as provas de concursos públicos
prevalece o entendimento de que é aplicável a teoria da culpa do serviço no Brasil quando o assunto é
prestação de serviços públicos pelo Estado.
Você deve entender que essa teoria tem por fundamento a responsabilidade subjetiva do Estado, porém não
se trata da culpa individual do agente estatal, mas sim do serviço prestado pelo Estado quando ele não
funciona, devendo funcionar, funciona mal ou funciona atrasado. O Estado faz vista grossa para determinadas
situações!
Assim, ocorre a responsabilidade subjetiva do Estado quando o serviço público é prestado de maneira aquém
do que se esperava e essa deficiência causou danos, ou seja, quando o Estado se omitiu na prestação de um
serviço público.
O Estado, nesse caso, pode comprovar que não agiu de forma negligente e se eximir da responsabilidade. O
STF já teve a oportunidade de se manifestar no seguinte sentido:
“Tratando-se de ato omissivo do poder público, a responsabilidade civil por tal ato é subjetiva, pelo que exige
dolo ou culpa, esta numa de suas três vertentes, a negligência, a imperícia ou a imprudência, não sendo,
entretanto, necessário individualizá-la, dado que pode ser atribuída ao serviço público, de forma genérica, a
falta do serviço” (RE 369.820).
O STJ, analisando a responsabilidade civil do Estado por não ter removido entulho acumulado à beira de uma
estrada, para evitar que ele atingisse uma casa próxima e causasse o dano, concluiu que se tratava de
responsabilidade civil subjetiva e que não era devida a indenização, pois a autora não comprovou a culpa do
Estado (REsp 721.439).
Tudo estava caminhando normalmente nesse sentido até o primeiro semestre de 2016.
Este tema sofreu uma brusca alteração jurisprudencial a partir de um julgamento do STF em sede de
repercussão geral (os efeitos dessa decisão valem para todos os casos semelhantes).
No RE (recurso extraordinário) 841526, o STF analisou a responsabilidade civil do Estado por morte de detento
dentro do presídio.
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Nesse caso, o STF discutiu se a responsabilidade do Estado seria objetiva ou subjetiva, uma vez que o que
matou o detento não foi um ato estatal, mas uma omissão do Estado ao não zelar pela segurança do preso
dentro da cadeia (ele morreu assassinado).
Os ministros entenderam que não se tratava de aplicar a teoria da culpa JUDICIÁRIA ou da faute du service,
uma vez que a Constituição não prevê a responsabilidade subjetiva do Estado, mas a responsabilidade
objetiva (art. 37, § 6º).
Segundo o STF, nesse julgado, para se caracterizar a responsabilidade objetiva do Estado em hipóteses de
omissão do Estado, não se deveria averiguar a existência de dolo ou culpa (responsabilidade subjetiva), mas
sim averiguar se o Estado tinha o dever de agir e deixou de agir. Nesse contexto, ainda segundo o STF no RE
841526, se constatado que o Estado tinha o dever de agir e não agiu, a responsabilidade civil seria objetiva
(risco administrativo), sem averiguação de culpa.
Assim, concluiu a Suprema Corte que a responsabilidade do Estado por omissão em razão de morte de
detento é objetiva. A repercussão geral teve a seguinte conclusão: “Em caso de inobservância de seu dever
específico de proteção previsto no artigo 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal, o Estado é responsável pela
morte de detento”.
Se a questão informar que o Estado tinha o dever de agir e se omitiu, marque que a teoria aplicada é a
responsabilidade objetiva, sem medo.
Se a questão afirmar que o serviço foi prestado de forma defeituosa e indicar no enunciado que o
examinador está tratando da teoria da faute du service, marque que a responsabilidade é subjetiva.
Reparação do dano
Segundo o disposto no art. 37, § 6º, da CF, o responsável direto por ressarcir o lesado pela prática do ato
estatal danoso é o Estado.
O dispositivo constitucional, contudo, não proíbe, de forma expressa, que o indivíduo busque o ressarcimento
do agente estatal causador do dano.
Diante disso, a doutrina se inclinou no sentido de que o lesado pode optar, segundo a sua conveniência, por
entrar com a ação de reparação de danos contra o Estado ou contra o agente.
Neste último caso, deveria ser comprovado nos autos o dolo ou a culpa do servidor ou empregado da
Administração. CUIDADO!!!! Não foi esse, contudo, o entendimento adotado pelo STF.
Já no julgamento do RE 228.977, a Suprema Corte consignou que o indivíduo que sofreu o dano deve cobrar
somente do Estado quando o lesado buscar a reparação por um ato praticado por um juiz.
No julgamento do RE 327.904, o STF colocou uma pá de cal sobre a matéria ao entender que a ação com
fundamento na responsabilidade objetiva somente pode ser ajuizada contra o Estado e não contra seu agente,
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uma vez que o disposto no art. 37, § 6º, da CF configura dupla garantia: “uma em favor do particular,
possibilitando-lhe ação indenizatória contra a pessoa jurídica de direito público ou de direito privado que preste
serviço público; outra, em prol do servidor estatal, que somente responde JUDICIÁRIA e civilmente perante a
pessoa jurídica a cujo quadro funcional pertencer”.
Mas ATENÇÃO: Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça manifestou o entendimento de que o lesado
pode entrar com a ação contra o agente, contra o Estado ou contra ambos. Assim, se o examinador afirmar
que o entendimento jurisprudencial mais recente é o que autoriza ajuizar a ação contra o agente, contra o
Estado ou contra ambos, a alternativa estará correta. Por outro lado, se mencionar que o entendimento do STF
é o da dupla garantia, também está correto. Vejamos a jurisprudência da 4ª Turma do STJ sobre o tema:
“DIREITO PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. LEGITIMIDADE DE AGENTE PÚBLICO PARA
RESPONDER DIRETAMENTE POR ATOS PRATICADOS NO EXERCÍCIO DE SUA FUNÇÃO.
Na hipótese de dano causado a particular por agente público no exercício de sua função, há de se conceder ao
lesado a possibilidade de ajuizar ação diretamente contra o agente, contra o Estado ou contra ambos. De fato,
o art. 37, § 6º, da CF prevê uma garantia para o administrado de buscar a recomposição dos danos sofridos
diretamente da pessoa jurídica, que, em princípio, é mais solvente que o servidor, independentemente de
demonstração de culpa do agente público. Nesse particular, a CF simplesmente impõe ônus maior ao Estado
decorrente do risco administrativo. Contudo, não há previsão de que a demanda tenha curso forçado em face
da administração pública, quando o particular livremente dispõe do bônus contraposto; tampouco há imunidade
do agente público de não ser demandado diretamente por seus atos, o qual, se ficar comprovado dolo ou
culpa, responderá de qualquer forma, em regresso, perante a Administração. Dessa forma, a avaliação quanto
ao ajuizamento da ação contra o agente público ou contra o Estado deve ser decisão do suposto lesado. Se,
por um lado, o particular abre mão do sistema de responsabilidade objetiva do Estado, por outro também não
se sujeita ao regime de precatórios, os quais, como é de cursivo conhecimento, não são rigorosamente
adimplidos em algumas unidades da Federação. Posto isso, o servidor público possui legitimidade passiva
para responder, diretamente, pelo dano gerado por atos praticados no EXERCÍCIO DE SUA FUNÇÃO
PÚBLICA.
A reparação do dano pode ser requerida pelo particular no âmbito administrativo, oportunidade em que será
aberto um processo administrativo no qual se buscará a comprovação do fato e a extensão do dano. Se a
vítima concordar com a conclusão da Administração, a questão se encerrará.
O lesado, entretanto, pode requerer a reparação diretamente perante o Poder Judiciário contra o ente público
ou o prestador de serviço público, jamais, como visto, contra o agente estatal. Nesse ponto, discute a doutrina
se nas ações de reparação de danos causados pelo Estado é aplicável o art. 70, III, do CPC, que dispõe ser
obrigatória a denunciação à lide do agente estatal responsável pelo dano.
DIREITO ADMINISTRATIVO
PROF LUCAS NETO
DISPOSIÇÕES GERAIS
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Exercícios
Julgue os itens a seguir:
Gabarito:
1. Errado
2. Errado
3. Certo
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DIREITO ADMINISTRATIVO
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qualquer das entidades mencionadas no Art. 1° desta lei, bem como o trabalho de
servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
XIV - celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de
serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas
na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
XV - celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação
orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº
11.107, de 2005)
Exercícios
Julgue os itens a seguir:
GABARITO:
1. Certo
2. Errado
3. Errado
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DIREITO ADMINISTRATIVO
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Poderes administrativos
Quando se fala em poderes Administrativos, o que se tem em mente é um super poder dado à Administração Pública.
Mas não é bem assim! Antes você deve entender que o Princípio que rege a Administração Pública no que diz respeito
ao exercício desse poder é o Princípio da SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO EM RELAÇÃO AO INTERESSE
PRIVADO.
Mas e a materialização desse principio? Costumeiramente, na prática, como é que a Administração se sobrepõe ao
particular?
À disposição da Administração estão os Poderes Administrativos, para que a Administração possa executá-los!
Agentes da Administração Pública, por gozarem desses poderes (= prerrogativas), encontram-se numa posição
superior ao cidadão comum. Desta feita, o Estado consegue intermedias os conflitos da sociedade. Esse poder não é
uma faculdade da Administração.
A melhor doutrina para o estudo desse assunto é a doutrina de Di Pietro, que assim diz “Embora o vocábulo poder dê
a impressão de que se trata de faculdade da Administração, na realidade trata-se de poder-dever, já que reconhecido
ao poder público para que o exerça em benefício da coletividade; os poderes são pois irrenunciáveis”.
Poder hierárquico;
Poder disciplinar;
Poder regulamentar;
Poder de polícia.
Determinados autores colocam a discricionariedade e a vinculação como poderes da Administração, sendo assim,
esses “poderes” também serão analisados em nosso estudo.
Os poderes da Administração Pública, no entanto, não são uma arma brutal que provoca um ataque sem defesa contra
os administrados, eles são limitados pelos direitos individuais previstos na Constituição, como o direito a ampla defesa
e o contraditório, por exemplo, pela lei, pelos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade e por diversos outros
postulados, como o do controle dos atos administrativos.
PODER HIERÁRQUICO
Aqui o poder hierárquico decorre da hierarquia, esta pode ser definida como o vinculo de subordinação e coordenação
entre órgãos e agentes superiores e inferiores.
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I - Editar atos normativos (como decretos, resoluções, portarias e instruções) com o intuito de ordenar
genericamente os subordinados;
II - Comandar os subordinados por meio de ordens específicas, os quais devem obedecer, salvo se a
ordem for manifestamente ilegal;
III - Fiscalizar a atividade inferior;
IV - Anular os atos inferiores ilegais;
V - Revogar os atos inferiores inoportunos ou inconvenientes;
VI - Aplicar sanções aos infratores;
VII - Solucionar conflitos de atribuições;
VIII - Delegar e avocar atribuições.
CUIDADO: O PODER HIERÁRQUICO NÃO CHEGA A RETIRAR O PODER DO DELEGANTE E MUITO MENOS
RETIRAR DO DELEGADO O PODER ORIGINÁRIO DELE!
PODER DISCIPLINAR
É o chamado poder-dever que cabe à Administração de examinar infrações cometidas por servidores públicos e
demais pessoas com vínculo jurídico específico, sujeitas à disciplina administrativa.
NESTA sistemática, a Administração pública pode ainda aplicar penalidades se necessário após a devida averiguação
dos fatos. Esse poder disciplinar está intimamente ligado ao poder hierárquico. O poder hierárquico somente existe por
conta da prévia existência do Poder Disciplinar!
Um exemplo muito bacana do seu Exercício é no momento em que à administração exerce o controle interno das
pessoas a ela vinculadas, exerce o poder disciplinar em uma relação decorrente do poder hierárquico.
Saliente-se, também que nos contratos administrativos regidos pela Lei nº 8.666/93 não há hierarquia. Apesar das
cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos, a Administração e o particular contratado não se situam em uma
relação de subordinação.
Você deve ter muito cuidado!!! Tenho uma observação fatal para a prova!!! As principais bancas vêm adotando
cegamente o posicionamento doutrinário de Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino de que as sanções administrativas
a que se sujeitam os contratados decorrem do poder disciplinar, uma vez que este seria “um vínculo jurídico
específico”.
Por isso, fique atento: para concurso, o poder disciplinar fundamenta as sanções aplicadas nos contratos
administrativos.
CUIDADO: Quando o assunto é a aplicação de pena para crimes e contravenções próprias do Código Penal pelo
Poder Judiciário, não há manifestação do poder disciplinar.
Nesse caso, o poder público está exercendo poder punitivo do Estado e não o poder disciplinar. Você verá que quando
a lei confere alguma margem de liberdade ao administrador para decidir sobre qual medida será adotada na situação
que se apresenta, o ato a ser praticado será discricionário.
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Agora, uma pergunta: o poder disciplinar é discricionário? Em regra não. Normalmente, a lei, de forma expressa,
estabelece qual é a sanção ideal a ser aplicada no caso concreto. Se ocorreu o fato X, a lei diz que o superior deve
aplicar a sanção Y.
Nesse caso, ocorrido o fato X, não há pra onde correr. A sanção Y deve ser aplicada, não há discricionariedade.
Pode-se chegar a essa conclusão observando o posicionamento do STJ: “6.1. A infração do art. 117, XI, da Lei
8.112/90 – ‘atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios
previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro’ –, impõe a aplicação
da pena de demissão, nos termos do art. 132, XIII, desse mesmo estatuto. 6.2. Portanto, nesse caso, o administrador
não tem qualquer margem de discricionariedade na aplicação da pena, tratando-se de ato plenamente vinculado.
Configurada a infração do art. 117, XI, da Lei 8.112/90, deverá ser aplicada a pena de demissão, nos termos da Lei.
QUESTÕES
1) A legislação concede à administração poderes extraordinários, necessários para que o Estado alcance os seus
fins. Em relação aos poderes da administração pública, julgue os itens seguintes. Em decorrência do poder de
polícia, a administração pode condicionar ou restringir os direitos de terceiros, em prol do interesse da
coletividade.
a) A polícia administrativa realiza atividades fiscalizatórias e repressivas e suas ações incidem sobre bens,
serviços e pessoas.
b) Ao buscar uma finalidade, ainda que de interesse público, alheia à categoria do ato que utilizou, o agente
público competente incorre em excesso de poder.
c) Os atos administrativos praticados no exercício do poder de polícia não são suscetíveis de controle judicial,
uma vez que se caracterizam por coercibilidade e autoexecutoriedade.
d) A atividade da administração pública que, mediante atos normativos ou concretos, limita ou condiciona a
liberdade e a propriedade dos indivíduos, de acordo com o interesse coletivo, refere-se ao exercício do poder
regulamentar.
e) A avocação e a delegação de competência são atos administrativos praticados no exercício do poder
hierárquico da administração pública.
3) O ordenamento jurídico pode determinar que a competência de certo órgão ou de agente inferior na escala
hierárquica seja exclusiva e, portanto, não possa ser avocada.
Gabarito:
1. C
2. E
3. C
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DIREITO ADMINISTRATIVO
PROF LUCAS NETO
PODER REGULAMENTAR
É aquele oriundo da competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo para editar atos administrativos normativos,
complementares à lei para a sua fiel execução.
Bem, como o Poder Executivo possui o Poder Regulamentar, em que poder se enquadrariam as resoluções,
IN, Regimentos expedidos por autoridades administrativas?
Daí já se traz o PODER NORMATIVO, que é aquele que administração tem de editar atos gerais e abstratos.
Atos gerais: aquele que não é dirigido a um sujeito específico, mas a uma generalidade.
Atos abstratos: aquele que não foi editado para incidir sobre um único fato, mas para ser aplicado todas as vezes que
ocorrer determinada situação descrita na norma.
LEI não se confunde com REGULAMENTO. Aquela poderá inovar na ordem jurídica, criando direitos e obrigações para
as partes, já que a lei é ato normativo primário, fundado na Constituição.
Já o REGULAMENTO não pode inovar a ordem jurídica, pois sua função é de apenas detalhar o significado da lei: é
ato normativo secundário.
VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº
32, de 2001)”
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PERCEBA que pode o Presidente e os demais chefes do Poder Executivo editar decretos autônomos primários
para:
ORGANIZAÇÃO
Aumento de despesa ou
O Presidente pode editar um decreto autônomo para extinguir funções ou cargos públicos, quando vagos.
PODER DE POLÍCIA
Um dos mais importantes poderes da Administração Púbica, que decorre da prerrogativa que o Estado tem de restringir
o exercício dos direitos individuais em prol do interesse coletivo.
Nesse sentido, o conceito de poder de polícia não pode ser dado sem mencionar a ideia de restrição de atos
individuais em prol da coletividade. Celso Antônio Bandeira de Mello (2010, p. 822-823) apresenta o conceito de poder
de policia sob dois enfoques: sentido amplo e sentido estrito.
O primeiro englobaria todas as atividades do Estado limitadoras do exercício da liberdade e da propriedade, inclusive
as editadas pelo Poder Legislativo sob a forma de lei geral e abstrata. O segundo seria relacionado às restrições
realizadas pelo Poder Executivo (sejam elas gerais e abstratas ou concretas) com o propósito de coibir atos individuais
contrários aos interesses sociais. Para que fique claro na sua cabeça, citamos alguns exemplos de poder de polícia:
concessão de alvará de construção pelo Município, aplicação de multa por construção irregular, por excesso de
velocidade, por infração ambiental, etc., demolição de casa construída em obra pública, concessão de licença de
instalação etc.
ATENÇÃO: O poder de polícia se preordena a impor obrigações de não fazer, ou seja, a Administração se vale do
poder de polícia para evitar a ocorrência de danos, seja aplicando multa para quem viola a legislação seja
condicionando a execução de atividades a determinadas regras. Assim, diz-se que esse poder é um poder negativo.
Um tema IMPORTANTÍSSIMO para a sua prova quanto ao poder de polícia são os seus atributos.
Discricionariedade,
Autoexecutoriedade,
Coercibilidade
Indelegabilidade.
No que concerne ao atributo da discricionariedade, como vimos acima, é margem de liberdade que a lei confere ao
agente público na prática de determinado ato.
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Ele poderá escolher se vai aplicar o ato desse ou daquele modo. A discricionariedade será avaliada no caso concreto,
observando se há essa margem de liberdade na lei.
Mas, via de regra, o ato proferido no uso do poder de polícia é discricionário, pois, na maioria das vezes, a lei dá ampla
margem ao agente (p. ex.: ocorrido um dano ambiental, a lei prevê que o administrador deve aplicar multa, mas esta
pode variar entre R$ 100,00 e R$ 20.000,00, é o agente quem vai decidir o valor) Como vimos acima, se a lei der certa
margem de liberdade ao agente, deixando de prever todas as hipóteses possíveis de aplicação da restrição ou qual a
sanção que se deve impor, o ato decorrente do poder de polícia será discricionário. Por outro lado, se a lei não deixar
margem ao agente, o ato será vinculado.
ADMINISTRATIVA: Atuação essencialmente preventiva, vários órgãos exercem, incide sobre propriedade, liberdade
dos indivíduos, coíbe desordem social, sujeita às normas administrativas.
JUDICIÁRIA: Atuação repressiva, órgãos responsáveis pela Segurança pública executam, incide sobre a própria
pessoa, busca a responsabilidade penal, sujeita as regras processuais penais e caráter investigativo.
Vamos às questões!!!!
1) Todas as medidas de polícia administrativa são auto executórias, o que permite à administração pública
promover, por si mesma, as suas decisões, sem necessidade de recorrer previamente ao Poder Judiciário.
2) Existem casos em que mesmo existindo lei específica sobre determinada matéria, cumpre à administração
criar mecanismos para aplicá-la. Nessas hipóteses, surge o poder regulamentar, que confere à administração a
prerrogativa de editar atos gerais para alterar e complementar as leis.
3) Poder regulamentar é o poder que a administração possui de editar leis, medidas provisórias, decretos e
demais atos normativos para disciplinar a atividade dos particulares. Poder conferido com exclusividade aos
chefes do poder executivo para editar atos normativos.
Gabarito:
1) E
2) E
3) E
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DIREITO ADMINISTRATIVO
PROF LUCAS NETO
PODER VINCULADO
Para quem já estudou atos administrativos sabe que se o administrador se deparar com uma situação em que não há
margem alguma de liberdade para atuar, pois a lei determinou que o único comportamento possível e obrigatório a ser
adotado para a hipótese era aquele, o ato praticado é vinculado.
Atuação tipificada na lei. O Administrador deve seguir exclusivamente aquilo que está presente na LEI.
PODER DISCRICIONÁRIO
O poder discricionário existe porque a atividade administrativa não é exata, é dinâmica, ou seja, o legislador não pode
prever todas as situações presentes e futuras de possível ocorrência para a Administração.
Em possibilidade de o administrador se deparar com uma situação para qual a lei confira margem de decisão, deve
escolher a alternativa que mais se adéque ao interesse público.
O Poder discricionário é conferido à Administração para a prática de atos discricionários (e a sua revogação), ou seja, é
aquele em que o agente administrativo dispõe de uma razoável liberdade de atuação, podendo valorar a oportunidade
e conveniência da prática do ato, quanto ao seu motivo, e, sendo o caso, escolher dentro dos limites legais, o seu
conteúdo. (objeto)
Dentro das balizas conferidas pela Lei, o administrador público exerce o seu Poder discricionário no caso concreto.
Através de um juízo de conveniência e oportunidade (= mérito administrativo) ele decidirá qual conduta é mais
adequada ao interesse público.
Você leu bem: “dentro das balizas conferidas pela Lei”. Não há discricionariedade fora da lei. É por isso que
Alexandrino e Paulo ensinam que “na prática de um ato discricionário a administração exerce o poder discricionário e,
também, o poder vinculado.” Poucos concursos cobram “poder discricionário” e “poder vinculado” no edital. Isso ocorre
porque, como bem ensina Di Pietro, nem o poder vinculado nem o poder discricionário são autônomos. Na verdade,
esses poderes são atributos de outros poderes ou competência da Administração. A autora acredita que a
discricionariedade é uma prerrogativa.
Questões:
1. De acordo com a doutrina majoritária, o controle judicial sobre o exercício do poder discricionário deve incluir a
análise do mérito do ato administrativo.
a) O poder de polícia é prerrogativa conferida à administração, que pode condicionar e restringir o uso e o gozo
de bens, atividades e direitos individuais, em benefício do interesse público, sendo exercido pela polícia civil no
âmbito estadual e pela Polícia Federal no âmbito da União.
b) O poder hierárquico é o poder de que dispõe a administração para organizar e distribuir as funções de seus
órgãos, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal.
c) O poder discricionário somente poderá ser exercido, em respeito ao princípio do direito adquirido, no momento
em que o ato for praticado.
d) O poder disciplinar, necessário à manutenção e à organização da estrutura interna da administração, é
exercido por meio de atos normativos que regulam o funcionamento dos órgãos.
e) O poder regulamentar confere à administração a prerrogativa de editar atos gerais para complementar ou
alterar as leis.
Gabarito:
1) E
2) C
3) B
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DIREITO ADMINISTRATIVO
PROF LUCAS NETO
ATOS ADMINISTRATIVOS
Conceito
O melhor conceito para Atos Administrativos é aquele trazido pelas próprias provas de Concurso. Fazendo um
compilado de várias questões de concursos anteriores, e analisando com afinco a doutrina de Di Pietro e Hely Lopes
Meirelles, podemos conceituar com as seguintes características:
a) Imprescindível que a vontade surja de agente da Administração Pública ou de alguém dotado das prerrogativas
desta;
b) Seu conteúdo há de propiciar a produção de efeitos jurídicos com fim público;
c) Toda a categoria de atos deve ser regida basicamente pelo direito público.
d) Unilateral;
e) Difere do contrato administrativo
Fato administrativo
Em uma primeira vertente, o fato administrativo tem o sentido de atividade material no exercício da função
administrativa, que visa a efeitos de ordem prática para a Administração.
Os maiores exemplos são: a apreensão de mercadorias, a dispersão de manifestantes, a limpeza de uma rua.
Em uma segunda perspectiva, por várias vezes, o fato administrativo é o resultado de um ato administrativo, ou seja, é
a operação material do ato administrativo.
Assim sendo, depois de o Estado manifestar a sua vontade, cumpre o dever de executá-la.
Por exemplo, a demolição de um prédio (atividade material – fato administrativo) é resultante da ordem de serviço da
administração (manifestação da vontade – ato administrativo);
Silêncio administrativo
Ao analisar o estudo dos atos Administrativos, as palavras que surgem são MANIFESTAÇÃO, DECLARAÇÃO, etc.
Ocorre que não falamos como se classifica a “omissão” da Administração que possua efeitos jurídicos. Se a
Administração simplesmente não fizer nada e dessa omissão decorrer um efeito jurídico, estaríamos falando em “ato
administrativo”?
Para a melhor doutrina, o silêncio administrativo, isto é, a omissão da Administração quando lhe incumbe o dever de se
pronunciar, quando possuir algum efeito jurídico, não poderá ser considerado ato jurídico e, portanto, também não é
ato administrativo.
Por exemplo, se um cidadão requisitar o seu direito de obter certidão em repartições públicas, para a defesa de um
direito seu (CF, art. 5º, XXXIV), e a Administração não atender ao pedido dentro do prazo, não teremos um ato
administrativo, pois não houve manifestação de vontade.
Contudo, a omissão, nesse caso, pode gerar diversos efeitos, pois viola o dever funcional do agente público. Além
disso, se a omissão gerar algum dano ao cidadão, o Estado poderá ser responsabilizado patrimonialmente. Ainda
assim, como não houve manifestação, mas ocorreu um efeito jurídico, temos somente um fato jurídico administrativo.
Para sua prova é simples: Grave! Se houver previsão na lei de que o Silêncio da Administração poderá causar
efeitos jurídicos. Pronto!!! Gerará e produzirá um Ato Administrativo.
Questões:
1. A construção de uma ponte pela administração pública caracteriza um fato administrativo, pois constitui uma
atividade pública material em cumprimento de alguma decisão administrativa.
2. Todos os atos da administração pública que produzem efeitos jurídicos são considerados atos administrativos,
ainda que sejam regidos pelo direito privado.
3. Os fatos administrativos não produzem efeitos jurídicos, motivo pelo qual não são enquadrados no conceito de
ato administrativo.
Gabarito:
1) C
2) E
3) E
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DIREITO ADMINISTRATIVO
PROF LUCAS NETO
Esse é posicionamento que as bancas de concursos utilizam acerca dos requisitos dos Atos Administrativos, que não
se confundem com os atributos:
Mnemônico: COFIFOMOB
Competência
É o poder atribuído ao agente para que este desempenhe especificamente suas funções. As competências resultam de
lei e por ela são delimitadas.
As competências são, dessa forma, o poder legal conferido aos agentes públicos para o desempenho de suas
atribuições.
Alguns autores fazem uso do termo “sujeito”, referindo-se ao agente a quem a lei atribui a competência legal. Além de
ser um poder, a competência é um dever, isso porque o agente competente é obrigado a atuar nas condições que a lei
o determinou.
Aquele que ttitulariza uma competência terá, consequentemente, o poder-dever de desempenhá-la. A competência não
poderá ser renunciada, analisando a indisponibilidade do interesse público. Portanto, a competência é sempre um
elemento vinculado do ato administrativo.
e) Imprescritíveis, ainda que, mesmo que a pessoa fique por um longo tempo sem utilizar a sua competência,
nem por isso ela deixará de existir.
Dentro dessa análise, o art. 11 da Lei do Processo Administrativo estabelece que a competência é irrenunciável e se
exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação
legalmente admitidos.
OBSERVAÇÃO FATAL AQUI!!! Nesse momento é muito importante a análise detida do Art. 12 e 13, da Lei
9.784/99:
Mnemônico: EDEMA
No que diz respeito à avocação, cujo conteúdo não foi tão detalhado pela Lei como foi a delegação, é aquela que
resulta no ato de “chamar para si funções originalmente atribuídas a um subordinado”. Sendo assim, a avocação é o
contrário da delegação, porém com algumas particularidades. Enquanto a delegação pode ser feito com ou sem
hierarquia, a avocação só é possível se existir hierarquia entre os órgãos ou agentes envolvidos.
Finalidade
Desvio de finalidade
É vício na Finalidade do Ato Administrativo. De acordo com a lei, ele “se verifica quando o agente pratica o ato visando
a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência”.
Forma
Vícios de forma
Uma vez que a forma dos atos administrativos é definida em lei, a sua inobservância representa a invalidação do ato
por vício de legalidade (especificamente, vício de forma). No entanto, Carvalho Filho dispõe que a mencionada regra
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deve ser analisada sobre o aspecto da razoabilidade por parte do intérprete. Em algumas situações, o vício de forma
representará mera irregularidade sanável.
Motivo
De acordo com a melhor doutrina, e com o que está presente na análise das principais bancas organizadoras de
concurso, é o pressuposto de fato e direito, que faz com que o ato administrativo seja produzido.
O motivo, também chamado de causa, é a situação de direito ou de fato que determina ou autoriza a realização do ato
administrativo. O pressuposto de direito do ato é o conjunto de requisitos previsto na norma jurídica (o que a lei
determina que deva ocorrer para o ato ser realizado). O pressuposto de fato é a concretização do pressuposto de
direito. Assim, o pressuposto de direito é encontrado na norma, enquanto o pressuposto de fato é a ocorrência no
“mundo real”.
Motivo e motivação são situações distintas. Aquele corresponde aos pressupostos de fato e de direito do ato
administrativo, enquanto esta se refere à exposição ou declaração por escrito do motivo da realização do ato.
Vamos imaginar que a lei diz que o motivo para a aplicação da multa é o estacionamento em local proibido. Se o
agente de trânsito fundamentar o ato, escrevendo em seu boletim o motivo da aplicação da multa, estará motivando o
ato. Temos aí a motivação do ato administrativo.
Objeto
O objeto é o conteúdo do ato administrativo. Como ele ficará reconhecido no universo administrativo. É o que
efetivamente cria, extingue, modifica ou declara, isto é, o efeito jurídico que o ato produz.
Questões
1. Consoante a doutrina, são requisitos ou elementos do ato administrativo a competência, o objeto, a forma, o
motivo e a finalidade.
2. O motivo do ato administrativo não se confunde com a motivação estabelecida pela autoridade administrativa.
A motivação é a exposição dos motivos e integra a formalização do ato. O motivo é a situação subjetiva e
psicológica que corresponde à vontade do agente público.
3. Define-se o requisito denominado motivação como o poder legal conferido ao agente público para o
desempenho específico das atribuições de seu cargo.
Gabarito:
1) C
2) E
3) E
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DIREITO ADMINISTRATIVO
PROF LUCAS NETO
Os atributos podem ser analisados como características dos atos administrativos. Eles constituem as
qualidades que consequentemente os tornarão diferentes dos atos privados.
São, assim sendo, aqueles que possibilitam afirmar que o ato se submete o ao regime jurídico de direito
público.
Presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela Administração, até que haja prova em contrário. Imagine:
quando um agente de trânsito impetra uma multa por ter visto um motorista dirigindo falando ao celular,
presume-se que de fato isso ocorreu, cabendo ao motorista provar contrário.
Autoexecutoriedade
A autoexecutoriedade é estudada na possibilidade que alguns atos resultam de imediata e direta execução
pela Administração, sem necessidade de ordem judicial. Permitindo, ainda, o uso da força (executoriedade)
para colocar em prática as decisões administrativas.
Não se está dizendo que a autoexecutoriedade afasta a apreciação judicial, algo que seria inadmissível
segundo a Constituição Federal (art. 5º, XXXV). Apensar, saliente-se, que para todo exercício de repressão
à liberdade ilimitada do particular, necessite-se chamar o resguardo do Judiciário. Isso não seria viável!
Assim sendo, a autoexecutoriedade refere-se à possibilidade de a Administração fazer acontecer suas
decisões sem ordem judicial, mas não retira o direito do administrado de buscar o socorre no Poder
Judiciário se achar que seus direitos estão sendo prejudicados indevidamente.
A autoexecutoriedade não está presente em todos os atos administrativos. Ela existe em duas
situações:
Quando estiver expressamente prevista em lei;
Quando se tratar de medida urgente.
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Na primeira situação, podemos exemplificar com as diversas medidas autoexecutórias previstas para os
contratos administrativos, como a possibilidade de retenção da caução, a utilização das máquinas e
equipamentos para dar continuidade aos serviços públicos, a encampação, etc.
A Administração impele o administrado por meios indiretos de coação. Por exemplo, se a Administração
determinar que o particular construa uma calçada, mas ele se recusar a fazê-la, o Poder Público poderá
aplicar-lhe uma multa, em precisar socorrer ao Poder Judiciário para isso. A multa é um meio indireto de
coação, mas não obriga materialmente o particular a construir a calçada.
Na executoriedade, por outro lado, a Administração, por seus próprios meios, compele o administrado.
Verifica-se a executoriedade, por exemplo, na dissolução de uma passeata, na apreensão de medicamentos
vencidos, na interdição de uma fábrica, na internação compulsória de uma pessoa com moléstia
infectocontagiosa em período de epidemia, etc. Nesses casos, a Administração poderá utilizar até mesmo
a força para obrigar o particular a cumprir a sua determinação.
Imperatividade
A imperatividade poderá ser chamada nas provas, de poder extroverso do Estado, sendo que deve ser
interpretado como que o Poder Público pode editar atos que vão além da esfera jurídica do sujeito
emitente, adentrando na esfera jurídica de terceiros, constituindo unilateralmente obrigações. Lógico
que a imperatividade não está presente em todos os atos administrativos, mas tão somente naqueles que
imponham obrigações aos administrados. Portanto, não possuem esse atributo os atos que concedem
direitos (concessão de licença, autorização, permissão, admissão) ou os atos enunciativos (certidão,
atestado, parecer).
Tipicidade
Importante atributo descrito na obra de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, que assim expõe: “a tipicidade é o
atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras previamente definidas em lei
como aptas a produzir determinados resultados” Este atributo está relacionado com o princípio da
legalidade, determinando que a Administração só pode agir quando houver lei determinando ou autorizando.
Logo, para cada finalidade que a Administração pretenda alcançar, deve existir um ato definido em lei.
EXERCÍCIOS
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1) Há presunção de legitimidade e veracidade nos atos praticados pela administração durante processo
de licitação.
GABARITO
1. C
2. E
3. E
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DIREITO ADMINISTRATIVO
PROF LUCAS NETO
Os atos internos são aqueles que são analisados sob o teor de produzir
efeitos no interior da Administração Pública, alcançando seus órgãos e
agentes.
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Saliente-se que estes atos não geram direitos adquiridos e podem, por
conseguinte, ser revogados a qualquer tempo.
De acordo com parte da doutrina, esses atos vêm sendo utilizados de forma
errônea para atingir destinatários externos. Nessas ocasiões, a divulgação
externa será obrigatória. São exemplos de atos internos uma portaria que
determina a formação de um grupo de trabalho, a expedição de uma ordem
de serviço interna, etc.
Os atos discricionários, por outro lado, ocorrem quando a lei deixa uma
margem de liberdade para o agente público. Enquanto nos atos vinculados
todos os requisitos do ato estão rigidamente previstos (competência,
finalidade, forma, motivo e objeto), nos atos discricionários há margem para
que o agente faça a valoração do motivo e a escolha do objeto, conforme o
seu juízo de conveniência e oportunidade.
No que diz respeito à eficácia, o ato administrativo pode ser válido, nulo,
anuláveis e inexistente.
O ato anulável, por sua vez, é aquele que apresenta algum vício sanável, ou
seja, que é passível de convalidação pela própria Administração, desde que
não seja lesivo ao patrimônio público nem cause prejuízos a terceiros. Por
fim, o ato inexistente é aquele que possui apenas aparência de
manifestação de vontade da Administração, mas não chega a se aperfeiçoar
como ato administrativo.
REGRA DE MEMÓRIA
N ORMATIVOS
O RDINATÓRIOS
N EGOCIAIS
E NUNCIATIVOS
P UNITIVOS
São exemplos:
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Exercícios
GABARITO:
1-CORRETO
2-CORRETO
3-CORRETO
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DIREITO ADMINISTRATIVO
PROF LUCAS NETO
- anulação,
- a revogação e
- a cassação.
Anulação
Como a ilegalidade atinge desde a origem do ato, a sua invalidação possui efeitos
retroativos (ex tunc).
Mas a anulação também pode ser realizada pelo Poder Judiciário por intermédio da
devida ação com esse fim. Via de regra, a anulação é obrigação da Administração, ou
seja, constatada a ilegalidade, o agente público deve promover a anulação do ato
administrativo.
Imagine determinado agente que frauda o Diário oficial do Município e cria vagas de
vereador para se beneficiar. E, ainda que sem querer, mas para não causar
desconfiança, acaba ajudando outros.
Os que causaram de fé e fato a situação ilegal sempre serão prejudicados. Mas será
que poderemos prejudicar os terceiros de boa-fé? Claro que não!
Cuidado!!! OBSERVAÇÃO FATAL!!! Não se trata de direito adquirido, uma vez que
não se adquire direito de um ato ilegal. Porém, os efeitos já produzidos, mas que
afetaram terceiros de boa-fé, não devem ser invalidados.
Convalidação
Assim, a convalidação tem por objetivo manter os efeitos já produzidos pelo ato e
permitir que ele permaneça no mundo jurídico.
Os atos nulos são insanáveis, assim sendo, não podem ser objeto de convalidação; já
os atos anuláveis são aqueles que podem ser convalidados.
Revogação
Por isso, o Poder Judiciário não pode revogar um ato praticado pela Administração.
Também em virtude da legalidade do ato, a revogação possui efeitos ex nunc (a
partir de agora).
Isso quer dizer que seus efeitos não retroagem. Tudo que foi realizado até a data da
revogação permanece válido. Nem todo ato administrativo é passível de revogação,
existindo diversas limitações, conforme ensina a doutrina.
Destaco aqui o que aduz Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Segundo a
grande doutrinadora, não são passíveis de revogação:
b) atos que exauriram os seus efeitos: como a revogação não retroage, mas
apenas impede que o ato continue a produzir efeitos, se o ato já se exauriu, não há
mais que falar em revogação.
Exemplo: Imagine que a Administração concedeu uma licença ao agente público para
tratar de interesses particulares, após o término do prazo da licença, não se poderá
mais revogá-la, pois seus efeitos já exauriram;
e) atos que integram um procedimento: a cada novo ato ocorre a preclusão com
relação ao ato anterior. Ou seja, ultrapassada uma fase do procedimento, não se pode
mais revogar a anterior;
f) atos que geram direito adquirido: isso consta expressamente na Súmula 473 do
STF.
Cassação
Caducidade
Trata-se de prazo decadencial, ou seja, que não admite interrupções nem suspensões.
A interrupção se refere à inutilização do tempo já transcorrido, ou seja, quando se
interrompe um prazo, dever-se- á reiniciar a sua contagem.
Exercícios
2- A revogação de um ato administrativo ocorre nos casos em que esse ato seja
ilegal.
Gabarito:
1-CORRETO
2-ERRADO
3-CORRETO
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DIREITO ADMINISTRATIVO
PROF LUCAS NETO
Significa dizer que o controle vai bem mais acima do que diz a legalidade e
legitimidade, alcançando, inclusive, aspectos de eficiência, eficácia e
efetividade. No entanto, existem diversas formas de controle, cada uma com
finalidades e características específicas. Dessa forma, vamos apresentar um
quadro que resume as diversas formas de classificação do controle da
Administração Pública e, em seguida, vamos aprofundar o assunto.
Controle prévio
Essa é uma hipótese de controle que pode ser exercida tanto pela própria
Administração, quanto pelos Poderes Legislativo e Judiciário.
Gabarito: errado.
Gabarito: correto.
Gabarito: correto.
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DIREITO
ADMINISTRATIVO
PROF LUCAS NETO
Recurso administrativo
Exemplo: Art. 74, §2º, da CF, estabelece que “qualquer cidadão, partido
político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da
União”.
Prescrição
Exercícios
GABARITO:
1) ERRADO
2) CERTO
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DIREITO ADMINISTRATIVO
PROF LUCAS NETO
Licitações Públicas
Conceito
Legislação
A partir de agora, nossa análise tomará por base a Lei 8.666/1993 (Lei de
Licitações e Contratos, LLC, Lei de Licitações, Estatuto geral das licitações ou
somente Estatuto). Assim, quando não houver menção sobre qual lei estamos
falando ou sobre qual lei se refere os dispositivos mencionados, estaremos
tratando da Lei 8.666/1993.
Destinatários
Finalidade
Organizando:
Princípios
Facilitando o estudo de vocês, peço que façam uso desta super Regra
de memória: L-I-M-P-I VIN – PR –A – JULGAMENTO
L egalidade
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I mpessoalidade
M oralidade
P ublicidade
I gualdade entre as propostas
De acordo com o que aduz o §3º da Lei 8.666/1993 a licitação “não será
sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento,
salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura”.
Por meio desta exceção dá-se origem a outro princípio da licitação, qual seja o
sigilo na apresentação das propostas.
Exercícios:
Gabarito:
1- CERTO
2- ERRADO
3- CERTO
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DIREITO ADMINISTRATIVO
PROF LUCAS NETO
Objeto
Sendo assim, percebe-se que, o objeto da licitação confunde-se com o próprio objeto
do contrato.
Fiquem atentos para algumas definições apresentadas pela própria Lei 8.666/1993
(art. 6º):
Para concluir, a locação ocorre quando um proprietário cede determinado bem para
utilização de terceiros.
Modalidades da Licitação
A análise desse dispositivo, merece ser compreendido como uma vedação para que
se criem novas modalidades de licitação por atos administrativos, decretos ou lei
federal, estadual ou municipal. Porém, a criação de novas modalidades por meio de
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lei nacional é permitida, a exemplo da Lei 10.520/2002, que é uma lei nacional,
aplicável a todos os entes federados.
Concorrência
Esta é, sem dúvida, a mais complexa das modalidades comuns, sendo aplicada em
licitações de maior vulto, precedida sempre de ampla publicidade.
Aproveito o ensejo para apresentar os prazos exigidos pela Lei entre a publicação do
edital e recebimento das propostas ou da realização do evento (artigo 21, §2º e
incisos):
Prazo: 45 dias
Situação:
a) concurso ou
b) concorrência, para o regime de empreitada integral ou quando a licitação for
do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";
Prazo: 30 dias
Ocorrência:
c) concorrência, nos casos não especificados acima; ou
d) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica
e preço";
Prazo: 15 dias
Ocorrência:
g) convite.
De acordo com o §4º, art. 21, qualquer modificação no edital exige divulgação pela
mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente
estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a
formulação das propostas.
Para que seja aplicada a modalidade concorrência não se deve analisar apenas o
preço. A LLC estabelece outros casos que exigem a utilização dessa modalidade,
independentemente do valor do objeto.
Tomada de preços
Convite
A MODALIDADE convite é a menos complexa, a mais simples das três comuns. Assim,
a comissão de licitação, excepcionalmente, nas pequenas unidades
administrativas e em face da exiguidade de pessoal disponível, poderá ser
substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente (art.
51, §1º).
Por outro lado, quando existirem mais do que três possíveis interessados, a
cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o
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Concurso
Aqui, não interessa mais o valor, o que nos interessa é a natureza do objeto.
Para concluir, é importante não fazer confusão ente o concurso, como modalidade de
licitação realizada com o objetivo de contratar trabalhos; com o concurso público,
utilizado, nos termos do inciso II do art. 37 da CF/88, para selecionar pessoas para
ocupar cargos/empregos públicos.
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Leilão
De acordo com o §5º do art. 22, o leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados para a venda, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor
da avaliação, dos seguintes bens:
CUIDADO!!! Não é em todos os casos, porém, que se pode utilizar o leilão para a
alienação de bens móveis. O Estatuto de Licitações define como limite o valor de R$
1,43 milhões, acima desse valor deve-se utilizar a concorrência.
Com efeito, o artigo 53 estabelece que o leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial
ou a servidor designado pela Administração. Além disso, todo bem a ser leiloado
será previamente avaliado pela Administração para fixação do preço mínimo
de arrematação.
Exercícios:
Gabarito:
1- Errado
2- Errado
3- Certo
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DIREITO ADMINISTRATIVO
PROF LUCAS NETO
Obrigatoriedade
Já a Lei de Licitações, objeto de nosso estudo, em seu artigo 2º, diz que as obras,
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões,
permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com
terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as
hipóteses previstas nesta Lei.
Inexigibilidade de licitação
De acordo com que aduz o Tribunal de Contas da União (Súmula 252/2010), devem
estar presentes, simultaneamente, três requisitos para que ocorra a inexigibilidade
prevista no inciso II do artigo 25 da Lei 8.666/1993:
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais
especializados os trabalhos relativos a:
Contratação de artistas
Dispensa de licitação
Não quer dizer que todas as situações de alienação são de licitação dispensada, mas
que todos os casos de licitação dispensada são de alienação de bens.
1. autorização legislativa;
2. existência de interesse público devidamente justificado;
3. avaliação prévia;
4. licitação na modalidade de concorrência, admitindo-se o leilão nos casos
previstos no artigo 19 da Lei (bens oriundos de dação em pagamento ou
procedimentos judiciais);
a) dação em pagamento;
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art.
24 (compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas
da administração);
d) investidura;
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Dispensável
quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou
normalizar o abastecimento – por exemplo: a União adquire determinado bem e o
coloca no mercado para baixar os preços e normalizar o abastecimento do produto
(inciso VI); quando as propostas apresentadas consignarem preços
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem
incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes (inciso VII) – a
Administração deve dar oito dias úteis para apresentação de novas propostas; quando
houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos
estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa
Nacional (inciso IX); na contratação de remanescente de obra, serviço ou
fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a
ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições
oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente
corrigido (inciso XI); para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo
internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as
condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público (inciso
XIV); nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios,
embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento
quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou
localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional
ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a
normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao
limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 – R$ 80.000,00 – (inciso XVIII),
Com a atualização promovida pelo Decreto 9.412/2018, o valor mencionado
passa a ser de R$ 176 mil; na contratação da coleta, processamento e
comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em
áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou
cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda
reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso
de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública
(inciso XXVII); e para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no
País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa
nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade
máxima do órgão (inciso XXVIII);
em razão da pessoa
EXERCÍCIOS
GABARITO:
1- A
2- D
3- B
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DIREITO ADMINISTRATIVO
PROF LUCAS NETO
Procedimento
fase externa:
Observação FATAL: Aqui deve abrir uma audiência pública (somente para licitações
de grande vulto), depois segue para a publicação do resumo do edital ou convite,
recebimento da documentação, habilitação, julgamento das propostas, homologação
e adjudicação.
Audiência pública
Audiência pública:
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Edital
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da
repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o
tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora
para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da
abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, [...]: (grifos nossos)
Nesse documento deve ser indicado onde se pode encontrar o projeto básico e se
há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o local
onde possa ser examinado e adquirido.
O §2º do artigo 40 determina que constituem anexos do edital, dele fazendo parte
integrante, os seguintes documentos:
Não esqueça de que ainda existe a carta convite, que é o instrumento convocatório
utilizado na modalidade de licitação chamada de convite.
Habilitação
Nesta fase irá se verificar se o interessado em firmar o contrato com o Poder Público
possui os requisitos necessários para a adequada execução de seu objeto. Nesta fase,
ocorre a abertura dos envelopes com a “documentação” de habilitação da empresa,
juntamente com a apreciação desses documentos.
Comissão de licitação
O inciso XVI do artigo 6ª, define Comissão - Comissão, permanente ou especial, criada
pela Administração com a função de receber, examinar e julgar todos os
documentos e procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes.
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Além disso, o §3o dispõe que os membros das comissões de licitação responderão
solidariamente por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição
individual divergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata
lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão.
Por fim, o §5º do artigo 51 salienta que, no caso de concurso, o julgamento será feito
por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e
reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou
não.
EXERCÍCIOS
Gabarito:
1- CERTO
2- ERRADO
3- CERTO
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DIREITO
ADMINISTRATIVO
PROF LUCAS NETO
Tipos de licitação
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação
ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de
licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de
acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar
sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle. (grifos nossos)
melhor técnica;
técnica e preço;
2) logo após são abertos os envelopes das propostas de preço, no meio daqueles que
obtiveram a valoração mínima (não desclassificados) na etapa anterior;
4) caso a negociação com o primeiro colocado não obtenha sucesso, segue-se para a
negociação com o segundo colocado, seguindo dessa forma até que se obtenha
sucesso na negociação.
Assim você percebe que a proposta de preço tem um relevo maior que a proposta
técnica.
Homologação e adjudicação
A adjudicação, por sua vez, é o ato pelo qual a Administração, pela mesma autoridade
competente para homologar, atribui ao vencedor o objeto da licitação para
subsequente celebração do contrato. É um ato declaratório vinculado pelo qual a
Administração determina quem foi o vencedor da licitação.
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Exercícios
GABARITO
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1- CERTO
2- ERRADO
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DIREITO
ADMINISTRATIVO
PROF LUCAS NETO
Revogação e anulação
Sanções
As sanções administrativas estão disciplinadas nos artigos 86, 87 e 88 da Lei de
Licitações. Existem cinco tipos de sanções que podem ser impostas aos
contratados:
a) advertência;
b) multa de mora, por atraso na execução;
c) multa de ofício, por inexecução total ou parcial, podendo ser aplicada
cumulativamente com a advertência ou com as outras penalidades
demonstradas abaixo;
d) suspensão temporária da possibilidade de participar em licitação e
impedimento de contratar com a Administração por até dois anos;
e) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração
Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que
seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a
penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a
Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção
aplicada com base no inciso anterior.
A última penalidade é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do
Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do
interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de
vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação.
Exercícios
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GABARITO:
1) CERTO
2) ERRADO
3) CERTO
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A Lei 8.666 é uma das mais importantes normas para candidatos a Concurso Público no Brasil. Ela está presente
em concursos diversos – do Concurso MPU ao Concurso DETRAN-SP e muitos outros Brasil afora.
Por isso resolvi fazer um resumo com comentários e das principais referências doutrinárias na área de Direito
Administrativo, a disciplina onde a Lei 8.666 se insere.
A ideia é que você possa iniciar nos estudos da Lei ou fazer uma revisão sempre que quiser – próximo da sua
prova, por exemplo.
Peço que deixe um comentário ao final dizendo o que achou do texto. Essa é sua contribuição para que o site
continue crescendo.
Vamos nessa!
A Lei nº 8.666/1993 regulamenta o artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal Brasileira (CF), e institui
normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. É conhecida como a Lei
de licitações e contratos.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:
(…) XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concor-
rentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta,
nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis
à garantia do cumprimento das obrigações.
Nos termos do artigo 1º da Lei de licitações e contratos, esta “estabelece normas gerais sobre licitações e
contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e loca-
ções no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”.
Conforme doutrinador Rodrigo Bordalo (2014), a Administração direta é constituída pelas entidades federativas
(ou entidades políticas), que são a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios. Todas elas
são pessoas jurídicas de direito público.
Ademais, para Marco Miguel (2011), a Administração Pública indireta compreende pessoas jurídicas (de direito
público ou privado). Denominadas entidades, estão vinculadas à Administração Pública direta e são criadas
para a execução das atividades administrativas.
Mencionadas entidades, estão arroladas no artigo 4º, inciso II, do Decreto nº 200/67 e são: autarquias, em-
presas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.
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Essas pessoas jurídicas são autônomas, dotadas de capacidade administrativa e independência gerencial,
sendo, no entanto, fiscalizadas pela Administração direta.
O artigo 37, inciso XXI, da CF, determina que, às obras, serviços, compras e alienações contratados pela
Administração Pública Direta e Indireta deverão ser obedecidos, também, os princípios de legalidade, impes-
soalidade, moralidade, publicidade e eficiência, que já foram amplamente explicados.
Em atenção ao parágrafo único, do artigo 1º, da Lei nº 8.666/93, “subordinam-se ao regime desta Lei, além
dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas
públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios”.
Portanto, todos os órgãos mencionados na Lei de Licitações deverão se atentar a todas as suas regras ao
firmar contratos de às obras, serviços, compras e alienações contratados.
Nos termos do artigo 22, inciso XXVII, da CF, é de competência da União legislar sobre as normas gerais de
licitação e contratação, em qualquer que seja a modalidade:
compete privativamente à União legislar sobre “normas gerais de licitação e contratação, em todas as moda-
lidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal
e Municípios, obedecido o disposto no artigo 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia
mista, nos termos do art. 173, § 1º, III.
O artigo 37, inciso XXI, da CF, foi mencionado acima, e trata da obrigatoriedade da Administração Pública
Direta e Indireta em observar as regras da licitação.
Por seu turno, o artigo 173, § 1º, III, trata das empresas públicas e sociedades de economia mista especifica-
mente.
Esse dispositivo dispõe que “ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a
relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei”.
Ainda, continua ao afirmar que “A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de
bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre (…) licitação e contratação de obras, serviços, compras e
alienações, observados os princípios da administração pública”.
Ou seja, no caso das empresas públicas e sociedades de economia mista, é possível que, na lei que em se
estabelecerá o seu estatuto jurídico, podem haver artigos que tratem de forma específica regras para licitação
e contratação de obras, serviços, compras e alienações, que é o escopo da Lei nº 8.666/93.
Apesar de se tratar de competência privativa da União legislar sobre licitações e contratações, cabem aos
Estados e Municípios estabelecerem regras suplementares.
Conceito de Licitação
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Para Rodrigo Bordalo (2014), licitação representa “o procedimento pelo qual a Administração, para a realização
de seus negócios, seleciona a proposta mais vantajosa, dentre aqueles que desejem firmar acordo com o
Poder Público”.
O doutrinador Marçal Justen Filho (2014) nos ensina que licitação é “um procedimento disciplinado por lei e
por um ato administrativo prévio, que determina critérios objetivos visando a seleção da proposta de contra-
tação mais vantajosa e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, com observância do princípio
da isonomia, conduzido por um órgão dotado de competência específica”.
A licitação é um procedimento administrativo que ocorre anteriormente às contratações realizadas pelo Poder
Público. Isso porque, não é adequado que o Estado realize contratos da mesma maneira que um particular
realiza, ou seja, com quem bem entender.
“A administração pública possui a tarefa árdua e complexa de manter o equilíbrio social e gerir a máquina
pública. Por essa razão, não poderia a lei deixar a critério do administrador a escolha das pessoas a serem
contratadas, porque essa liberdade daria margem a escolhas impróprias e escusas, desvirtuadas do interesse
coletivo”.
Portanto, a Lei nº 8.666/1993 vem para instituir as normas para que essas contratações sejam realizadas,
garantindo, nos termos do artigo 37, inciso XXI, da CF:
Em primeiro lugar: o procedimento licitatório confere uma igualdade de oportunidades a quem deseja contratar
com a Administração. É uma decorrência do princípio da isonomia. Importa notar que esse princípio não veda
o estabelecimento de qualquer discriminação. Somente as exigências sem qualquer razoabilidade, as condições
impertinentes representam verdadeira violação.
Em segundo lugar: também representa objetivo da licitação a escolha da melhor proposta existente ao inte-
resse público. Representa esse escopo um desdobramento do princípio da moralidade administrativa, pela qual
o administrador deve agir com honestidade e boa-fé.
Em terceiro lugar: confere-se destaque à promoção do desenvolvimento nacional sustentável, nos termos da
atual redação do artigo 3º da Lei n 8.666/93 (com redação dada pela Lei n 12.349/2010). Trata-se de desígnio
que detém conformidade com um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: garantir o
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E, justamente por ter regras bastante específicas para que seja realizado o procedimento da licitação, nem
sempre a proposta mais vantajosa é a de menor preço, pois deve ser garantido o interesse público, devendo
ser respeitado o princípio da isonomia.
A Lei nº 8.666/93 deixa isso bem claro, com a leitura do §1º, incisos I e II, do seu artigo 3º, senão vejamos:
I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam,
restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabele-
çam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer
outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos
§§ 5º a 12 deste artigo e no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991;
Para atingir os objetivos, finalidades e pressupostos da licitação pública, a Lei nº 8.666/93, as licitações públi-
cas devem verificar, além dos princípios gerais da Administração Pública previstos no caput do artigo 37 da CF
(legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência), os princípios próprios da licitação.
Muitos desses princípios próprios da licitação pública são decorrentes dos princípios gerais.
Nas palavras do doutrinador Rodrigo Bordalo (2014), tais são os princípios atinentes à licitação pública:
Sempre é lembrada a célebre frase de Hely Lopes Meirelles, para quem “o edital é a lei interna da licitação”.
Ademais, tais elementos devem ser objetivos e concretos, para reduzir ao máximo o subjetivismo no momento
do julgamento. Costuma-se assinalar que critério objetivo é aquele que pode ser constatado por qualquer
pessoa mediante simples comparação.
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Princípio pelo qual o objeto da licitação deve ser atribuído ao vencedor do certame. Em caso de contratação,
a Administração é obrigada a celebrar a avença com o licitante que se sagrou vitorioso (adjudicatário).
Observe-se que inexiste qualquer obrigação de celebrar o contrato. Caso a Administração decida fazê-lo, o
princípio referido impõe que a avença seja firmada com o adjudicatário.
Dispõe, portanto, o artigo 50 da Lei nº 8.666/93: “A Administração não poderá celebrar o contrato com prete-
rição da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena
de nulidade”.
Complementando o quadro de princípios acima, segue a listagem do autor Marco Miguel (2011) sobre o tema:
Uma das finalidades da licitação é garantir a igualdade entre os licitantes. Significa que todos os interessados
em contratar com a Administração devem competir em igualdade de condições, sem que seja oferecida van-
tagem para um e não para outro – decorre do princípio da impessoalidade.
É possível, porém, estabelecer requisitos mínimos para assegurar a adequada execução do objeto do contrato
e ter uma obra, produto ou serviço com perfeição e regularidade. O artigo 3º da Lei nº 8.666/93 evita prote-
cionismo.
A licitação deve tramitar com transparência, para garantir o respeito dos demais princípios.
É o que determina o § 3º, do artigo 3º, da Lei das Licitações: “a licitação não será sigilosa, sendo públicos e
acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva
abertura”.
Princípio da Probidade
A probidade (moralidade) deve nortear toda a Administração Pública, principalmente no procedimento licita-
tório. Em todas as fases do procedimento, os agentes devem atuar com ética.
No entanto, a moralidade não deve ficar restrita somente ao agente público; deve nortear, também, o com-
portamento dos licitantes.
O princípio do julgamento objetivo da proposta, que indica claramente os critérios para o julgamento, está
determinado no artigo 45 da Lei nº 8.666/93, conforme abaixo:
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo
convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato
convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição
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Encontramos, o princípio da vinculação ao instrumento convocatório no caput do artigo 41 da Lei das Licitações
que dispõe: “A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estrita-
mente vinculada”.
Nesse sentido, importante lembrar que, como a licitação é um procedimento público, se houver desvio das
regras legais e das previstas no edital, qualquer cidadão poderá impugná-lo, conforme os §§ 1º e 2º, do
transcrito artigo 41, que seguem abaixo:
§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta
Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes
de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem
prejuízo da faculdade prevista no § 1º do art. 113.
§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o licitante que
não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a
abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão,
as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de
recurso.
Por fim, lembramos apenas que o princípio da publicidade não poderá ser interpretada de forma absoluta.
Por exemplo, a Lei das Licitações prevê que o conteúdo das propostas seja apresentado sem publicidade. Isso
para garantir a competição.
Essa é a disposição do artigo 3º, § 3º da Lei nº 8.666/93: “A licitação não será sigilosa, sendo públicos e
acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva
abertura”.
Nas palavras de Hely Lopes Meirelles (2003): “Não há que se confundir, entretanto, a abertura da documen-
tação e das propostas com o seu julgamento. Aquela será sempre ato público; este poderá ser realizado em
recinto fechado e sem a presença dos interessados, para que os julgadores tenham a necessária tranquilidade
na apreciação dos elementos em exame e possam discutir livremente as questões a decidir”.
Já explicitamos acima que, a regra é a obrigatoriedade da licitação prévia quando se trata dos negócios admi-
nistrativos.
Ocorre que, a Lei nº 8.666/93 prevê exceções que são chamadas de: licitação dispensada, licitação dispensável
e licitação inexigível.
Licitação Dispensada
No caso de licitação dispensada, a própria lei determina que não deve ser realizada licitação. As hipóteses
estão previstas no artigo 17 da Lei nº 8.666/93, e envolvem a alienação (transferência) de bens públicos.
O caput do artigo 17 da Lei de Licitações dispõe o seguinte: “A alienação de bens da Administração Pública,
subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá
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às seguintes normas”.
Autorização legislativa para órgãos da Administração direta e entidades autárquicas e fundacionais (empresa
pública e sociedade de economia mista não precisam de autorização).
Contudo, a licitação é dispensada, ou seja, não precisa ser realizada, quando envolve, por exemplo, dação em
pagamento, doação para outro órgão ou entidade pública, permuta, investidura, entre outras hipóteses elen-
cadas nas alíneas do inciso I, do artigo 17, da Lei nº 8.666/93.
Avaliação prévia.
Licitação.
No entanto, a licitação é dispensada quando envolve, por exemplo, doação (permitida exclusivamente para
fins e uso de interesse social), permuta (permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração
Pública), venda de ações, venda de títulos, entre outras hipóteses elencadas nas alíneas do inciso II, do artigo
17, da Lei nº 8.666/93.
Licitação Dispensável
Tendo em vista que a não realização de licitação constitui uma exceção, as hipóteses da licitação dispensável
correspondem a situações que fogem à regra geral (que é a realização da licitação).
Para Rodrigo Bordalo (2014), na hipótese de licitação dispensável admite-se a concorrência entre vários inte-
ressados, de tal sorte que a licitação se torna faticamente possível. Apesar disso, por uma questão de permis-
sivo legal expresso, a Administração pode contratar diretamente.
Trata do exercício de uma competência discricionária, de tal maneira que o Poder Público pode optar entre
realizar a licitação ou dispensá-la, celebrando a avença diretamente.
As hipóteses de licitação dispensável compreendem um rol taxativo (numerus clausus), e encontram-se elen-
cadas no artigo 24 da Lei nº 8.666/93. Seguem alguns exemplos:
Para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto para a modalidade
convite (art. 23, I, a, que corresponde a R$ 150.000,00), desde que não se refiram a parcelas de uma mesma
obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas
conjunta e concomitantemente. O valor é de R$ 15.000,00;
Para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto para a modalidade convite
(art. 23, II, a, que corresponde a R$ 80.000,00) e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que
não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada
de uma só vez. O valor é de R$ 8.000,00;
Nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
Nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situa-
ção que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e
outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emer-
gencial ou calamitosa;
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Quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem
prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
Quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento.
Entre outros, todos elencados nos incisos I a XXXV, do artigo 24, da Lei de Licitações.
Licitação Inexigível
Para Rodrigo Bordalo (2014), essa modalidade de contratação direta se verifica quando for inviável a compe-
tição entre eventuais licitantes.
Isso porque existe apenas um objeto ou uma pessoa que atenda às necessidades administrativas. Uma licitação
nessas condições é impossível, não podendo ser exigida.
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello (2010): “são licitáveis unicamente objetos que possam ser fornecidos
por mais de uma pessoa, uma vez que a licitação supõe disputa, concorrência, ao menos potencial, entre
ofertantes”.
A Lei nº 8.666/93 arrola exemplificativamente, em seu artigo 25, as hipóteses de impossibilidade jurídica de
licitação. São elas:
Para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa
ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusivi-
dade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria
a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas enti-
dades equivalentes.
Para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissio-
nais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação.
(O artigo 13 apresenta, de forma taxativa, quais são os serviços técnicos profissionais em que a licitação é
inexigível).
Para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo,
desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
Procedimento Licitatório
O procedimento licitatório pode ser dividido em uma fase interna e outra externa.
Para Marco Miguel (2011), a fase interna inicia-se na repartição interessada no objeto a ser licitado. A autori-
dade competente determina abertura do processo e estabelece, entre outras coisas, a descrição do objeto que
será licitado (por exemplo, bens que pretende adquirir, obra que será realizada, serviço que será prestado); a
indicação dos recursos orçamentários.
A fase externa tem início a partir do momento em que a licitação se torna pública, e se desenvolve, basica-
mente, na seguinte sequência:
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Nos termos do artigo 39 da Lei nº 8.666/93, haverá a obrigatoriedade de realização de uma audiência pública
sempre que uma licitação ou um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas ultrapassar o valor de R$
150.000.000,00 (cento e cinquenta milhões de reais).
Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou
sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea “c” desta Lei, o processo
licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável
com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do edital, e divulgada,
com a antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos para a
publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar
todos os interessados.
Para dar conhecimento a todas as pessoas, a publicação convocando os interessados para participar deve
ocorrer com, no mínimo, 10 dias de antecedência da data marcada para a audiência.
É direito de qualquer pessoa, especialmente dos interessados em participar da audiência, ter acesso a todas
as informações pertinentes, bem como apresentar opiniões e sugestões (Marco Miguel, 2011).
Instrumento Convocatório
É a etapa da abertura da fase externa de uma licitação.
O edital é o instrumento por meio do qual a Administração Pública leva ao conhecimento de todos a realização
da licitação.
É utilizado nas modalidades de concorrência, tomada de preços, concurso, leilão e pregão. Na modalidade
convite, o instrumento convocatório é a carta-convite.
Trata-se da lei interna da licitação. Esse instrumento fixa as condições de realização da licitação e vincula a
Administração e os proponentes.
O artigo 40 da Lei nº 8.666/93 prevê os requisitos do edital, que são: objeto da licitação, prazos e condições,
garantias, condições de participação, critério de julgamento das propostas.
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada
e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por
esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura
dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
II – prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64
desta Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto da licitação;
Conforme Marco Miguel (2011), ao ser publicado, abrem-se prazos para a sua impugnação na esfera adminis-
trativa de até cinco dias úteis para cada cidadão e até dois dias úteis para qualquer licitante, anteriores à
abertura dos envelopes de habilitação.
A impugnação pode ser feita também na esfera judicial, mesmo após os prazos.
O tema da habilitação é tratado na Lei nº 8.666/93 pelos artigos 27 a 33, sendo que o artigo 27 dispõe o
seguinte:
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documentação relativa
a:
I – habilitação jurídica;
II – qualificação técnica;
Para evitar protecionismo, somente pode ser exigida dos interessados a documentação relativa a (Marco Mi-
guel, 2011):
Habilitação Jurídica
Previsto no artigo 28 da Lei das Licitações, corresponde à regularidade da pessoa física ou jurídica licitante
(cédula de identidade, registro comercial, ato constitutivo, estatuto ou contrato social, inscrição do ato cons-
titutivo, decreto de autorização para empresas estrangeiras).
Uma empresa irregular, por exemplo, não pode contratar com a Administração Pública.
É o atendimento das exigências do Fisco, no aspecto fiscal, bem como das contribuições sociais. Deve provar
a regularidade com as Fazendas federal, estadual e municipal, bem como com a Seguridade Social e com o
FGTS. Está prevista no artigo 29 da Lei nº 8.666/93.
Para que possa ser habilitado, o licitante deve entregar certidão de inexistência de débitos trabalhistas. Em
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outras palavras, caso o licitante tenha sido condenado na esfera trabalhista, tem que provar que está em dia
com suas obrigações.
Qualificação Técnica
É o que demonstra a capacidade para execução do objeto licitado. Está prevista no artigo 30 da Lei das
Licitações.
Qualificação econômico-financeira
É a que demonstra a “saúde” financeira do licitante, o que o torna capaz de satisfazer aos encargos econômicos
do contrato. As exigências estão previstas no artigo 31 da Lei das Licitações.
Cumprimento das regras de idade para o trabalho previstas no artigo 7º, XXXIII, da CF
Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores
de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
Conforme Rodrigo Bordalo (2014), em caso de não satisfazer os requisitos pessoais de participação, a Admi-
nistração deve proceder à inabilitação do licitante.
Os estrangeiros que decidirem participar do procedimento devem apresentar o documento autenticado pelo
consulado e traduzido por tradutor juramentado.
Após a fase da habilitação, ocorre a abertura das propostas. Nesse momento, é verificado se as propostas
atendem aos requisitos do edital, classificando-as de acordo com o critério do julgamento do certame.
A partir desse momento (abertura das propostas), o licitante não pode ser excluído do procedimento por
motivo relacionado à habilitação, salvo por fatos supervenientes (ocorridos após a habilitação), como a falência
do licitante ou, ainda, fatos só conhecidos após o julgamento, como é o caso da apresentação de documentos
falsos.
Uma vez habilitado, não pode desistir da proposta apresentada, a não ser que convença a comissão licitante
de que algum fato ocorrido após a apresentação tornou-a inviável, como o rompimento de relações comerciais
entre o Brasil e o país do qual ele iria importar o produto licitado, por exemplo.
A etapa do julgamento está prevista nos artigos 44, 45 e 46, da Lei nº 8.666/93.
Os critérios de julgamento devem ser fixados de acordo com o edital. Eles se relacionam com as modalidades
de licitação, que envolvem, na concepção de Marco Miguel (2011):
Menor preço: é o tipo mais comum. Sempre que o objeto ou serviço do contrato não exija especialização
técnica, o que a Administração busca é vantagem econômica;
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Melhor Técnica: o objeto licitado envolve certa especialização, rigor técnico ou mesmo a durabilidade ou qua-
lidade do bem ou serviço. Sem desprezar o elemento “preço”, a Administração dá preferência a outros fatores.
Técnica e Preço: combina os dois fatores anteriores. Busca uma técnica satisfatória com um preço vantajoso.
Decide pelo melhor custo-benefício.
Maior lance ou oferta.
Conforme o § 5º, do artigo 45, da Lei de Licitações: “É vedada a utilização de outros tipos de licitação não
previstos neste artigo”.
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo
convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato
convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição
pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
Homologação e Adjudicação
Para Rodrigo Bordalo (2014), a homologação consiste em “etapa de controle, em que é verificada a legalidade
do processo licitatório”.
Constitui um ato vinculado, uma vez que, inexistindo qualquer irregularidade, a autoridade competente é
obrigada a homologar.
A adjudicação, por sua vez, é a etapa final do procedimento, constitui o ato administrativo pelo qual a Admi-
nistração atribui ao vencedor o objeto da licitação.
Aquisição pelo vencedor (adjudicatário), do direito de contratar, caso haja a celebração da avença. Com isso,
é vedado ao Poder Público contratar com qualquer outra pessoa que não seja o licitante vitorioso. Trata-se de
um dever imposto à Administração.
Vinculação do adjudicatário aos encargos e condições fixados no instrumento convocatório, bem como aos
termos estabelecidos em sua proposta. Representa um dever imposto ao licitante vencedor. Em caso de des-
cumprimento, este fica sujeito às penalidades previstas no edital.
Liberação dos demais licitantes dos encargos da licitação.
Além disso, há o direito adquirido do adjudicatário de não ser preterido. Nesse caso, a Administração não pode
contratar com outro, sob pena de nulidade.
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação das pro-
postas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade.
Modalidades de licitação
A Lei nº 8.666/93 prevê cinco modalidades de licitação: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e
leilão. A modalidade de pregão é tratada pela Lei nº 10.520/2002.
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Concorrência
Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação pre-
liminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu
objeto.
Trata-se da modalidade marcada pela universalidade, uma vez que faculta a participação a quaisquer interes-
sados que preencham os requisitos da habilitação.
Um requisito é a ampla publicidade na imprensa. Por esse motivo a lei estabelece alguns prazos mínimos que
devem ser observados entre a divulgação do edital e a apresentação das propostas:
45 dias, quando o contrato a ser celebrado contempla o regime de empreitada integral ou quando a licitação
é do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”.
30 dias, nos demais casos.
A concorrência é modalidade obrigatória para contratações de: obras e serviços que ultrapassem R$
1.500.000,00; compras e outros serviços que ultrapassem R$ 650.000,00; alienação ou aquisição de bens
imóveis; direito real de uso; concessão de serviços públicos; entre outros.
Tomada de preços
Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem
a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das pro-
postas, observada a necessária qualificação.
Convite
Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não,
escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local
apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente es-
pecialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresenta-
ção das propostas.
Modalidade de licitação utilizada para contratações de pequeno valor, na qual a Administração pode escolher
e convidar, no mínimo 03 interessados, a fim de que apresentem suas propostas.
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Concurso
Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico
ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes
de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
Para Marco Miguel (2011), cada concurso deve ter o seu próprio regulamento, que indica, entre outras coisas,
a qualificação exigida, as diretrizes e a forma de apresentação dos trabalhos, os prêmios.
Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de serviços técnicos profis-
sionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com
estipulação prévia de prêmio ou remuneração.
O concurso exaure-se com a classificação dos trabalhos e o pagamento dos prêmios, não conferindo qualquer
direito ao contrato com a Administração.
A execução do projeto escolhido será objeto de nova licitação, já agora sob a modalidade de concorrência,
tomada de preços ou convite, para a realização da obra ou execução do serviço.
Leilão
Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para
a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis
prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
Podem ser objeto de leilão os seguintes itens: móveis inservíveis para a Administração, produtos legalmente
apreendidos ou penhorados, bens imóveis alienados, cuja aquisição tenha derivado de procedimentos judiciais
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ou de dação de pagamento.
Agora veremos um pouco como a Lei 8.666 aborda o tema dos contratos:
Isso porque, apesar dos contratos administrativos serem regidos predominantemente por um regime jurídico
de direito público, aplica-se a estes a teoria geral dos contratos.
Contratos são acordos de vontades, manifestações bilaterais de vontades que formam um vínculo jurídico
entre as partes, estipulando obrigações recíprocas para o atingimento de determinado objetivo comum (Evan-
dro Guedes, 2014).
Os contratos podem ser classificados como contratos públicos e contratos privados, conforme o autor Evandro
Guedes (2014):
Contratos Privados: são contratos regulados integralmente pelo direito privado. A principal característica dos
contratos é a absoluta igualdade entre as partes.
Contratos Públicos: são contratos regulados predominantemente pelo direito público, mas com observância de
algumas regras gerais relativas ao direito privado. Em um contrato público, predomina a relação de desigual-
dade entre as partes, pois dentre as partes de um contrato público figura alguma entidade da administração
pública e tal entidade é dotada de poderes especiais que a outra parte (particular) não possui e obrigatoria-
mente deve aceitar.
Os contratos, independentemente de serem públicos ou privados, são acordos de vontades, ou seja, são ma-
nifestações bilaterais de vontades.
Os contratos administrativos são contratos públicos, e a diferença marcante entre os contratos administrativos
e os contratos privados é que aqueles são regidos predominantemente por um regime jurídico de direito
público e estes são predominantemente regidos por normas de direito privado.
O conceito de Maria Sílvia Zanella Di Pietro (2012) é o de que contratos administrativos são “ajustes que a
Administração, nessa qualidade, celebra com pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para a conse-
cução de fins públicos, segundo regime jurídico de direito público”.
Diferentemente dos contratos administrativos, lembre-se que os contratos da administração são regidos pre-
dominantemente por normas de direito privado.
Contratos Administrativos
Considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e
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particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações
recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
Contrato administrativo é o ajuste que a Administração Pública, agindo nessa qualidade, firma com particular
ou outra entidade administrativa para a consecução de objetivos de interesse público, nas condições estabe-
lecidas pela própria Administração.
Portanto, para que a administração pública alcance sua posição de supremacia, deve fazer cumprir o contrato
administrativo com máximo ganho para a sociedade.
Isso porque, enquanto a sociedade deseja um serviço público de qualidade, o particular contratado deseja o
lucro.
Apesar dos contratos terem que ser celebrados por escrito, o artigo 60 da Lei nº 8.666/93, prevê que excep-
cionalmente podem ser verbais, no caso de pequenas compras que não excedam a R$ 4.000,00.
O artigo 61, parágrafo único da Lei das Licitações dispõe sobre a publicidade, uma condição de eficácia do
ato:
A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição
indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte
ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda
que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.
O artigo 55 da Lei das Licitações dispõe sobre as cláusulas necessárias em todo contrato, dentre elas:
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em
relação a eles, a prerrogativa de:
V – nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vincu-
lados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas con-
tratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
Referidas cláusulas conferem prerrogativas à Administração Pública, sendo inerentes ao regime jurídico-admi-
nistrativo.
Recebem esse nome pelo fato de transcenderem as regras do direito privado. Se previstas em um contrato
privado, são consideradas inválidas. Contudo, são plenamente válidas em um contrato administrativo (Marco
Miguel, 2011).
Execução do contrato
O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas
desta Lei, respondendo cada uma pelas consequências de sua inexecução total ou parcial.
Conforme Marco Miguel (2011), além de eventuais reparações, o contratado é responsável pelos danos cau-
sados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato.
O fato de haver a fiscalização da Administração não afasta nem reduz a responsabilidade do contratado.
Terminada a execução do contrato, essa deve ser atestada pela Administração Pública, de que foi fielmente
executado.
O recebimento pode ocorrer provisória ou definitivamente, nos termos e requisitos determinados no artigo 71,
inciso I, alíneas “a” e “b”, da Lei nº 8.666/93.
Extinção do contrato
Para Marco Miguel (2011), a extinção do contrato administrativo corresponde ao término do vínculo entre
contratante e contratado. O contrato pode ser extinto de várias formas:
Término do prazo.
Conclusão de seu objeto.
Anulação (decorre da nulidade).
Rescisão.
O artigo 59 da Lei nº 8.666/93 dispõe sobre a nulidade nos seguintes termos: “A declaração de nulidade do
contrato administrativo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria
produzir, além de desconstituir os já produzidos”.
Teoria da Imprevisão
Para Rodrigo Bordalo (2014), outra característica dos contratos administrativos á a mutabilidade, pela qual a
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ocorrência de determinados fatos previstos legalmente provoca a alteração da situação fática relacionado ao
contrato, o que impõe a alteração de suas cláusulas contratuais (revisão do contrato) ou mesmo a rescisão da
avença (extinção).
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