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principalmente aos desenhos simbólicos que vem da atmosfera e da hidrosfera. Os fatores abióticos
ilustrados nos mapas, como uma linha azul ou aqueles que tem uma relação direta com o
representando um rio, ou uma linha negra clima, fazem com que o sol dite a dinâmica da
simbolizando as estradas de ferro, existe uma terra, exercendo forte influência principalmente
afinidade, cada um com uma característica, mas nas ações da natureza. Ações essas que
basicamente com o mesmo objetivo, informar de começam com a importância da radiação solar,
que forma as interpretações do mapa podem ser que aquece a terra fazendo com que novos
feitas, além das linhas imaginarias que fenômenos ocorram como a formação de nuvens,
representam trópicos, marco divisores, tratam e a maior parte dessa luz é visível, aí começa a
dão ênfase aos planos cartográficos mostrando importância para a realização da fotossíntese.
sua importância e de que forma a alteração do Placas tectônicas
espaço vem ocorrendo, seja através do meio físico As placas tectônicas são blocos com
com vulcões em erupção ou em terremotos que dimensões extremamente grandes que compõem
causam desdobramentos do solo, além dos a camada solida da terra do nosso planeta (a
desastres ocorridos em razão da ação humana. litosfera). Sendo responsável por conter os
Aspectos Gerais: continentes e impedir que os mares e oceanos não
A estrutura da Terra Esse ramo da dominem o pouco da camada de solo que ainda
Geografia analisa os elementos naturais do existe.
planeta, como a evolução da Terra, dinâmica As principais placas do mundo se
climática, aquecimento global e outros problemas empurram, movem-se, causam alguma atividade
ambientais. que acaba afetando a estrutura geológica de
alguns lugares, causando tremores em outros e
fazendo até com que ondas gigantescas se
levantem causando catástrofes de caráter social,
político e principalmente econômico.
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atual dos continentes, e isso tudo ocorreu em um São placas que vão uma de encontro a outra. A
processo conhecido como deriva continental. placa mais densa mergulha para baixo da menos
Vejamos alguns conceitos densa como no choque entre uma placa oceânica
Tectonismo, são os lentos deslocamentos das e outra continental.
placas tectônicas, que podem ser verticais ou Placas convergentes 2, quando as placas têm a
horizontais. Quando é vertical (epirogênese), mesma densidade chocam-se e se comprimem o
levanta ou abaixa a crosta durante um prolongado Himalaia é resultado disso.
espaço de tempo. Quando o movimento de uma
placa em relação a outra é horizontal (Orogênese),
uma acaba entrando embaixo da outra resulta na
formação de cadeias de montanhas e de fossas.
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Rios: Formam vales, cânions e planícies vegetação de um lugar para cultivo ou para
criação de gado fazendo com que as ações
intempéricas possam atuar com ainda mais
facilidade provocando desta forma a erosão.
Intemperismo
Ao longo deste material é possível ir
percebendo como as modificações do nosso
mundo são realizadas, mas do que isso é possível
entender e explicar todo esse processo, chegando
a conclusões de cunho analítico e social provando
que desde o uso do mapa primitivo até os dias
atuais com o GPS, o mundo vem sofrendo com as
constantes alterações chegando a afirmar as suas
Mares: O choque das ondas do mar em paredões correlações entre os processos históricos da
dá origens a falésias humanidade que é degradado e reconstruído
diversas vezes com a prioridade de se reinserir na
sociedade.
Onde queremos chegar com isso? Vamos
chegar ao ponto em que as ações intempéricas
elas não tentam se reinserir no nosso meio, elas
são realidades tão bonitas, fascinantes, que nos
enchem os olhos e fazem com que a admiramos
por longas horas, seja de forma pessoal ou
através de fotos. Mas então que é esse
intemperismo que tanto falamos, bom o
intemperismo é o processo de degradação das
rochas provocados por fenômenos químicos e
físicos.
Geleiras: Seu deslocamento desgasta e recorta
montanhas.
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Foi uma Guerra que teve seu início em Geopolítica: o mundo em conflito a Guerra
1939 até 1945, envolveu todas as grandes Fria!
potências econômicas mundiais. Considera-se o
marco desta guerra a invasão da Polônia pela
Alemanha. O grupo do eixo era dividido da
seguinte forma: Alemanha, Itália e Japão
formavam a tríade a ser combatida. Os aliados
eram formados por Estados Unidos, União
Soviética e Reino Unido. A guerra acabou com a
vitória dos aliados em 1945, nesse mesmo período
foi criada a Organização das Nações Unidas
(ONU), para estimular a cooperação global e evitar Após o fim da Guerra os países conhecidos
futuros conflitos. Períodos O período de 1939 a como os três grandes (Estados Unidos, Grã-
1941, foi marcada por vitorias do eixo, lideradas Bretanha e União Soviética) participaram de um
pela Alemanha, que começava seu processo de encontro em que foi discutido sobre a
expansão e anexação de territórios. De 1941 a reorganização do espaço europeu de acordo com
1945, ocorreram as derrotas do eixo, iniciadas seus interesses. Nesse período iniciaram as
com as perdas no rigoroso inverno Russo. corridas espaciais e armamentistas, a corrida
espacial foi um marco na disputa entre capitalistas
e socialistas. Os soviéticos foram os primeiros a
lançar um satélite e enviar um homem ao espaço,
as viagens tinham um papel de mostrar o quão
grande a tecnologia dos desses países tinha
ficado. A corrida armamentista que teve início com
o lançamento das bombas atômicas sobre o
Japão. Estados Unidos e União Soviética
esforçavam-se em produzir bombas nucleares
com poder de destruição cada vez maior, gerando
preocupação em todo mundo. Acreditava-se que o
ataque de um dos dois lados desencadearia uma
guerra total que poderia pôr em risco a própria
existência humana. Era o equilíbrio do terror. Por
esse motivo, as duas superpotências tentavam
Vale ressaltar que houve um pacto entre
manter os conflitos longe de suas fronteiras. Os
URSS e Alemanha de pacto mutuo em que ambas
focos de tensão foram mudando ao longo do
não se atacariam, mas a Alemanha quebrou a
tempo, sempre que algum país não deixava claro
aliança. Os Estados Unidos era outro que tinha
a qual bloco estava aliado. Soviéticos e
ficado neutro na Guerra, porem chegou a interver
estadunidenses financiaram grupos rebeldes,
pelos aliados, ganhando ainda mais força nas
partidos políticos e até artistas e intelectuais para
frentes de batalha. O Brasil participa enviando
difundir suas ideologias, por isso, a Guerra Fria
cerca de 25 mil soldados para dominar a região de
não foi uma guerra no sentido militar, de combate
Monte Cassino na Itália. É nesse período ainda
armado, mas uma guerra tecnológica, ideológica e
que os Estados Unidos mostram toda a sua força
cultural. Em 1985, Mikhail Gorbatchev assumiu o
em combate, jogando duas bombas atômicas nas
poder. Nos anos seguintes, ele iniciou um
principais cidades japonesas Hiroshima e
processo de reestruturação econômica
Nagasaki. Com fim da II Guerra Mundial, tem início
(perestroika), com abertura política e com
a Guerra Fria, a geopolítica do mundo bipolar,
transparência das ações do Estado (glasnost).
tendo o mundo duas frentes econômicas, de um
Entre as ações empreendidas por iniciativa do
lado o bloco Capitalista liderados por Estados
líder soviético, destacaram-se os acordos entre os
Unidos e de outro o bloco Socialista liderados pela
dois blocos para diminuição do arsenal nuclear.
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Desse modo, o equilíbrio pelo terror tornou-
se menos inquietante, começando o fim da Guerra
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Fria, onde os Estados Unidos despontavam como Hollywood, complementa a expansão cultural dos
única superpotência do planeta. estadunidenses
O mundo pós-Guerra já caminhava por
O mundo pós-guerra outra ideologia, a da preocupação com o meio
A partir dos anos de 1980, o declínio do ambiente. O aquecimento global se tornou pauta
sistema socialista estava ficando cada vez mais dos debates mundiais. As crises no Oriente Médio
comum. Os comunistas passavam por uma série estouraram, o terrorismo tomou conta da região e,
de problemas com o mercado e o dinheiro. Na novamente os Estados Unidos usaram da política
política, a população demonstrava de intervenção, na tentativa de apaziguar.
desapontamentos por causa da pouca Atualmente, o mundo possui uma multipolaridade
participação exercida pelo povo. Deu-se, então, o entre três potências mundiais, Estados Unidos,
desmembramento da União das Repúblicas Japão e Alemanha. Além disso, os países se
Socialistas Soviéticas – URSS, agora, apenas subdividiram em um mapa diferente dos
Rússia. O Exército Vermelho começou a geográficos, separado por paralelos e meridianos.
enfraquecer, prova disso, o recuo das tropas Agora, começa a existir a divisão entre norte e sul,
soviéticas do território afegão. A cova da URSS já entre países desenvolvidos e em
estava quase pronta. Isso começou na década de desenvolvimento. Esse avanço tantos nas
70, com as reformas políticas executadas por relações políticas, quanto econômicas, trouxe
Mikhail Gorbatchev, o Glasnost e a Perestroika. A alguns problemas como: o racismo, a xenofobia
política de Karl Marx (socialismo) foi sendo (preconceito com imigrantes), as questões
deixada de lado. climáticas e destruição do meio ambiente, o
A antiga China Comunista aderiu ao desemprego, a fome, a exclusão e diversos outros
movimento capitalista – apenas na economia ela problemas sociais.
era comunista com o pós-Guerra Fria, houve o
surgimento da expressão “Globalização” e os Globalização
Estados Unidos se transformaram numa potência,
praticamente inalcançável. No decorrer dos
conflitos entre os capitalistas e socialistas, cerca
de 60% da riqueza mundial estava em poder dos
norte-americanos, pois, eles dominavam sobre
todos os outros. As ditaduras militares foram
abolidas e a democracia começava a se instaurar
nos países. Os direitos humanos se sobressaem e
é o fim dos regimes totalitários. Poucas nações
continuaram com o sistema de economia
planificada, que foi o caso de Coreia do Norte,
Cuba e Mianmar. O restante “se libertou” e aderiu
à política capitalista. Na economia, não foi
diferente. Estabeleceram-se de vez as relações
comerciais através dos blocos econômicos, como, Globalização é um conjunto de
por exemplo, UE – União Europeia; Mercado transformações na ordem política e econômica
Comum do Sul – Mercosul, Tratado Norte mundial visíveis desde o final do século XX. Trata-
Americano de Livre Comércio – Nafta; se de um fenômeno que criou pontos em comum
Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico – na vertente econômica, social, cultural e política, e
APEC, a Comunidade dos Estados Independentes que consequentemente tornou o mundo
– CE, União Africana e outros. No ramo cultural, o interligado, uma Aldeia Global. O processo de
idioma inglês tornou-se uma língua universal, visto globalização é a forma como os mercados de
que as tecnologias e estudos avançados estavam diferentes países interagem e aproximam pessoas
todos em poder dos norte-americanos. Isso e mercadorias. A quebra de fronteiras gerou uma
aconteceu principalmente por meio da internet. O expansão capitalista onde foi possível realizar
cinema, com os mais famosos filmes de transações financeiras e expandir os negócios -
até então restritos ao mercado interno - para
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mercados distantes e emergentes. O complexo possível ver a sua marca em atividades ilegais
fenômeno da globalização teve início na Era dos como a prostituição, pedofilia, tráfico de drogas,
Descobrimentos e se desenvolveu a partir da armas e animais, aumento de organizações
Revolução Industrial. Foi resultado da criminosas, "lavagem de dinheiro" e consequente
consolidação do capitalismo, dos grandes aumento dos "paraísos fiscais".
avanços tecnológicos (Revolução Tecnológica) e O mundo globalizado enfrenta agora uma
da necessidade de expansão do fluxo comercial nova ameaça, já que as facções criminosas não
mundial. têm barreiras geográficas que atrapalhem os seus
As inovações nas áreas das objetivos de cometer delitos para o seu próprio
Telecomunicações e da Informática bem. Esta é talvez uma das maiores
(especialmente com a Internet) foram desvantagens da globalização: capacitou os
determinantes para a construção de um mundo criminosos, que usaram a maior facilidade de
globalizado. Globalização econômica O trânsito de mercadorias, serviços e pessoas entre
surgimento dos blocos econômicos - países que os países para cumprirem os seus propósitos
se juntam para fomentar relações comerciais, por ilícitos. Vantagens e desvantagens da
exemplo, Mercosul ou União Europeia - foi globalização, como muitos outros fenômenos de
resultado desse processo econômico. O impacto elevada complexidade, a globalização apresenta
exercido pela globalização no mercado de pontos positivos e negativos. A globalização foi
trabalho, no comércio internacional, na liberdade importante no combate à inflação e ajudou a
de movimentação e na qualidade de vida da economia ao facilitar a entrada de produtos
população varia a intensidade de acordo com o importados. O consumidor teve acesso a produtos
nível de desenvolvimento das nações. importados de melhor qualidade e mais baratos,
O período em que a globalização assim como produtos nacionais mais acessíveis e
econômica mais se intensificou foi em meados do de melhor qualidade. Outra vantagem é que a
século XX, com a III Revolução Industrial globalização atrai investimentos de outros países,
(conhecida também como "Revolução Técnico traz desenvolvimento tecnológico, melhora as
Científica"). Globalização e o meio ambiente, com formas de relacionamento com outros países,
a globalização, os impactos foram extremamente alavanca as trocas comerciais internacionais, e
agressivos e negativos para o meio ambiente. Os abre as portas para diferentes culturas. Por outro
interesses das corporativas capitalistas são lado, uma das maiores desvantagens da
baseados nas explorações de matérias-primas da globalização é a concentração da riqueza.
natureza de maneira insustentável, poluindo e A maior parte do dinheiro fica nos países
contaminando os ambientes naturais. Um dos mais desenvolvidos e apenas 25% dos
princípios da globalização contemporânea é o investimentos internacionais vão para as nações
consumo. Para que sejam produzidos produtos em desenvolvimento, o que faz disparar o número
que correspondam a quantidade de consumidores de pessoas que vivem em extrema pobreza. Com
existentes atualmente, a quantidade de matéria- menos de 1 dólar por dia. Alguns economistas
prima extraída é enorme e, a maioria das afirmam que nas últimas décadas, a globalização
empresas, não faz este processo de extração com e a revolução tecnológica e científica (que são
responsabilidade ambiental. As consequências responsáveis pela automação da produção) são
são as alterações climáticas, catástrofes as principais causas do aumento do desemprego.
ambientais e demais eventos que prejudicam a A globalização também pode desvalorizar
vida do ser humano, como também por exemplo a a cultura nacional de um determinado país,
falta de água potável. Globalização do crime O quando países mais ricos se instalam em países
crime também tem passado pelo processo de mais pobres, explorando a matéria prima e se
globalização, assim com a economia. Nos dias de aproveitando da mão de obra barata. Globalização
hoje, obstáculos, distâncias e fronteiras não têm a segundo Milton Santos Milton Santos, famoso
mesma força, por influência da globalização e os geógrafo e intelectual brasileiro, abordou a
avanços tecnológicos que ela trouxe, tornando globalização nos seus últimos livros. Ele
mais fácil a movimentação de pessoas, de mencionou seus aspectos econômicos, e analisou
informação e de capitais. A globalização não o papel desempenhado pelas empresas na
existe só na economia mundial, também é internacionalização do capital, e também os fluxos
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financeiros e o impacto que estes causam na vez, sabendo utilizar o recurso economicamente e
cultura local. Milton Santos teorizou e criticou tendo consciência social também.
algumas destas características do mundo de hoje, O que anseia o desenvolvimento
e no final de sua vida, sugeriu uma globalização sustentável, não só anseia, como principalmente
solidária, que fosse centrada em valores que não sugere a qualidade ao invés da quantidade, ou
fossem ligados à hegemonia. seja, utilizar o mínimo de recursos possíveis,
causando assim a diminuição da matéria prima e
Desenvolvimento sustentável, o que é? o aumento da reciclagem.
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contra o aumento do efeito estufa preocupados
com estes problemas, ONGs (Organizações Não
Governamentais) e governos de diversos países já
estão tomando medidas para reduzir a poluição
ambiental e a emissão de gases na atmosfera. O
Protocolo de Kyoto, assinado em 1997, prevê a
redução de gases poluentes para os próximos
anos. Porém, países como os Estados Unidos tem
dificultado o avanço destes acordos. Os EUA
alegam que a redução da emissão de gases
poluentes poderia dificultar o avanço das
indústrias no país. Em dezembro de 2007, outro
evento importante aconteceu na cidade de Bali.
Representantes de centenas de países Acredita-se que fontes de energia podem
começaram a definir medidas para a redução da ser classificadas em renováveis e não renováveis,
emissão de gases poluentes. São medidas que mas por que toda essa preocupação em relação
deverão ser tomadas pelos países após 2012. as fontes de energia?
Em 12 de novembro de 2014, Estados Unidos e Com o avanço da humanidade as fontes de
China (maiores poluidores do mundo), assinaram energia tornaram-se uma das principais formas de
um acordo com metas mútuas, voltadas para a poderem realizar algumas atividades por isso são
redução da emissão dos gases geradores do extremamente importantes para o homem isso por
efeito estufa. Curiosidades: Atualmente, são que estes passaram a ter algumas necessidades
despejados no ar cerca de 5 bilhões de e as fontes de energia facilitam pois originam
toneladas de dióxido de carbono (um dos combustíveis, e eletricidade que servem para a
principais gases causadores do efeito estufa) iluminar, movimentar maquinas entre outras
por ano. Só para termos uma base de aplicações. As principais fontes de energia são,
comparação, há 100 anos atrás eram lançados petróleo, energia hidrelétrica, carvão mineral e
cerca de 60 milhões de toneladas deste gás biocombustível, além destes ainda temos: o gás
anualmente. natural, energia nuclear, xisto betuminoso, lenha,
Estudos climáticos recentes demonstraram carvão vegetal, energia solar e energia eólica. O
que a temperatura do planeta Terra aumentou que vem a ser o petróleo: é um minério fóssil onde
cerca de 0,5°C nos últimos 170 anos. Este são processados subprodutos utilizados como
aquecimento está diretamente relacionado com o fonte de energia como a gasolina, óleo diesel,
efeito estufa. Um aumento de 4ºC na temperatura querosene, e ainda é capaz de gerar energias nas
global, causado pelo efeito estufa e aquecimento termoelétricas. Hidrelétrica: produz energia
global, poderá provocar a extinção de milhares de elétrica gerada através de turbinas impulsionadas
espécies animais no planeta. Os animais mais por aguas de rios acumuladas em barragens.
afetados serão aqueles que vivem nas regiões Carvão Mineral: esse minério oferece calor para
polares, pois este aumento de temperatura os grandes fornos industriais siderúrgicos e
provocará derretimento de gelo em grandes contribui para geração de eletricidade nas usinas
proporções, afetando diretamente o habitat destas termelétricas. Biocombustível: correspondem ao
espécies. Os recifes de corais também serão álcool e ao biodiesel seu uso é bastante difundido
muito afetados com o aumento da temperatura no Brasil por ser utilizado em veículos
das águas oceânicas. automotores desde a década de 70. Mas a final o
Fontes de energia que são fontes de energias renováveis?
Corresponde a todo recurso que tem a capacidade
de se refazer ou não é limitada, nessas destacam
os biocombustíveis, hidrelétricas, energia solar,
eólica entre outras. No entanto, esses tipos de
fontes de energia não são isentos de provocar
impactos na natureza, os biocombustíveis
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produzem devastação ambiental no Nível de escolaridade, média de anos de estudos
desenvolvimento de culturas que servem de da população adulta e numero esperado de anos
matérias-primas tais como a cana-de-açúcar, de estudo
eucalipto, mamona entre outros, para o cultivo Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, baseada
dessas são necessárias imensas propriedades na prioridade do poder de compra dos habitantes.
rurais, denominadas de monoculturas, essa Nível de saúde obtido através da expectativa de
prática retira as coberturas vegetais, sem contar o vida da população. Esse item é um reflexo da
uso de insumos agrícolas (fertilizantes, inseticidas, qualidade dos serviços de saúde e saneamento
herbicidas entre outras). No caso das hidrelétricas ambiental.
os problemas na geração de energia estão na Então como se obtém a média? É um
construção das usinas, pois é necessário represar processo muito simples, é feito uma soma entre os
uma grande quantidade de água cobrindo imensas três aspectos observados e no final divide por três,
áreas de florestas, dessa forma coloca em risco a uma conta bem simples e que traz em números se
fauna e a flora, além da emissão de gases os países sofreram alguma mudança nos últimos
provenientes da decomposição de animais e anos.
vegetais contidos no fundo das represas. As O fator do IDH, é mais eficaz, ou tem uma
energias solar e eólica produzem impactos quase melhora mais acentuada a medida em que ele se
insignificantes e são pouco utilizadas no Brasil. As aproxima da média 1, o que quer dizer, que isso
fontes não-renováveis correspondem a todo demonstra se o país ou a nação está tendo uma
recurso natural que não tem capacidade de se elevação de seus índices ou uma queda. Veja a
renovar ou refazer, ou seja, que podem acabar seguir uma lista com os principais países e seus
(finitos). Dentre os recursos finitos com previsões respectivos IDH’s
para esgotar totalmente em pequeno, médio e 1. Noruega 0,938
longo prazo estão o petróleo, carvão, urânio, xisto 2. Austrália 0,937
e muitos outros. 3. Nova Zelândia 0,907
Os recursos energéticos classificados 4. Estados Unidos 0,902
como não renováveis geralmente produzem 5. Irlanda 0,895
poluentes superiores aos renováveis. Os impactos 6. Liechtenstein 0,891
podem surgir a partir da emissão de gases dos 7. Países Baixos 0,890
veículos automotores, vazamentos em oleodutos, 8. Canadá 0,888
vazamentos de navios petroleiros e muitos outros. 9. Suécia 0,885
O Brasil figura na posição de 73º lugar do
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ranking mundial com um IDH de 0,699.
O índice de desenvolvimento humano, foi
fundamentado por um programa das nações para Pobreza, fome e exclusão social
medir o quão rápido ou lento um país desenvolve- Os anos de Guerra Mundiais e de Guerra
se, a partir disso então obtiveram-se uma gama de Fria protagonizaram ao mundo o que seria o
resultados, positivos e negativos, mas do que futuro, ou os dias atuais, demonstrando ainda
medir a economia, medir a expectativa de vida, a mais como a questão de blocos econômicos que
qualidade de vida, utilizando dos preceitos demonstravam seus interesses e suas
estabelecidos para uma formação continuada e necessidades.
que se estabeleça frente a uma nova ordem O espectro da pobreza em todo o mundo é
política, econômica e social. aterrorizante, em alguns lugares, a pobreza chega
Essa forma de medida foi desenvolvida e a níveis extremos, o que mais impressionam não
pensada pelo PNUD (Programa das nações são os dados em si, mas as formas como eles são
unidas para o desenvolvimento) com a finalidade colocadas e quase excluídas pelas grandes
de que todas as nações atinjam um pico em seu superpotências mundiais.
desenvolvimento econômico. Para chegar a dados A pobreza: até 2015 o número de pessoas
conclusivos acerca do IDH, é preciso fazer uma que vivem com cerca de 1 dólar por dia estava em
análise em três passos: um índice muito acima do previsto para a época.
Em junho, um relatório das nações unidas,
constatou que nos 49 países mais pobres do
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mundo, principalmente na África mais do que Embora a globalização diminua as
duplicou nos últimos 30 anos, chegando a 307 barreiras do comércio internacional, deixa essa
milhões de pessoas, ou seja, um número absurdo, grande lacuna social,
mas que com o passar dos anos tende a se tornar
menos descomplicada. Os dados ainda apontam
que em países da Ásia, embora o
desenvolvimento esteja a todo o vapor, o índice
social continua muito baixo e a quantidade
pessoas que continuam na miséria é muito
grande.
O Congo é o país que regista os piores
índices, com 90,5% da população vivendo com
menos de um dólar por dia. Na Ásia, o país em pior
situação é Mianmar, a antiga Birmânia, onde esta
taxa equivale a 52,3%.
O Brasil figura na posição de 73º lugar do
ranking mundial com um IDH de 0,699.
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A exclusão social é um problema que se
tornou ainda mais comum principalmente entre as
grandes nações europeias, em que a população
Uma nova problemática, a questão reprime fortemente a ida de migrantes, e acaba
demográfica mundial. demonstrando a exclusão social, a partir
principalmente dessas atitudes, passou a ser
Hoje o mundo todo tem sentido o efeito do utilizado principalmente o termo de xenofobia.
aumento populacional no mundo, mas como O termo é de origem grega e se forma a partir das
entender esse aumento? palavras “xénos” (estrangeiro) e “phóbos” (medo).
A humanidade passou a se reproduzir de A xenofobia pode se caracterizar como uma forma
uma forma muito intensa e com o avanço da de preconceito ou como uma doença,
tecnologia dos meios de informação e um transtorno psiquiátrico.
principalmente da medicina, fizeram com que os O preconceito gerado pela xenofobia é
índices de mortalidade daquela época caíssem e algo controverso. Geralmente se manifesta
assim o número de pessoas que nascia passou a através de ações discriminatórias e ódio por
ser muito maior do que morria, o resultado disso indivíduos estrangeiros. Há intolerância e aversão
um inchaço populacional que ocasionou um alta por aqueles que vêm de outros países ou
na taxa de criminalidade, um aumento na taxa de diferentes culturas, desencadeando diversas
desemprego, um aumento do uso espacial. Com reações entre os xenófobos. Nem todas as formas
isso surgiu uma série de teorias, a principal delas: de discriminação contra minorias étnicas,
A Teoria Malthusiana Concomitantemente ao diferentes culturas, subculturas ou crenças podem
processo de industrialização e de urbanização, ser consideradas xenofobia. Em muitos casos são
provocado pela Revolução industrial, houve, de atitudes associadas a conflitos ideológicos,
maneira geral, um grande crescimento na choque de culturas ou mesmo motivações
população absoluta mundial. No final do século políticas. Como doença, a xenofobia é um
XVIII, o economista Thomas Malthus, preocupado transtorno causado por um medo descontrolado
com esse crescimento, desenvolveu uma teoria do desconhecido, que se transforma em
que assustava toda a humanidade. Ele dizia que o desequilíbrio. Quem sofre este transtorno
crescimento da população, estava em uma possivelmente passou por uma má experiência ao
progressão geométrica enquanto a produção de estar exposto a uma situação desconhecida que
alimentos crescia de forma aritmética. Isso levaria, causou terror e deixou marcas que vão interferir na
dentro de alguns anos, a um quadro de fome sua vida diária. As pessoas com essa patologia
extremo em todo o mundo, onde não haveria sofrem de angústia e extrema ansiedade, se
comida para toda a população. distanciam do convívio social, evitam o contato
Malthus baseou-se do desequilíbrio entre com estranhos e, em alguns casos, podem ter
as taxas de natalidade e as de mortalidade, o que crises de pânico.
ocasionou um aumento do crescimento natural ou Xenofobia no Brasil
vegetativo. O Brasil é conhecido por ser um país que recebeu
Segundo especialistas, esse desequilíbrio e recebe muitos imigrantes de vários países com
indica um período de Transição demográfica. O diferentes culturas, sem graves demonstrações de
período dessa transição, verificado a partir do xenofobia. No entanto, no século XIX se verificou
século XIX, deveu-se ao processo de urbanização, no Brasil um fenômeno chamado lusofobia, que
às melhorias nas condições de saneamento, e ao resultou de um sentimento nacionalista de alguns
avanço da tecnologia. Esses fatores políticos brasileiros, que tinham como objetivo
desencadearam uma acentuada queda nas taxas reduzir a interação de indivíduos portugueses na
de mortalidade. Como a taxa de natalidade não economia local.
estava aumentando, e a taxa de mortalidade Xenofobia na Europa
diminuindo, ouve um crescimento muito grande na A existência de xenofobia é bastante comum na
população. Europa, principalmente nos países onde há um
grande fluxo de imigração, como a Inglaterra e
A exclusão social. Suíça. Também em Portugal, alguns portugueses
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apresentam sentimentos xenófobos em relação a correntes migratórias emergem de Latino-
brasileiros. Americanos, Africanos e Asiáticos em direção aos
Xenofobia e racismo EUA, Europa e Japão. Os trabalhadores migrantes
Xenofobia e racismo são dois conceitos diferentes, enviam dinheiro para sua terra natal, algumas
mas que muitas vezes se traduzem em atitudes estimativas revelam que eles movimentam
semelhantes de discriminação em relação a anualmente cerca de 58 bilhões de dólares, o
alguém. A xenofobia está direcionada para alguém Brasil, por exemplo, recebe anualmente cerca de
que vem de outro país, mesmo que seja da mesma 2,8 bilhões de dólares enviados por brasileiros que
etnia. Por outro lado, o racismo é a discriminação vivem no exterior.
fundamentada na existência de uma raça superior Os brasileiros por vários motivos saem do
às outras. É uma construção social que não país, o movimento de saída do país é chamado de
encontra eco na comunidade científica, sendo um emigração, o de entrada de estrangeiro é
grave preconceito, e que pode ocorrer também a denominado de imigração. O que levam os
uma pessoa que tenha nascido no mesmo país brasileiros a sair do país rumo a outro, são as
daquela que comete o ato racista. sucessivas crises econômicas, hoje existem cerca
de 2 milhões de brasileiros vivendo no exterior de
Fluxos migratórios forma clandestina.
Outra modalidade de migração
internacional é a de fluxo de refugiados, indivíduos
que sofrem perseguições de ordem política,
religiosa ou étnica. Na década de 1970, havia
cerca de 2,5 milhões de refugiados, hoje esse
número chega aos 25 milhões, decorrentes de
acontecimentos geopolíticos como: o fim do
socialismo, a diminuição de ajudas financeiras e
humanitárias e principalmente pela expansão do
fundamentalismo Islâmico.
São considerados migrantes refugiados
cerca de 25 milhões de pessoas, que foram
obrigados a deixar seus lares devido a problemas
ambientais, como desmatamento, desertificação,
Os fluxos populacionais foram erosão dos solos e desastres químicos e
incrementados a partir do desenvolvimento do nucleares.
sistema de transporte (Rodoviário, hidroviário, As origens dos refugiados são as mais
ferroviário e aéreo) e das telecomunicações, que variadas, mas geralmente possuem algumas
ofereceram maior mobilidade às pessoas em todo características, como origem de países
mundo. Segundo a ONU (Organização das subdesenvolvidos, no qual a renda per capita
Nações Unidas), aproximadamente 175 milhões média está abaixo de 500 dólares e há alto índice
de pessoas vivem fora do país de origem. de analfabetismo, governos ditatoriais que violam
Os fluxos populacionais entre países são os direitos humanos de determinada parcela da
denominados de migrações internacionais, essas população, na forma de perseguições políticas e
podem ocorrer por atração ou por repulsão, a torturas, extermínio étnico e discriminações
primeira geralmente acontece quando as pessoas religiosas e culturais.
vivem em países nos quais não há boas condições Por fim, existe um fluxo, agora sem
de vida e de trabalho, são atraídas rumo a países agravante, que é o turístico, que são motivados
desenvolvidos, como Estados Unidos, países da pela busca de lazer, cultura e religião, esse
Europa desenvolvida e Japão, a segunda são processo motiva a comercialização de viagens em
migrações onde o indivíduo deixa seu país devido grande escala a custos mais reduzidos (pacotes
a problemas políticos, perseguições, guerras, de viagens), mas esse tipo de fluxo é privilégio de
entre outros. uma restrita parcela da população mundial. Os
A maioria das migrações internacionais principais países que atraem turistas são
ocorre pela busca de trabalho, as principais Alemanha, Japão e EUA, o volume do faturamento
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decorrente a atividade é de aproximadamente 4,5 - Na queda do regime comunista na Albânia, a
trilhões de dólares, gerando cerca de 200 milhões partir de dezembro de 1990, cerca de 400.000
de empregos em todo o mundo. albaneses fugiram para a Grécia e Itália.
Além da atual onda de migração, vários O movimento migratório durou vários anos.
fluxos migratórios tão importantes quanto o que - Portugal, antigo país de emigração, mas também
ocorre na Europa atingiram o continente nas antiga potência colonial, vivenciou um importante
últimas décadas, como dos repatriados da Argélia movimento de repatriados (cerca de 500.000
na França ou dos refugiados da guerra da ex- pessoas) durante a independência de
Iugoslávia. Moçambique (junho de 1975), de Angola
Veja os principais movimentos (novembro de 1975), mas também do Cabo Verde
populacionais que marcaram o fim da Segunda e São Tomé.
Mundial (40 milhões de pessoas deslocadas na - A Espanha, no início de 2000, experimentou um
Europa em maio de 1945, segundo a Agência das fluxo de mais de 300.000 equatorianos, que
Nações Unidas para os Refugiados): deixaram o seu país atingido pela dolarização
- Os repatriados da Argélia: Os Acordos de Evian decidida por Quito.
(18 de março de 1962) marcaram o fim da guerra Muitos deixaram o país anos depois com a crise
na Argélia e cerca de 200.000 franceses da econômica na Península Ibérica.
Argélia deixam imediatamente sua terra natal, com - Os "boat people": após a queda de Saigon (30 de
apenas algumas malas. abril de 1975), que terminou a Guerra do Vietnã, e
Em Paris, acreditava-se em um êxodo a tomada de Phnom Penh (17 de abril de 1975)
temporário, convencidos de que a maioria dos pelos Khmers Vermelhos, até 1,3 milhão de
repatriados pediria a nacionalidade argelina. Isso pessoas buscaram refúgio no exterior.
nunca aconteceu: o fluxo não parou de aumentar Apesar de a grande maioria (800.000) ir para os
até atingir um milhão de pessoas - judeus, Estados Unidos, o fluxo também foi grande para a
cristãos, muçulmanos nascidos na Argélia e Europa, principalmente na França: cerca de
presentes neste país há várias gerações. 130.000 cidadãos da antiga Indochina entraram
Depois da descolonização, o número total legalmente na França. Muitos mais entraram sem
de "repatriados" na França atingiu 1,45 milhão de o status de refugiado, mas todos em geral, foram
pessoas, incluindo 260.000 originários de bem acolhidos.
Marrocos, 180.000 da Tunísia, 15.500 da África
negra e Madagáscar, 44.000 da Indochina.
- Após a queda do comunismo e da implosão da
URSS (1990-1991), cerca de 2,5 milhões de
descendentes de alemães deixam a União
Soviética para recuperar a terra de seus
ancestrais (os "Aussiedler"). O pico da onda foi em
1994, quando 215 mil deles chegaram à
Alemanha.
A este fenômeno em massa, somou-se, no Na imagem vemos um grupo de refugiados sírios
início dos anos 90, a chegada de imigrantes que vivem em um campo de concentração em
fugidos das guerras da ex-Iugoslávia e cujo Zaatari. Nos dias atuais as pessoas têm destino
principal destino era a Alemanha. De acordo com certo quando se fala em relação a migração que
o demógrafo Francois Heran, os três anos de pico seriam países como os ilustrados a seguir.
para a chegada à UE de requerentes de asilo das
guerras da ex-Iugoslávia foram em 1990
(100.000), 1991 (226.000) e 1992 (173.000). O
destino de 3/4 deles foi a Alemanha.
O número de 800.000 requerentes de asilo
previsto pela Alemanha para o ano de 2015 já foi
atingido ou ultrapassado em 1992.
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a necessidade de combater organizações
terroristas. Entretanto interesses políticos e
econômicos, como o controle sobre as reservas de
petróleo, são as verdadeiras “causas” da
intensidade de conflitos. Vale ressaltar as riquezas
e belezas naturais do Oriente Médio, com o
predomínio de climas áridos e semiáridos, relevo
montanhoso, grandes reservas de petróleo e gás
natural. Mas a O Oriente Médio é uma região
marcada por muitas divergências políticas e
religiosas. Assim, é comum os países estarem
envolvidos em conflitos, sobretudo na disputa por
territórios e pelo poder do petróleo. Contudo é
importante conhecer outros aspectos dessa
Países europeus com um certo grau de região, que representam também riquezas
desenvolvimento, aí estão os principais fluxos culturais e naturais, na maioria das vezes pouco
migratórios atuais. comentadas.
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Atlântico Norte) e os governos do Paquistão e • Apesar desta retirada ainda restam mais
Afeganistão. de 100 colônias judaicas na Cisjordânia e o
• 1993 – Acordo de Oslo : foi uma série de governo de Israel não está disposto a continuar
acordos entre o governo de Israel e o Presidente com as remoções.
da OLP, Yasser Arafat mediados pelo então • Israel também não pretende abrir mão de
presidente dos EUA, Bill Clinton. Se Jerusalém, reivindicada pelos palestinos para ser
comprometiam a unir esforços para a realização a capital de seu futuro Estado.
da paz entre os dois povos. Estes acordos previam • O Hamas já avisou que usará todas as
o término dos conflitos, a abertura das armas para lutar pela libertação da Cisjordânia e
negociações sobre os territórios ocupados, a de Jerusalém Oriental.
retirada de Israel do sul do Líbano e a questão do • Junho de 2009 : O ministro de Assuntos
status de Jerusalém. exteriores de Israel, Lieberman, afirmou que o
• 1995 – Primeiro Ministro de Israel, governo israelense está disposto a iniciar um
Yitzhak Rabin, e o presidente da OLP, Yasser diálogo com os palestinos : se referiu pela primeira
Arafat, assinaram um documento estabelecendo vez à criação de um “ Estado Palestino” , mas fez
os princípios de transferência da Faixa de Gaza e uma série de requisitos à ANP, como por exemplo
de parte do território e de parte do território da que seja um território desmilitarizado.
Cisjordânia para que os palestinos formassem seu • O presidente dos EUA, Obama, pediu
próprio Estado. uma total paralisação das construções nas
• Desde então a OLP se transformou em colônias judias, um dos principais empecilhos no
ANP (Autoridade Nacional Palestina), que seria processo de paz entre israelenses e palestinos.
responsável pelo controle político do novo Estado. • Extremistas da direita nacionalista
• O acordo de Oslo não foi suficiente para israelense anunciaram suas intenções de construir
trazer paz à região: Rabin foi assassinado em nas próximas semanas 30 novas áreas judias na
1995 por um extremista judeu. Cisjordânia.
• Grupos radicais islâmicos como o Hamas • Meir Bretler, membro do grupo “Lealdade
e o Jihad não reconheceram os acordos à Terra de Israel”, integrado por colonos judeus,
realizados pela OLP e pela sua sucessora ANP e declarou que algumas áreas serão levantadas em
continuam a fazer atos de terrorismo contra Israel. lugares onde não há assentamentos a fim de se
• Milhares de colonos israelenses juram que estender no território o máximo possível.
jamais sairão das colônias da Cisjordânia, nem
que seja preciso criar milícias para substituir as • O movimento islâmico Hamas condenou
tropas israelenses. o discurso feito pelo ministro israelense e
• Diante do impasse explode uma nova considerou inaceitáveis as condições impostas
Intifada em setembro de 2000. para a criação de um “ Estado Palestino”.
• A reação de Israel foi violenta: construiu • Segundo Ismail Radwan , um dos líderes
um muro separando os povos árabes das colônias do Hamas: ele negou os direitos legítimos do povo
judaicas da Cisjordânia, impedindo a circulação palestino, como o direito ao retorno dos refugiados
dos palestinos e enviou tropas para as principais e o reconhecimento de Jerusalém como capital do
cidades palestinas. futuro Estado palestino“. O discurso é uma
• O líder Yasser Arafat se transformou em bofetada na cara de todos aqueles que apostaram
prisioneiro em seu próprio quartel general, na opção das negociações com Israel. Também
cercado pelo exército de Israel, de onde só saiu representa uma resposta aos árabes e palestinos
em 2004, gravemente enfermo. Morreu em 2004 que defendem o diálogo de paz", disse. 2015
Muro que separa árabes palestinos e judeus • O Exército israelense quer impedir o
• Em agosto de 2005 Israel decidiu lançamento de mais foguetes a partir de Gaza e
esvaziar todas as colônias judaicas da Faixa de enfraquecer o grupo radical islâmico Hamas.
Gaza, depois de 38 anos de ocupação. Quatro • Nas madrugadas destas terça-feira e
colônias da Cisjordânia também foram quarta-feira (09/07), Israel atacou centenas de
desativadas e cerca de15 mil judeus foram alvos do lado palestino, supostamente incluindo
removidos. casas de membros do Hamas. Além disso, a força
aérea disparou contra lançadores de foguetes e
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campos de treinamento, disse um porta-voz dos (GOMES, 2001, p.11). Outros analistas dividem o
militares. sionismo em duas correntes: “ o sionismo burguês,
• Antes disso, o Hamas havia reivindicado associado a Theodor Herzl, aproximou-se do
a autoria dos ataques com foguetes vindos da governo inglês, garantindo que iria criar um
Faixa de Gaza. ‘bolsão de cultura européia’ no Oriente Médio,
• O que provocou as tensões atuais? No uma ‘barreira contra a barbárie oriental’. O caráter
dia 12 de junho, três jovens israelenses foram colonialista e etnocêntrico contra os povos árabes
sequestrados na Cisjordânia e encontrados parecia claro. Entretanto, havia também o
mortos duas semanas depois. O governo de Israel sionismo socialista, que queria ‘levar a revolução
acusa o Hamas como responsável pelo crime. Na socialista para a Palestina e de lá para todo o
busca dos autores, seis palestinos foram mortos Oriente Médio’ ” (SCHIMIDT, 2005, p. 616).
pelo Exército e cerca de 420 foram presos, a Mesmo autores de origem judaica apontam
maioria deles membros do Hamas. elementos complicadores no movimento sionista,
como é o caso de Yoram Kaniouk para quem “a
A questão da Palestina pior calamidade do sionismo, no qual ainda
Entre os autores que dão ao conflito um acredito, foi ter acreditado que com a redenção
aspecto eminentemente político, destaca-se a dos judeus em sua terra traria progresso para os
jornalista e escritora brasileira, de origens árabes” (KANIOUK, 1997, p. 84). 9 Discutir os
judaicas, Helenas Salem para quem “no momento fundamentos do sionismo é o interesse de autores
em que árabes matam árabes (no Líbano), em que como Norman G. Finkelstein, que analisa o
judeus discordam de judeus (em Israel e no resto “consenso ideológico” originário desse
do 8 mundo em relação ao governo Begin) fica pensamento. Para ele, a ideia de que a Palestina
mais do que evidente que a questão não é árabe deveria conter uma maioria judaica seria um dos
ou judia, muçulmana ou israelita, mas de fato elementos centrais desse consenso. As três
política” (SALEM, 1982). Segundo essa autora, a tendências distintas do sionismo - política,
convivência de forma mais ou menos pacífica trabalhista e cultural -, defendiam essa ideia por
entre os povos “primos” de origem semita, seja na diferentes razões. Além disso, levar em conta a
Península Ibérica, no período medieval, ou na violação dos direitos dos árabes desde 1948, os
Palestina há mais de um século, evidencia que a erros estratégicos e a corrupção da liderança
questão palestina apresenta causas políticas, palestina é importante para a compreensão do
sociais e econômicas precisas. Além disso, pontua conflito (FINKELSTEIN, 2005). O agravamento da
o início da disputa árabe/israelense com o questão palestina também ocorre pelo interesse
surgimento do sionismo no final do século XIX e das potências imperialistas no final do século XIX,
sua implementação na Palestina. Com isso, a principalmente da Inglaterra, no Oriente Médio.
referida autora descarta qualquer motivo religioso Segundo Salem, a Inglaterra utilizou a velha tática
ou pseudo-racial para o conflito. Entre os que de “dividir para reinar”, apoiando a imigração de
destacam a disputa por terra na região como base judeus para a palestina e reduzindo esse mesmo
para o conflito palestino-israelense está Ariel apoio quando a tensão entre árabes e sionistas
Finguerman, que apresenta como problema atingia níveis elevados (SALEM,1982). Inglaterra
adicional, o fato de ser a Terra Santa para ambos e França, que dividiam o que sobrava do império
os lados (FINGUERMAN, 2005). O próprio otomano em fragmentação, determinaram o
sionismo, como movimento nacionalista judaico, destino da região (SOLIMAN, 1990). Um equívoco
pode ser entendido sob diversos aspectos. do movimento sionista, apontado por Márcio
Segundo Aura Gomes, alguns autores defendem Scalercio, foi o fato de seus líderes priorizarem os
que a motivação do movimento se deve ao medo contatos com os dominadores britânicos na
que alguns judeus tinham de serem assimilados Palestina, ignorando o povo que aí vivia mesmo
pelas sociedades no meio das quais viviam, com o alerta de que as populações árabes aí
perdendo sua identidade como povo. Isso era radicadas não aceitariam passivamente ceder
reforçado pela consideração de alguns grupos de espaço para judeus recém-chegados
judeus ortodoxos de que o movimento sionista (SCALÉRCIO, 2003). Segundo Amnon Kapeliouk,
seria o único meio de preservação da fé judaica contraponto do movimento sionista é o movimento
nacionalista palestino no qual se destaca a figura
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de Iasser Arafat como núcleo principal da OLP 2003, p.). A obra desse autor parte do pressuposto
(Organização para a Libertação de Palestina) que “Histórias completas não existem”, mas é
(KAPELIOUK, 2004). Para Scalercio, porém, a possível compreender melhor o conflito árabe-
OLP foi fundada, em 1964, numa tentativa de israelense. 11 Para iniciar a história do conflito sob
líderes de países árabes de manter sob controle o o aspecto militar, o autor propõe que, para
potencialmente explosivo movimento palestino - já compreendê-lo melhor é necessário partir do
então fragmentado em várias organizações, como pressuposto “que Israel moderno é um Estado
veremos no item seguinte (Confrontos Militares) -. Ocidental cravado no Oriente Médio”
“Apenas após o ‘novo desastre’ representado pela (SCALERCIO, 2003, p. 29) o que, por si só, já é
derrota na Guerra dos Seis Dias (1967) grupos um grande complicador. Além disso, alguns
como o de Arafat se 10 inclinaram a se aproximar líderes do chamado “sionismo revisionista” já
e mesmo procurar assumir o controle da OLP” tinham consciência de que os palestinos não
(SCALERCIO, 2003, p. 101). 3. Os Confrontos cederiam pacificamente suas terras. Isso foi se
Militares Do ponto de vista militar das lutas na confirmando mesmo antes da criação do Estado
Palestina, é importante traçar um quadro histórico de Israel, quando entre 1936 e 1939 houve a
do conflito e suas conexões com o revolta dos palestinos contra os britânicos e
fundamentalismo e o terrorismo no Oriente Médio, colonos judeus. Por outro lado, mesmo antes do
através de uma análise reveladora sobre esses levante, os judeus organizaram as “forças de
dois povos condenados a conviver (SCALERCIO, defesa” unidas no Haganah. Judeus mais
2003). Para esse autor, colocar essa disputa por extremistas criaram o Irgun e outros, mais
terra no campo religioso, principalmente na defesa radicais, o Lehi que, juntamente com o movimento
da legitimidade histórica, complica o problema da palestino de protesto, deram início à escalada do
Palestina. Isso porque, não é possível uma atualmente denominado “terrorismo” na região.
resposta clara sobre qual grupo semita primeiro lá Segundo Scalercio, a proposta da ONU da Partilha
se instalou. A profusão de profetas, característica da Palestina, de 1947, que desgostou árabes
dos semitas, trazendo sempre uma “nova palestinos e judeus, foi aceita por setores judaicos
verdade”, resultou em alguns bem-sucedidos que para angariar a simpatia internacional, atribuindo
se sedimentaram e outros, fracassados, que foram aos árabes o ônus de não aceitar a partilha, e
esquecidos. “Os judeus dirão que saíram à força e como ponto de partida para a criação do Estado
voltaram, os árabes responderão que jamais se de Israel (SCALERCIO, 2003, p. 42- 44). Depois
moveram da Palestina” (SCALERCIO, 2003, p. da criação do Estado de Israel, a primeira guerra
20). Essa incapacidade de estabelecer pontos árabe-israelense (1948-1949), foi considerada
razoáveis fez com que as armas se tornassem a pelos palestinos como uma catástrofe (nakba) e
única forma de fazer prevalecer posições. A como a Guerra da Independência pelos
fundação do Estado de Israel, em 1948, e a israelenses. Scalercio afirma que a preparação
rejeição árabe da Partilha da Palestina para esse conflito foi mais fraca e desorganizada
demonstravam a preparação dos dois lados para entre os árabes, onde se destacavam o Egito e o
a guerra. Assim, segundo Scalercio, a análise do reino Hashemita da Transjordânia. Os judeus,
conflito na região deve levar em conta a violência organizados em torno do haganah (mais tarde
como estratégia de concretizar projetos, e não transformado na FDI – Força de Defesa
somente do ponto de vista moralista ou da luta de Israelense), juntavam armas e munição desde
classes ou da desigualdade social. A 1930. Após a II Guerra, muito material bélico se
superioridade bélica israelense enfraqueceu as tornou disponível e a Tchecoslováquia forneceu
negociações baseadas na política e no armamentos a Israel. Na sequência da análise dos
entendimento e levou os árabes palestinos a confrontos armados, Scalercio afirma que, o fato
abandonar a guerra convencional e adotar a de Israel ter ganho a guerra de 1948/1949 contra
guerrilha. A partir da década de 1970, essas ações os árabes, fez com que perdesse sua paz. A
passaram a ser qualificadas de terroristas, na idéia questão dos refugiados palestinos passou a ser
de que de que “tudo era um alvo”. Passou-se a utilizada por ambos os lados como propaganda
aplicar no Oriente Médio a “Lei de Talião”. O que para seus interesses. Os árabes, principalmente
emerge disso tudo “é que israelenses e palestinos dos países hospedeiros dos 12 refugiados,
estão condenados a conviver” (SCALERCIO, atribuíam a Israel exclusiva responsabilidade pela
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situação e, por isso, deveria arcar com o ônus da Palestina, também se tornaram mais duras. As
solução do problema. O governo israelense, por disputas entre as duas superpotências mundiais à
sua vez, acusava os árabes de criarem o problema época, também alcançaram a região. Scalercio
por não aceitarem a Resolução da ONU sobre a aponta como consequências dessa nova guerra: o
partilha da Palestina e que os palestinos se resgate da ideia do pan-arabismo, sob a liderança
retiraram por conta própria, pois os que de Nasser (Egito); a adoção de uma tática mais
permaneceram em Israel tiveram garantido os ofensiva de Israel, alegando a defesa de seus
direitos de cidadania. Muitos autores, porém, direitos; a queda da Inglaterra e da França ao nível
afirmam que os palestinos tenham o status de de potências militares de segunda categoria e o
“cidadãos de segunda categoria” em Israel. aumento das dificuldades de reconhecimento e
“Costurar uma ideia de comunidade nacional entre autorização de “revisões de limites territoriais
uma população espalhada e heterogênea, mediante o uso da força” (SCALERCIO, 2003, p.
enfrentar as desconfianças e as tentativas de 144). A crescente militarização dos países árabes
manipulação do movimento por parte dos da região e de Israel fez com que a tensão na
governos dos Estados hospedeiros e constituir Palestina levasse a uma nova guerra, uma década
uma linha de ação que soubesse sensibilizar a mais tarde. Este novo conflito, a Guerra dos Seis
comunidade internacional eram tarefas Dias (1967) agravaria ainda mais a situação na
indispensáveis para dar corpo ao movimento região. Se, por um lado, Israel expandiu seu
nacional palestino”. (SCALERCIO, 2003, p. 94). território na Palestina, através da anexação do
Pela força militar e melhor capacidade de Sinai, da Faixa de Gaza, de toda a Jerusalém e da
organização, o Estado de Israel foi imposto aos Cisjordânia, trazendo orgulho para seu povo, por
árabes. Por outro lado, através da violência dos outro, impôs condições de vida precárias aos
guerrilheiros palestinos (Fedayin) que ousavam palestinos que viviam nessas áreas. Assim, a cada
enfrentar um inimigo materialmente superior, “foi novo conflito armado, aumenta a escalada de
iniciada a construção da lenda de luta do povo raiva, ódio, desconfiança, nacionalismos. “Para as
palestino” (SCALERCIO, 2003, p. 95). A partir da gerações de palestinos nascidos depois de 1967
metade da década de 1950, a organização política nos campos de refugiados e nas cidades
dos palestinos começa a se incrementar. A controladas pela FDI, opor-se aos israelenses era
formação da Al Fatah (“Conquista”), em 1959, por combater um exército de ocupação que
Yasser Arafat e outros líderes originários de empunhava um poder opressor. (...) Com sua
famílias palestinas refugiadas, que pretendia conquista os israelenses trouxeram o problema
coordenar os vários esforços palestinos em todo o palestino das bordas das fronteiras para dentro de
Oriente Médio e organizar a luta armada, é um casa. A ocupação e a opressão fertilizaram o solo
exemplo disso. As dissidências desse grupo que no qual cresceu uma forte identidade palestina,
deram origem a outras organizações palestinas, militante e hostil. Pela segunda vez, Israel ganhara
como a “Frente Popular para a Libertação da a Guerra, mas perdera a paz” (SCALERCIO, 2003,
Palestina” e a “Frente Democrática e Popular pela p. 169). Em 1973 se desenvolve um novo conflito
Libertação da Palestina”, ligadas à ideologia armado no qual, Egito e Síria atacaram Israel que
marxista-revolucionária, demonstram uma certa só conseguiu se defender com o apoio dos
intelectualizarão da luta palestina, principalmente Estados Unidos. Chamado de Guerra do Yom
pela vivência acadêmica de jovens universitários, Kippur (“Dia do Perdão” para os judeus), o conflito
que também se contrapunham à elite árabe. Por terminou depois de dezenove dias de combate
outro lado, segundo Scalercio, a fragmentação com a assinatura de um acordo de paz e sem
das 13 organizações palestinas desde sua origem mudanças territoriais. Segundo especialistas, na
“em parte, é reflexo da própria dispersão da década de 1970, houve uma transição na
comunidade palestina” (SCALERCIO, 2003, p. estratégia de luta dos árabes na Palestina, da
99). A Guerra de Suez (1956) foi um conflito guerra convencional para a guerrilha. As
inserido no contexto da Guerra Fria. Nesse organizações armadas palestinas, como o El
período, o poder de barganha dos árabes no Fatah, ligado à OLP, após a ascensão de Yasser
cenário internacional cresceu devido ao aumento Arafat à presidência da organização, e outros
da importância do petróleo. Assim, as posições de grupos independentes, passaram a ter como base
árabes e israelenses em relação às disputas na os países árabes vizinhos a Israel. A partir dali,
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atacavam Israel, que retaliava, muitas vezes com Um confronto que pode, figurativamente, ser
ações militares dentro desses países. Isso levou, comparado a uma edição às avessas e inconclusa
não só a novos conflitos armados com Israel, mas da história bíblica de Davi e Golias, ficou
dentro dos próprios países árabes, como a Guerra conhecido como Intifada (“levante”), cuja primeira
Civil no Líbano, entre 1976 e 1991. Por outro lado, ocorreu em 1987. A “guerra das pedras” teve início
o conflito no Oriente Médio teve um processo e na Faixa de Gaza, num funeral de palestinos
mundialização com ações de guerrilheiros mortos em um acidente, no qual a ostensiva
palestinos em outros lugares do mundo – mobilização de tropas israelenses irritou jovens
contando muitas vezes com o suporte técnico dos palestinos que começaram a atirar pedras em
serviços secretos soviéticos - como nas tanques e soldados israelenses. Espalhando-se,
Olimpíadas de Berlim, em 1972. Em 1982, um atingindo também a Cisjordânia, cidadãos
grupo palestino feriu o embaixador israelense em israelenses e automóveis passaram a ser alvos.
Londres, o que foi utilizado como pretexto por As imagens desse conflito passaram a ter um forte
Israel para invadir o já belicoso Líbano, na apelo na mídia mundial e suas características de
chamada “Operação Paz para a Galileia”. A “levante popular” e não “terrorista”, colocou em
aproximação cada vez maior de Israel com os cheque as forças de defesa de Israel. A Intifada
Estados Unidos durante o contexto da Guerra Fria durou até 1993 e provocou boicote de
– embora não fosse unanimidade entre os trabalhadores e de consumo de produtos
israelenses, entre os quais muitos tinham israelenses, além do desgaste das ações de Israel
convicções socialistas -, pode ser explicado pela frente à população civil palestina, principalmente
busca de recursos financeiros e tecnológicos para mulheres e crianças. Com a crise do Golfo, no
fortalecer seu sistema de defesa. Nessa início da década de 1990, as imagens da Intifada
aproximação deve ser levada em conta, a influente foram substituídas na mídia internacional pela
e rica comunidade judaica americana. Isso gerou Guerra do Golfo. Isso, em parte, deve-se ao apoio
uma relação de ambiguidade entre os norte- dos palestinos ao Iraque, no conflito, o que os
americanos e os líderes muçulmanos: ao mesmo deixou meio isolados. Esses acontecimentos
tempo em que estes repudiavam o “imperialismo provocariam mudanças na organização do poder
sionista”, tinham necessidade de combaterem dentro do movimento político palestino. Surgiu o
ateus e comunistas para manter o poder Hamas (“zelo”) Movimento de Resistência
(SCALERCIO, 2003, p. 173). Como vimos, o caso Islâmica, grupo religioso que cresceu favorecido
de Israel e Palestina sofre implicações das 16 pela fúria popular que facilita o surgimento de
relações instáveis entre os países árabes da extremistas. Além disso, houve aumento de
região e das suas relações 15 ambíguas com as representantes no PNC (Conselho Nacional
potências mundiais, ou destas com eles. Neste Palestino) que, em 1988, proclamou a criação de
particular, o Iraque se destaca, seja em sua guerra um Estado Palestino. Desse ato surgiu a ANP
com o Irã, na década de 1980, na crise e Guerra (Autoridade Nacional Palestina), chefiada por
do Golfo, no início da década de 1990 e na Yasser Arafat, que obteve reconhecimento
presente Guerra do Iraque, iniciada em 2003. internacional para negociar uma solução para o
Segundo alguns autores, a preocupação pública problema palestino, embora não tenha efetivado o
de Saddan Hussein era que, após o Estado Palestino. Uma nova Intifada ocorreria em
enfraquecimento da União Soviética no final da 2000 quando uma visita do primeiro-ministro
década de 1980, os Estados Unidos passaram a israelense num dos principais lugares santos
ser a única superpotência no Oriente Médio e que muçulmanos em Jerusalém, foi considerada um
esta tinha o interesse de aumentar a influência de gesto simbólico de provocação. Esse conflito,
Israel na região (MILLER e MYLROIE, 1991). Com ocorrido sete anos após o acordo de Paz de Oslo,
a crise do Golfo (1990/91), os Estados Unidos a não retirada prevista de tropas israelenses dos
conseguiram atrair o apoio de vários países territórios palestinos ocupadas em 1967,
árabes, como a Arábia Saudita, Emirados do novamente colocou Israel em xeque quanto à
Golfo, Egito e Síria, que temiam a fortalecimento proporcionalidade do uso da força contra os
de Saddan Husseim. Os palestinos, por sua vez, palestinos. Neste tempo, já de mundo globalizado,
apoiaram o governo do Iraque, principalmente os efeitos e a preocupação com a mídia também
depois do ataque de mísseis que este fez a Israel. pesam. Segundo Marwan Bishara: “Em um mundo
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em que a câmera exerce um papel de importância OLP deveria liderar a constituição de uma
igual ao das armas, uma tarefa urgente se autoridade nacional palestina. A ONU também
impunha a Israel: reparar o mal causado à sua aprovou uma resolução que reconhecia o direito
imagem pela mídia. O governo de Barak devia da autodeterminação do povo palestino. Israel,
atenuar os efeitos das câmeras, que eram as porém, não aceitava negociar com a OLP, a quem
aliadas naturais dos fracos palestinos, dos Davis consideravam organização terrorista. As áreas
armados de estilingues. Conscientes deste ocupadas por Israel e os assentamentos judaicos
problema, os israelenses lançaram uma em territórios palestinos, tornavam uma
campanha de urgência, encarregada de remediar negociação de paz muito na região muito difícil.
a ‘desvantagem’ – de certa forma inevitável – de Envolto numa crise econômica,
sua força e da maneira como ela era apresentada aprofundada por uma experiência socialista que
à opinião internacional nas telas de televisão. Já não deu certo, o Egito buscou mais afoitamente,
os palestinos, em lugar de tomar partido das novas acordos na região. Em 1975, em um acordo
ferramentas da globalização, fizeram a sua parcial com Israel, conseguiu a devolução de
Intifada, como de hábito, na mais completa campos petrolíferos. Em 1978, sob a mediação
improvisação” (BISHARA, 2003, p. 38). dos Estados Unidos, com grande rumor, assinava
Os atentados às Torres Gêmeas, em 11 de os Acordos de Camp David. As discussões entre
setembro de 2001, nos Estados Unidos, Egito, Estados Unidos e Israel giraram em de dois
acompanhadas ao vivo, pela televisão, pontos, segundo Scalercio: a devolução de toda a
personificam a globalização, não só do conflito península do Sinai para o Egito e o destino da
palestino-israelense, mas da questão do Oriente Faixa de Gaza, da Cisjordânia, de Jerusalém e
Médio como um todo e, mesmo, revela as tensões dos árabes na Palestina. No final, ficou acordado
e contradições entre o Ocidente e o Oriente. Visto que os participantes se comprometiam em
como um enclave ocidental no Oriente Médio, resolver definitivamente o problema palestino em
Israel sofre uma campanha de ataques suicidas do todos os seus aspectos. Isso, porém, dependeria
Hamas e Jihad Islâmica. No ano seguinte, em de futuras negociações entre Egito e outros
represália aos ataques radicais palestinos, forças Estados Árabes, com palestinos residentes em
de Israel sitiam Yasser Arafat em territórios territórios ocupados e a aprovação do Parlamento
palestinos e destroem a infraestrutura da ANP. A Israelense (Knesset). Ao voltar para seu país, o
morte de Arafat, acometido e uma doença representante israelense Menachem Begin, foi
misteriosa, em 2004, na França – onde recebeu apoiado por movimentos pacifistas, mas
tratamento médico -, é visto por muitos como o reprovado por grupos de judeus ortodoxos e
término de um longo ciclo no interminável conflito partidos de direita. Anwar Sadat, presidente
palestino-israelense. 4. As Possibilidades de egípcio, foi expulso da Liga Árabe acusado de
Convivência Pacífica Depois desse quadro negociar com o inimigo. Por fim, medidas tomadas
pintado historicamente, parcialmente revelado nos pelo governo israelense – como a proposta de
itens anteriores deste artigo e que nos apontam mudança nas leis que permitiriam a expropriação
grande complexidade e inúmeras nuances, cabe- de terras pertencentes a árabes -, provocaram
nos discutir se ainda existem possibilidades de um renúncias de autoridades comprometidas com os
fim para esse conflito. Que tentativas já se fizeram acordos de Camp David, substituídas por outros
para isso ao longo desse processo histórico e por líderes da “linha dura”, intransigentes em relação
que falharam? A instabilidade no Oriente Médio aos palestinos. Foi o fim do primeiro acordo de
preocupou de forma mais aguda os demais países Camp David. A Revolução Islâmica no Irã, em
do mundo, principalmente no início da década de 1979, o início da Guerra entre Irã e Iraque, em
1970, com a crise do petróleo e a decorrente crise 1980, o bombardeio de um reator nuclear
econômica que se espalhou pelo mundo. Cerca de iraquiano pelos israelenses, o assassinado de
1/3 da produção mundial de petróleo era Sadat e a anexação das colinas de Golan por
controlada pelos países árabes. A pressão Israel, em 1981, além da invasão do Líbano em
internacional para uma solução mais estável para 1982, não deixavam vislumbrar novas tentativas e
o conflito palestino-israelense aumentou, paz. A primeira Intifada, em 1987, parecia
principalmente após a guerra de 1973 (Yom corroborar com essa previsão. A repercussão
Kippur). Em 1974, a Liga Árabe reconheceu que a negativa da Intifada em âmbito mundial fez com
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que a liderança israelense apresentasse seus (SCALERCIO, 2003, p. 266). Porém, dentro das
próprios planos de paz, que retomava algumas sociedades palestinas e israelenses as oposições
ideias de Camp David e propunha uma trégua aos acordos eram muitas. Os palestinos
para negociações com palestinos, israelenses e consideravam os ganhos muito 20 pequenos e
jordanianos. Como não garantia aos palestinos o que renunciariam à luta pelos refugiados
controle dos territórios ocupados e se omitia em palestinos e por Jerusalém. Do lado israelense,
relação aos assentamentos, não agradou os 19 partidos de direita, grupos religiosos ortodoxos e
palestinos. Nem membros do governo israelense colonos dos assentamentos lideraram a oposição
e o Knesset apoiaram essa proposta, e a iniciativa aos acordos. O assassinato do primeiro-ministro
foi abandonada. Em 1991, com a Guerra do Golfo israelense Yitzhak Rabin que, com Yasser Arafat,
e o fim da URSS, os Estados Unidos anunciam foi signatário dos acordos, em novembro de 1995,
uma nova iniciativa de Paz para a região. Um dos foi o mais duro golpe ao processo de paz. Além
motivos disso pode ser buscado no seguinte fato: dessas oposições e do assassinato de Rabin, as
durante a crise do Golfo Saddan Husseim quis mudanças no governo israelense – principalmente
minar as ações dos Estados Unidos no Oriente a eleição de Benjamin Netanyahu, contrário aos
Médio, acusando-o de adotar “dois pesos e duas acordos -, as ações dos ataques de militantes
medidas” e declarou que aceitaria a Resolução da palestinos em Israel e as retaliações israelenses,
ONU e deixaria o Kuwait, se Israel fizesse o foram gradativamente pondo fim aos Acordos de
mesmo com os territórios palestinos ocupados. Oslo. Em julho de 2000 termina uma nova
Percebendo que, somente a vitória na Guerra do Conferência de Camp David sem acordo para
Golfo não era solução política estável para o questões importantes, como o controle da água, o
Oriente Médio e que a questão árabe-israelense é retorno dos refugiados palestinos, as fronteiras em
um componente importante nessa equação, os Gaza e Cisjordânia e os assentamentos judaicos.
Estados Unidos patrocinam essa iniciativa de paz. Além disso, o futuro Estado palestino teria muitas
Ocorre a Conferência Internacional de Paz em limitações em aspectos militares, de política
Madri e as conversações bilaterais de paz entre externa e teria uma certa “supervisão” de Israel
árabes e israelenses em Washington. A tensa e para alguns assuntos. Novamente, setores
conturbada Conferência de Madri, teve palestinos e israelenses rejeitam mais esta
continuidade nas conversações entre israelenses, tentativa de acordo e, logo a seguir, eclode a
palestinos residentes e jordanianos em segunda Intifada. Segundo o analista palestino
Washington, mas avançavam com lentidão. Um Marwan Bishara, “em lugar de trazer a solução,
impasse nessas conversações foi provocado em Oslo veio a constituir um problema. O objetivo
dezembro de 1992 com o sequestro de um guarda oficial de uma ‘paz justa, durável e global’
e fronteira israelense pelo grupo fundamentalista transformou-se em uma série de acordos injustos,
islâmico palestino Hamas. Isso, porém, não temporários e parciais que acarretaram a
inviabilizou a continuidade de reuniões entre insatisfação e a frustração entre os palestinos”
representantes palestinos e israelenses, (BISHARA, 2003, p. 31). A Intifada de 2000 foi
primeiramente em Londres e, mais tarde, através uma ruptura com Oslo porque “os arranjos sobre
de um fórum de negociações secretas, em Oslo, as questões de segurança, previstas pelos
na Noruega. Nesta etapa, participaram acordos de Oslo, não podiam ser efetivos a partir
representantes da OLP, até então não aceita do momento em que a ANP se recusava a reprimir
como interlocutor dos palestinos por Israel. Em as manifestações contra a ocupação” (BISHARA,
1993, foi selado os Acordos de Oslo, em 2003, p. 44). Durante o período em que Yasser
Washington que, entre outras coisas previa a Arafat foi mantido cercado pelo exército israelense
retirada de tropas israelenses de Gaza e Jericó, na Cisjordânia – entre 2001 e 2004 -, um novo
onde seriam substituídas por uma Autoridade plano de paz, conhecido como “Mapa da Estrada”,
Nacional Palestina (ANP) e uma força policial foi proposto pelos Estados Unidos, apoiado pela
palestina deveria manter a ordem nos territórios União Europeia, pela Rússia e pela ONU. Este
liberados; convocação de eleições na Faixa de plano previa a criação de um Estado Palestino,
Gaza e Cisjordânia para a formação do Conselho desde que os ataques terroristas 21 contra Israel
Palestino, que teria todas as funções de governo, cessassem e que os israelenses deixassem as
menos a defesa e a guarda das fronteiras colônias agrícolas em territórios ocupados. Além
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desses entraves ainda não resolvidos, esse plano (KANIUK et HABIBI, 1997, p.191). Estudos
ainda enfrentou outro problema: a construção de divulgados no início deste século vêm
um muro com previsão de 650 km – 400 km já demonstrando que tanto os judeus quanto os
construídos -, visando separar Israel da palestinos não construíram suas culturas de forma
Cisjordânia, dentro do território palestino. Para hermética, mas sofreram influências de outros
alguns autores, existe um pessimismo quanto à povos e culturas. Um exemplo é apresentado por
possibilidade de entendimento entre ambas as Ivan Esperança Rocha segundo o qual “muitos
partes envolvidas no conflito a curto e médio elementos cananeus influenciaram a cultura
prazo: “Enquanto existir o binômio Estado/Religião judaica e hoje alguns escritores nacionalistas
em um país moderno não haverá possibilidade de palestinos procuram vincular sua linhagem à dos
convivência pacífica multiétnica ou religiosa dentro antigos canaanitas, o que evidencia novos
de suas fronteiras. A história do ocidente provou elementos que podem contribuir para amainar as
que é necessário separar as esferas do poder das relações entre judeus e palestinos”. Segundo o
verdades da fé. ”(...) “O problema não é religioso autor isso pode se dar porque “o fundamentalismo
ou a religião, pois o homem é um ser que busca e judaico e palestino que tanto emperram as
necessita algo transcendental, e sim a utilização negociações de paz perde consistência ao se
que alguns radicais político-religiosos fazem do deparar com bases originais comuns” (ROCHA,
Estado teocrático para seus próprios fins. Nem o 2004, p. 144).
Corão nem a Torah defendem os massacres Situação da Síria
perpetrados por ambas as partes. ” (COSTA, ONU considera que a guerra civil na Síria
2002). Há quem destaque que, para se construir é a maior crise humanitária do século XXI. Hoje,
uma convivência pacífica na Palestina, é estima-se que o conflito vitimou ao menos 250 mil
necessária uma solução que aponte para - além pessoas, que mais de 4,5 milhões tenham saído
das estruturas políticas, econômicas e sociais – o do país como refugiadas e que outros 6,5 milhões
ser humano: “ se todos chegássemos a ver o ser foram obrigadas a se deslocar dentro da
humano por trás do inimigo, seria mais fácil” Síria. Com a economia em frangalhos, quase 70%
(KANIUK et HABIBI, 1997, p.78). Nesta obra, A dos sírios que permaneceram agora vivem abaixo
Terra das Duas Promessas, um judeu (Yoram da linha de pobreza. Como começou tudo isso?
Kaniuk) e um palestino (Emil Habibi) escrevem Março de 2011 na Síria. Um grupo de crianças em
sobre o povo do outro e defendem a existência de Daraa, no sul da Síria, pichou frases com críticas
“um país, dois Estados, uma capital”. Para Emil ao governo, e foi preso. Inconformadas, centenas
Habibi, “movimentos fundamentalistas, sejam de pessoas saem às ruas da cidade para protestar
religiosos ou laicos, eles não têm qualquer futuro, contra as restrições à liberdade promovidas pelo
na medida em que se opõem radicalmente à governo do ditador Bashar Al-Assad. Num
natureza humana, à fragilidade humana”. Para ele, primeiro momento, simpatizantes dos que se
a defesa de ideais políticos ou religiosos, afasta e rebelaram contra o governo começaram a pegar
opõe os dois povos e, somente o reconhecimento em armas – primeiro para se defender e depois
da fragilidade poderia gerar a “humanização 22 do para expulsar as forças de segurança de suas
inimigo” e a possibilidade de convivência pacífica. regiões. Esse levante de pessoas nas ruas,
Para Yoram Kaniuk, diferentemente de outros lutando por democracia, faz parte de um
países (Estados) que se desenvolveram movimento chamado Primavera Árabe.
historicamente e foram se formando, Israel foi
fundado assim como não existia a Palestina no O QUE FOI A PRIMAVER A ÁRABE?
espaço árabe. Essa característica agudiza as A chamada primavera árabe foi um
relações já normalmente contraditórias de um fenômeno que aconteceu em países do Oriente
processo histórico. “O judaísmo é uma teoria de Médio e do norte da África, em que pessoas –
sobrevivência na diáspora, mais do que um legado principalmente os jovens – tomaram as ruas
da Terra de Israel. E então, os árabes dizem, aqui pedindo liberdade de expressão, democracia e
viveram outrora seus antepassados – e daí? justiça social. Essas revoltas foram esperançosas
Também os hititas viveram aqui, também os para grande parte desses países, que eram
canaanitas, assim como os egípcios e os ditaduras longevas – e, de fato, presidentes do
bizantinos, os romanos, os cruzados e os cristãos” Egito, da Tunísia, da Líbia caíram
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Porém, cinco anos depois do início dessa os rebeldes; por outro lado, a Rússia acredita na
primavera, pode-se dizer que o único caso de força de Assad e está apoiando seu regime. A
“sucesso” foi o da Tunísia, onde ocorreram Síria, então, é o território do fogo cruzado dessa
eleições diretas, foi aprovada a Constituição mais guerra fria.
progressista do mundo árabe e se elegeu um novo GOVERNO SÍRIO E ALIADOS
governo. No resto dos países, esse clima de O governo sírio é liderado pelo
tensão acirrou as disputas de poder entre milícias ditador Bashar Al-Assad. Ele é sucessor de uma
e favoreceu a expansão de grupos terroristas. Isso família que está no poder desde 1970. O regime
deu espaço a governos ainda mais autoritários no país era brutal com a população, de partido
que os anteriores. único e laico – apesar de a família Assad ser xiita.
COMO A GUERRA SE INT ENSIFICOU? Apesar de não apoiarem o ditador, cristãos, xiitas
Após a represália do governo de Assad e até parte da elite sunita preferem ver Assad no
contra os jovens que estavam se rebelando contra poder diante da possibilidade de ter um país
o regime, alguns grupos foram formados a fim de tomado pelos extremistas.
combater, de fato, as forças governamentais e Quanto às alianças externas, Assad conta
tomar o controle de cidades e vilas. A batalha com o apoio do Irã e do grupo libanês Hezbollah.
chegou à capital, Damasco, e depois a Aleppo em Juntos eles formam um “eixo xiita” – ou seja,
2012. Mas desde que começou, o conflito mudou seguem essa interpretação da religião islâmica –
muito. no Oriente Médio. O grupo se opõe a Israel e
O Estado Islâmico aproveitou o vácuo de disputa a hegemonia no Oriente Médio com as
representação por parte do governo, a revolta da monarquias sunitas, lideradas pela Arábia
sociedade civil e a guerra brutal que Saudita. O principal aliado de fora é a Rússia, que
acontece Síria para fazer seu espaço. Foi mantém uma antiga parceria com a Síria. Tanto o
conquistando territórios tão abrangentes, tanto na apoio do Hezbollah e das milícias iranianas,
Síria como no Iraque, que proclamou seu ‘califado’ quanto os bombardeios mais recentes realizados
em 2014. Para isso, tiveram de lutar contra todos: pelas forças russas têm sido fundamentais para a
rebeldes, governistas, outros grupos terroristas – sobrevivência do regime de Assad.
como se tivessem feito uma guerra dentro da
guerra. GRUPOS REBELDES
Há evidências de que todas as partes Uma das primeiras forças internas que se
cometeram crimes de guerra – como assassinato, rebelou contra o governo sírio foram os
tortura, estupro e desaparecimentos forçados. grupos sunitas – Assad é xiita. São chamados de
Também foram acusadas de causar sofrimento “rebeldes moderados”, por não serem adeptos do
civil, em bloqueios que impedem fluxo de radicalismo islâmico. A organização está
alimentos e serviços de saúde, como tática de envolvida com países da Europa e com os
confronto. Estados Unidos com o objetivo de derrubar o
Agentes externos: EUA x Rússia governo de Assad. Três grandes potências no
Pelo avanço do Estado Islâmico no ganho Oriente Médio também colaboram com os
de territórios, os Estados Unidos fizeram ataques rebeldes: Turquia, Arábia Saudita e Catar,
aéreos na Síria em tentativa de enfraquecê-lo, relevando os interesses dos países próximos à
evitando ataques que pudessem beneficiar as Síria, também.
forças de Assad – isso em 2014. Em 2015, a EXTREMISTAS ISLÂMICOS
Rússia fez o mesmo contra terroristas na Síria, Entre os grupos que querem derrubar
mas ativistas da oposição dizem que os ataques Assad, há também facções extremistas islâmicas,
têm matado civis e rebeldes apoiados pelo que estão fragmentadas em diversos grupos. Uma
Ocidente. das organizações que mais conquistaram terreno,
O resumo da obra em termos de apoio é principalmente nos primeiros anos do conflito, foi
esse: a Rússia e os Estados Unidos querem o fim a Frente Al-Nusra, um braço da rede extremista
do Estado Islâmico. Porém, os Estados Unidos Al Qaeda na Síria. Posteriormente, a partir de
querem a queda do governo de Bashar Al-Assad 2013, o grupo terrorista Estado Islâmico (EI)
– por considerarem que seu regime não aproveitou-se da situação de caos criada pela
democrático é prejudicial à Síria – e, por isso apoia guerra civil e, vindo do Iraque, avançou de forma
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avassaladora e brutal, ocupando metade do
território sírio.
CURDOS
Os curdos são uma etnia de 27 a 36
milhões de pessoas no mundo que vivem em
diversos países, inclusive na Síria e em países
vizinhos. Eles reivindicam a criação de um Estado
próprio para o seu povo – o Curdistão. Desde o
início do conflito na Síria uma milícia formada para
defender as regiões habitadas pelos curdos no
norte do país, se fortaleceu. Para o regime de
Assad, tornaram-se bastante úteis, porque a
milícia se opõe aos rebeldes moderados e
também ao Estado Islâmico.
VESENTINI, J. William, VLACH, Vânia.
Projeto Teláris: Geografia. 1. ed. São Paulo: Ática,
2012
ALMEIDA, Rosângela D. de, PASSINI, Elza Y.O
espaço Geográfico: ensino e representação,
4ªed.- São Paulo: Contexto,1992.
PILATI, Anselmo; Pires, Ariel José. O
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In: anais da história moderna 2012, acessado em
10 de dez 2016, disponível em
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde
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sociedade e cotidiano 3-espaço mundial, 1ª ed
São Paulo: Escala educacional, 2010.
SOUZA, Sonia Cunha de. Projeto Araribá-
geografia, 1ºed, São Paulo: Moderna, 2007
ALMEIDA, Lucia Marina; RIGOLLIN, Tercio
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Ática 2010.
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