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CRISTOLOGIA – AULA 6

A CRUZ DE CRISTO

Veremos hoje:

1. A CRUZ DE CRISTO

1.1 O SÍMBOLO DA CRUZ


1.2 A VERGONHA DA CRUZ

2. A CENTRALIDADE DA CRUZ

2.1 A PERSPECTIVA DE JESUS


2.2 A ÊNFASE DOS APÓSTOLOS

3. POR QUE CRISTO MORREU?

3.1 OS SOLDADOS ROMANOS E PILATOS


3.2 O POVO JUDAICO E SEUS SACERDOTES
3.3 JUDAS ISCARIOTES

4. ATRAVÉS DA CRUZ

4.1 A ÚLTIMA CEIA


4.2 A AGONIA DO GETSÊMANI
4.3 O GRITO DA CRUZ
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1. A CRUZ DE CRISTO
Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo
salvos, é o poder de Deus (1Co 1.18).

1.1. O SÍMBOLO DA CRUZ

Todas as religiões e ideologias têm seu SÍMBOLO VISUAL, que exemplifica sua história ou
crenças.

• O BUDISMO: A flor de lótus.


• O JUDAÍSMO ANTIGO: evitava sinais e símbolos visuais.
• O JUDAÍSMO MODERNO: Escudo ou Estrela de Davi.
• O ISLÃ: crescente ou meia-lua.

As ideologias seculares também possuem seus SINAIS.

• Por exemplo: MARXISMO - O martelo e a foice.

O CRISTIANISMO

• Hoje a CRUZ é o símbolo universal do Cristianismo.


• Os primeiros símbolos cristãos: PAVÃO (que se dizia simbolizar a imortalidade), POMBA,
o LOURO DOS ATLETAS ou um PEIXE.
• ICHTHYS ("peixe") era o acrônimo de Jesus Christos Theou Huios Soter ("Jesus Cristo
Filho de Deus Salvador").
• O crucifixo não foi usado até o sexto século.
• O sinal da cruz teve a finalidade de IDENTIFICAR e SANTIFICAR cada ato como se
pertencesse a Cristo.
• O primeiro imperador que acrescentou o uso do símbolo da cruz foi CONSTANTINO.
- Ele viu uma cruz iluminada no céu, acompanhada das palavras IN HOC SIGNO VINCES
("vence por este sinal").

1.2. A VERGONHA DA CRUZ


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• Paulo pregou que a cruz era "LOUCURA" para muitos (1Co 1.18, 23).
• A crucificação, aparentemente, foi inventada pelos "BÁRBAROS".
• Era o método mais CRUEL de execução praticado, pois atrasa a morte até que a máxima
tortura seja infligida.
• Os romanos a reservaram para ASSASSINOS, REBELDES, LADRÕES, que fossem
ESCRAVOS, ESTRANGEIROS ou pessoas SEM POSIÇÃO LEGAL OU SOCIAL.
• Romanos e judeus viam com horror a CRUCIFICAÇÃO, embora por motivos diferentes.
• Os judeus não faziam distinção entre o "MADEIRO" e a "CRUZ", entre o
ENFORCAMENTO e a CRUCIFICAÇÃO.
- Eles aplicavam aos criminosos crucificados a terrível declaração da lei de que "o que for
pendurado no madeiro é maldito de Deus" (Dt 21.23).
- Eles não podiam crer que o Messias de Deus morreria sob a MALDIÇÃO DIVINA.
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2. A CENTRALIDADE DA CRUZ

2.1. A PERSPECTIVA DE JESUS

• A centralidade da cruz teve origem na mente do próprio JESUS.


- Ele sabia possuir uma MISSÃO e que devia realiza-la, por isso anunciou essa verdade.
(Mc 8.31-32, 16.17; Mc 8.33, 9.31; Lc 18.31-34)
- Jesus sabia que Ele devia SOFRER, SER REJEITADO e MORRER.
• Mais oito ocasiões em que Jesus se referiu à sua morte.
- Mateus 17.9-13; Marcos 9.9-13; Lucas 9.44.
- Marcos 10.35-45; Mateus 20.20-28.
- Marcos 12.1-12; Mateus 21.33-46; Lucas 20. 9-19.
- João dá testemunho da "hora" de Jesus. (Jo 2.4, 7.30, 12.20-28, 13.1,17.1)
• Jesus sabia que ia morrer por causa da hostilidade dos LÍDERES NACIONAIS JUDAICOS
(Mc 3.6; Lc 4. 16-30).
• Jesus sabia que ia morrer porque estava escrito nas Escrituras acerca do MESSIAS (Mc
14.21; Lc 24.25-26).

2.2. A ÊNFASE DOS APÓSTOLOS

• Os apóstolos chamavam a atenção do povo para JESUS.


- Eles afirmaram essa DOUTRINA em suas cartas posteriores. (Gl 3.13; 1 Pe 2.24).
• O apóstolo Paulo definiu:
- o evangelho como "A MENSAGEM DA CRUZ",
- seu ministério como "A PREGAÇÃO DE CRISTO CRUCIFICADO",
- o batismo como a iniciação "DA SUA MORTE",
- a Ceia do Senhor como uma proclamação da MORTE DO SENHOR.
• Paulo se vangloriava na CRUZ (Gl 6.14).
• Pedro afirma:
- que seus leitores foram aspergidos com o SANGUE DE JESUS CRISTO.
- que o preço da redenção foi o "PRECIOSO SANGUE, como de cordeiro sem defeito e sem
mácula, o sangue de Cristo" (1Pe 1.18-19).
• Pedro, dá profundas instruções acerca da MORTE DO SALVADOR (1 Pe 2.24; 3.18).
• João tem o foco na ENCARNAÇÃO. (1Jo 3.16; 4.9,10,14).
• Hebreus demonstra a SUPREMACIA de Jesus Cristo (Hb 4.14; 8 – 10).
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• Apocalipse afirma que desde a eternidade passada à futura o centro do palco é ocupado pelo
CORDEIRO DE DEUS que foi morto desde a fundação do mundo (Ap 13.8).
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3. POR QUE CRISTO MORREU?

3.1. OS SOLDADOS ROMANOS E PILATOS

• Os Evangelhos afirmam que o julgamento de Jesus é a mescla de FATORES LEGAIS e


MORAIS.
- Também esclarecem que o PRESO não era culpado das acusações, que as
TESTEMUNHAS eram falsas, e que a SENTENÇA de morte foi um erro judicial.
• Os responsáveis imediatos pela morte de Jesus foram os SOLDADOS ROMANOS, que:
- O vestiram com um MANTO DE PÚRPURA
- Colocaram uma COROA DE ESPINHOS na sua cabeça
- Colocaram um CETRO DE CANIÇO na sua mão direita,
- VENDARAM seus olhos
- CUSPIRAM nele
- BATERAM em sua na face e deram-lhe na cabeça.
- Também se ajoelharam na sua frente em ZOMBARIA.
• Pilatos era CULPADO, pois Jesus foi "crucificado sob Pôncio Pilatos". (Jo 19.16)
• Pilatos tinha convicção da INOCÊNCIA de Jesus:
1. Ao ouvir que Jesus era da Galileia, enviou-o ao rei para JULGAMENTO (Lc 23.5-12).
2. Ele tentou MEIAS-MEDIDAS (Lc 23.16).
3. Ele tentou fazer a COISA CERTA (soltar a Jesus) com o MOTIVO ERRADO (pela escolha
da multidão).
4. Ele tentou protestar sua INOCÊNCIA. (Mt 27.24).

3.2. O POVO JUDAICO E SEUS SACERDOTES

• Os líderes judaicos:
- Entregaram Jesus a Pilatos para ser JULGADO,
- O acusaram de REIVINDICAÇÕES e ENSINO subversivos,
- Atiçaram a multidão levando-a a exigir a CRUCIFICAÇÃO.
• Os dirigentes judaicos eram ORGULHOSOS; RACIAL, NACIONAL, RELIGIOSA e
moralmente ORGULHOSOS.
- A competição deles com Jesus foi uma luta pela AUTORIDADE.

3.3. JUDAS ISCARIOTES


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• Judas entregou Jesus aos SACERDOTES (1Co 11.23; Sl 41.9) com um beijo.
• Jesus afirmou a culpa de Judas (Mc 14.21) e o próprio Judas CONDENOU-SE a si mesmo.
• João insiste que foi a GANÂNCIA que venceu Judas. (Jo 12. 5-6)

Na busca do ganho material os seres humanos têm descido às profundezas da DEPRAVAÇÃO.

• Os magistrados têm pervertido a justiça por SUBORNOS.


• Os políticos têm usado o seu poder para a concessão de contratos ao que faz uma proposta
melhor.
• Os negociantes têm feito transações desonestas.
• Até mesmo líderes supostamente espirituais têm transformado a religião em uma empresa
comercial (1Tm 3.3).
• Jesus dissera que é impossível servir a DEUS e ao DINHEIRO.
- Judas escolheu o DINHEIRO e muitos outros têm feito o mesmo.
• No nível humano:
- Judas entregou Jesus aos SACERDOTES,
- Os sacerdotes o entregaram a PILATOS,
- Pilatos o entregou aos SOLDADOS,
- Os soldados o CRUCIFICARAM.
• Pedro atribuiu a morte de Jesus simultaneamente ao PLANO DE DEUS e à MALDADE
DOS HOMENS (At 2.23).
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4. ATRAVÉS DA CRUZ

4.1. A ÚLTIMA CEIA

Pois recebi do Senhor o que também lhes entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído,
tomou o pão e, tendo dado graças, partiu-o e disse: "Isto é o meu corpo, que é dado em favor de
vocês; façam isto em memória de mim". Da mesma forma, depois da ceia ele tomou o cálice e
disse: "Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isto, sempre que o beberem, em
memória de mim" (1Co 11.23-25).

A centralidade de sua morte

O que significavam o PÃO e o VINHO?

• O pão representava O CORPO DE CRISTO que em breve seria dado por eles na morte.
• O vinho representava O SANGUE que seria derramado por eles na morte.
• A CEIA DO SENHOR é o único ato comemorativo autorizado por Jesus, que dramatiza
somente a sua MORTE.
• Não há CRISTIANISMO sem a CRUZ.
O propósito da sua morte
• O sangue de Cristo devia ser derramado pelo perdão dos pecados (Mt 26.28).
• Deus estava tomando a iniciativa de estabelecer um NOVO PACTO ou "ALIANÇA" com o
seu povo, a nova aliança.
À necessidade de nos apropriarmos pessoalmente da sua morte.
• Precisamos nos APROPRIAR pessoalmente dos benefícios da sua morte.
• RECEBERMOS a Cristo como nosso Salvador crucificado.
• A Ceia do Senhor tem o propósito de ser a COMUNHÃO do corpo e do sangue de Cristo
(1Co 10.16).

4.2. A AGONIA DO GETSÊMANI

“Então Jesus foi com seus discípulos para um lugar chamado Getsêmani e disse-lhes: "Sentem-se aqui enquanto vou
ali orar". Levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Disse-lhes
então: "A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem comigo". Indo um pouco
mais adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou: "Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo,
não seja como eu quero, mas sim como tu queres"(Mt 26.36-39).
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• O cálice do Senhor era um símbolo legítimo da IRA de Deus (Jó 21.20; Ez 23.32-34; Sl 75;
Is 51.17-22; Jr. 25.15-29; Ap 14.10).
• Diante da agonia de pavor, por conta das implicações da sua morte, Jesus permanece
SUBMISSO ao Pai. (Jo 18.11).
• A agonia do jardim abre uma janela para uma agonia maior na CRUZ.
4.3. O GRITO DA CRUZ

Por volta das três horas da tarde, Jesus bradou em alta voz: "Eloí, Eloí, lamá sabactâni? " que
significa: "Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste? " (Mc 15.33-34)

• Na escuridão, Jesus estava completamente SOZINHO, sendo ABANDONADO por Deus.


• Houve uma SEPARAÇÃO real e pavorosa entre o Pai e o Filho.
• Depois do grito de abandono, Jesus proferiu, em rápida sucessão, mais três palavras.
1. "TENHO SEDE".
2. "ESTÁ CONSUMADO" (tetelestai, o grito de vitória nos Evangelhos).
3. "Pai, NAS TUAS MÃOS entrego o meu espírito!".

Jesus LEVOU os pecados do mundo, CONSEGUIU a salvação e ESTABELECEU uma nova


aliança entre Deus e a humanidade.

• Conclusão

A cruz reforça três verdades: acerca de NÓS mesmos, acerca de DEUS e acerca de JESUS
CRISTO.

1. Nada revela a gravidade do pecado como a CRUZ.


- O que enviou Cristo ali foi a nossa própria GANÂNCIA, INVEJA, COVARDIA e
OUTROS PECADOS.
2. O maravilhoso amor de Deus vai além da COMPREENSÃO.
- Seu nome correto é "graça", que é o amor aos que não o merecem.
3. A salvação de Cristo é um DOM GRATUITO. (1Co 1.23; Gl 5.11).
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BIBLIOGRAFIA

Bíblia. Bíblia Sagrada Nova Versão Internacional. São Paulo: Vida, 2007.

CHAFER, L.S. Teologia Sistemática. São Paulo: Hagnos, 2003

ERICKSON, M.J. Introdução à teologia sistemática. São Paulo: Vida, 1997.

FERREIRA, F. e MYATT, A. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 2007.

GRUDEM, W. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 2011.

STOTT, J. A Cruz de Cristo. São Paulo: Vida, 2006.

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