Você está na página 1de 36

TÉCNICO EM CONTABILIDADE - 1º MÓDULO

PROFESSOR:

APOSTILA DE ECONOMIA E MERCADOS

A aplicação conjunta de trabalho, maquinaria e capital no


processo produtivo gera um produto, o qual se divide entre
as três classes da sociedade: proprietários de terra (sob a
forma de renda da terra), trabalhadores assalariados (sob a
forma de salários) e os arrendatários capitalistas (sob a
forma de lucros do capital).

David Ricardo
(Ricardo esteve entre os primeiros adeptos da teoria quantitativa do
dinheiro, ou do que é hoje conhecido como monetarismo)

2011

INTRODUÇÃO

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 1
Seja em nosso cotidiano, seja através da mídia de televisão, jornais, rádio, revistas e
internet deparamo-nos com várias questões, como por exemplo:
 Aumentos de preço dos bens e serviços;
 Períodos de crise econômica ou de crescimento;
 Desemprego aumentando ou diminuindo;
 Setores que crescem mais do outros;
 Diferenças salariais, dissídios coletivos, salário mínimo;
 Crises no balanço de pagamentos;
 Valorização e desvalorização da taxa de câmbio;
 Ociosidade em alguns setores de atividade;
 Diferenças de renda entre as várias regiões do país;
 Taxas de juros;
 Déficit governamental;
 Elevação de impostos e tarifas públicas;
 Etc.
Estes temas, já rotineiros em nosso dia-a-dia, são discutidos pelos cidadãos comuns, que,
com altas doses de empirismo, tem opiniões formadas sobre as medidas que o Estado
deve adotar. Um estudante de Economia, Direito, ou de outra área pode vir a ocupar um
cargo de responsabilidade em uma empresa ou na própria administração pública, e
necessitará de conhecimentos teóricos mais sólidos para poder analisar os problemas
econômicos que nos rodeiam diuturnamente.
O objetivo do estudo da Ciência Econômica é o de analisar os problemas econômicos e
formular soluções para resolvê-los, de forma a melhorar nossa qualidade de vida.

“Economia é o estudo da humanidade em vida rotineira”. Assim escreveu Alfred Marshall, o


grande economista do século XIX em seu livro Princípios de Economia.
Porque um estudante no início do século XXI deveria estudar economia? A Primeira razão
é o fato de que ela o ajudará a entender o mundo em que você vive, este mundo é contido
de inúmeras questões relativas à economia e que podem despertar sua curiosidade. A
segunda razão para estudar economia é que isso o tornará um participante mais perspicaz
da economia, como por exemplo, determinar o quanto você deve gastar de sua renda ou
quanto poupar. E a terceira razão e o fato de que ela lhe proporcionará uma melhor
compreensão dos potenciais e limites da política econômica.

PARTE I - DEFINIÇÃO E OBJETO DA ECONOMIA

Economia: Estuda a forma pela qual os indivíduos e a sociedade fazem suas escolhas e
tomam decisões para que os recursos disponíveis sempre escassos possam contribuir da
melhor maneira para satisfazer as necessidades individuais e coletivas da sociedade.

É uma ciência Social (estuda os aspectos sociais do mundo humano, ou seja, a via social
de indivíduos e grupos humanos) que estuda o processo de produção, de distribuição, de
consumo e de circulação dos bens e serviços de uma determinada sociedade.
Esta definição contém vários conceitos importantes, que são a base e o objeto do estudo
da Ciência Econômica:
- escolha, - necessidades,
- escassez, - recursos,

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 2
- produção, - distribuição,

São quatro os princípios exigidos para definir a análise da definição que são:
1º o agente (homem);
2º a causa final (o consumo);
3º o meio (as relações econômicas);
4º a diferença específica deste tipo de relações humanas de outras praticadas pelo
homem (avaliáveis em moeda ou dinheiro).
A Economia é uma ciência, forma um sistema lógico de conhecimento sobre o seu objeto.

O objeto da Economia é o estudo do seu conteúdo ou teor, na definição de uma


ciência que deve indicar o seu objeto, ou o que ela estuda. A Economia tem por
objeto ou estudo certos aspectos de nossa atividade, então se confirma que é
uma da disciplina que estudam o comportamento humano. O humano é o único
ser do Universo que conhece a si mesmo e se domina. Das suas necessidades e
vontades vêm os fatos humanos, os quais são estudados pelas ciências sociais. O
comportamento dos homens dentro da sociedade é estudado pelas ciências
sociais, onde são praticadas as relações mais diversas como: as históricas (ou
passado social), governamentais, jurídicas, sociais (vida social), morais (deveres
dos cidadãos), religiosas, econômicas etc., sendo objeto, da História, da Política,
do Direito, da Sociologia, da Moral, das Religiões, da Economia etc. Podemos
concluir que o objeto ou o estudo da Economia é a atividade humana
denominada econômica e dirigida no sentido de escolher uma alternativa
entre muitas, do que fazer com os recursos escassos no mundo.

A função abaixo indica que as quantidades procuradas ou demandadas dependem do nível


dos preços. Há uma relação funcional de dependência entre as quantidades procuradas
(QP) e preços (P), expressa assim:
QP = f(P)

De outro lado, a comprovação estatística das relações entre a Renda Pessoal Disponível
(Y) e o consumo agregado (C), e assim, a função abaixo indica que o consumo agregado
depende do nível da Renda Pessoal Disponível.

C = f(Y)

A economia divide-se em Microeconomia e Macroeconomia.


Microeconomia: Estudo do comportamento de consumidores e produtores e sua interação
no mercado.
Macroeconomia: Estudo da determinação e o comportamento dos grandes agregados
nacionais, como a inflação, o PIB, investimento agregado, poupança agregada, nível geral
dos preços, entre outros. Seu enfoque é em curto prazo.

O ser humano tem várias necessidades que precisam ser satisfeitas para que sua
sobrevivência seja garantida.

Necessidade Humana: Sensação de carência de algo que o indivíduo necessita unido ao


desejo de satisfazê-lo.

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 3
Necessidades individuais: São relativas ao corpo humano e sensações individuais. Ex:
Respirar, alimentar, vestir, divertir, estímulos, de contato, de estrutura, de conhecimento,
sexual etc.
Necessidades coletivas: estão ligadas à sociedade, vida em grupo do ser humano. Ex: a
educação, transportes coletivo, saúde etc.
Necessidades Materiais: São necessárias para nossa sobrevivência. Ex: Roupas,
alimentos, habitação etc.

As necessidades podem ser definidas também como:


- Privadas: Atendida pelo mercado e sujeitas ao princípio de exclusão com base no
recurso de cada indivíduo. Alguns podem ter, outros não. Ex: Um indivíduo pode ter uma
Ferrari, o outro não.
- Sociais: Diz respeito também à sociedade. Ex: Segurança externa, lazer etc.
- Meritórias (mérito): A sociedade merece e tem direito. Ex: Educação e saúde.

As necessidades humanas são ilimitadas e os recursos são escassos (limitados). A


satisfação das necessidades é feita através do consumo de bens e serviços.

Para satisfazer as necessidades, o ser humano precisa consumir/gastar.

Cesta Básica: Conjunto de bens que satisfazem as necessidades básicas de uma família
de trabalhadores. O conceito de necessidades básicas varia conforme o nível médio de
renda da cada indivíduo.
Cesta de Consumo: Além dos bens de primeira necessidade, são incluídas todas as
despesas com bens e serviços que o indivíduo acha necessário para sua sobrevivência.
Passagem aérea já entrou na lista de consumo da classe C.

Consumo: Pode ser classificado como privado e público. As famílias definem como vão
gastar a renda familiar entre os diferentes tipos de bens e serviços ofertados no mercado.
Trata da aquisição de bens que podem ser bens de consumo e bens de capital e serviços.
Por definição, é a utilização, aplicação, uso ou gasto de um bem ou serviço por um
indivíduo ou uma empresa. Constitui-se na fase final do processo produtivo, precedido
pelas etapas da fabricação, armazenagem, embalagem distribuição e comercialização.
Ex: Aquisição de uma TV, uma máquina de lavar, compra de uma roupa, de um imóvel,
etc.
Empresa: Entidade que, reúne os fatores de produção que, combinados adequadamente,
produz bens e serviços e os comercializam visando lucros.
Conjunto organizado de meios com vista a exercer uma actividade particular, publica, ou
de economia mista, que produz e oferece bens e/ou serviços, com o objetivo de atender a
alguma necessidade humana.
O lucro, na visão moderna das empresas privadas, é consequência do processo produtivo
e o retorno esperado pelos investidores. As empresas de titularidade do Poder Público têm
a finalidade de obter rentabilidade social. As empresas podem ser individuais ou coletivas,
dependendo do número de sócios que as compõem.
Produção: Tudo que as empresas e indústrias produzem empregando os fatores de
produção visando satisfazer as necessidades humanas. A empresa decide o que produzir
e quais meios serão utilizados para produzir um determinado bem. Processo que
disponibiliza uma oferta de um produto no mercado para consumo.

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 4
Uma empresa produz bens combinando fatores de produção: matérias primas, (recursos
naturais), mão de obra, capital e capacidade empreendedora.
- Em curto prazo, pelo menos um fator de produção é fixo (geralmente é o capital da
empresa).
Ex: seu complexo produtivo
- Em longo prazo, todos os fatores de produção podem variar.
Fatores variáveis: de uma produção são aqueles que variam na proporção das
quantidades produzidas.
Ex: matérias primas e mão de obra.
Fatores fixos: não variam em função da quantidade produzida
Ex: Aluguéis da fábrica, seguros, salários, gastos com energia elétrica, água etc.

Escassez: É um problema econômico presente na economia como um todo. As


necessidades são ilimitadas, os recursos são limitados como também os bens. Neste
problema existe o desejo de adquirir quantidade “x” de bens e serviços que é maior que a
disponibilidade.

Commodities: Títulos correspondentes a negociações com produtos agropecuários,


metais, minérios e outros produtos primários nas bolsas de mercadorias, mais
precisamente Bolsa de Valores. Estes negócios se referem à entrega futura de
mercadorias, mas não significa necessariamente que há movimento físico de produtos nas
bolsas, há apenas uma negociação dos valores, ou seja, quanto vale as mercadorias.

BENS E SERVIÇOS

Bem: Mercadoria ou serviço que pode satisfazer uma necessidade humana. É tudo que
resulta da produção econômica e que satisfaz direta ou indiretamente os desejos e
necessidades dos seres humanos. Tudo que pode ser propriedade de alguém.
Bem econômico: caracterizado pela utilidade, escassez e por ser transferível. Bem
escasso, em geral produzido com esforço humano, e que é objeto de compra e venda.
Ben livre: Sua quantidade é suficiente para satisfazer todo o mundo. Bem disponível sem
custo. Ex: Ar,
Bens de Consumo são destinados ao atendimento das necessidades humanas e divide-
se em:
- não duráveis: Destinam-se à satisfação direta das necessidades humanas. Esgotam-se
com o uso.
Ex: Roupas, sapatos, energia, água, etc.
- duráveis: são bens ou produtos tangíveis que permitem o uso prolongado dos seres
humanos.
Ex: os eletrodomésticos automóveis móveis, imóveis etc,
Bens de consumo perecíveis: são bens de consumo muito rápido.
Ex: Alimentos perecíveis
Bens Primários: bens que ainda não sofreram nenhum tipo de transformação e são
retirados da natureza.
Ex: madeira, minerio de ferro, etc.
Bens intermediários: São bens que sofrem várias transformações no processo produtivo
antes de se tornarem bens de consumo ou de capital, são diferentes de bens finais que
são vendidos para o consumo ou utilização final.
Ex: Cimento (para fazer a massa para construção), farinha de trigo (para fazer o pão),
tecido (fabricação de roupas).

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 5
Bens públicos ou coletivos: São bens cujo consumo é efetuado por toda a coletividade.
Não se aplica o principio da exclusão, ou seja, não é necessário pagar para obtê-los. Além
disso, eles não são rivais, isto é, o consumo de um não impede o consumo de outro. Na
maioria das vezes, eles são oferecidos pelo poder público com o objetivo de satisfazer as
necessidades coletivas, utilizando-se da tributação para captação de recursos para seu
financiamento.

Ex.: Defesa Nacional, administração da justica e também se incluem praias, lagos,


parques, escolas públicas software livres.

Bens Meritórios: São bens que embora possam ser explorado pelo setor privado, podem
e devem ser produzidos pelo setor público para evitar que a população de baixa renda seja
excluída do seu consumo, também, como os bens públicos, são financiados pela
tributação. A definição de bens meritórios está associada a valores históricos, culturais e
políticos partilhados por determinado grupo social. Os bens meritórios são definidos por
possuir importância social.

Ex: educação, saúde, segurança.

Bens de Capital ou de produção: São recursos, equipamentos, máquinas e instalações


de uma empresa ou organização — ou seja: bens ou serviços necessários e utilizados na
produção de outros bens ou serviços. Não se desgastam totalmente no processo
produtivo. São classificados no ativo da empresa fixo das empresas e sua caracteristicas é
contribuir para melhoria da produtividade da mão-de-obra.

Serviços

Serviços: São destinados à criação de bens para consumo dos seres humanos. Não tem
expressão material. Considerado um setor terciário e vem crescendo a cada dia.
Considerado na economia como o setor terciário e envolve a prestação de serviços às
empresas, bem como aos consumidores finais. São atividades que criam valor para o
consumidor. Tratam-se dos bens intangíveis.
Ex: o comércio, o turismo, os serviços financeiros, jurídicos, de informática, comunicação,
arquitetura, engenharia, auditoria, consultoria, propaganda e publicidade, seguro,
corretagem, transporte e armazenagem, além das atividades públicas e privadas de
defesa, segurança, saúde e educação, entre outros.
Os serviços podem ser classificados como:
 Serviços de consumo: serviços comprados por consumidores para seu uso
pessoal. Incluem serviços de conveniência (ônibus, táxi), serviços de compra comparada
(dentistas, advogados), especialidades (cabeleireiro, designer de moda) e serviços do tipo
funeral.
 Serviços industriais: serviços comprados por empresas e grandes organizações
para uso na produção ou operação de seus negócios. Incluem projetos, montagem,
instalações, manutenção, segurança, informática, serviços financeiros e uma variedade de
serviços prestados por profissionais liberais (consultores, propaganda, publicidade,
seguros etc).

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 6
Fatores de Produção

Os bens e serviços são produzidos através dos fatores de produção que são:

 Terra ou recursos naturais: representa os recursos oferecidos pela natureza para


os processos produtivos na produção de bens: a terra utilizada na agricultura ou na qual
estão instalados os edifícios, as fábricas, as estradas, etc. recursos naturais: energias
renováveis (água, ar, vento, sol, etc.) e não renováveis (petróleo, gás, minérios, etc.)

 Trabalho: representa todos os recursos humanos, físicos e mentais, tanto


adquiridos como hereditários. Vale para todos os níveis de mão de obra. É medido em
termos do tempo despendido na produção (agricultura, indústria, serviços) e pode ser
qualificado ou não qualificado.

 Capital: é constituído pelo capital fixo (bens de capital, tais como maquinas,
estradas, meios de transportes, edificios , computadores e pelo capital dinheiro. É tudo que
foi investido para o funcionamento da empresa ou industria e que duram vários ciclo na
produção de bens e serviços.

Uma empresa só produz consumindo fatores de produção.

Processo de produção:
 Terra, Processo produtivo com Produto final, ou seja, bens
 Trabalho uma tecnologia ou serviços (colocados no
 Capital qualquer aplicada. mercado).
 Produtos
intermediários

As atividades produtivas são ocupadas por uma parte da sociedade que produzem os bens
e serviços que e fazem a distribuição e os colocam à disposição dos consumidores.

PARTE II - SISTEMA ECONÔMICO

Do ponto de vista global, no Brasil a economia funciona de uma forma diferente da


economia de outros países, como os EUA, Rússia ou Etiópia. A forma de comprar ou
vender determinados bens, os impostos que se tem de pagar, o tipo de maquinários
utilizados pelas empresas, e muitas outras coisas são diferentes. Podemos dizer que,
salvo as diferenças, nossa economia se parece mais com a de uns paises como Argentina,
do que a de outros países como Cuba (considerado subdesenvolvido).
Os economistas explicam muito bem estas diferenças ou semelhanças do funcionamento
global.
O Sistema Econômico pode ser definido como sendo a forma política, social e econômica
pela qual está organizada uma sociedade. É um particular sistema de organização da
produção, distribuição e cosumo de todos os bens e serviços que as pessoas utilizam
buscando uma melhoria no padrão de vida e bem-estar.

Os sistemas econômicos podem ser classificados em:


 Sistema capitalista, ou economia de mercado: É regido pelas forças de mercado,
predominado a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. Pelo

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 7
menos até o inicio do século XX, prevalecia nas economias ocidentais o sistema de
concorrência pura, onde não havia a intervenção do estado na atividade econômica. Era a
filosofia do Liberalismo. A partir de 1930, passaram a predominar os sistemas de
economia mista, onde ainda prevalecem as forças do mercado, mas com atuação do
Estado, tanto na alocação e distribuição de recursos como na própria produção de bens e
serviços, nas áreas de infraestrutura, energia, saneamento e telecomunicações.
 Sistema socialista, ou economia centralizada, ou ainda economia planificada: é
aquele em que as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central
de planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção, chamados
nessas economias de meios de produção englobando os bens de capital, terra, prédios,
bancos, matérias primas.

Da escassez dos recursos ou fatores de produção, associadas às necessidades ilimitadas


do homem, três questões básicas estão relacionadas à economia que o sistema
econômico trata de responder:
1) O que e quanto produzir?
2) Como produzir?
3) Para quem produzir?

1) O que e quanto produzir – Dada a escassez de recursos de produção, a


sociedade/empresa/indústria terão que escolher dentro das suas possibilidades de
produção, quais produtos serão produzidos e suas respectivas quantidades a serem
fabricadas.
2) Como produzir - envolve o nível de desenvolvimento da tecnologia a aplicar, o que
determina a forma mais eficiente de utilização dos fatores de produção, ou seja, a melhor
produção com o menor custo possível, mas sem deixar de visar lucro. Os produtores
escolherão, entre os métodos mais eficientes, aquele que tiver o menor custo de produção
possível.
3) Para quem produzir – Refere-se a que parcela da sociedade será beneficiada e irá
usufruir da produção de bens e serviços que foi definida. Define o tipo de consumidor para
os bens e serviços.
O modo como as sociedades resolvem os problemas econômicos fundamentais depende
da forma da organização econômica do país, ou seja, do sistema econômico de cada
nação.

Curva de Possibilidade da Produção (CPP)


A (CPP) curva de possibilidade da produção ilustra graficamente como a escassez de
fatores de produção cria um limite para a capacidade produtiva de uma empresa, país ou
sociedade. Expressa a capacidade máxima de produção da sociedade, supondo pleno
emprego dos recursos ou fatores de produção de que se dispõe em um dado momento do
tempo. Trata-se de um conceito teórico como qual se ilustra como a escassez de recurso
impõe limite à capacidade produtiva de uma sociedade, que terá de fazer escolhas entre
alternativas de produção.

Dado que os recursos são escassos, torna-se necessário que a sociedade escolha entre
diferentes alternativas de produção, de modo que satisfaça a necessidade humana de
bens.
 Finalidade: demonstrar o conceito de escassez;
 Indica: Combinações máximas possiveis de produção de dois bens que podem se
obtidas quando a economia utiliza todos os serus recurso de diferentes maneiras;

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 8
 Pontos acima da curva representa níveis eficientes, significa que todos os
recursos produtivos estão sendo utilizados;
 Pontos dentro da curva representam subemprego de fatores (capacidade ociosa),
poderia aumentar sua produção de alimentos sem reduzir a produção de
automóveis.

Utilizando todos os recursos disponíveis:


POSSIBILIDADES AUTOMOVEIS ALIMENTOS CUSTO DE
OU (Milhões de (Milhões de OPORTUNIDADE
ALTERNATIVAS unidades) eixo X toneladas) eixo Y
A 0 15 -
B 3 14 1
C 4 12 2
D 5 9 3
E 6 7 2
F 9 0 7

Custo de oportunidade: 15 – 14: 1


Mostra o quanto se deve sacrificar da produção de um produto para se produzir outro.
Renúncia da produção de um bem para produção de outro. Comum entre as empresas.
Lei do Custo de Oportunidade: Para obter produção adicional de um bem, é necessário
abandonar, a cada vez, quantidades maiores de um bem alternativo.
Graficamente:

A inclinação da reta para baixo significa que esta economia está produzindo mais de um
produto a outro.
A configuração gráfica demonstra que o ponto H está em nível impossível de produção,
dada a quantidade de fatores de produção e tecnologia que a economia dispõe seriam
insuficientes para obter grandes quantidades de bens. Este ponto será alcançado quando
houver inovação tecnológica e/ou maior eficiência das empresas e/ou qualificação de mão
de obra. O ponto G ao contrário significa a utilização dos fatores de produção
subutilizando-os e capacidade ociosa e com desemprego.

Os pontos A, B, C, D, E e F significa o Pleno emprego e uma situação ideal para a


economia, mas, difícil de ser alcançada. O Pleno emprego é inexistente.

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 9
PARTE III - AGENTES ECONOMICOS

A atividade econômica concretiza-se na produção de ampla gama de bens e serviços, cujo


destino último é a satisfação das necessidades humanas. Os homens, mediante sua
capacidade de trabalho, são os organizadores e executores da produção. Um agente
econômico é um indivíduo, conjunto de indivíduos, instituição ou conjunto de instituições
que, através das suas decisões e ações, influenciam de alguma forma a economia.

Os agentes econômicos são:


- As famílias ou consumidores,
- As empresas, fábricas, indústrias;
- Setor público/Governo.

As famílias têm a função de consumo de bens e serviços e também de oferecer seus


trabalhos e capital às empresas, porém as famílias são limitadas ao consumo levando em
conta sua renda e o seu poder de compra.
As empresas produzem e oferecem os bens e serviços para a sociedade. É a unidade
básica da produção. Contrata e negocia fatores de produção para produzir e comercializar
bens e serviços.
Tipos de empresas:
- Individual: Pertence somente a um indivíduo, apenas um proprietário;
- Social (pertence a vários indivíduos): Ltda (partes iguais), S/A (com investimentos /
acionistas) e Cooperativas (criada para satisfação comum entre os associados) dentre
outras.
Os financiamentos das empresas são feitos através dos empréstimos, autofinanciamentos
e financiamento externos.
- Empréstimos: a empresa recebe de imediato o total do financiamento concedido por
instituições financeiras;
- Autofinanciamento: os recursos financeiros são gerados pela própria empresa, ou seja,
a empresa utiliza parte dos lucros para realizar investimentos;

O Setor Público ou Governo

Aquele que toma decisões de consumo, de investimento e de política econômica com o


objetivo de proporcionar o bem estar à sociedade.
A atividade econômica é caracterizada pela produção de bens e serviços levando em conta
a eficiência produtiva e a otimização dos recursos destinados à satisfação das
necessidades humanas dos indivíduos. Tem como função a geração de renda.
O Setor Público ainda coordena e regula o mercado e, às vezes, estabelece a política
econômica, tentando alcançar objetivos gerais tais como: crescimento estável do produto
nacional, pleno aproveitamento dos recursos eficiente alocação dos mesmos, estabilidade
dos preços, e distribuição de renda justa.

Na economia, os diversos papeis que desempenham os agentes econômicos podem ser


agrupados em 4 grandes setores:
- Setor primário: É o setor composto pelas unidades produtoras que utilizam quase que
exclusivamente os recursos naturais, não fazendo neles grandes modificações.
Ex: empresas agrícolas, pecuárias, extrativas, minerais, animais e vegetais.

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 10
- Setor Secundário: É composto pelas unidades produtoras que partindo de uma
determinada matéria prima, conjugando com o trabalho humano e máquinas, produzem um
bem econômico.
Ex: Indústria de automóvel, sapatos, roupas e etc.
- Setor Terciário: É o setor ligado aos serviços, e não a um determinado bem econômico.
São unidades produtoras voltadas para a prestação de serviços.
Ex: Bancos, hospitais, comércio etc.
- Outro Setor: São entidades sem fins lucrativos e que são voltadas para questões tais
como movimentos populares, ecologia, políticas de saúde, direitos humanos, população de
rua, minorias, etc.; seu propósito básico é gerar o exercício da cidadania e da autonomia
dos grupos que compõem a sociedade.
Ex: as ONG’s

As ONG’s (Organizações não governamentais) são organizações formadas pela


sociedade civil sem fins lucrativos e que tem como missão a resolução de algum problema
da sociedade, seja ele econômico, racial, ambiental, e etc, ou ainda a reivindicação de
direitos e melhorias e fiscalização do poder público.

PARTE IV - FLUXO DO SISTEMA ECONÔMICO

As unidades produtoras, ao mesmo tempo em que produzem os bens e serviços, também


remuneram os fatores de produção. Os que recebem a remuneração adquirem bens e
serviços produzidos pelas unidades produtoras.
Os fluxos deste sistema são divididos em dois:
Fluxo Real: É formado por bens e serviços (produtos) - OFERTA DO MERCADO.
Fluxo Monetário: É formado pela remuneração dos fatores de produção - DEMANDA DO
MERCADO.

Fluxo Real e Monetário


De maneira simples podemos dizer que fluxo real é tudo aquilo que as famílias
oferecem às empresas para que estas possam existir, exemplo: recursos naturais,
trabalho, mão de obra e capacidade empresarial. Na mesma ordem, as empresas
oferecem às famílias aquilo que elas precisam para se manterem, exemplo: produtos
industrializados, empregos.
Com o auxílio do dinheiro, as empresas pagam às famílias pelo serviço e mão de obra
realizada e, por sua vez, as famílias, também com o auxilio do dinheiro, pagam às
empresas pelos bens e serviços adquiridos, o que configura o fluxo monetário.
O fluxo real e o monetário fazem com que tenha uma interação entre as famílias e as
empresas, que são o que chamamos de agentes econômicos. Do lado do fluxo real estão o
emprego dos recursos e o suprimento de bens e serviços necessários. Do lado monetário
se dá a remuneração dos fatores de produção e o pagamento dos bens e serviços
adquiridos.
Para que haja fluxo real entre os dois mercados é preciso a presença da moeda que é
utilizada para remunerar os fatores de produção e pagamento dos bens e serviços vis
preço.

No MERCADO as famílias demandam e consomem bens e serviços. No MERCADO DE


FATORES DE PRODUÇÃO, as famílias oferecem seus serviços às empresas como
fatores de produção.

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 11
FLUXO MONETARIO

O fluxo monetário se dá a remuneração dos fatores de produção e o pagamento dos


bens e serviços adquiridos.

Pagamento de bens e serviços

Firmas
Famílias

Remuneração dos fatores


de produção

FLUXO REAL DA ECONOMIA


oferta
demanda Mercado de bens e
serviços

Firmas
Famílias

Mercado de fatores de
produção
Oferta demanda

Famílias ofertam fatores de produção e demandam bens e serviços.


Empresas demandas fatores de produção e ofertam bens e serviços

O FLUXO REAL somente se torna possível com a presença da moeda que é


utilizada para remunerar os fatores de produção e pra o pagamento dos bens e serviços.
Paralelo ao fluxo real tem o fluxo monetário da economia.
As empresas fornecem bens e serviços para os consumidores e utilizam os fatores
produtivos fornecidos pelas famílias.

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 12
FLUXO CIRCULAR

Este diagrama é uma esquematização da organização da economia. As decisões são


tomadas por famílias e empresas. As famílias e as empresas interagem nos mercados de
bens e serviços (em que as famílias são comparadoras e as empresas, vendedoras) e nos
mercados de fatores de produção (em que as empresas são compradoras e as famílias,
vendedoras). O conjunto externo de setas representa o fluxo de dinheiro e o conjunto
interno representa o fluxo correspondente de insumos e produtos.

Receitas Gastos
Mercado de bens e serviços:
-Empresas vendem;
-Famílias compram;

Empresas: O que e quando produzir Famílias:


-Produzem e vendem bens e -Compram e consomem bens
serviços; e serviços;
-Contratam e utilizam fatores Como produzir -São proprietárias e
de produção; vendedoras dos fatores de
produção;
Para quem produzir

Mercado de fatores de
produção:
- Famílias vendem;
-Empresas compram;

Salários, aluguéis e lucro Renda

MERCADO: Local onde os indivíduos que querem adquirir/comprar se encontram com as


pessoas que querem vender. Na Teoria Econômica, mercado não é apenas o local físico
onde estas pessoas estão localizadas, como uma feira livre. Seu significado é mais amplo.

O termo Mercado refere-se a todas as compras e vendas realizadas no sistema


econômico, tanto dos bens de consumo como os serviços.

Déficit: Resultado de uma conta em que as despesas são sempre maiores que as
receitas. Ou seja, sai mais dinheiro que entra. Quando há esse desequilíbrio nas contas
públicas, dizemos que há um déficit público. Esse pode ser déficit (público) primário - que
não inclui gastos com juros das dívidas interna e externa - ou nominal - que leva em conta
as despesas com juros das duas dívidas.

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 13
Superávit: Se caracteriza quando o Governo consegue que sua arrecadação total supere
suas despesas, descontados os gastos com juros e correção monetária de dívidas. Alguns
bons exemplos destas despesas são os pagamentos de funcionários públicos e
aposentados ou os gastos com fornecedores.

PARTE V – MICROECONOMIA

A Microeconomia economia atua no âmbito dos consumidores e/ou das empresas


(ou indústria se preferir). Lida com as preferências dos consumidores e a utilidade que
essas preferências lhe conferem a qual podemos traçar suas escolhas. Lida com a
demanda de mercado de um determinado bem ou serviço, com a quantidade do bem que a
firma deve ofertar a quantidade do bem que a indústria deve ofertar (relativa a cada
empresa que produz o mesmo bem, a seu preço e a sua demanda). Trata também do
estudo dos monopólios, oligopólios, monopsônios, concorrência perfeita. Teoria dos Jogos.
Traça estratégias de maximização de lucros e minimização de custos para as empresas.
Na microeconomia é possível o desenvolvimento de modelos de fenômenos sociais
simplificados, o que pode ser útil antes de se lançar um produto novo no mercado, por
exemplo, e por falar em mercado, esse é um dos pilares do estudo da microeconomia.
Microeconomia, ou Teoria Geral dos Preços, analisa a formação de preços no
mercado, ou seja, como a empresa e o consumidor interagem e decidem qual o preço e a
quantidade de um determinado bem ou serviço em mercados específicos. A
microeconomia estuda o funcionamento da oferta e da procura na formação do preço no
mercado, isto é, o preço sendo obtido pela interação do conjunto dos consumidores com o
conjunto de empresas que fabricam um dado bem ou serviço.
Do ponto de vista da economia de empresas, onde se estuda uma empresa
específica, prevalece a visão contábil financeira na formação do preço de venda de seu
produto, baseada principalmente nos custos de produção, enquanto na Microeconomia
prevalece a visão do mercado.
O conceito de empresa possui 2 visões: a econômica e a jurídica. Do ponto de
vista econômico, empresas ou estabelecimento comercial é a combinação pelo
empresário, dos fatores de produção: capital, trabalho, terra e tecnologia, de modo
organizado para se obter o maior volume possível de produção ou de serviços ao menor
custo.
Na doutrina jurídica reconhece-se o estabelecimento como uma universalidade de
direito, incluindo-se na atividade econômica um complexo de relações jurídicas entre o
empresário e a empresa.

Pressupostos básicos da análise microeconômica

Por exemplo: Um aumento de preço de um determinado produto causa uma redução na


procura "ceteris paribus". Se houvesse variação na renda do consumidor, ou seja, sem a
condição "ceteris paribus", não se poderia afirmar o mesmo a respeito da procura sem
informações adicionais.

Para analisar um mercado específico, a Microeconomia se vale da hipótese de que


tudo o mais permanece constante (em latim, ceteris paribus). O foco de estudo é dirigido
apenas àquele mercado, analisando-se o papel que a oferta e a demanda nele exercem,
supondo que outras variáveis interfiram muito pouco, ou que não interfiram de maneira

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 14
absoluta.
Adotando-se essa hipótese, torna-se possível o estudo de determinado mercado,
selecionando-se apenas as variáveis que influenciam os agentes econômicos -
consumidores e produtores - nesse particular mercado, independentemente de outros
fatores, que estão em outros mercados, poderem influenciá-los.
Sabemos, por exemplo, que a procura de uma mercadoria é normalmente mais
afetada por seu preço e pela renda dos consumidores. Para analisar o efeito do preço
sobre a procura, supomos que a renda permanece constante (ceteris paribus); da mesma
forma, para avaliar a relação entre a procura e a renda dos consumidores, supomos que o
preço da mercadoria não varia. Temos, assim, o efeito "puro" ou "líquido" de cada uma
dessas variáveis sobre a procura. Por exemplo: Um aumento de preço de um
determinado produto causa uma redução na procura "ceteris paribus". Se houvesse
variação na renda do consumidor, ou seja, sem a condição "ceteris paribus", não se
poderia afirmar o mesmo a respeito da procura sem informações adicionais.

Papel dos preços relativos

Na análise microeconômica, são mais relevantes os preços relativos, isto é, os preços


dos bens em relação aos demais, do que os preços absolutos ( isolados) das mercadorias.
Exemplo: se o preço do guaraná cair 10%, mas também o preço da soda cair em 10%,
nada deve acontecer na demanda dos dois bens, mas se cair apenas o preço do guaraná,
permanecendo inalterado o preço da soda, deve-se esperar um aumento na quantidade
procurada de guaraná e uma queda na soda. Embora não tenha havido alteração no preço
absoluto da soda, seu preço relativo aumentou, quando comparado com o guaraná.

Princípio da Racionalidade
Por esse princípio, os empresários tentam sempre maximizar lucros condicionados
pelos custos de produção, os consumidores procuram maximizar sua satisfação no
consumo de bens e serviços (limitados por sua renda e pelos preços das mercadorias).
O empresário para ser racional não necessita de explorar os trabalhadores, enganar os
fornecedores, burlar clientes e financiadores. O que a racionalidade pretende é que o
empresário não desperdice recursos e procure a melhor forma de produzir e vender o
produto.

Aplicações da análise microeconômica

A teoria microeconômica não é um manual de técnicas para a tomada de decisões do


dia-a-dia, mesmo assim ela representa uma ferramenta útil para esclarecer políticas e
estratégias, dentro de um horizonte de planejamento, tanto em nível de empresas quanto
de nível de política econômica.

Para as empresas, a análise microeconômica pode subsidiar as seguintes decisões:


 Políticas de preços da empresa.
 Previsão de demanda e faturamento.
 Previsão de custos de produção.
 Decisões ótimas de produção (melhor combinação dos custos de produção).
 Avaliação e elaboração de projetos de investimentos (análise custo/benefício)
 Política de propaganda e publicidade (como as preferências dos consumidores
podem afetar o produto);

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 15
 Localização da empresa (situar próximos aos centros consumidores ou aos centros
dos fornecedores de insumos);

Em relação à política econômica, a teoria microeconômica pode contribuir na análise


e tomada de decisões das seguintes questões:
 Efeitos de impostos sobre mercados específicos.
 Avaliação dos projetos de investimentos públicos,
 Política de subsídios.
 Fixação de preços mínimos na agricultura.
 Controle de preços
 Política Salarial
 Políticas de tarifas públicas. (água, luz e outras.).
 Políticas de preços públicos (como petróleo, aço);
 Leis antitrustes (controle de lucros de monopólios e oligopólios).

Observa-se que são decisões necessárias ao planejamento estratégico das empresas e à


política e à programação econômica do setor público. A contribuição da Microeconomia
está associada à utilização de outras disciplinas, como a Estatística, a Matemática
Financeira, a Contabilidade e mesmo a Engenharia a dar conteúdo empírico a suas
formulações e conceitos teóricos.

Divisão do estudo microeconômico

 Análise da Demanda: A Teoria da Demanda ou Procura de uma mercadoria ou


serviço divide-se em Teoria do Consumidor e Teoria da Demanda de Mercado.

 Análise da Oferta: A Teoria da Oferta de um bem ou serviço também se subdivide


em oferta de firma individual e oferta de mercado.

 Análise das estruturas de mercado : A partir da demanda e da oferta de mercado são


determinados o preço e a quantidade de um bem ou serviço.
* As estruturas de mercado de bens e serviços são:
a) Concorrência perfeita; b) monopólio; c) oligopólio d) concorrência imperfeita ou
monopolista;
 As estruturas de mercado de fatores de produção são:
a) Concorrência perfeita; b) monopólio bilateral; c) monopsônio;
d) oligopsônio.

 Teoria do equilíbrio geral: A análise do equilíbrio geral leva em conta as inter-


relações entre todos os mercados, procurando analisar se o comportamento independente
de cada agente econômico conduz todos a uma posição de equilíbrio global, embora todos
sejam, na realidade, interdependente.

Estrutura do Mercado de fatores de produção

Concorrência pura ou perfeita

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 16
É um tipo de mercado em que há um grande número de vendedores (empresas), de tal
sorte uma empresa, isoladamente, por ser insignificante, não afeta os níveis de oferta do
mercado e, consequentemente, o preço de equilíbrio.
Nesse tipo de mercado devem prevalecer ainda as seguintes premissas:
Produtos homogêneos: Não existe diferenciação entre os produtos ofertados pelas
empresas concorrentes.
Não existem barreiras: para o ingresso de empresas no mercado.
Transparência do mercado: Todas as informações sobre lucros, preços etc. são
conhecidas por todos os participantes do mercado.

Monopólio

O mercado monopolista se caracteriza por apresentar condições diametralmente


opostas às da concorrência perfeita. Nele existe, de um lado, um único empresário
(empresa) dominando inteiramente a oferta e, de outro, todos os consumidores. Não há,
portanto concorrência, nem produto substituto ou concorrente. Nesse caso, ou os
consumidores se submetem às condições impostas pelo vendedor, ou simplesmente
deixaram de consumir o produto.
Nessa estrutura de mercado, a curva de demanda da empresa é a própria curva de
demanda do mercado como um todo. Ao ser exclusiva no mercado, a empresa não estará
sujeita aos preços vigentes. Mas isso não significa que poderá aumentar os preços
indefinidamente.
Para a existência de monopólios, deve haver barreiras que praticamente impeçam a
entrada de novas firmas no mercado.
Essas barreiras podem advir das seguintes condições: Monopólio puro, elevado volume de
capital, patente e controle de matérias-primas básicas, existem ainda, os monopólios
institucionais ou estatais em setores considerados estratégicos ou de segurança nacional
(petróleo, *energia, *comunicação).

Oligopólio

É um tipo de estrutura normalmente caracterizada por um pequeno número de


empresas que dominam a oferta de mercado. Pode caracterizar-se como um mercado em
que há um pequeno número de empresas, como a indústria automobilística, ou então onde
há um grande número de empresas, mas poucas dominam o mercado, como a indústria de
bebidas.
O setor produtivo no Brasil é altamente oligopolizado, sendo possível encontrar
inúmeros exemplos: montadoras de veículos, setor de cosméticos, indústria de papel,
indústria farmacêutica etc.
Nos oligopólios, tanto as quantidades ofertadas quanto os preços são fixados entre as
empresas por meio de cartéis. O cartel é uma organização formal ou informal de
produtores dentro de um setor que determina a política de preços para todas as empresas
que a ele pertencem.
Podemos caracterizar também tanto oligopólios com produtos diferenciados (como a
indústria automobilística) como oligopólios com produtos homogêneos (alumínio).

Concorrência monopolista

Trata-se de uma estrutura de mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o


monopólio, mas que não se confunde com o oligopólio, pelas seguintes características:

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 17
a) Número relativamente grande de empresas com certo poder concorrencial, porém com
segmentos de mercados e produtos diferenciados, seja por características físicas,
embalagem ou prestação de serviços complementares (pós-venda).
b) Margem de manobra para fixação dos preços não muito ampla, uma vez que existem
produtos substitutos no mercado.

Essas características dão um pequeno poder monopolista sobre o preço de seu


produto, embora o mercado seja competitivo (daí o nome concorrência monopolista).

Principais Características das Estruturas Básicas de Mercado

Característica Concorrência Monopólio Oligopólio Concorrência


Perfeita Monopolista
1. Quanto ao Muito grande Só há uma empresa Pequeno Grande
número de
empresas

2. Quanto ao Homogêneo. Não Não há substitutos Pode ser homogêneo Diferenciado


produto há quaisquer próximos ou diferenciado
diferenças

3.Quanto ao Não há As empresas têm Embora dificultado Pouca margem de


controle das possibilidade de grande poder para pela interdependência manobra, devido à
empresas sobre manobras pelas manter preços entre as empresas, existência de substitutos
os preços empresas relativamente estas tendem a formar próximos.
elevados, sobretudo cartéis controlando
quando não há preços e quotas de
intervenções do produção.
governo.

4.Quanto à Não é possível A empresa É intensa, sobretudo É intensa, exercendo-se


concorrência Nem seria eficaz. geralmente recorre quando há pelas diferenças físicas,
extra preço a campanhas diferenciação do de embalagens e
institucionais para produto. prestação de serviços
salvaguardar sua complementares.
imagem.
5.Quanto as Não há barreiras Barreiras de acesso Barreiras de acesso de Não há barreiras
condições de de novas empresas novas empresas
ingresso no
mercado

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 18
DEMANDA, OFERTA E EQUILÍBRIO DE MERCADO.

Breve Histórico: Os fundamentos da análise da demanda ou procura estão alicerçados no


conceito subjetivo de utilidade. A utilidade representa o grau de satisfação que os
consumidores atribuem aos bens e serviços que podem adquirir no mercado. Como está
baseada em aspectos psicológicos ou preferências, a utilidade difere de consumidor para
consumidor (uns preferem uísque, outros preferem cerveja etc.).
A Teoria do Valor Utilidade contrapõem-se à chamada Teoria Valor Trabalho,
desenvolvida por economistas clássicos. A Teoria do Valor Utilidade pressupõe que um
valor de um bem se forma pela sua demanda, isto é, pela satisfação que um bem
representa para o consumidor.
A Teoria Valor Trabalho considera que um bem se forma do lado da oferta, através dos
custos do trabalho incorporado ao bem. Os custos de produção eram representados
basicamente pelo fator mão-de-obra, em que a terra era praticamente gratuita e o capital
pouco significativo.
Pode-se dizer que a Teoria do Valor - Utilidade veio complementar a Teoria Valor –
Trabalho, pois não era mais possível predizer o comportamento dos preços dos bens
apenas com base nos custos da mão de obra (ou mesmo custos em geral) sem considerar
o lado da demanda (padrão de gostos, hábitos, renda, etc.).
Ademais, a Teoria do Valor Utilidade permitiu distinguir o valor de uso do valor de troca
de um bem. O valor de uso é a utilidade que ele representa para o consumidor. Valor de
troca se forma pelo preço no mercado, pelo encontro da oferta e da demanda do bem.

Demanda de Mercado

A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de um determinado


bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo.
A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor. São elas: o
preço do bem e serviço, o preço dos outros bens, a renda do consumidor e o gosto ou
preferência do indivíduo. Para estudar-se a influência dessas variáveis utiliza-se a hipótese
do coeteris paribus, ou seja, considera-se cada uma dessas variáveis afetando
separadamente as decisões do consumidor.

Relação entre a quantidade procurada e preço do bem: A Lei Geral da Demanda


Há uma relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do
bem. É a chamada Lei Geral da Demanda. Essa relação pode ser observada a partir dos
conceitos de escala de procura, curva de procura ou função demanda.
A relação preço/quantidade procurada pode ser representada por uma escala de
procura, conforme apresentada a seguir:

Alternativa de preço Mil ($) Quantidade Demandada (ton)

1,00 12.000
3,00 8.000
6,00 4.000
8,00 3.000
10,00 2.000

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 19
Graficamente:

A curva da demanda é negativamente inclinada devido ao efeito conjunto de dois fatores:


o efeito substituição e o efeito renda. Se o preço de um bem aumenta, a queda da
quantidade demanda será provocada por esses dois efeitos somados:

a) Efeito substituição: se um bem possui um substituto, ou seja, outro bem similar que
satisfaça a mesma necessidade, quando seu preço aumenta, o consumidor passa adquirir
o bem substituto, reduzindo assim sua demanda. Exemplo: Fósforo (este tem várias
marcas), margarina substituindo a manteiga, o consumo de frango no lugar da carne
vermelha devido ter subido o preço.

b) Efeito renda: quando aumenta o preço de um bem, o consumidor perde o poder


aquisitivo, e a demanda por esse produto diminui. Se aumentar muito o preço do bem, o
consumidor não consegue adquirir o bem ou adquire menos quantidade.

Outras variáveis que afetam a demanda de um bem

Efetivamente, a procura de uma mercadoria não é influenciada apenas por seu preço.
Existe uma série de outras variáveis que também afetam a procura.

a) Se a renda dos consumidores aumenta e a demanda do produto também, temos um


bem normal.
b) Bem inferior, cuja demanda varia em sentido inverso às variações da renda; exemplo
se o consumidor ficar mais rico, diminuirá o consumo de carne de segunda, e aumentará o
consumo da carne de primeira.
c) Bens de consumo saciado, quando a demanda do bem, quase não é influenciada pela
renda dos consumidores (arroz, farinha, sal, etc.), muitas vezes ocorre a diminuição do
consumo deste tipo de bem, devido ao aumento da renda.
d) Bens substitutos, quando há uma relação direta entre o preço de um bem e a
quantidade de outro. Exemplo: um aumento no preço da carne deve elevar a demanda de
peixe.
e) Bens complementares: São bens que podem ser utilizados em conjunto ou que ficam
melhores utilizados. Ex: Se aumentar o preço da impressora e a quantidade demandada
de cartuchos diminuir é porque a impressora e o cartucho são complementares no
consumo (uso do computador).

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 20
Oferta de Mercado

Pode-se conceituar oferta como as várias quantidades que os produtores desejam


oferecer ao mercado em determinado período de tempo. Da mesma maneira que a
demanda, a oferta depende de vários fatores; dentre eles, de seu próprio preço, dos
demais preços, dos preços dos fatores de produção, das preferências do empresário e da
tecnologia.
Diferentemente da função demanda, a função de oferta mostra uma correlação direta
entre a quantidade ofertada e nível de preços. É a chamada Lei Geral da Oferta.
Podemos expressar uma escala de oferta de um bem X, ou seja, dada uma série de
preços, quais seriam as quantidades ofertadas a cada preço:

Preço Mil ($) Quantidade Ofertada (ton)

1,00 1.000
3,00 5.000
6,00 9.000
8,00 11.000
10,00 13.000

Graficamente:

Equilíbrio de Mercado

A interação das curvas de demanda e de oferta determina o preço e a quantidade de


equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado. O equilíbrio de mercado é
inexistente, mas a economia tenta ajustes próximo ao equilíbrio.
Ao preço de equilíbrio, a quantidade do bem que os compradores desejam e podem
comprar é exatamente igual a quantidade que os vendedores desejam e podem comprar é
exatamente igual à quantidade que os vendedores desejam e podem vender
O governo pode interferir no mercado de bens e serviços através de políticas fiscais e
subsidiárias visando o equilíbrio de mercado.
O comportamento do consumidor dita as normas de mercado, ao passo que, consumidores
consomem ou não os bens e serviços.

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 21
Veja o quadro a seguir representativo da oferta e da demanda do bem X:

Preço ($) Mil Quantidade (ton) Situação de Mercado


Procurada Ofertada
1,00 11 1 Excesso de procura (escassez de oferta)
3,00 9 3 Excesso de procura (escassez de oferta)
6,00 6 6 Equilíbrio entre oferta e procura
8,00 4 8 Excesso de oferta (escassez de procura)
10,00 2 10 Excesso de oferta (escassez de procura)

Graficamente:

Como se observa na tabela existe equilíbrio entre oferta e demanda do bem X, quando o
preço é igual a 6,00 unidades monetárias.

Nota: No Ponto de Equilíbrio:


 Se a O>D: Há um excedente de bens e serviços;
 Se a O<D: Há uma escassez de bens e serviços;
 Se a O=D: O mercado encontra-se em equilíbrio.

Interferência do Governo no equilíbrio de mercado

O governo intervém na formação de preços de mercado, a nível microeconômico, e


quando fixa imposto e subsídios, estabelecem critérios de reajustes do salário mínimo, fixa
preços mínimos para produtos agrícolas decreta tabelamentos ou ainda congelamento de
preços e salários.

A) Estabelecimento de Impostos: É sabido que quem recolhe a totalidade do tributo é a


empresa, mas isso não quer dizer que é ela quem efetivamente paga. Assim, saber sobre
quem recai efetivamente o ônus do tributo é uma questão da maior importância na análise
dos mercados.

Os tributos se dividem em impostos, taxas e contribuições de melhoria. Os impostos


dividem-se em:

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 22
Impostos Indiretos: impostos incidentes sobre o consumo ou sobre as vendas. Exemplo:
Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI).
Impostos Diretos: Impostos incidentes sobre a renda. Exemplo: Imposto de Renda, IPVA,
IPTU, etc.
Entre os impostos indiretos destacamos:
Imposto Específico: Recai sobre a unidade vendida e o imposto é fixo. Exemplo: para
cada carro vendido, recolhe-se, a título de imposto, R$ 5.000 ao governo (esse valor é fixo
e independente do valor do automóvel).
Imposto ad valorem: é um percentual (alíquota) aplicado sobre o valor de venda.
Exemplo: supondo a alíquota do IPI sobre automóveis de 10 %, se o valor do automóvel for
de R$ 50.000, o valor do IPI será de R$ 5.000; se o valor aumentar para R$ 60.000, o valor
do IPI será de R$ 6.000. Assim, como se pode notar, a alíquota permanece inalterada em
10%, enquanto o valor do imposto varia com o preço do automóvel.

Política de preços mínimos na agricultura: Trata-se de uma política que visa dar
garantia de preços ao produtor agrícola, com propósito de protegê-lo das flutuações dos
preços no mercado, ou seja, ajudá-lo diante de uma possível queda acentuada de preços e
conseqüentemente da renda agrícola. O governo, antes do início do plantio, garante um
preço que ele pagará após a colheita do produto e utilizará como estoque e regulador e
momentos subseqüentes.

Tabelamento: Refere-se à intervenção do governo no sistema de preços de mercado


visando coibir abusos por parte dos vendedores, controlar preços de bens de primeira
necessidade ou então refrear o processo inflacionário, como foi adotado no Brasil ( Planos
Cruzado, Bresser etc.), quando se aplicou o congelamento de preços e salários.

PARTE VI - MACROECONOMIA

A Macroeconomia é uma ciência social que trata do comportamento da economia como um


todo a nível mundial, com períodos de recuperação e recessão, a produção total de bens e
serviços da economia (PIB) e o crescimento do produto, as taxas de inflação e
desemprego, balança de pagamentos e taxa de câmbio. Trata ainda com as flutuações em
curto prazo que constituem o ciclo de negócios. Políticas fiscais, monetárias, cambiais e de
créditos. Ela lida com o estoque de dinheiro em circulação, a balança comercial, variações
nos preços e salários, exportação e importação, etc.
Estuda as causas e conseqüências do desemprego.
Trata o mercado de bens e serviços como um todo (agregando produtos agrícolas,
industriais e serviços de transportes), assim como o mercado de trabalho.

Contabilidade Nacional

Na Macroeconomia está presente a Contabilidade Nacional é o método de registro das


operações econômicas realizadas em cada ano numa nação: fornece informação agregada
(o desempenho da economia); permite comparações no tempo e no espaço.
Representa a economia sob a forma de um circuito econômico: fluxos monetários e fluxos
reais; a atividade econômica medida por três ópticas (produção, rendimento e despesa).

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 23
A teoria macroeconômica propriamente dita preocupa-se mais com aspectos de curto
prazo. Trata das questões como o desemprego, que aparece sempre que a economia está
trabalhando abaixo de seu máximo da produção, e das implicações sobre os vários
mercados quando se alcança a estabilização do nível geral dos preços.
Em resumo a teoria macroeconômica trata fundamentalmente das questões do
desemprego e da inflação, consideradas como problema de curto prazo.

As Contas Nacionais visam:


 Definir os agregados macroeconômicos mais frequentemente utilizados;
ex: PIB, etc.
 Apresentar as principais relações contabilísticas, ou seja, descrever relações.

Os principais agregados econômicos da Macroeconomia são, a saber:

A ) Valor Bruto de Produção ( VBP ) : expressão monetária da soma de todos os bens e


serviços produzidos em determinado território econômico, num dado período de tempo.
Incorre no chamado erro de "dupla contagem", pois soma os produtos finais com os
insumos usados em sua elaboração.

B ) Valor Agregado Bruto ( VAB ): é o valor da "produção sem duplicações". Obtém-se se


descontando do VBP o valor dos insumos utilizados no processo de produtivo.

C ) Produto Bruto (PB ): produção de bens e serviços finais realizados pela economia,
durante um período de tempo.

D ) Renda Bruta ( RB ): somatório das remunerações brutas dos fatores de produção


empregados na economia, durante uma período de tempo.

E ) Produto Interno Bruto ( PIB ): expressão monetária dos bens e serviços finais
produzidos dentro dos limites territoriais econômicos, independentemente da origem dos
fatores de produção.

F ) Produto Nacional Bruto ( PNB ): expressão monetária dos bens e serviços produzidos
por fatores de produção nacionais, independentemente do território econômico.

G ) Renda Nacional ( RN ): é a renda líquida gerada no período, e que se dirige aos


proprietários nacionais de fatores de produção.

H) Produto Potencial (ou Produto Pleno Emprego): é a utilização da capacidade


produtiva de um país a 100% dos recursos existentes, ou seja, significa que estão sendo
utilizados todos os recursos disponíveis de um país (mão de obra, máquinas industriais,
equipamentos, matérias primas, etc) da forma mais econômica, visando gerar o máximo da
economia.

I) Demanda Agregada: Consumo global (agregado) realizado por todos os agentes


econômicos com bens e serviços finais da economia.

J) Oferta agregada: É a produção total de bens e serviços finais colocados no mercado a


disposição dos agentes econômicos.

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 24
K) Taxa de desemprego: Refere-se a percentagem de pessoas aptas a trabalhar que
estão procurando emprego e ainda não encontraram.

L) Investimento: São os gastos realizados pelas empresas visando aumentar a


capacidade produzida do país. Ex: construção de fornos industriais, construção de novas
unidades fabris, aquisição de maquinas e equipamentos etc.

M) Renda: É a soma das remunerações feitas aos fatores de produção empregados no


processo produtivo durante um determinado período de tempo, ou seja, é o total de
salários, aluguéis, juros e lucros.

N) Produto: É o total de vendas num determinado período de tempo mais os estoques


avaliados a preço de mercado.

Cenários Macroeconômicos

PIB (Produto Interno Bruto) – Indicador de expansão da economia corrente dentro de


um território nacional
É a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em uma economia em um
determinado período de tempo (normalmente anual).
Finais para evitar dupla contagem de apuração do PIB.
O PIB é sempre publicado em moeda (reais e dólar) – independe da origem dos fatores de
produção

Metodologia

O PIB é a soma das riquezas produzidas por um país. Quando o PIB é analisado pela ótica
de quem produz essas riquezas, entram no cálculo os resultados da indústria (que
respondem por 30% do total), serviços (65%) e agropecuária (5%). O PIB mostra o
comportamento de uma economia em uma determinada nação.
O PIB também pode ser analisado a partir do consumo, ou seja, pelo ponto de vista de
quem se apropriou do que foi produzido. Nesse caso, o PIB é dividido pelo consumo das
famílias, pelo consumo do governo, pelos investimentos feitos pelo governo e empresas
privadas e pelas exportações.

Entenda como o PIB é calculado

O PIB (Produto Interno Bruto) é a soma de todos os bens e serviços produzidos em um


país durante certo período. Isso inclui do pãozinho até o apartamento de luxo.

O índice só considera os bens e serviços finais, de modo a não calcular a mesma coisa
duas vezes. A matéria-prima usada na fabricação não é levada em conta. No caso de um
pão, a farinha de trigo usada não entra na contabilidade.

Um carro de 2006 não é computado no PIB de 2007, pois o valor do bem já foi incluído no
cálculo daquele outro ano.

O primeiro fator que influencia diretamente a variação do PIB é o consumo da população.


Quanto mais as pessoas gastam, mais o PIB cresce. Se o consumo é menor, o PIB cai.

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 25
O consumo depende dos salários e dos juros. Se as pessoas ganham mais e pagam
menos juros nas prestações, o consumo é maior e o PIB cresce. Com salário baixo e juro
alto, o gasto pessoal cai e o PIB também. Por isso os juros altos atrapalham o crescimento
do país.

Os investimentos das empresas também influenciam no PIB. Se as empresas crescem,


compram máquinas, expandem atividades, contratam trabalhadores, elas movimentam a
economia. Os juros altos também atrapalham aqui: os empresários não gastam tanto se
tiverem de pagar muito pelos empréstimos para investir.

Os gastos do governo são outro fator que impulsiona o PIB. Quando faz obras, como a
construção de uma estrada, são contratados operários e é gasto material de construção, o
que ele eleva a produção geral da economia.

As exportações também fazem o PIB crescer, pois mais dinheiro entra no país e é gasto
em investimentos e consumo. As exportações são as saídas de mercadorias do Brasil
negociadas para outros países.

Fórmula de cálculo do PIB


A fórmula utilizada para calcular o PIB é:

PIB= C+I+G+X-M

Sendo que:
C representa o consumo privado
I é a totalidade de investimentos realizada no período
G equivale aos gastos do governo
X é o volume de exportações
M é o volume de importações
CÁLCULO
A fórmula para se chegar ao valor do Produto Interno Bruto é:
PIB = C + I + G + NX
Onde C = Consumo; I = Investimento; G = Despesa do Governo; e NX = Exportações
Líquidas.
..: "Consumo" refere-se a todos os bens e serviços comprados pela população.
Divide-se em três subcategorias: bens não-duráveis, bens duráveis e serviços;
..: "Investimento" consiste nos bens adquiridos para uso futuro. Essa categoria
divide-se em duas subcategorias: investimento fixo das empresas (formação bruta de
capital fixo) e variação de estoques;
..: "Despesa do Governo" inclui os bens ou serviços adquiridos pelos governos
Federal, Estadual ou Municipal;
..: "Exportações Líquidas" trata-se da diferença entre exportações e importações.

O PIB divide-se em Nominal e Real


*PIB Nominal: É o PIB expresso em preços e quantidades do ano corrente
Ex: Ano 2005

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 26
PIBn = ∑Pi . Qi
(Preço e quantidade no ano de 2005)
*PIB Real: É estimado com preços do ano base, a preços constantes e quantidades
correntes.

PIBr = ∑Pi . Qi
2005 2004

PIBr = ∑Pi . Qi É o ano – base


2005 2005

PIBr = ∑Pi . Qi
2005 2006
PIB 2009
PIB Per Capita PIB pc =
População total 2009
Resolva:
Calcule o PIB per capita de 2009 considerando os dados abaixo:
PIB 2009: R$ 3,143 trilhões
População total de 2009: 191,5 milhões de habitantes
Resposta: 16.460,00

É o valor que cada indivíduo receberia se a renda fosse distribuída totalmente igualitária.
Mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda
domiciliar per capita.
Em 2006, a população residente do país estimada em 1 de julho, somou 186.770.562
habitantes, o que representou um crescimento populacional de 1,4% em relação ao ano de
2005. O PIB per capita atingiu R$ 12.466,75, um crescimento de 2,3% em relação ao ano
de 2005.

Para avaliar a distribuição de renda usa-se o INDICE DE GINI (varia de 0 a 1).


O “0” é igualitário e o “1” é o extremo (uma única parcela recebe) – há uma desigualdade.

Nota: Não existe uma distribuição totalmente igual.


- Nos países desenvolvidos o índice de Gini varia entre 0,25 a 0,35, ou seja, o percentual
de 25 a 35% refere-se à classe mais pobre com baixa renda;
- Nos países em desenvolvimento o índice de Gini varia acima de 0,50....
- No Brasil o índice está em mais ou menos 0,67 – um dos maiores do mundo – perde para
Serra Leoa (País considerado muito pobre e miserável).

CRESIMENTO DO PIB (r)


É a variação do PIB dividido pelo PIB r = ∆PIB
PIB É ideal usar PIB real

Fórmula: r = PIBr,2009 - PIBr 2008

PIBr 2008

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 27
Taxa de crescimento do PIBr 2008 e 2009

Resolva: Calcule a taxa de crescimento do PIB do ano de 2009 conforme dados.


Dados:
PIB 2008: R$ 2,9 trilhões
PIB 2009: R$ 3,143 trilhões
Resposta: Taxa de crescimento de 8,38%.

INFLAÇÃO: Aumento do nível geral dos preços. É a queda do poder de compra. É a


variação percentual do nível geral dos preços de todas as mercadorias de um período
relativo a outro, pode ser mensal, trimestral, semestral e anual.

Índices de Inflação 

1. IGP-M - Índice Geral dos Preços do Mercado, calculado pela Fundação Getúlio
Vargas. A coleta de preços é feita entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês corrente,
com divulgação no dia 30. É composto por três índices: Índice de Preços no Atacado (IPA),
Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e Índice Nacional do Custo da Construção (INCC),
que representam 60%, 30% e 10%, respectivamente, do IGP-M.

2. IPA - Índice de Preços no Atacado, calculado pela FGV, com base na variação dos
preços no mercado atacadista. Este índice é calculado para três intervalos diferentes, e
compõem os demais índices calculados pela FGV (IGP-M, IGP-DI e IGP-10), com um peso
de 60%.

3. IPC - Índice de Preços ao Consumidor, calculado pela FGV, mede a inflação para
famílias com rendimentos entre 1 e 33 salários mínimos, em São Paulo e no Rio de
Janeiro. O IPC representa 30% do IGP-M. Este índice é calculado para três intervalos
diferentes, e compõem os demais índices calculados pela FGV (IGP-M, IGP-DI e IGP-10),
com um peso de 30%.

4. INCC - Índice Nacional do Custo da Construção, calculado pela FGV, mede a


variação de preços de uma cesta de produtos e serviços atualizados pelo setor de
construção civil. Este índice é calculado para três intervalos diferentes, e compõem os
demais índices calculados pela FGV (IGP-M, IGP-DI e IGP-10), com um peso de 10%.

5. IGP-DI - Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna. É calculado pela FGV


entre o primeiro e o último dia do mês. Sua divulgação ocorre por volta do dia 10 do mês
seguinte. Mede os preços que afetam diretamente a atividade econômica do País, excluída
as exportações. A exemplo do IGP-M, também é composto pela média ponderada do IPC,
IPA e INCC, calculados para o respectivo período.

6. INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor. Calculado pelo IBGE (Instituto


Brasileiro de Geografia e Estatística) nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto
Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além do
Distrito Federal e do município de Goiânia. Mede a variação nos preços de produtos e
serviços consumidos pelas famílias com rendas entre 1 e 8 salários mínimos. O período de
coleta de preços vai do primeiro ao último dia do mês corrente e é divulgado
aproximadamente após o período de oito dias úteis.

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 28
7. IPCA - Índice de Preços ao Consumidor Ampliado. É calculado pelo IBGE nas
regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo,
Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.
Mede a variação nos preços de produtos e serviços consumidos pelas famílias com rendas
entre 1 e 40 salários mínimos. O período de coleta de preços vai do primeiro ao último dia
do mês corrente e é divulgado aproximadamente após o período de oito dias úteis.

Hiperinflação: É o aumento insistente de preços da economia. É tido também como um


descontrole geral de preços. Segundo alguns conceitos, a hiperinflação se caracteriza
quando a taxa mensal de inflação atinge 50%.

Índices da inflação (IBGE), apenas para título de informação:

 Década de 1930 = média anual de 6%;


 Década de 1940 = média anual de 12%;
 Década de 1950 = 19%
 Décadas de 1960 e 1970 = 40%
 Década de 1980 = 330%

Nota: Entre 1985 e 1994 as taxas da inflação no Brasil foram altas. Para os mais ricos, a
política da correção monetária ajudou a suavizar a situação;

 Entre 1990 a 1994 =média anual de 764%


 Entre 1995 a 2000 = média anual de 8,6%
 Ano de 2004 = 7,60%
 Ano de 2005 = 5,69% (IPCA): limite máximo na meta oficial = 7%; objetivo do governo =
5,1%;

Metas e objetivos da política Macroeconômica

 O alto nível de emprego;


 A estabilidade dos preços (ou controle da inflação);
 Distribuição de renda mais justa;
 Crescimento econômico (aumento do PIB).

O grande problema em cumprir esses objetivos, além da escassez de recursos na


produção, está no conflito entre estas metas. Por exemplo, o governo preocupa em
controlar a inflação, no entanto controlar a inflação implica em um crescimento econômico
mais baixo.

Estrutura da análise macroeconômica

A estrutura básica macroeconômica constitui-se de cinco mercados, que através de


suas ofertas e demandas determinam os agregados macroeconômicos. São eles:
1- Mercado de Bens e Serviços
Determina o nível de produção agregada, bem como o nível geral de preços.
O nível geral dos preços e do agregado da produção depende da demanda
agregada – consumidores, empresas, governo, setor externo – e da oferta agregada de

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 29
bens e serviços. Para que ao menos houvesse um equilíbrio de mercado, seria necessário
que a oferta agregada de bens e serviços fosse igual a demanda agregada de bens e
serviços.
O mercado de bens e serviços define as variáveis de: nível de renda, produto
nacional e de preços, consumo, poupança e investimentos agregados e exportações e
importações globais.
2- Mercado de Trabalho
Nesse mercado admite-se um único tipo de mão-de-obra, independente do grau de
qualificação, escolaridade, sexo etc. Ele determina os salários e o nível de emprego.
A oferta de mão-de-obra dá-se pelo salário e pela evolução da população
economicamente ativa. E a procura de mão-de-obra ocorre pelo seu custo à empresa e do
nível de produção desejada pela mesma. O equilíbrio nesse mercado se dá pela igualdade
entre a oferta e a demanda de mão-de-obra.
Esse mercado determina o nível de emprego e a taxa de salário.
3- Mercado Monetário
Existem em função de que todas as operações comerciais da economia são
realizadas através da moeda. Nele existe, portanto, uma demanda e também uma oferta
de moeda – através do Banco Central –, que juntas determinam uma taxa de juros. Aqui, a
igualdade entre a oferta e a demanda de moeda é dá a condição de equilíbrio no mercado
monetário. E é ele que impõe, além da taxa de juros, o estoque de moeda.
4- Mercado de Títulos
Determina o preço dos títulos, por exemplo, do título público federal.
Ele analisa o papel dos agentes econômicos superavitários – que gastam menos e
ganham mais, podendo efetuar empréstimos – e dos agentes econômicos deficitários –
que gastam mais que ganham, que geralmente recorrem à empréstimos dos
superavitários.
Quando a oferta de títulos se iguala a sua demanda, ocorre o equilíbrio desse
mercado.
5- Mercado de Divisas
Divisas são moedas estrangeiras, dessa forma ele também é chamado de mercado
de moeda estrangeira, e cuida das transações da economia com o resto do mundo.
Para que ocorra um equilíbrio nesse mercado a oferta de divisas – gerada pelas
exportações e entrada de capital – seja iguala sua demanda – gerada pelas importações e
saída de capital financeiro. A taxa de câmbio é a variável determinada neste mercado que
possui interferência do Banco Central, que fixa ou deixa a taxa de câmbio flutuar.

PARTE VII: BALANÇO DE PAGAMENTOS E TAXA DE CÂMBIO

O balanço de pagamentos é o registro estatístico – contábil de todas as


transações econômicas realizadas entre os residentes do país com os residentes dos
demais países.
Desse modo, estão registrados no balanço de pagamentos, por exemplo, todas
as exportações e importações do período considerado: os fretes, os seguros, os

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 30
empréstimos obtidos no exterior etc. Ou seja, todas as transações com mercadorias,
serviços e capitais físicos e financeiros entre o país e o resto do mundo.

O balanço de pagamentos apresenta as seguintes subdivisões:

A. Balança Comercial (mercadorias): Essa conta compreende basicamente o


comércio de mercadorias. Se as exportações FOB (quando as despesas de frete,
seguro e taxas são por conta do seu fornecedor) excedem as importações FOB, temos
um superávit no balanço de comércio; caso contrário, temos um déficit.
- Importações (débito)
- Exportações (crédito)

B. Balanço de Serviços: Registram-se todos os serviços pagos/ recebidos pelo


Brasil, tais como: fretes, seguros, lucros, juros, royalties e assistência técnica, viagens
internacionais.

C. Transferências Unilaterais: Também conhecidas como conta donativos,


registram as doações interpaíses. Estes donativos podem ser em divisas como em
mercadorias.

D. Balanço de Transações Correntes: O somatório dos balanços comercial, de


serviços e de transferências unilaterais resulta no saldo em conta corrente ou balanço de
transações correntes. Se o saldo do balanço de transações correntes for negativo, temos
uma poupança externa positiva, pois indica que o país aumentou seu endividamento
externo, em termos financeiros, mas absorveu bens e serviços em termos reais no exterior.
É o resultado de A + B + C

E. Movimento de Capitais Autônomos (Transações Monetárias)

 Investimentos diretos líquidos (novas firmas estrangeiras )


 Reinvestimentos ( multinacionais já instaladas no país )
 Empréstimos e financiamentos (Banco Mundial, BID, bancos privados e
oficiais estrangeiros)
 Amortizações
 Capitais de curto prazo

F. Saldo do Balanço de Pagamentos ( Resultado Líquido de D + E

Organismos Internacionais

As grandes guerras mundiais, assim como os conturbados anos da Grande


Depressão, que culminaram com a crise dos anos 30, provocaram enormes perturbações
na economia de praticamente todos os países, e por seguinte nas.
(relações econômicas internacionais). Já ao final da Segunda Guerra Mundial
evidenciava-se a necessidade de mudanças no sistema de pagamentos internacionais.

Tais eram as preocupações reinantes nos últimos anos da Segunda Guerra


Mundial, quando se via no comércio mundial um importante instrumento para potencializar
o desenvolvimento do mundo capitalista.

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 31
Dentro desse contexto foram criados os três principais organismos econômicos
internacionais do pós-guerra:

A) Fundo Monetário Internacional (FMI);


Um dos objetivos principais do FMI é socorrer os países a ele associados quando da
ocorrência de desequilíbrios transitórios em seus balanços de pagamentos.

B) Banco Mundial;
Também conhecido por BIRD, foi criado com intuito de auxiliar a reconstrução dos
países devastados pela guerra e, posteriormente, para promover o crescimento dos países
em vias de desenvolvimento.

C) Organização Mundial do Comércio (OMC);


Foi criada com objetivo básico de reduzir as restrições ao comércio internacional e a
liberalização do comércio multilateral. Através do GATT (Acordo Geral de Tarifas e
Comércio), procurava-se estruturar um conjunto de regras e instituições que regulassem o
comércio internacional e encaminhassem a resolução de conflitos entre os países. Nesse
sentido, o GATT estabeleceu como princípios básicos: redução das barreiras comerciais, a
não - discriminação comercial entre os países, a compensação dos países prejudicados
por aumentos de tarifas alfandegárias e a arbitragem de conflitos comerciais.

Política Monetária

Nesta, o governo atua sobre a quantidade de moeda e títulos públicos, sendo os


recursos disponíveis, a sua emissão, compra e venda de títulos, regulamentação sobre
crédito e taxas de juros, entre outros.

Se o objetivo é controlar a inflação, por exemplo, o governo compra títulos públicos,


diminuindo o estoque monetário da economia. Quando se anseia o crescimento
econômico, o meio seria aumentar o estoque de moedas.

Esta política não necessita obedecer ao Princípio da Anterioridade e pode ser


implementada logo depois da sua aprovação. E é exatamente esta a vantagem da política
monetária sobre a política fiscal já que ambas representam meios diferentes para as
mesmas finalidades – melhor distribuição de renda, questão distributiva.

O Princípio da Anterioridade rege que a execução de uma medida só pode ocorrer


a partir do ano seguinte ao de sua aprovação pelo Congresso Nacional. Segundo este
princípio constitucional, a que toda política tributária deve obedecer, é proibido que as
autoridades públicas cobrem impostos ou contribuições no mesmo exercício financeiro em
que a lei tenha sido publicada.

Política Cambial e Comercial

Ambas atuam sobre o setor externo da economia. A política Cambial diz respeito a
ação do governo sobre a taxa de câmbio. O governo fixa ou permite que a taxa de câmbio
seja flexível, através do Banco Central. A política Comercial refere-se aos instrumentos
que estimulam as exportações – estímulos fiscais e taxas de juros subsidiadas – e ao
controle das importações – tarifas e barreiras maiores.

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 32
PARTE VII: MODELO KEYNESIANO BÁSICO

Os economistas dos séculos XVIII e XIX acreditavam que o nível de produtos não
sofreria grandes alterações, e todos os fatores de produção estariam ocupados na
produção de bens e serviços que formam a renda. Isto formaria o chamado estado de
"pleno emprego" dos fatores de produção. Assim, acreditavam que toda renda distribuída
no ato da produção se dirigiria ao mercado para adquirir bens e serviços. Apoiando-se na
Lei de Say: "toda oferta cria sua própria demanda".

Keynes desenvolve sua teoria baseado no pressuposto de que é necessária a


intervenção do estado na economia, pois o mercado, devido a vazamentos como a
formação de estoques e redução de produção, não seria capaz de coordená-la.

Sua primeira suposição foi a existência de desemprego. Os antigos economistas


acreditavam apenas no desemprego voluntário. Keynes, ao contrário, acreditava que a
economia estaria funcionando abaixo de seu potencial, deixando assim uma capacidade
ociosa. Assim, considera a Oferta Agregada (OA) como o somatório da renda disponível na
economia, enquanto chama de Oferta Potencial a máxima produção da economia com
pleno-emprego dos fatores de produção. A Oferta Agregada Efetiva é aquela efetivamente
colocada no mercado, o que pode ocorrer sem a plena utilização dos fatores de produção.

A Demanda Agregada seria o somatório do consumo total da economia com os


investimentos, os gastos governamentais e as exportações, subtraindo-se as importações.

O que se vê é que o produto ou renda de equilíbrio (onde a oferta agregada é igual à


demanda agregada) não é o mesmo que o produto ou renda de pleno emprego.

Elasticidade

Através das Leis da Oferta e da Procura é possível apontar a direção de uma


resposta em relação à mudança de preços – a demanda cai quando o preço sobe, oferta
aumenta quando o preço sobe etc. – mais não informa o quanto mais os consumidores
demandarão ou os produtores oferecerão.

O conceito de elasticidade é usado para medir a reação das pessoas frente a


mudanças em variáveis econômicas.

Por exemplo, para alguns bens os consumidores reagem bastante quando o preço
sobe ou desce e para outros a demanda fica quase inalterada quando o preço sobe ou
desce. No primeiro caso se diz que a demanda é elástica e no segundo que ela é
inelástica. Do mesmo modo os produtores também têm suas reações e a oferta pode ser
elástica ou inelástica.

A elasticidade-preço da demanda (Ed)

A elasticidade-preço da demanda (Ed) mede a reação dos consumidores às mudanças no


preço.

Essa reação é calculada pela razão entre dois percentuais. A variação percentual na
quantidade demandada dividida pela mudança percentual no preço. Ou seja,

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 33
Ed = variação percentual na quantidade demandada
Mudança percentual no preço

Por exemplo: Digamos que o preço do leite muda de R$ 2,00 para R$ 2,20. Qual a
elasticidade-preço da demanda por leite se a quantidade demandada de leite é de 85 mil
litros por ano quando o preço é R$ 2,20 e é de 100 mil litros por ano quando o preço é R$
2,00. Então:

A mudança absoluta na quantidade foi de 15 mil de litros (100 – 85) para baixo. Em termos
percentuais isso equivale a 15% pois, a quantidade era de 100 mil litros a R$ 2,00 que era
o preço inicial. Quando o preço aumentou para R$ 2,20 houve uma queda na quantidade
demandada de 15% [100(85 – 100)%/100].

A mudança absoluta no preço foi de R$ 0,20 (2,20 – 2,00) para cima. Em termos
percentuais isso equivale a 10% pois, o preço inicial era R$ 2,00 e aumentou para R$ 2,20
houve um aumento de 10% [100(2,20 – 2,00)%/2,00].

O percentual pode ser calculado por uma regra de três simples:

Se a quantidade era 100 e caiu para 85 a uma queda de 15. Então a regra é se 100
equivalem a 100% a quanto equivalerá 15?

100 ______________ 100%

O que resulta em 100x = 100*15  x = 1500/100  x=15%

Da mesma forma o preço: O preço aumentou de 2,00 para 2,20. O aumentou foi de 0,20.
Se 2,00 era 100% do preço quanto seria 0,20?

2,00 ______________ 100%

O que resulta em 2x = 100*0,20  x = 20/2  x=10%

A elasticidade desta mudança é de Ed = 15%/10% = 1,5.

Classificando bens com a elasticidade-preço da demanda

1. ELÁSTICOS

Se a elasticidade-preço do bem for maior que 1,00 diz-se que a demanda por esse bem é
elástica. A variação percentual na quantidade excede a variação percentual no preço. Ou
seja, os consumidores são bastante sensíveis a variações no preço.

2. INELÁSTICOS

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 34
Se a elasticidade-preço do bem for menor que 1,00 diz-se que a demanda por esse bem é
inelástica. A variação percentual na quantidade é menor que a variação percentual no
preço. Ou seja, os consumidores são relativamente insensíveis a variações no preço.

3. ELASTICAMENTE UNITÁRIOS

Se a elasticidade-preço do bem for igual a 1,00 diz-se que a demanda por esse bem é de
elasticidade neutra ou unitária. A variação percentual na quantidade é igual à variação
percentual no preço.

Elasticidade de bens substitutos

A elasticidade-preço da demanda para um bem em particular é influenciada pela


disponibilidade ou não de bens substitutos. Quanto mais bens substitutos estiverem
disponíveis, mais elástica é a demanda, se não há bens substitutos a demanda é
inelástica.

Outros determinantes da elasticidade

1. Tempo

Elasticidade de Curto-Prazo e Elasticidade de Longo-Prazo. Quanto mais tempo os


consumidores tiverem para procurar substitutos maiores será a intensidade de sua reação.

2. Espaço

A elasticidade de um mercado é diferente da elasticidade de uma única firma. A


elasticidade do mercado diz quanto a quantidade global mudará se o preço geral mudar
mas se uma única empresa muda seu preço a elasticidade é outra.

3. Participação no Orçamento

Se um bem representa pouco do orçamento total do consumidor a reação será menor a


variações de preço. Exemplo: aumento de 10% no preço do lápis. Aumentou de R$ 1,00
para R$ 1,10. Poucas pessoas deixaram de comprar lápis por isso. Entretanto, se o bem
tem uma participação razoável no orçamento então, as reações serão maiores. Exemplo:
O preço do automóvel subiu 10%. Aumentou de R$ 15.000,00 para R$ 16, 500,00. Mais
pessoas irão reagir a essa mudança. A demanda será mais elástica.

4. Bens Necessários versos bens supérfluos

Para bens essenciais como pão, arroz, feijão, etc a demanda é mais inelástica. Para bens
de luxo a demanda é mais elástica.

Exemplos de Elasticidades

Produto Ed
Sal 0,1
Água 0,2
Café 0,3

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 35
Cigarros 0,3
Calçados 0,7
Habitação 1,0
Automóveis 1,2
Refeições em restaurantes 2,3
Viagens de Avião 2,4
Cinema 3,7
Marcas Específicas de Café 5,6

A elasticidade de uma demanda linear

A elasticidade muda a cada ponto. Ela aumenta a medida que os pontos vão se movendo
para a esquerda.

Em cada local as mudanças absolutas no preço são de 4 unidades (80-76=4; 50-


46=4; 20-16 =4) os percentuais de mudança nos preços são de: do ponto r para o s queda
de 4 unidades ou 5% (4*100/80); do ponto t para o u queda de 4 unidades ou 8%
(4*100/50); do ponto v para o w queda de 4 unidades ou 20% (4*100/20). Essas são as
mudanças nos preços. As quantidades variam da seguinte maneira: do ponto r para o s
aumento de 2 unidades ou 20% (2*100/10); do ponto t para o u aumento de 2 unidades ou
8% (2*100/25); do ponto v para o w aumento de 2 unidades ou 5% (2*100/40).

As elasticidades em cada mudança são de: E d = 4,0 (de r para s); E d = 1,0 (de t para
u); Ed = 0,25 (de v para w). Teoricamente a elasticidade de uma reta vai de zero ao infinito.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Varian, Hal (2003): Microeconomia: Princípios Básicos, tradução da 7a edição,


EditoraCampus

PYNDICK, Robert e RUBINFELD, Daniel, Microeconomia, 5ª ed., Prentice Hall, 2002.

N. Gregory Mankiw, INTRODUÇÃO À ECONOMIA - Tradução da 3a. Edição Norte-


Americana

GARCIA, Manuel Enriquez; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Fundamentos


de economia. São Paulo: Saraiva, 2002.

SANDRONI, P. Novíssimo dicionário de economia. 11 ed. São Paulo, Best Seller, 2003.

-------------------------------------------------------------------ECONOMIA E MERCADOS 36

Você também pode gostar