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26/01/2018
Amigos e amigas,
Somos fãs da filosofia de investimento de renda e fazemos jus ao nosso nome, Vacas Leiteiras.
Além daquelas cinco regrinhas aos investidores de renda – que publicamos em 10/11/17, “ As cinco
regras para um investidor de dividendos ”–, fizemos uma publicação em 3/11 na qual discorremos um
pouco sobre a história dessa filosofia.
Investir em renda está mais para um comportamento filosófico do que para um modismo.
Os chamados “dividend stocks” (ações de dividendos) cada vez mais atraem bons investidores, aqueles
de longo prazo, seduzidos pelo alto valor dos aspectos econômicos e psicológicos intrínsecos.
Apesar de soar muito subjetivo, aspectos psicológicos são significativos já que os preços (e não o valor)
que vemos no mercado refletem no resultado das decisões e percepção de milhares de investidores de
filosofias e culturas diferentes, e é isso que faz do mercado um ambiente apaixonante. Não há estratégia
certa ou errada. Cada um no seu quadrado.
Olhando pela perspectiva das empresas, por que elas distribuem os proventos?
Cada empresa merece os acionistas que tem. Disciplina de alocação de recursos, histórico comprovado
de sucesso, comunicação transparente, entre outros, contribuem para a formação e manutenção de
uma base de acionistas sólida e comprometida.
Uma mensagem de sucesso e de confiança
Somente companhias sólidas e com consistência de geração de valor ao longo do tempo são capazes de
ser classificadas como uma Vaca Leiteira. Lembramos que o oposto é verdadeiro: empresas que, por
algum motivo, reduzem os proventos distribuídos, passam uma mensagem negativa, gerando
preocupações. Daí a importância de uma análise profunda, tanto em termos quantitativos quanto
qualitativos.
Programas de recompra de ações enviam uma forte mensagem de percepção de valor por parte das
empresas, além dos pagamentos em dinheiro propriamente dito.
Essa é uma pergunta essencial que os investidores de renda deveriam se fazer a todo momento.
Aqui, no Vacas Leiteiras , pensamos a respeito disso obsessivamente, de tal forma que elencamos cinco
aspectos cruciais:
Tipo da indústria
De forma abrangente, algumas indústrias possuem elementos muitas vezes estruturais para criar (ou
não) um ambiente mais ou menos favorável às empresas inseridas em sua cadeia de valor.
A regra (e não exceção) é que indústrias altamente cíclicas raramente geram valor de forma recorrente
ao longo do tempo. Aqui o nível de cautela deve (ou deveria) ser redobrado.
Estrutura acionária
Aqui poderíamos destacar nosso segmento de carteira Bezerras Leiteiras: companhias das quais
vislumbramos a maturação dos investimentos e consequente elevação dos dividendos.
“Despesa com serviço de dívida” se destaca como um dos grandes detratores dos nossos almejados
dividendos. Eles se deduzem da geração de caixa livre.
Estrutura tributária
Algumas indústrias são mais ou menos tributadas. Obviamente, algumas possuem mais poder de
repasse de preços aos consumidores (por exemplo, indústria de tabaco) do que outras. Porém, também
terão mais carga tributária nas últimas linhas do balanço, traduzindo-se em menor espaço para
manutenção e/ou aumento no potencial dos dividendos a serem distribuídos.
Atualizações
Na última terça-feira (23/1/18), visitamos a Hypermarcas que, após sua mudança de perfil de negócios –
de conglomerado de empresas de consumo para farmacêutica –, reposicionou seu nome para Hypera
Pharma.
Nos encontramos com a alta cúpula do RI (Relações com Investidores), que, como sempre, nos atualizou
de forma clara, didática e proativa.
Da reunião, podemos destacar que a empresa segue cada vez mais azeitada, com avanços significativos
no front de aumento de produtividade industrial (fazer mais com menos) para 2018, além do
planejamento estratégico para o período de 2017 a 2021.
Atenção ao terceiro item, que soa como música aos nossos ouvidos: “ Manter a política de distribuição
de capital aos acionistas”.
Em nossa visão, os objetivos são bastante reais e a empresa já vem de certa forma os entregando. De
agora em diante, eles são suportados por eficiência operacional (gestão de categorias de produtos e
execução), grande pipeline de novas moléculas (hoje a empresa possui 52 já aprovadas pela Anvisa),
crescimento em novos mercados e os já existentes (nas marcas líderes) com esforço comercial,
investimento em inovação e P&D, entre outros.
Enxergamos valor nas ações advindo da excelente geração de caixa livre, e, consequentemente, vemos
HYPE3 deixando de ser uma Bezerra para cada vez mais ser uma Vaca Leiteira.
Segundo matéria do jornal “O Estado de S. Paulo”, a Wiz está conversando com o acionista controlador
(Caixa Seguridade), e a futura joint venture garantirá 50% das operações de seguros para Wiz, estamos
correndo atrás de mais detalhes da operação, mas por enquanto não tem nenhum acordo 100%
concluíco.
A história ainda não chegou ao fim, mas o dia D parece cada vez mais próximo, e, como já comentamos
várias vezes, mantemos as ações em carteira dada a assimetria favorável no atual patamar.
A Hering (HGTX3) apresentou prévia operacional bastante fraca para o 4T17. Apesar da melhora no
varejo, as vendas nas mesmas lojas da Hering Store estão caindo 1 por cento ainda.
O ponto positivo foi que as vendas nas mesmas lojas para o franqueado (sell-in) vieram iguais às vendas
para o consumidor (sell-out) – o que significa que os estoques na ponta não cresceram.
Apesar dos fracos números, continuamos tranquilos em relação a consistência na distribuição dos
dividendos de HGTX3, que possui tudo que uma Vaca Leiteira precisa.
Sem dívidas, asset light, interesse dos controladores na distribuição constante de dividendos e
capacidade para continuar tal distribuição.
Vacas Leiteiras
Bezerras Leiteiras
2. Histórico de dividendos
4. Manual do Vacas
Editores
Responsáveis
Sérgio Oba
Editor-analista, Trader
David Har-Zahav
Editor-assistente
Mariana Orlandi
Editora-assistente
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