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Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota
Unidade O processo de inclusão e a escola inclusiva
Fique atento(a) aos materiais disponíveis para a realização das atividades. Não as deixe de fazer,
pois elas são fundamentais para efetivação da sua aprendizagem.
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Unidade: O processo de inclusão e a escola inclusiva
Contextualização
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proposta-pedagogica
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Percurso histórico do Processo de Inclusão
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Unidade: O processo de inclusão e a escola inclusiva
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Ao comparar as Leis de Diretrizes e Bases da Educação de 1961 (LDB n° 4.024/61) com a LDB
de 1996 (Lei n° 9.394/96), destacam-se algumas alterações importantes. Entre elas, pode-se citar:
··a reafirmação e clarificação da conveniência do ensino regular para os portadores
de deficiências;
··a determinação explicita da obrigatoriedade de matrícula nos estabelecimentos públicos
e particulares de ensino regular fundamental para portadores de deficiências;
··a garantia de educação especial em todos os níveis e modalidades de ensino a partir da
Educação Infantil;
··a definição da Educação Especial como modalidade de educação escolar integrante do
sistema de ensino;
··a flexibilização da organização escolar para atender às necessidades educacionais
especiais dos portadores de deficiência e superdotados, assegurando terminalidade
específica e/ou aceleração de estudo no ensino fundamental;
··a atenção à qualificação dos professores especializados e comuns para a integração dos
alunos com necessidades educacionais especiais.
Embora há de se considerar com a LDB nº 5692/71, um retrocesso no processo, de inclusão,
uma vez que ela determina tratamento especial, reforçando Escolas Especiais nas escolas da
rede pública de ensino.
Pode-se considerar que há, particularmente, uma alteração na visão de pessoa com
deficiência entre uma LDB e outra, retirando o modelo médico e passando ao modelo holístico
de compreensão da deficiência.
Como aspectos ainda legais, a Educação Especial passa a ser modalidade de ensino a partir de
fenômenos legais que tiveram importância fundamental no processo de inclusão como atualmente.
Ao pensar, cronologicamente, sobre o atendimento à Educação de pessoas deficientes, Verotti
e Callegari (2012) apontam que:
··Em 1948, há a solicitação de uma escola para todos – Declaração Universal dos Direitos
Humanos – garantindo o direito à Educação para todas as pessoas.
··Em 1954, houve o surgimento da Educação Especial como opção à escola regular –
nesse momento é fundada a APAE – Associação dos amigos dos Excepcionais.
··Em 1961, a Lei garante a escola regular, preferencialmente, para a criança deficiente.
··Em 1973, houve a criação do Centro Nacional de Educação Especial com vistas a
integrar os alunos que conseguem acompanhar e para os que não conseguem, há as
salas especiais.
Verotti e Callegari (2012) ainda afirmam que a Constituição Federal de 1988 em seu Art. 205:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
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Unidade: O processo de inclusão e a escola inclusiva
Art. 208 - O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na
rede regular de ensino.
Isso significa que as escolas devem aceitar as pessoas com deficiência tendo que, para
isso, possuir recursos humanos e materiais para tal atendimento. Porém, não aponta como
“obrigatoriamente” e, sim, como “preferencialmente” o que remete à ideia de uma possível
segregação a partir das salas especiais, ou a inclusão parcial – aquela, na qual, o deficiente
passa apenas uma parte do período escolar com as crianças “normais” e outro período em
salas especiais.
• Já na Constituição Estadual, Capítulo VII, Seção I, artigo 277:
Art.277- Cabe ao Poder Público, bem como à família, assegurar à criança, ao adolescente,
ao idoso e aos portadores de deficiências, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde,
à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e agressão.
Esse artigo aponta claramente a necessidade do respeito, da atitude ética frente às pessoas
com deficiência, dando-lhes absoluta prioridade na mesma proporção de igualdade que as
demais pessoas.
• Lei Federal no.7853, de 24 de outubro de 1989:
“Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a
Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), institui
a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do
Ministério Público, define crimes, e dá outras providências”.
Art. 2.º - Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas portadoras de deficiência
o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho,
ao lazer, à previdência social, ao amparo, à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes
da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico.
Refere-se, aqui, à legalidade aos direitos das necessidades básicas de um cidadão comum,
possibilitado agora para os deficientes de gozarem de tais direitos.
Na Área da Educação, a seguinte lei faz referência:
a) à inclusão, no sistema educacional, da Educação Especial como modalidade educativa
que abranja a educação precoce, a pré-escolar, as de 1.º e 2.º graus, a supletiva;
b) à habilitação e reabilitação profissionais, com currículos, etapas e exigências de
diplomação própria;
c) à inserção, no referido sistema educacional, das escolas especiais, privadas e públicas;
d) à oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em estabelecimentos públicos
de ensino;
e) ao oferecimento obrigatório de programas de Educação Especial a nível pré-escolar e
escolar, em unidades hospitalares e congêneres nas quais estejam internados, por prazo
igual ou superior a 1 (um) ano, educandos portadores de deficiência;
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f) ao acesso de alunos portadores de deficiência aos benefícios conferidos aos demais
educandos, inclusive material escolar, merenda escolar e bolsas de estudo;
g) à matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimento públicos e particular de
pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrarem no sistema regular de ensino.
Essa lei determina, portanto, a instituição da educação de pessoas com deficiência como uma
das modalidades educacionais a serem desenvolvidas na Educação Básica Brasileira. Aponta,
ainda, a necessidade de formação de profissionais que lidam com essa modalidade, e entre
outras questões já explicitadas no texto acima, a possibilidade de integração curricular de modo
que esses sujeitos possam acompanhar o processo educacional.
Verotti e Callegari (2012) concordam com o Ministério da Educação, quanto à existência de
outras legislações que referendam a educação de pessoas com deficiência. São elas descritas abaixo:
* Decreto no. 914, de 6 de setembro de 1993, o qual considera: pessoa portadora
de deficiência aquela que apresenta, em caráter permanente, perdas ou anormalidades de sua
estrutura ou função psicológica, fisiológicas ou anatômica, que gerem incapacidade para o
desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano”.
O Direito à Educação - A educação é direito de todos, portadores ou não de deficiência;
deve ser ministrada sempre tendo em vista a necessidade da pessoa portadora de deficiência.
Pode ser especial ou comum, em escolas especiais ou em escolas comuns.
Esse decreto define legalmente o que é uma pessoa com deficiência e corrobora com
a Constituição Estadual quanto aos direitos dessas pessoas; porém, abre a possibilidade,
ainda, desse atendimento ser em escolas especiais, o qual caminha na contramão de um
processo de inclusão.
• Lei no.9394, de 20 de dezembro de 1996
Capítulo V – Da Educação Especial Art. 58 Entende-se por educação especial, para os
efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular
de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.
Sendo assim, pode-se entender, a partir desse artigo, que a Educação Especial, enquanto
modalidade de Ensino vista anteriormente, foi ampliada não somente para os deficientes e sim
para as necessidades especiais (Cabe ressaltar que era a terminologia da época em questão;
atualmente, trabalha-se com o termo: necessidades educacionais específicas).
Art. 60 parágrafo único: O Poder Público adotará, como alternativa preferencial, a
ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública
regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo.
Ainda, infelizmente, a própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação aponta para o preferencial,
deixando, dessa forma, a possibilidade de não inserção desses alunos na rede regular de ensino, ou
seja, o processo de inclusão ainda não está definitivamente coeso, reforçado, emancipado nessa Lei.
·· Já o Decreto no 3298, de 20 de dezembro de 1999:
Art. 24. Os órgãos e as entidades da Administração Pública Federal direta e indireta
responsáveis pela educação dispensarão tratamento prioritário e adequado aos assuntos objeto
deste Decreto, viabilizando, sem prejuízo de outras, as seguintes medidas:
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apresentam significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais decorrentes de fatores
inatos ou adquiridos, de caráter temporário ou permanente e que, em interação dinâmica com
fatores sócio-ambientais, resultam em necessidades muito diferenciadas da maioria das pessoas.
Art. 2º A educação especial desde a Educação Infantil até o Ensino Médio deve assegurar
ao educando a formação básica indispensável e fornecer-lhe os meios de desenvolver atividades
produtivas, de progredir no trabalho e em estudos posteriores, satisfazendo as condições
requeridas por suas características e baseando-se no respeito às diferenças individuais e na
igualdade de direitos entre todas as pessoas.
Aqui, demonstra-se a obrigatoriedade da formação básica do indivíduo no trabalho com as
suas capacidades e potencialidades, considerando que cada um é único e que possui um ritmo
individual de aprendizagem. Assim, os sistemas de ensino devem assegurar essas questões.
Em uma nova definição de nomenclatura, temos a Resolução nº 2, de 11 de setembro
de 2001:
Art.5: consideram alunos com necessidades educativas especiais:
I - apresentem dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de
desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares compreendidas
em dois grupos:
a) as dificuldades não vinculadas à uma causa orgânica específica;
b) às relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências;
II - dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando
a utilização de linguagens e códigos aplicáveis.
Essa resolução não diferencia os deficientes das pessoas com necessidades educacionais
específicas, ou seja, as trata da mesma forma, o que sugere que o processo de escolarização
deve levar em conta as características individuais e não somente as patologias.
Cabe destaque, embora já tivesse sido citada, pois é de fundamental importância para a
prática pedagógica, a Declaração de Salamanca de Princípios, Políticas e Prática
em Educação Especial (1994)
(...) A Declaração “ proporcionou uma oportunidade única de colocação
da educação especial dentro da estrutura de educação para todos
firmada em 1990 (...) Ela promoveu uma plataforma que afirma o
princípio e a discussão da prática de garantia da inclusão das crianças
com necessidades educacionais especiais nestas iniciativas e a tomada de
seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagem”
(Mazzotta p.15)
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a Política Nacional de Educação Especial define que todas as crianças devem estar em escolas
regulares e nesse ano pela 1ª vez o número de crianças com deficiência em escolas regulares
ultrapassa os que estão em escolas especiais.
O Brasil ratifica a Convenção dos Direitos das Pessoas com deficiência, da ONU, porém
como em 1971, há um outro retrocesso nessa linha do tempo, a qual em 2009 não foi aprovado
pelo MEC a obrigatoriedade da escola regular para as crianças com deficiência, abre ainda a
possibilidade da manutenção das instituições especializadas tendo como objetivo o oferecimento
às crianças com deficiência, dentro de um espaço institucionalizado, todos os serviços necessários
para sua reabilitação e para que futuramente estejam adaptadas ao meio social.
Vendo tal trajetória da Educação Especial e Inclusiva, concorda-se com Mazzotta (2001),
ao discutir sobre o processo de Inclusão, que se faz crer que seja necessário ainda o diálogo
entre alguns conceitos:
··Inserção: por inserção, vê-se, apenas, a pessoa dentro do contexto educacional
brasileiro. Sem algum tipo de trabalho realizado de forma interacional.
··Integração: há uma preocupação com estratégias educacionais de forma a realização
de um trabalho escolar realizado nas escolas. Algumas escolas possuíam salas especiais,
segregadas apenas para os alunos que apresentavam alguma deficiência.
··Inclusão: há uma compreensão de inclusão social maior e não apenas no âmbito
educacional e, sim, na relação com todas as pessoas com as quais o deficiente pode se
relacionar e interagir. É um ato de compreensão ainda maior.
Uma vez, entendida essa questão, clarificaria para nós, leitores, um pouco melhor, o que
significa a palavra: Inclusão. A palavra inclusão vem do verbo incluir (do latim includer), que
significa compreender, ou fazer parte de, ou participar de. Já a Educação Inclusiva, entende-se
todo o indivíduo incluído, compreendido ou participando daquilo que o sistema educacional
oferece, implicando numa atitude de respeito ao educando enquanto cidadão.
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Material Complementar
Vídeos:
··http://www.youtube.com/watch?v=mpoE9pCGOR4
··http://www.youtube.com/watch?v=dGaaVtYeklU
Leia:
··http://revistaescola.abril.com.br/formacao/palavra-especialista-desafios-educacao-
inclusiva-foco-redes-apoio-734436.shtml
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Referências
DUNN, L.M. Crianças excepcionais: seus problemas, sua educação. Rio de Janeiro: Ao livro
técnico, 1971.
TELFORD, C.W.; SAWREY, J.M. O indivíduo excepcional. Trad. A.Cabral. Rio de Janeiro:
Zahar, 1978.
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Anotações
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