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Manejo de resistência com foco em

Spodoptera frugiperda

Prof. Celso Omoto


Universidade de São Paulo / ESALQ
E-mail: celso.omoto@usp.br
Spodoptera frugiperda
✓ Altamente polífaga ➔ praga de sistemas de produção de cultivos
✓ Alta capacidade reprodutiva
✓ Alta capacidade de dispersão
✓ Alta plasticidade fenotípica

Milho Algodão Soja


Fonte: http://ri.terrasantaagro.com/conteudo_pt.asp?idioma=0&conta=28&tipo=42104
PRESENÇA DE VARIABILIDADE GENÉTICA

Suscetível Resistente a inseticida ou proteína A


PRESSÃO DE SELEÇÃO

Suscetível Resistente a inseticida ou proteína A


Suscetível Resistente a inseticida ou proteína A
Princípio básico do manejo de resistência:

Na ausência da pressão seletiva...

Restabelecimento da suscetibilidade!
Suscetível Resistente
Monitoramento da Resistência a Inseticidas e Proteínas Bt

Mato Grosso Bahia

Goiás

Minas
Gerais
Mato Grosso
do Sul Spodoptera frugiperda
São Paulo

Paraná

Rio Grande
do Sul
GRUPO (Classificação IRAC) Mecanismo de ação primária
Carbamatos (1A) Inibidores da acetilcolinesterase
Organofosforados (1B) Inibidores da acetilcolinesterase
Piretroides (3A) Moduladores de canais de sódio
Spinosinas (5) Moduladores alostéricos de receptores da acetilcolina
Avermectinas (6) Moduladores alostéricos de canais de cloro
Indoxacarb (22A) Bloqueadores de canais de sódio
Diamidas (28) Moduladores de receptores de rianodina
Benzoilureias (15) Inibidores da formação de quitina
Diacilhidrazinas (18) Agonistas de receptores de ecdisteroides
Pyrroles (13) Respiração celular: desacopladores de prótons
Bacillus thuringiensis (11) Disruptores microbianos da membrana do mesêntero
Baculovírus (31) Disruptores virais da membrana peritrófica
BIOENSAIO DE APLICAÇÃO TÓPICA

▪ Piretroides,
Organofosforados e
Carbamatos

3º instar larval

1 µL / lagarta

Após 48h
BIOENSAIO DE INGESTÃO

• demais inseticidas
•1,25 mL de dieta em cada célula
• inseticida comercial diluído em água + 0,1% Triton
• 30 µL da sol de inseticida sobre a dieta
• 1 lagarta de início de 3º instar/célula = 1-1,2 cm
Linhas-básicas de Suscetibilidade de Spodoptera frugiperda a inseticidas

Definição de concentrações diagnósticas


para o monitoramento da suscetibilidade de
populações no decorrer das safras agrícolas
Grupo 1A: Thiodicarb

Dose diagnóstica: 3,2 µg/inseto


Caracterização da resistência de S. frugiperda a inseticidas piretroides
(Grupo 3A) e organofosforado (Grupo 1B)

RR de aproximadamente 30 vezes para lambda-cyhalothrin

RR de aproximadamente 20 vezes para chlorpyrifos


Grupo 15: Lufenuron
Concentração diagnóstica: 10 ppm
Grupo 15: Teflubenzuron

Concentração diagnóstica: 10 ppm


Caracterização da resistência de S. frugiperda a inseticidas
inibidores de biossíntese de quitina (Grupo 15)

Razão de Resistência a lufenuron e teflubenzuron


≈ 1000 vezes

Resistência cruzada entre lufenuron, teflubenzuron e novaluron

Padrão de herança autossômica, incompletamente recessiva e poligênica


Grupo 5: Spinosad
Concentração diagnóstica: 56 ppm
Grupo 5: Spinetoram

Concentração diagnóstica: 5,6 ppm


Caracterização da resistência de S. frugiperda a inseticidas
spinosinas (Grupo 5)

Razão de resistência ≈ 900 vezes para spinosad

Padrão de herança autossômica, incompletamente recessiva e poligênica

Presença de custo adaptativo associado à resistência

Resistência cruzada entre spinosad e spinetoram


Grupo 28: Flubendiamide

Concentração diagnóstica: 180 ppm


Grupo 28: Chlorantraniliprole

Concentração diagnóstica: 32 ppm


Caracterização da resistência de S. frugiperda a inseticidas diamidas
(Grupo 28)

Razão de resistência > 200 vezes para chlorantraniliprole

Padrão de herança autossômica, incompletamente recessiva e monogênica

Resistência cruzada entre chlorantraniliprole, cyantraniliprole e flubendiamide


Grupo 13: Chlorfenapyr

Concentração diagnóstica: 56 ppm


Grupo 18: Methoxifenozide

Concentração diagnóstica: 320 ppm


Grupo 22A: Indoxacarb
Concentração diagnóstica: 100 ppm
Grupo 6: Benzoato de Emamectin

Concentração diagnóstica: 3,2 ppm


Monitoramento da Resistência de S. frugiperda a proteínas Bt
(Grupo 11)
Evolução da Resistência de S. frugiperda a Cry1F (Grupo 11)

Concentração Discriminatória: 2.000 ng cm-2


Frequência de Resistência

Farias et al. (2014)


Grupo 11: Proteínas Cry1
Resistência Cruzada entre Proteínas Cry1 em S. frugiperda

Bernardi et al. (2015)


Proteínas Bt para controle de lagartas em Cultivos Bt

SOJA MILHO ALGODÃO


Cry1Ac Cry1Ab Cry1Ac
Cry1Ac/Cry1F Cry1F Cry1Ac/Cry1F
Cry1Ac/Cry1A.105/Cry2Ab2 VIP3A Cry1Ac/Cry2Ab2
Cry1Ab/Cry1F Cry1Ab/Cry2Ae
Cry1A.105/Cry2Ab2 Cry1Ac/Cry1F/VIP3A
Cry1Ab/Cry1F/VIP3A Cry1Ac/Cry2Ab2//VIP3A
Cry1A.105/Cry2Ab2/VIP3A Cry1Ab/Cry2Ae/VIP3A
Cr1F/Cry1A.105/Cry2Ab2/VIP3A

Fonte: CTNBio (2019)


Baixa frequência de resistência a Vip3A em populações de S.
frugiperda no Brasil

f(R) < 10-3

Bernardi et al. (2015)


Seleção e Caracterização da Resistência a VIP3A em Spodoptera frugiperda

Bernardi et al. (2016)


ÁREAS DE REFÚGIO: FUNDAMENTAL PARA RETARDAR A
EVOLUÇÃO DA RESISTÊNCIA À PROTEÍNA VIP3A EM
Spodoptera frugiperda
SS
RR

RS

Bernardi et al. (2016)


SfMNPV (Grupo 31) pode contribuir para o manejo da
resistência de Spodoptera frugiperda a inseticidas e proteínas Bt
Táticas de Controle

Controle Químico

Controle Biológico

Controle por Comportamento

Controle Legislativo
TAXONOMIA
AMOSTRAGEM
NÍVEIS DE CONTROLE
FATORES CLIMÁTICOS

Controle Genético

Resistência de Plantas a Insetos


MORTALIDADE NATURAL NO AGROECOSSISTEMA

manejo
decisões do

Controle Cultural
Alicerce para
Agricultura Tropical: Diversidade e
abundância de inimigos naturais de
pragas

Precisamos explorar as estratégias de


Controle Biológico Conservativo!!!
Preservação da vida útil das plantas Bt:

Fundamental para o sucesso de


programas de MIP!
Regulamentação
Diversos mecanismos de ação de inseticidas

1A Carbamatos
1B Oganofosforados Respiração 13 Chlorfenapyr
3A Piretroides Sistemas Celular
5 Spinosinas Nervoso e 11A Proteínas Cry1
6 Avermectinas Muscular Sistema 11B Proteínas Cry2
22A Indoxacarb Digestivo 11C Proteína Vip3A
22B Metaflumizone
28 Diamidas Crescimento e 15 Benzoilureias
Desenvolvimento 18 Diacilhidrazinas
Janelas de Pulverização no Algodão (https://www.irac-br.org/)
Área Cultivada no Mato Grosso (x 1000 ha)
Safra 2018/19
1.085,6 ; 7%

4.893,0 ; 31%

9.699,5 ; 62%

SOJA MILHO ALGODÃO


MANEJO DO SISTEMA DE
PRODUÇÃO DE CULTIVOS

MIP

MRI
Muito obrigado!

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