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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ

SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL


POLÍCIA MILITAR DO PARÁ
DEPARTAMENTO GERAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA
CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS
“CEL MOREIRA”

CURSO DE
ADAPTAÇÃO À
GRADUAÇÃO DE
SARGENTOS

DIREITO
ADMINISTRATIVO

BELÉM/PA
2021
CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS

Apresentação
Este livro didático corresponde à disciplina Direito Administrativo.

Este material foi cuidadosamente elaborado levando em consideração o


reduzido tempo de duração do Curso de Adaptação à Graduação de sargento – CGS
PMPA, através de uma linguagem dinâmica e acessível, dando clareza e objetividade de
forma dinâmica ao complexo conteúdo desta disciplina.
Abordar-se-á ainda, conteúdos selecionados observando as competências
técnico-profissionais a serem adquiridas e desenvolvidas no processo de ensino-
aprendizagem dos alunos CGS PMPA.
Nesta perspectiva, o aluno do Curso de adaptação à graduação de sargento
PMPA, nesta disciplina curricular, dentro das competências exigidas terá que conhecer a
incidência dos institutos básicos do Direito Administrativo a luz dos princípios
Constitucionais. Além disso, entender a importância de tal ramo do Direito para o
direcionamento dos atos da Administração Pública e para o exercício da atividade policial
militar.

Bom estudo e sucesso.

Conteudista.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

CONCEITO: É importante destacar que todas as normas, regras ou princípios


jurídico-administrativas, encontram-se em textos legais separados, afirmando-se, daí, que
o Direito Administrativo se trata de um ramo do direito escrito, porém não codificado, não
sistematizado em um único documento legislativo, ou seja, todas as normais legais
encontram-se esparsas em textos diversos.

OBJETO: Abrange todas as relações internas à administração pública – entre


os órgãos e entidades administrativas, uns com os outros, e entre a administração e seus
agentes, estatutários e celetistas - todas as relações entre a administração e os
administrados, regidas predominantemente pelo direito público.

CLASSIFICAÇÃO: Embora existam várias classificações quanto ao Direito,


todavia é valido salientar que o Direito é classificado em dois grandes grupos: Direito
Público e Direito Privado.

I DIREITO PÚBLICO: Regula as relações ou situações jurídicas em que o


Estado é parte, como a competência dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, a
elaboração do orçamento, a fixação dos impostos, o processo de punição dos criminosos
pelo Estado etc.

EX: Código penal.

II DIREITO PRIVADO: Regula as relações jurídicas entre particulares, como a


compra e venda, a locação, o empréstimo e os contratos em geral, o casamento, a
herança etc.”
Ex. CLT, Código Civil

ALGUMAS DEFINIÇÕES!!!
(CARVALHO, 2014) - Direito administrativo é o conjunto de normas e
princípios que, visando sempre ao interesse público, regem as relações jurídicas entre as
pessoas e órgãos do Estado e entre este e as coletividades a que devem servir.

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(MAFRA, 2005) - O Direito Administrativo faz parte do bloco monolítico do


Direito que é dividido em dois ramos principais (público e privado) com objetivos didáticos,
para facilitar a sua compreensão e estudo.
(MAFRA, 2005). O Direito Administrativo tem como objetivo regular a
organização interna dos órgãos da Administração Pública, seu pessoal, serviços e
funcionamento que satisfaça as finalidades constitucionalmente determinadas.
Celso Antônio Bandeira de Mello Enfatiza a ideia de função administrativa: “o
direito administrativo é o ramo do direito público que disciplina a função administrativa,
bem como pessoas e órgãos que a exercem.
Hely Lopes Define o conceito de Direito Administrativo Brasileiro, como
conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as
atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins
desejados pelo Estado.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro Põe em evidência como objeto do Direito
Administrativo: órgãos, agentes e as pessoas integrantes da Administração Pública no
campo jurídico não contencioso: “o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos,
agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a
atividade jurídica não contenciosa que exercer e os bens de que se utiliza para a
consecução de seus fins, de natureza pública”.
(Mazza, 2013) Afirma que o Administrativo é o ramo do direito público que
estuda princípios e normas reguladores do exercício da função administrativa.
Hely Lopes Meirelles, trata-se de um "conjunto harmônico de princípios
jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realiza
concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado".
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo Apresentam o seguinte conceito:
“conjunto de regras e princípios que, orientados pela finalidade geral de bem

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atender ao interesse público, disciplinam a estruturação e o funcionamento das entidades


e órgãos integrantes da administração pública, as relações entre esta e seus agentes, o
exercício da função administrativa – especialmente quando afeta interesses dos
administrados - e a gestão dos bens públicos.
PRINCIPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
Princípios são os alicerces do direito, ou seja, são os pilares de sustentação
desta ciência, as bases valorativas que condicionam o ordenamento jurídico. Conforme o
mestre José Cretela Júnior:
“Princípios de uma ciência são as proposições básicas, fundamentais, típicas
que condicionam todas as estruturações subsequentes. Princípios, neste sentido, são os
alicerces da ciência.”
Na Constituição da República Federativa do Brasil, encontramos um conjunto
de princípios e regras, os quais norteiam a atividade desempenhada pelos agentes
encarregados de zelar pela coisa pública, dentre estes agentes incluímos os POLICIAIS
MILITARES de todos os entes da federação.
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, no Direito Administrativo existem
dois “Supraprincípios” ou “superprincípios” dos quais derivam todas as demais normas
(princípios e regras) do Direito Administrativo. São eles:

3 A Indisponibilidade do Interesse Público (Restrições)

A Supremacia do Interesse Público sobre o Particular, estabelece que o


interesse do Estado (bem verdade, trata-se do Interesse de toda a Coletividade) deve
prevalecer em relação ao interesse do particular. O Estado para garantir à prevalência do
interesse coletivo, sempre que houver necessidade, pode/deve limitar e restringir direitos
individuais para garantir o interesse coletivo.
Este princípio confere verdadeiros privilégios ao administrador, que ao fazer
uso dessas prerrogativas, faz com que o administrado se submeta a elas. Tem-se deste
modo, uma relação de verticalidade.
Deste modo, a Indisponibilidade do Interesse Público significa que o
administrador não pode abrir mão do interesse público. Esse princípio
estabelece ao Estado algumas limitações que garantem que o administrador não vá
atrás de direitos individuais e disponha do interesse público.

PRINCIPIOS DO DIRETIO ADMINISTRATIVO

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Estão explícitos, no caput do artigo 37 da Magna Carta:

• LEGALIDADE
• IMPESSOALIDADE
• MORALIDADE
• PUBLICIDADE
• EFICIÊNCIA

I - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: segundo ele, todos os atos da Administração


têm que estar em conformidade com os princípios legais. José dos Santos “o princípio da
legalidade é certamente a diretriz básica da conduta dos agentes da Administração.
Significa que toda e qualquer atividade administrativa deve ser autorizada por lei.
Como aplicação ao princípio da legalidade, foram editadas as seguintes
súmulas:

Súmula 346: “A administração pública pode declarar a nulidade de seus


próprios atos”.

Súmula 473: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados
de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial”.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
- Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei.
Ex: Determinado candidato resolve se submeter ao concurso público para
provimento de cargo de aluno do curso de formação de praças da PMPA. Não obstante,
sua inscrição foi indeferida, pois a Administração Policial Militar passou a exigir habilitação
para condutores na categoria D (sem previsão expressa em nenhuma lei). Neste caso, tal
exigência esta eivada por vício, sendo considerada ilegal.

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II - PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE: estabelece um dever de


imparcialidade na defesa do interesse público impedindo discriminações e privilégios no
exercício da função administrativa. Princípio da não discriminação.

Tratar os iguais de maneira igual, e tratar os desiguais na medida de sua


desigualdade.

Ex: Atendimento em posto de saúde. O atendimento é por ordem de chegada,


porém se alguém chegar tendo um infarto, o médico automaticamente fará o atendimento.

Ex: Art. 18. O sentimento do dever, o pundonor policial-militar e o decoro da


classe impõem, a cada um dos integrantes da Polícia Militar, conduta moral e profissional
irrepreensíveis, com observância dos seguintes preceitos da ética policial-militar:

XXII - não solicitar ou provocar publicidade visando à própria promoção


pessoal;

III - PRINCÍPIO DA MORALIDADE: é a obediência aos princípios éticos da


HONESTIDADE, LEALDADE e BOA-FÉ com a coisa pública. Ser honesto quer dizer ser
fiel ao interesse público definido na lei. É exigido da Administração como um todo, de
cada agente público e também dos particulares que se relacionam com a Administração.
No Direito Administrativo a violação grave do dever de moralidade é chamada de
Improbidade Administrativa e está prevista no artigo 37, parágrafo 4º, da CF/88 e na lei nº
8.429/92:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
penal cabível.

IV - PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: é a transparência na atuação

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administrativa na divulgação oficial do ato da Administração para a ciência do público em


geral, com efeito de iniciar a sua atuação externa, ou seja, de gerar efeitos jurídicos.

EX: CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ:

“Art. 22. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos
Órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
de autoridades ou servidores públicos, sob pena de responsabilidade.”

Portanto, a Publicidade deve ter objetivo educativo, informativo e de interesse


social, não podendo ser utilizados símbolos, imagens que caracterizem a promoção
pessoal do Agente Administrativo.

O Boletim Geral da PMPA é um documento idôneo que vai ao encontro do


princípio da Publicidade?

Trazemos à baila o julgado esclarecedor do Tribunal de Justiça do Estado do


Pará:

PROCESSUAL CIVIL E MILITAR. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ANULAÇÃO


DE ATO ADMINISTRATIVO DE EXCLUSÃO DE POLICIAL DAS FILEIRAS DA POLÍCIA
MILITAR? CONTRARRAZÕES. INTEMPESTIVIDADE RECONHECIDA - PUBLICAÇÃO
DO ATO DE EXCLUSÃO NO BOLETIM GERAL. LEGALIDADE. PRINCÍPIO DA
MOTIVAÇÃO E DA PUBLICIDADE ATENDIDOS - ARTIGO 1º DO DECRETO 20.910/32.
PRAZO QUINQUENAL. PRESCRIÇÃO. OCORRÊNCIA.
1. O despacho determinando a intimação do apelado para apresentar contrarrazões foi
publicado no Diário da Justiça de 17-8-2015, iniciando-se a contagem do prazo em dobro no dia
seguinte em 18-8-2015, com término no dia 16-9-2015. Tendo o Estado do Pará protocolizado
as contrarrazões em 17-9-2015, devem ser considerados os fatos e argumentos constantes da
referida peça, pois intempestiva;
2. O Boletim Geral da Polícia Militar é o documento interno que dá publicidade dos
atos e fatos da vida profissional e operacional dos integrantes da Polícia Militar, de modo que
esta publicação, para os membros da corporação possui inegavelmente maior abrangência e
conhecimento da tropa, pois se revela como sistema próprio de publicação de seus atos
administrativos de recrutamento e demissão por indisciplina, dentre outros;

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3. A falta de publicação no Diário Oficial não torna nulo o ato de licenciamento, o qual,
tendo sido publicado no Boletim Geral da PMPA, atingiu sua finalidade e atendeu ao princípio
da publicidade, preceituado no art. 37, caput, da Constituição Federal. Logo, inadmissível a
alegação do recorrente no sentido de que o prazo somente começaria a contar a partir da
publicação em Diário Oficial da Justiça;
4. O prazo para propositura de ação de reintegração de policial militar é de 5 (cinco)
anos, a contar do ato de exclusão ou licenciamento, nos termos do Decreto nº 20.910/32;
5. A Portaria que excluiu o recorrente das fileiras da Polícia Militar do Pará, tornou-se
pública por meio do Boletim Geral nº 137, publicado em 24-7-2001, a partir de quando tomou
ciência inequívoca do Ato administrativo ora impugnado, de modo que por ocasião do
ajuizamento da ação de anulação do ato administrativo em 2012, o prazo quinquenal para
questionar tal afastamento há muito já havia se escoado;
6. Apelação conhecida e desprovida.
(2018.01599409-34, 189.255, Rel. CELIA REGINA DE LIMA PINHEIRO, Órgão
Julgador 1ª TURMA DE DIREITO PÚBLICO, Julgado em 2018-04-16, Publicado em
2018- 05-03)

V - PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA: é a obtenção do melhor resultado com o uso


racional dos meios. Economicidade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez,
produtividade e rendimento funcional são valores da eficiência.

PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS

Os princípios implícitos, estão disciplinados no artigo 2ª da lei dos Processos


Administrativos Federais, dentre outras leis, senão vejamos:

✓ LEGALIDADE
✓ FINALIDADE
✓ MOTIVAÇÃO
✓ RAZOABILIDADE
✓ PROPORCIONALIDADE
✓ MORALIDADE
✓ AMPLA DEFESA
✓ CONTRADITÓRIO
✓ SEGURANÇA JURÍDICA

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✓ INTERESSE PÚBLICO
✓ EFICIÊNCIA.

MOTIVAÇÃO: É obrigatória a motivação dos atos, entendendo motivação


como a fundamentação fática e jurídica. Tanto para os atos ditos vinculados, quanto para
os discricionários, onde vige o binômio da oportunidade e conveniência do administrador,
que após escolher um dos caminhos apontados pela lei torna o ato daquele momento em
diante vinculado.
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE: A Administração deve pautar-
se sob o que é razoável, ou seja, agindo da melhor forma possível para atingir o fim
público pretendido, sendo uma forma de limitar a discricionariedade administrativa. A
doutrina explica a razoabilidade em consonância com a proporcionalidade que seria a
adequação dos meio e fim de dado ato, devendo ato ser racionalizado buscando a
medida mais compatível com a finalidade pública a ser perquirida. “ Sem dúvida, pode ser
chamado de princípio da proibição de excessos, que, em última análise, objetiva aferir a
compatibilidade entre os meios e os fins, de modo a evitar restrições desnecessárias ou
abusivas por parte da Administração Pública, com lesão aos direitos fundamentais.
AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO: é a proteção constitucionalmente
consagrada no artigo 5º, LV, da Constituição Federal “ aos litigantes em processo judicial
ou administrativo será assegurado o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes”.
SEGURANÇA JURÍDICA: pode ser entendido como princípio da não
retroatividade, ou seja, dado assunto de Direito Administrativo cujo
entendimento passe a ser divergente do atual, não volta no tempo para anular os atos já
praticados sob o crivo da antiga lei. Isto ocorre em todos os ramos do direito, visto que
entendimento diverso causaria insegurança jurídica, rompendo com os vínculos e
preceitos da boa-fé, assim é possível a mutabilidade das leis, sem que tal mudança venha
a afetar o ato jurídico perfeito, a coisa julgada, bem como o direito adquirido.
AUTOTUTELA: a Administração deve exercer o controle de mérito de seus
próprios atos. “...pela autotutela o controle se exerce sobre os próprios atos, com a
possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos,
independentemente de recurso ao Poder Judiciário” (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella.
Direito).
HIERARQUIA: a administração deve seguir com rigor a chamada repartição de
competências, assim existe entre os diversos órgãos da Administração relações de

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subordinação, visto que cada qual possui uma função típica dada pela lei. Assim deve-se
seguir a escala vertical e/ou horizontal de competência para a resolução de conflitos
conforme a demanda do caso concreto.

EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO: ANULAÇAO E REVOGAÇÃO.

ANULAÇÃO: Esta ocorre quando o ato administrativo é ilegal, podendo ocorrer


tanto pela própria Administração, quanto pelo Judiciário, seja em atos vinculados ou
discricionários, tem efeitos ex tunc, ou seja, retroagem os seus efeitos, pois do ato não se
originam direitos.
Nas palavras de Maria Sylvia Zanella DI PIETRO: ‘’Anulação, que alguns
preferem chamar de invalidação é o desfazimento do ato administrativo por razões de
ilegalidade. Como a desconformidade com a lei atinge o ato em suas origens, a anulação
produz efeitos retroativos à data em que foi emitido’’ (efeito ex tunc, ou seja, a partir de
então).

- A Administração possui prazo para anular atos dos quais decorrem


efeitos favoráveis aos administrados? Sim.

De acordo com o art. 54, da Lei nº 9.784/99, aplicável no âmbito federal, “O


direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé”.
Exemplo: determinado policial militar foi promovido à graduação superior. No
entanto, o mesmo não possuía o interstício mínimo que a lei exigia para a referida
promoção. Logo, a promoção em tela não atendeu um dos requisitos legais, quer seja, o
interstício mínimo, sendo a promoção, portanto, eivada de vício de legalidade.

REVOGAÇÃO: Esta ocorre quando um ato administrativo discricionário legal


deixa de ser conveniente ou oportuno para a Administração.
-Não pode o Judiciário revogar atos administrativos, pois a revogação envolve
juízo de valores, os quais não podem ser realizados pelo Judiciário, sob pena de ferir a
separação dos poderes.
- Os efeitos da revogação são ex nunc, ou seja, não retroagem, pois o ato foi

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plenamente válido até a data de sua revogação, preservando os direitos adquiridos até
então. Não existe prazo para revogação do ato administrativo.

ATOS IRREVOGÁVEIS

▪ Atos consumados que já exauriram seus efeitos (férias/licença gozadas),


▪ Os atos vinculados (licença para exercer profissão, promoção)
▪ Atos que geram dir. adquirido previsto na CF (aposentadoria de um servidor
que preencheu todos requisitos exigidos)

CASSAÇÃO: Ocorre quando o beneficiário descumpriu as condições que


deveriam ser atendidas para a continuidade da relação jurídica.

Ex: A cassação de licença de restaurante por descumprir as regras sanitárias;


cassação de uma licença para construir; cassação de uma licença para o exercício de
determinada profissional.

CADUCIDADE: Ocorre quando norma jurídica posterior torne ilegal a situação


jurídica antes autorizada.

Ex: Caducidade de permissão para construção em área que foi declarada de


preservação ambiental.
CONTRAPOSIÇÃO ou DERRUBADA: Ocorre quando
emitido ato administrativo com efeitos contrapostos ao ato anterior.

Ex: Exoneração de servidor público, cujo ato é contraposto ao da nomeação.


RENÚNCIA: Ocorre quando o próprio beneficiário abre mão da vantagem que
tinha com o ato administrativo.

SERVIÇO PÚBLICO

Segundo Hely Lopes Meirelles “serviço público é todo aquele prestado pela
Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer
necessidades essenciais ou secundárias da coletividade, ou simples conveniência do

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Estado”. São exemplos de serviços públicos: o ensino público, o de polícia, o de saúde


pública, o de transporte coletivo, o de telecomunicações, etc.
A titularidade de um serviço público é intransferível e pertence à administração.
O que pode ocorrer é tão somente a transferência da sua execução para um particular
que, no entanto, ficará sempre sob sua fiscalização. Portanto, a execução de serviços
públicos poderá ser realizada pela administração direta, indireta ou por particulares.

ADMINISTRAÇÃO DIRETA

A administração pública direta é composta de órgãos que estão diretamente


ligados ao chefe do Poder Executivo (Governo Federal, Estadual, Municipal). Esses
órgãos não possuem personalidade jurídica própria, o que significa que eles não têm um
número de CNPJ (cadastro nacional de pessoas jurídicas).
Um exemplo prático é o Ministério da Fazenda, que é o órgão responsável
pela política econômica do país. Dentro de sua estrutura existem diversos órgãos
subordinados. Por exemplo, a Secretaria da Receita Federal, que cuida da arrecadação
dos tributos federais, e a Secretaria do Tesouro Nacional, responsável pela
contabilidade do governo e pela conta única do Tesouro.
A administração direta recebe recursos financeiros dessa conta única e todas
suas despesas administrativas e seus investimentos são mantidos com o repasse de
dinheiro público proveniente de tributos recolhidos pela União, Estados ou Municípios.
Normalmente, esses órgãos atuam em políticas públicas de caráter
essencialmente de Estado, como: Defesa Nacional, Relações Exteriores,
Saúde, Previdência, Educação e diversas outras áreas.
Os servidores públicos lotados na Administração direta são selecionados por
meio de concurso público e possuem vínculo estatutário junto ao Estado, o que significa
que não são contratados sob as regras da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), e
sim de acordo com estatuto próprio. Eles ocupam cargos públicos criados por lei.

Ex: PGE, SEAD, SEFA, SEGUP, SESPA, SECULT, SEDUC E DEMAIS


SECRETARIAS. CASA MILITAR, CASA CIVIL, AGE, PMPA, BMPA, POLICIA CIVIL.

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

A administração pública indireta, por sua vez, é composta por entidades que,

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por meio de descentralização de competências do governo, foram criadas para


desempenhar papéis nos mais variados setores da sociedade e prestar serviços à
população.
Essas entidades possuem personalidade jurídica própria (CNPJ), e, muitas
vezes, recursos próprios, provenientes de atividades que geram receitas.
O primeiro exemplo são as autarquias. Elas são criadas por meio de lei e
prestam serviços à população de forma descentralizada, nas mais diferentes áreas. Um
exemplo de autarquia é o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), hoje vinculado
ao Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. O INSS atende aos aposentados e
pensionistas cobertos pela previdência social e é responsável pelo pagamento de
benefícios a milhões de cidadãos.
Existem também, as fundações, como por exemplo, a Fundação Oswaldo
Cruz (FIOCRUZ), que tem por finalidade desenvolver atividades no campo da saúde, da
educação e do desenvolvimento científico e tecnológico.
Nas autarquias e fundações, em regra, os cargos públicos são ocupados
por servidores estatutários, assim como na Administração direta, ressalvadas algumas
exceções. Esses servidores também deverão se submeter a concurso público, como
previsto na Constituição Federal.
Ainda na administração indireta, temos as empresas públicas e sociedades
de economia mista, que só podem ser criadas após autorização em lei.

PRINCÍPIOS DO SERVIÇO PÚBLICO

PERMANÊNCIA: Impõe continuidade no serviço; os serviços não devem sofrer


interrupções. A continuidade admite exceções, como no caso de greve ou de exceção de
contrato não cumprido. Mas ainda assim é preciso haver formas de suplência e substitui -
ção, para garantir a continuidade.
GENERALIDADE OU UNIVERSALIDADE: Dispõe que os serviços devem ser
prestados com a maior amplitude possível, de forma a beneficiar o maior número possível
de indivíduos. Mas também significa que os serviços devem ser prestados sem discrimi-
nação entre os beneficiários, quando tenham as mesmas condições técnicas e jurídicas
para a fruição. Aplica-se assim, o princípio da isonomia, mais especificamente, da impes-
soalidade (CARVALHO).
EFICIÊNCIA: Os serviços públicos devem ser prestados com a maior eficiência
possível, em conexão com o princípio da continuidade. Para isso, o Estado deve atualizar-

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se mediante os avanços tecnológicos, de modo que a execução seja mais proveitosa e


com menor dispêndio. Periodicamente deve ser feita uma avaliação sobre o proveito do
serviço prestado, com o objetivo de adequar o serviço à demanda social.

MODICIDADE: Os serviços públicos devem ser remunerados a preços módi-


cos, avaliando-se o poder aquisitivo do usuário para que não deixe de ser beneficiário.
Esse princípio traduz a ideia de que o lucro não é objetivo da função administrativa (CAR -
VALHO FILHO).

CORTESIA: O princípio da cortesia refere-se ao dever do prestador de serviço


público de ser cortês e educado em sua prestação ao tratar com o usuário.

CLASSIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

III PÚBLICOS ESSENCIAIS;


IV DE UTILIDADE PÚBLICA;
V PRÓPRIOS DO ESTADO;
VI IMPRÓPRIOS DO ESTADO;
VIIADMINISTRATIVOS;
VIII INDUSTRIAIS;
IX GERAIS;
X INDIVIDUAIS.

PÚBLICOS ESSENCIAS: São os essenciais à sobrevivência da comunidade e


do próprio Estado.
Ex: serviço de polícia, de saúde pública, de segurança.
DE UTILIDADE PÚBLICA: São os que são convenientes à comunidade, mas
não essenciais, e o Poder Público pode prestá-los diretamente ou por terceiros
(delegados), mediante remuneração.
Ex: fornecimento de gás, de energia elétrica, telefone.

PRÓPRIOS DO ESTADO: São os que relacionam intimamente com as


atribuições do Poder Público.
Ex: segurança, política, higiene e saúde públicas.

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IMPRÓPRIOS DO ESTADO: São os de utilidade pública, que não afetam


substancialmente as necessidades da comunidade, isto é, não são essenciais. A
Administração presta-os diretamente ou por entidades descentralizadas (Autarquias,
Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista, Fundações Governamentais), ou os
delega a terceiros por concessão, permissão ou autorização. Normalmente são rentáveis
e são prestados sem privilégios, mas sempre sob a regulamentação e controle do Poder
Público.
Ex: Serviço de transporte coletivo, conservação de estradas, de fornecimento
de gás, etc.
ADMINISTRATIVOS: São os executados pela Administração para atender às
suas necessidades internas. Ex.: datilografia, etc.
INDUSTRIAIS: São os que produzem renda, uma vez que são prestados
mediante remuneração (tarifa). Pode ser prestado diretamente pelo Poder Público ou por
suas entidades da Administração indireta ou transferidos a terceiros, mediante concessão
ou permissão. Ex: transporte, telefonia, correios e telégrafos.
GERAIS: São os prestados à coletividade em geral, sem ter um usuário
determinado. Ex: polícia, iluminação pública, conservação de vias públicas, etc. São
geralmente mantidos por impostos.

INDIVIDUAIS: São os que têm usuário determinado. Sua utilização é


mensurável. São remunerados por tarifa.
Ex: telefone, água e esgotos, etc.
PODERES ADMINISTRATIVOS

Segundo José dos Santos Carvalho Filho, pode-se conceituar os poderes


administrativos como "o conjunto de prerrogativas de direito público que a ordem jurídica
confere aos agentes administrativos para o fim de permitir que o Estado alcance seus
fins". (2016). Deste modo, são: irrenunciáveis, indisponíveis e limitados

• PODER VINCULADO
• PODER DISCRICIONÁRIO
• PODER NORMATIVO
• PODER HIERÁRQUICO
• PODER DISCIPLINA
• PODER DE POLÍCIA

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PODER VINCULADO: Quando a lei confere à Administração Pública a prática


de determinado ato, estipulando todos os aspectos da conduta a ser adotada, sem atribuir
margem de liberdade para o agente público escolher a melhor forma de agir.
EX: lançamento tributário, IPVA etc., Licença para construir.

PODER DISCRICIONÁRIO: Na discricionariedade, o legislador atribui certa


competência à Administração Pública, reservando uma margem de liberdade, DENTRO
DA LEI, para que o agente público, diante da situação concreta, possa selecionar entre as
opções predefinidas qual a mais apropriada para defender o interesse público.
Ex: Nomeação de determinado policial militar para um cargo em comissão
(DAS), previsto na Lei de Organização Básica da PMPA.
PODER HIERÁRQUICO: Segundo leciona Hely Lopes Meirelles, “é o
instrumento disponibilizado à Administração para distribuir e escalonar as funções dos
seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de
subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal".
Do poder hierárquico decorrem algumas faculdades implícitas
para o administrador, tais como:

• Dar ordens;
• Fiscalizar o seu cumprimento;
• Delegar e avocar atribuições;
• Rever os atos inferiores.

PODER DISCIPLINAR é o instrumento disponibilizado à Administração Pública


para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas
sujeitas à disciplina administrativa. Portanto, apenas os servidores públicos e pessoas
vinculadas à Administração Pública, por exemplo, as contratadas, submetem-se ao poder
disciplinar.

PODER REGULAMENTAR: A Constituição Federal de 1988 estabelece a


separação de poderes (funções), conferindo ao Poder Legislativo a função típica de criar
direitos e obrigações por meio de normas. Não obstante, a Administração Pública,
também, com fundamento constitucional, possui competência atípica normativa, o que

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significa que a Administração Pública também poderá editar normas, desde que não
venha a usurpar a competência do Poder Legislativo.

PODER DE POLÍCIA: Não se pode confundir o “poder da polícia” com o “poder


de polícia”. Aquele é inerente ao próprio exercício da atividade policial, considerando a
competência constitucional que tem o aparelho policial para coibir e apurar infrações
criminais.
ALGUNS CONCEITOS:

Hely Lopes Meirelles, poder de polícia “é a faculdade de que dispõe a


Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e
direitos individuais, em benefício da coletividade.

Celso Antônio Bandeira de Melo, poder polícia é a


atividade da Administração Pública, expressa em atos normativos ou concretos, de
condicionar, com fundamento em sua supremacia geral e na forma da lei, a
liberdade e a propriedade dos indivíduos, mediante ação ora fiscalizadora, ora preventiva,
ora repressiva, impondo coercitivamente aos particulares um dever de abstenção (“non
facere”) a fim de conformar-lhes os comportamentos aos interesses sociais consagrados
no sistema normativo.
Ex: concessão de alvará de construção pelo Município, aplicação de multa por
construção irregular, por excesso de velocidade, por infração ambiental, etc., demolição
de casa construída em obra pública, concessão de licença de instalação, dispersão de
passeata que atenta contra bens jurídicos individuais e da coletividade etc.

Os meios de atuação do poder de polícia são os


seguintes: PREVENÇÃO, FISCALIZAÇÃO E
REPRESSÃO.

PODER DE POLÍCIA PREVENTIVO: normatização de condutas


EX: fixação da velocidade em 30 km/h próximo as escolas.

PODER DE POLÍCIA FISCALIZADOR: fiscalizar o cumprimento das regras


EX: radares, velocidades, foto sensores.

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PODER DE POLÍCIA REPRESSIVO: punir o desrespeito às regras.


EX: aplicação de multas (como a de trânsito).

CARGO PÚBLICO, EMPREGO PÚBLICO E FUNÇÃO PÚBLICA

CARGO PÚBLICO: é o lugar dentro da organização funcional da organização


funcional da Administração Direta e de suas autarquias e fundações públicas que,
ocupado por servidor público, submetidos ao regime estatuário, tem funções específicas e
remuneração fixada em lei ou diploma a ela equivalente. São criados por lei, previstos em
número certo e com denominação própria.

ACESSO: será via concurso público para cargos efetivos ou não, nos casos de
cargos em comissão. De qualquer forma, o cargo é próprio das pessoas de direito público,
é inerente ao regime estatutário, não sendo compatível com as pessoas jurídicas de
direito privado da Administração Pública, isto é, não existe cargo público nas empresas
públicas e nas sociedades de economia mista.

ACÚMULO DE CARGO:

• É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando


houver compatibilidade de horários e para as seguintes situações:
• A de dois cargos de professor;
• A de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
• A de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas.
• Houver compatibilidade de horários;
• Máximo de 2 cargos;
• Cargos e proventos acumuláveis conforme previsto no inciso XVI, artigo 37
da Constituição Federal;
• Cargos eletivos e cargos em comissão com proventos.
• Se de má-fé a acumulação ilegal, verificada e firmada em processo adminis-
trativo, caracteriza falta grave, podendo o servidor vir a perder os cargos e restituir o que

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recebeu indevidamente. Se de boa-fé a acumulação ilegal, o servidor deverá optar por um


dos cargos.

- Cargo Eletivo: Art. 14, § 8º Da elegibilidade dos Policiais militares: § 8º O


militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

2 Se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;


3 Se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

Art. 142, §§ 2º e 3º.


- Cargo permanente: o militar em atividade que tomar posse em cargo ou
emprego público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI,
alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei;
- Cargo Temporário: o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse
em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da
administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c",
ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa
situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para
aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de
afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei.

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