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SIMPLICIDADE TÁTICA
Escrito em 26/04/2020 por Capitão Calaça
Introdução
obras militares de ficção científica. Ele diz que, “nas paredes dos vestiários
alguém pergunta do que se trata, lhe dizem que significa “Keep It Simple
jurídicas sob pena de ser responsabilizado pelo abuso de sua autoridade, excesso no
uso da força ou pela omissão de dever agir.
O psicólogo experimental William Edmund Hick, em 1952, pesquisou e escreveu sobre
um assunto que ficaria conhecido posteriormente como “lei de Hick”. Em seu trabalho,
ele analisou o tempo de tomada de decisão mediante o número de escolhas
apresentadas como opção. Com isso, chegou à conclusão de que ao aumentar o
número de opções de uma para duas, o tempo de resposta sobe mais de 50%, de
maneira logarítmica. Esse tempo de resposta é chamado de “taxa de ganho de
informação”.
Algumas questões interferem nesse tempo de resposta e a principal delas é o
estímulo ser conhecido ou não, pois estímulos conhecidos geram respostas mais
rápidas, e é aí que precisamos trazer essas noções da ciência para nossa realidade da
atuação policial e metodologia de treinamento, pois precisamos refletir sobre a
relação entre carga horária e conteúdo ministrado para desenvolver uma nova
habilidade.
Treinamento eficiente
Algo que sempre observei nas instruções de tiro que ministrei formalmente pela
minha instituição, nos cursos de formação, é que dificilmente o aluno saía preparado
para solucionar uma pane de tiro, simplesmente pelo fato de que passávamos mais de
uma forma de solucionar a pane e não havia tempo para simular essas panes e
transformar o estímulo em algo conhecido, além do aluno ser bombardeado com
várias opções, que iriam demandar maior tempo para uma resposta adequada no
cenário real.
No manual sobre armamento e tiro dos Marines, eles ensinam uma técnica para
solução de panes chamada “Tap Rack and Bang” (Bater, ciclar e atirar), que se resume a
bater no carregador, manobrar o ferrolho da arma e tentar atirar novamente. Essa
solução serve para a maioria das panes e se torna muito mais simples de ser ensinada
no curso de formação e é muito mais compatível com o cenário de prejuízo cognitivo
das situações de estresse. A simplicidade da ação torna o procedimento eficiente,
mesmo que não resolva todos os casos.
Planejamento operacional
Quem planeja e/ou executa operações táticas, tanto de cunho convencional quanto
de ações táticas especiais, consegue perceber com maior facilidade quais são as
fricções envolvidas em cada situação e como se preparar melhor para isso.
Outro aspecto a ser observado é sobre a simplicidade da orientação aos operadores
que participarão da ação, a respeito do que devem fazer e qual objetivo deve ser
atingido. Para isso, faço referência ao trabalho dos pesquisadores Franklin Henry e
Donald Rogers, que em 1960 verificaram em suas pesquisas que aumentar o número
de tarefas aumenta também o tempo de execução da primeira tarefa. Você pode estar
achando que isso parece óbvio, mas te convido a tentar enxergar de outra forma.
Eles mediram o tempo em que uma pessoa levava para cumprir uma tarefa simples
(acender uma luz), depois adicionaram outras tarefas e mediram novamente o tempo
que esse mesmo indivíduo levava para cumpri-las, porém só estava sendo analisado o
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tempo levado para execução da primeira, que não tinha mudado. Pelo fato de ter
outra atividade para executar após acender a luz, a pessoa demorava mais para
acender. Isso nos mostra o motivo pelo qual precisamos ser objetivos nas orientações,
de modo a exigir o mínimo possível do cognitivo do operador com questões
desnecessárias à compreensão da tarefa dele e do objetivo da missão.
Para além da ciência, William McRaven, em seu livro "Spec Ops" (1996), listou seis
princípios para condução de Operações Especiais:
Simplicidade
Segurança
Repetição
Surpresa
Rapidez
Propósito
MCRAVEN (1996)
Para ser simples e ter maior chance de fazer o plano dar certo, não podemos querer
tudo ao mesmo tempo. Limitar o número de objetivos é vital para vitória. Sobre a
observação do autor a respeito da boa inteligência, isso se refere às informações
obtidas sobre a missão. Quanto menos incógnitas tivermos, melhor será o
planejamento. Sobre inovação, podemos entender como o uso da tecnologia e a
criatividade para pensar soluções não convencionais para os problemas. Atentar para
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essas características é a chave para tornar todos os passos seguintes mais favoráveis e
menos arriscados.
Conclusão
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