ESPÉCIES LEGISLATIVAS

CONSTITUIÇÃO

Segundo a doutrinadora Maria Helena Diniz:

[...] sobrepondo-se a todas as demais normas integrantes do ordenamento
jurídico. Contém normas que prescrevem como se deve produzir outras
normas; daí ser uma autêntica sobrenorma, visto que não trata, diretamente,
da conduta normada, mas do conteúdo ou da forma que as normas devem
contem. Além disso, apresenta em seu bojo princípios que servem de guias
supremos ao exercício das competências impositivas e normas que garantem
os direitos individuais dos cidadãos, limitando a ação legislativa. [...] (DINIZ,
1997, p. 285)

Quem elabora e promulga a Constituição é a Assembleia Constituinte.

Nas palavras de Secco:

Para a elaboração da Constituição é convocada uma Assembléia Constituinte,

que é uma assembléia representativa da população nacional. Dita assembléia,
na qualidade de legisladora, exercerá o denominado poder constituinte,
também chamado soberania constituinte, com vistas à elaboração e a
promulgação da Constituição. (SECCO, 1981, p. 158)

LEIS COMPLEMENTARES

Leis podem ser complementares à Constituição Federal, Estadual, ou à Lei

Orgânica do município, por isso podem ser editadas pelo Poder Legislativo Federal,
Estadual ou Municipal.

A lei Complementar à Constituição é uma lei em separado, como o próprio

nome indica, complementando-a, e que não dá nova redação ao texto como
ocorre com as emendas. Propicia, isto, um complemento em apartado,
particularizando e detalhando matéria que a Constituição abordou
genericamente apenas. (SECCO, 1981, p. 166)

Artigo 45 da Constituição Federal, § 1: “O número total de Deputados, bem

como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei
complementar, proporcionalmente à população [...]”.
Leis Complementares são aprovadas por maioria absoluta, ou seja, 50% mais 1
dos parlamentares.

LEIS ORDINÁRIAS

“Leis ordinárias são leis comuns, [...]. São as leis oriundas do Poder
Legislativo, no exercício de sua função primordial: legislar. (SECCO, 1981, p. 167)
 Essas leis, cuja finalidade é estabelecer a normas para o bem-viver, são
editadas pelo Poder Legislativo da União, Estados e Municípios.
Maria Helena Diniz cita como exemplos de leis ordinárias, a do inquilinato, a
de falências, a do salário-família, etc.
Leis ordinárias são aprovadas por maioria simples, ou seja, parlamentares
presentes na sessão.

LEIS DELEGADAS

O ato de legislar cabe ao Poder Legislativo. Quando este, porém, delega tal
competência a outro Poder, para que seja elaborada uma lei, temos uma lei delegada.
A lei delegada poder editada pelo Presidente da República (então chamamos
delegação externa corporis), ou por Comissão do Congresso Nacional (delegação
interna corporis).
Sobre a finalidade:
[...] O legislador constituinte aceitou a delegação do Poder Legislativo não só
para possibilitar o aceleramento da criação de novas normas jurídicas e a
particularização e especificação de dispositivos legais que devem ser
enunciados de modo genérico, mas também para evitar que o período dos
debates parlamentares conduza a manobras tendentes a anular os efeitos da
lei projetada [...]. (DINIZ, 1997, p. 286)

MEDIDAS PROVISÓRIAS

Substituíram o antigo decreto-lei. Não são leis, mas têm força de lei.
Assim dispõe o artigo 62 da Constituição Federal: “Em caso de relevância e
urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de
lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional”.
São, pois, medidas editadas pelo Presidente com o objetivo de atender a casos e
situações urgentes.
Ainda adiciona Diniz (1997, p. 287): “Tais medidas provisórias perderão sua
eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei dentro de 30 dias, a partir de
sua publicação, devendo o Congresso Nacional disciplinar as relações jurídicas dela
decorrentes”.

DECRETOS LEGISLATIVOS
 Secco aponta como decretos legislativos os atos cuja competência é de total
exclusividade do Congresso Nacional, independentes de sanção do Presidente da
República, tendo por finalidade básica a aprovação dos atos do Chefe da nação pelo
próprio Congresso.
A ratificação de tratados, julgamentos de contas do Presidente da República
são exemplos de decretos legislativos.

RESOLUÇÕES

Resoluções são atos vinculados à própria atividade do Congresso Nacional,

também independentes da sanção do Presidente da República, tendo por base
finalidades específicas, como: atribuir a delegação de poderes [...]; dar
autorizações ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente da República
para se ausentarem do País; deliberar suspendendo a execução de lei
declarada inconstitucional pelo S.T.F (Supremo Tribunal Federal). (SECCO,
1981, p. 168)

DECRETOS REGULAMENTARES

São normas estabelecidas pelo Poder Executivo da União, dos Estados ou

Municípios, com vistas ao desenvolvimento de uma lei, esclarecendo suas disposições
para facilitar sua execução ou aplicação.

CIRCULARES

As circulares são atos de natureza administrativa, que têm por finalidade

disciplinar o funcionamento da Administração Pública, e a conduta funcional dos
agentes. São editadas por chefes, para serem cumpridas pelos subalternos, no exercício
de suas funções.
Circulares são feitas para que determinada notícia chegue ao alcance de todos,
circule de mão em mão.

ORDEM DE SERVIÇO

Como o nome indica, a ordem de serviço é uma determinação feita por

autoridade competente, para que algum subordinado a faça cumprir, ou seja, execute a
tarefa determinada.

PORTARIAS

As portarias são normas gerais que o órgão superior (desde o Ministério até
uma simples repartição pública) edita para serem observadas por seus
 subalternos. Veiculam comandos administrativos gerais e especiais, servindo
ainda para designar funcionários para o exercício de funções menores, para
abrir sindicâncias e inaugurar procedimentos administrativos. (DINIZ, 1997,
p. 288)

REFERÊNCIAS

DINIZ, Maria Helena. Compêndio de Introdução à Ciência do Direito. São Paulo,

Editora Saraiva, 9ª edição, 1997.

SECCO, Orlando de Almeida. Introdução ao estudo do direito. Rio de Janeiro, Freitas

Bastos, 1ª edição, 1981.