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HISTÓRICO DE REVISÃO DO DOCUMENTO

REVISÃO DO DOCUMENTO
Revisão Motivo da Revisão Data Elaborado por Aprovado por
Alexandre Elias
Versão 1 Novo curso - Gestão da Formação
Formador
Agosto Djackline Santos
Versão 2 Alteração do Template Gestão da Formação
2019 Coordenação Pedagógica

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O presente Manual tem como objetivo proporcionar aos formandos DO IT BETTER® uma
consulta prática sobre os conteúdos abordados ao longo do Módulo 1, servindo de apoio para
as sessões teórico-práticas de aprendizagem junto dos nossos Formadores.
Fazemos votos que o mesmo possa ser útil na presente Formação de Técnico Auxiliar de
fisioterapia e Massagem.
Para terminar, não poderíamos deixar de agradecer ao Formador Alexandre Elias pelo apoio
na elaboração do presente manual.

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Índice

Enquadramento do Manual............................................................................................. 4
Eletroterapia......................................................................................................... 6
Carga Elétrica.........................................................................................................6
Corrente Elétrica................................................................................................... 6
Agentes Físicos….................................................................................................... 7
Tipos de Correntes Eletroterapêuticas.............................................................. 12
Ondas…................................................................................................................ 13
Polaridade….........................................................................................................15
Modulação da Corrente...................................................................................... 15
Correntes Galvânicas…........................................................................................ 16
Iontoforese….......................................................................................................19
Correntes Interferenciais…..................................................................................21
TENS…..................................................................................................................24
Estimulação Elétrica Funcional….........................................................................26
Métodos de Transferência de Calor…................................................................. 27
Termoterapia….................................................................................................... 28
Calor Húmido.......................................................................................................29
Parafina…............................................................................................................ 30
Parafango…..........................................................................................................31
Hidroterapia....................................................................................................... 31
Crioterapia….........................................................................................................32
Ultra-Som…......................................................................................................... 34
Diatermia por Ondas Curtas….............................................................................39
Diatermia por Micro-ondas….............................................................................. 43
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LASER…................................................................................................................ 44

Pressoterapia….................................................................................................... 47
Técnicas de Mobilização................................................................................................. 49
Mobilização Articular.......................................................................................... 49
Relação entre Movimentos Fisiológicos e Acessórios.........................................49
Artrocinemática Articular.................................................................................... 49
Regra do Côncavo e do Convexo........................................................................ 50
Técnicas de Mobilização Articular…....................................................................51
Tipos de Movimentos Articulares….....................................................................53
Mobilização de Doentes...................................................................................... 53
Posicionamentos….............................................................................................. 53
Técnicas de Posicionamentos…........................................................................... 55
Mobilidade…........................................................................................................57
Princípios Básicos…............................................................................................. 58
Técnicas de Mobilidade....................................................................................... 59
Transferências….................................................................................................. 63
Como Realizar a Transferência…......................................................................... 63
Técnicas de Transferências…...............................................................................65
Ajudas técnicas de Apoio à Mobilização e Marcha.............................................74
Correção Postural…............................................................................................74
Desvios Posturais e Técnicas de Correção.........................................................75
Conclusão........................................................................................................................ 78
Bibliografia...................................................................................................................... 79

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Enquadramento

O presente manual constitui a documentação base do Curso Técnico Auxiliar de


Fisioterapia e Massagem, respetivo ao Módulo 4: Recursos de Fisioterapia e Técnicas
de Mobilização, o qual se insere na área de formação 729 - Saúde, pretendendo ser
um elemento facilitador para si, enquanto formando, ao nível da aquisição de
conhecimentos neste domínio.

O Curso tem como finalidade fundamental desenvolver nos formandos uma visão
diferenciada sobre a importância dos Recursos de Fisioterapia e Técnicas de
Mobilização na futura prática clínica dos formandos. Pretende-se, igualmente,
promover nos formandos a capacidade de compreenderem qual a técnica de
eletroterapia e de mobilização a utilizar perante as diversas patologias com que se irão
deparar no futuro, de modo a formar profissionais competitivos e responsáveis.

Assim sendo, em consonância com os objetivos gerais definidos para a Ação, pretende-
se que a leitura, abordagem ou exploração deste manual contribua para que os
formandos sejam capazes de:

 Aplicar as principais técnicas de mobilização de modo eficaz;


 Realizar diversas técnicas de mobilização de forma eficiente.

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Benefícios para o Utilizador

O Manual de Formação está estruturado de forma a permitir-lhe um adequado


acompanhamento das sessões de formação do curso e a facilitar o estudo posterior
das matérias abordadas, seja na preparação para provas de avaliação, seja no exercício
da sua atividade profissional. Contudo, deverá complementar o seu estudo
consultando os apontamentos que, eventualmente, elabore aquando das sessões de
formação.

Condições de Utilização do Manual

O Manual é constituído por um caderno de texto e imagens que expõe as matérias


mais importantes tratadas no curso. Este caderno pode ser usado como instrumento
de consolidação dos seus conhecimentos, obtidos nas sessões de formação e como
preparação para a avaliação de conhecimentos, seja ela específica do programa de
formação ou seja uma avaliação posterior.

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1. Eletroterapia

A eletroterapia é uma área dentro da fisioterapia que consiste no uso de correntes


eléctricas, de baixa intensidade, como forma direta ou previamente transformada a
fim de estimular diferentes sistemas orgânicos com distintos objetivos, tendo sempre
uma finalidade terapêutica.
Os aparelhos de eletroterapia, geram correntes de intensidade baixa, que são
conduzidas através de cabos condutores até aos elétrodos que são aplicados
diretamente sobre a pele do indivíduo e o organismo será o condutor.

Carga Elétrica
A base para que exista um fenómeno elétrico é a carga elétrica.
A matéria é constituída por átomos e estes por sua vez são formados por eletrões,
protões e neutrões. Os eletrões e os protões possuem carga elétrica por outro lado os
neutrões não apresentam. Existem dois tipos de cargas a positiva (+) e a carga negativa
(-).

Protões Carga elétrica positiva


Núcleo
Neutrões Carga elétrica neutra

Orbitais Eletrões Carga elétrica negativa

Quando dois objetos com cargas similares são colocados próximos um do outro, eles
repelem-se, enquanto dois objetos com cargas opostas, quando próximos atraem-se.
Sendo assim, a carga elétrica é uma propriedade existente entre os protões e eletrões
que possibilita a interação entre eles.

Corrente Elétrica
A corrente elétrica pode ser usada geralmente de forma transcutânea, ou seja
elétrodos sobre a pele, onde podemos referenciar o termo de estimulação elétrica
transcutânea com variados objetivos tais como: analgesia, fortalecimento muscular,
cicatrização, entre outros.

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Agentes Físicos
O agente físico é todo o material ou ação utilizada para obter uma resposta fisiológica
no organismo que por sua vez desencadeie um efeito terapêutico. Dessa forma todo o
agente físico será portador de uma determinada energia a qual poderá ser térmica,
mecânica, luminosa ou eletromagnética que na sua interação com o material biológico,
cederá toda ou parte dessa energia.

Classificação dos Agentes Físicos


 Agentes mecânicos: Ultra-som terapêutico - Emissor de ondas mecânicas que podem
ser emitidas de forma contínua, gerando também um efeito térmico ou de forma
pulsada, suavizando esse efeito.

 Agentes térmicos: Termoterapia - Pode gerar um aumento ou diminuição da


temperatura tecidular. Esses agentes podem ser quentes (parafina, parafango, calores
húmidos) ou frios (crioterapia - gelo).

 Agentes elétricos: Eletroterapia - Classificada de acordo com a frequência de repetição


dos impulsos elétricos, gerados em baixa, média e alta.

 Agentes luminosos: Fototerapia - Compreende uma série de recursos fundamentados


nos efeitos da luz sobre os tecidos biológicos. Dentro desta categoria temos o laser.

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Na eletroterapia temos que considerar parâmetros como a resistência, intensidade,
voltagem, densidade, potência e condutividade.
A unidade de medida que indica a taxa na qual a corrente eléctrica flui é o ampere
(amp.). No caso das modalidades terapêuticas o fluxo da corrente é geralmente
descrito em miliamperes ou em microamperes. Os amperes indicam a taxa de fluxo de
eletrões.
Para que os eletrões se movimentem é necessário que haja um meio no qual eles se
possam propagar. Os materiais que permitem o livre movimento de eletrões são
chamados de condutores.
A condutância é um termo que define a facilidade que a corrente tem de fluir ao longo
de um meio de condução. A oposição ao fluxo de eletrões num material é chamada de
resistência.
Portanto um circuito elétrico que tem uma resistência alta apresenta menor fluxo que
um circuito com menor resistência e a mesma voltagem.
A maior ou menor resistência tem relação direta com a intensidade da corrente e
consequentemente com o conforto que a eletroestimulação proporciona ao utente,
fato extremamente importante tanto para os resultados a serem obtidos como na
própria adesão ao tratamento.
A intensidade é quantidade de energia que atravessa uma unidade de área numa
unidade de tempo.
A voltagem é a diferença de potencial que deverá existir entre dois fios condutores.
Mantendo-se constante a voltagem, quanto maior for a resistência do condutor maior
deverá ser o fluxo de corrente aplicado para vencer essa resistência.
A resistência da pele à passagem da corrente elétrica é conhecida por impedância
cutânea. A impedância cutânea constitui o maior obstáculo à passagem das correntes
de baixa frequência utilizadas na eletroestimulação. Esta resistência é variável e
depende de alguns fatores os quais devem ser observados pelo profissional a fim de
tornar a estimulação elétrica mais efetiva e confortável.
Os principais fatores a serem observados são:
 Tipos de elétrodos:


Os elétrodos metálicos geralmente utilizados para conduzir correntes
monofásicas como a galvânica e a técnica de Iontoforese deverão estar sempre
separados da pele por uma esponja bem humedecida a fim de facilitar ainda
mais a corrente.

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Os elétrodos pigmentados de carbono de silicone são os que suportam
melhor grandes intensidades de carga. Necessitam de faixas ou fitas adesivas
para serem fixados à pele e também deverão estar sempre separados da pele
por uma esponja bem humedecida. A limpeza das esponjas deve ser sempre em
água corrente a fim de remover todos os resíduos e aumentar a sua durabilidade.


Os elétrodos auto-adesivos são de uso individual, têm pouca durabilidade,
não necessitam de gel eletrolítico, são bons condutores de corrente elétrica e
são de fácil aplicação em locais difíceis como a face. No entanto não devem ser
usados quando se quer uma grande intensidade da corrente pois geralmente
causam desconforto ao utente.

 Temperatura ambiente do tratamento:


A temperatura ambiente do tratamento deve ser próxima dos 24ºC para

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proporcionar ao utente uma sensação térmica agradável. Assim a temperatura
externa da pele mantém-se em torno dos 32ºC permitindo uma menor
resistência à passagem da corrente. Sabe-se que em condições de baixa
temperatura, a pele involuntariamente fica arrepiada evitando a perda calórica.
Assim a pele fica mais espessa e consequentemente aumenta a sua resistência.
Ao contrário com temperaturas altas, ocorre suor o que pode soltar o elétrodo
auto-adesivo ou diluir o gel no caso do elétrodo de carbono. Também pode
ocorrer desconforto físico ao paciente.

 Condições físicas da pele:


Ocorre um aumento da resistência quando a pele se encontra muito seca, para
minimizar essa resistência o profissional deve passar com uma gaze seca a fim
de retirar as células mortas periféricas. Por outro lado, nunca se coloca um
elétrodo sobre um ferimento, corte ou arranhão pois nessas condições a
resistência será mínima ou inexistente e causará intenso desconforto ao
paciente.

O excesso de gordura subcutânea é um dos fatores de aumento da resistência à
passagem da corrente, necessitando por vezes que os elétrodos sejam
pressionados contra a pele para além do normal.

Os pelos também resultam num aumento da resistência à passagem da
corrente, pois são considerados anti-higiénicos, especialmente quando são
usados elétrodos auto-adesivos. Neste caso, os pelos devem ser removidos
previamente no local, caso o doente autorize, ou reservar elétrodos individuais
para cada utente.

A dificuldade de penetração dos agentes, conhecida como resistência diminui na


proporção inversa à frequência dos impulsos elétricos. Se o que se pretende é
aumentar a passagem de corrente na pele, evitando o aquecimento dos tecidos,
deverão ser utilizadas correntes de elevada frequência. Conforme aumenta a
frequência da corrente, a resistência elétrica cutânea da pele diminui.

Estratégias para diminuir a impedância da pele:


 Fazer uma leve massagem com fricção, porque melhora o aporte sanguíneo superficial
e aumenta a temperatura cutânea;
 Aumentar a frequência da corrente;
 Escolher correntes de média frequência como as Correntes Interferenciais ou o TENS
Burst.

A potência representa o resultado da conversão da corrente elétrica noutra forma de


energia, geralmente térmica. Como exemplo temos o ultra-som, micro-ondas, ondas
curtas cuja unidade é o Watt (W). Quando se aplica um tratamento térmico e o
paciente manifesta dor/ardor, isso deve-se ao excesso de potência.

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A densidade da corrente corresponde à quantidade de intensidade de corrente
elétrica que atravessa a unidade de área, isto é a quantidade de fluxo por volume. A
densidade da corrente no nervo ou músculo deve ser alta o suficiente para ocasionar
despolarização. Esta densidade é mais alta no local onde os elétrodos encontram a
pele e é mais baixa à medida que a eletricidade penetra os tecidos mais profundos. O
tamanho dos elétrodos também provoca mudanças na densidade, quanto maior for o
elétrodo maior a área sobre a qual a corrente está espalhada, diminuindo a densidade
da corrente. Podem existir vários fatores que podem influenciar a uniformidade da
densidade energética:

 Má aderência do elétrodo à pele;


 Sujidade no elétrodo;
 Elétrodo velho;
 Irregularidades no contorno do corpo;
 Mau condutor;
 Não flexibilidade do elétrodo.

Condutividade – Os corpos/materiais podem ser classificados, quanto ao seu


comportamento elétrico, quer dizer, conforme permitam totalmente, parcialmente ou
não permitam o transporte de carga elétrica. Um corpo carregado eletricamente pode
transmitir esta carga a outros corpos com os quais se mantenha em contato, sendo
assim denominados de corpos, materiais ou elementos condutores.
Um bom condutor deve assegurar um bom contato entre o elétrodo e a pele do
paciente, facilitar a transferência da carga do elétrodo para o gel e diminuir a grande
impedância da camada cutânea da pele.
Se um elétrodo for aplicado sobre a pele sem um condutor entre eles, a pele oferece
uma resistência muito grande à passagem da corrente. A resistência da epiderme
provoca o aquecimento da pele e pouca energia nos tecidos mais profundos. Na
epiderme pode ocorrer uma irritação local, uma vasodilatação e uma menor
estimulação das células mais profundas, como tal é importante a colocação por vezes
de um gel condutor.

Ao comparar-se os diversos tecidos constata-se que existem certas diferenças entre


eles quanto à sua condutividade, o que se deve à maior ou menor presença de água.
Os tecidos podem ser divididos em:

 Pouco condutores: osso, gordura, pele seca e grossa, pelos, unhas;


 Medianamente condutores: pele húmida, tendões, fáscias e cartilagens;
 Bons condutores: sangue, linfa, líquido intra e extra-celular, tecido muscular, vísceras
e tecido nervoso.
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Tipos de Correntes Eletroterapêuticas
Os aparelhos eletroterapêuticos são capazes de gerar três tipos de correntes, que
quando introduzidas no tecido biológico são capazes de produzir mudanças fisiológicas
específicas:

 Corrente Contínua (CC): Também chamada de corrente galvânica, tem um fluxo


de eletrões ininterrupto e unidirecional, na direção do pólo positivo. Os efeitos
químicos da utilização desta corrente ocorrem somente quando o estímulo é contínuo
e aplicado durante um período de tempo. A corrente contínua, também chamada de
monofásica, produz formas de onda que têm apenas uma única fase em cadaimpulso.

 Correntes Alternadas (CA): Nesta corrente o fluxo de eletrões muda


constantemente de direção, ou seja, inverte a sua polaridade. Os eletrões que fluem
numa corrente alternada movem-se do pólo negativo para o pólo positivo, invertendo
a sua direção quando a polaridade é igualmente invertida. A corrente alternada,
também chamada de corrente bifásica produz formas de ondas com duas fases
separadas durante cada impulso individual, podem ser simétricas ou assimétricas.

 Correntes Pulsadas (CP): Estas correntes contêm três ou mais impulsos agrupados.
Esses grupos de impulsos são interrompidos por curtos períodos de tempo e repetem-
se em intervalos regulares. São usadas nas correntes interferenciais. As correntes
pulsadas produzem formas de ondas polifásicas, e representam a corrente elétrica
como uma série de impulsos de curta duração, seguido de um curto período de tempo
em que a corrente está parada.

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Ondas
As ondas indicam a representação gráfica da forma, da direção, da amplitude, da
duração e da frequência do impulso da corrente elétrica que é produzida pelo
aparelho eletroterapêutico.

Tipos de Ondas
As correntes elétricas podem gerar um tipo de onda sinusoidal, retangular ou
triangular. As correntes alternadas, contínuas ou pulsadas podem apresentar qualquer
um dos tipos de forma de ondas.
 Onda Sinusoidal: Apresenta um aumento e diminuição graduais na amplitude, são
utilizadas em analgesia e contração muscular. Este tipo de onda serve para correntes
alternadas, contínuas ou pulsadas.

 Onda Retangular: Tem um aumento quase instantâneo na amplitude que atinge o


máximo durante um período de tempo e a seguir desce abrutamente, são utilizadas
em dores crónicas e contração muscular.

 Onda Triangular ou Pontiaguda: Tem um aumento e diminuição rápidos, são


utilizadas em dores agudas.

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Frequência de Onda
A frequência de onda indica o número de ciclos que ocorrem num segundo e mede-se
em Hertz (Hz), impulsos por segundo (IPS) ou ciclos por segundo (CPS). As respostas do
sistema nervoso e muscular dependem da extensão de tempo entre os impulsos e de
como os impulsos ou formas de onda são modulados.

No geral uma frequência mais alta é capaz de produzir um aumento da tensão


muscular devido à frequência da corrente, enquanto uma frequência mais baixa é
muitas vezes utilizada para aumento da contração muscular e para redução do edema.

Comprimento de Onda
O comprimento de onda é definido como a distância entre o pico de uma onda e o pico
da onda anterior.
Existe uma relação inversa entre o comprimento de onda e a frequência pois quanto
maiores forem os comprimentos de onda menores devem ser as frequências e as
frequências maiores devem ter comprimentos de onda menores.

Amplitude de Onda
Refere-se à intensidade da corrente, sendo que a amplitude máxima é o pico. Quanto
maior a amplitude, maior é a voltagem e a intensidade da corrente.

Duração de Onda
Indica o tempo que decorre até ao final de um impulso. É a extensão de tempo em que
a corrente está a passar num ciclo. Com a corrente monofásica a duração da fase é a
mesma que a do impulso, já na corrente bifásica a duração do impulso é determinada
pelas durações de fases combinadas. Com as correntes pulsadas o fluxo da corrente é
desligado por um período de tempo.

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Intensidade de Onda
O aumento da intensidade do estímulo elétrico leva a corrente a penetrar mais
profundamente dentro do tecido.

Polaridade
Durante a utilização de qualquer aparelho, um elétrodo com um maior nível de
eletrões é chamado de elétrodo negativo ou cátodo. Por outro lado, o outro elétrodo
tem um nível mais baixo de eletrões e é chamado de elétrodo positivo ou ânodo.
O elétrodo negativo atrai os iões positivos e o elétrodo positivo atrai os iões negativos.
Com as ondas das correntes alternadas, esses elétrodos mudam de polaridade a cada
ciclo da corrente.
Com um aparelho de corrente contínua, pode designar-se um elétrodo como negativo
e outro como positivo.

Modulação da Corrente
Refere-se a qualquer alteração na magnitude ou qualquer variação na duração dos
impulsos.
A modulação pode ser:
 Contínua: A amplitude do fluxo permanece a mesma por vários segundos, está
associada à Corrente Contínua de duração de impulso longo. Neste tipo de corrente, o
fluxo ocorre em direção uniforme. É conhecida como técnica galvânica. A técnica de
iontoforese também utiliza corrente contínua para transportar iões para dentro dos
tecidos.

 Interrompida: A corrente flui durante algum período de tempo (on time) e é


depois desligada durante outro período de tempo (off time). Esta modulação é usada
em correntes contínuas (monofásicas) ou alternadas (bifásicas). As correntes com
formas de ondas de tipo sinusoidal, rectangular, ou triangular também podem ser
interrompidas. A modulação interrompida é usada clinicamente para a reeducação e o
fortalecimento muscular e para melhorar a amplitude de movimento.

 Burst: A corrente pulsada flui por uma duração de tempo curta e depois é
desligada por um tempo curto em ciclos repetitivos. Os efeitos fisiológicos do burst de
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impulso são os mesmos que de um impulso simples, porque os intervalos são muito
curtos para exercer qualquer efeito sobre uma contração muscular. O burst pode
também ser utilizado com correntes monofásicas e bifásicas.

 Rampa: A amplitude da corrente aumenta gradualmente até um máximo pré


ajustado. Tem como objetivo terapêutico aumentar a contração muscular, pois
permite um aumento gradual na intensidade de uma contração muscular.

2.Correntes Galvânicas
É uma corrente contínua de baixa voltagem que provoca várias modificações
fisiológicas que podem ser utilizadas na terapêutica. O fluxo da corrente não sofre
interrupção, nem varia a sua intensidade na unidade de tempo, sendo por isso
conhecida como corrente contínua, unidirecional ou corrente constante. Por
apresentar manutenção da polaridade é designada de monofásica.
O uso das correntes galvânicas realiza-se através de dois elétrodos sobre a pele. O pólo
positivo é o vermelho e é denominado por ânodo e o negativo é o preto e é
denominado de cátodo. O ânodo atrai os aniões (eletrões com carga negativa) e o
cátodo atrai os catiões (eletrões de carga positiva).

Benefícios Terapêuticos
Há um aumento do fluxo sanguíneo entre os elétrodos que gera hiperemia (aumento

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da quantidade de sangue num determinado tecido) sendo responsável por alguns
efeitos como maior oxigenação tecidular, aumento da irrigação, aumento da defesa e
aumento do metabolismo.

Indicações Terapêuticas
 Controlo da dor e da inflamação;
 Aceleração da regeneração dos tecidos;
 Processos Inflamatórios crónicos;
 Diminuição do edema através da estimulação da reação ácida do polo positivo em
direção ao polo negativo. Os eletrões do polo positivo realizam a transferência do
líquido de uma região para a outra.

Exemplo: Edema na face externa da tibiotársica esquerda Colocar o elétrodo positivo
sobre o edema para este reduzir o pH da estrutura e carregar os líquidos e bactérias do
polo positivo para o negativo.

 Polo Positivo: artrite (fase crónica); artralgia; bursite; lombalgia; mialgia; tendinite.

 Polo Negativo: artrose; contusão, distensão; fibrose.

Contra-Indicações
 Alterações da sensibilidade da pele;
 Feridas abertas;
 Inflamação cutânea;
 Implantes na região a tratar;
 Tórax;
 Gravidez.

Procedimentos
1. Limpar e desengordurar a pele (que não deve apresentar lesões);
2. Área sem proeminências que favorece o contato desigual do elétrodo;
3. Manter o paciente numa posição confortável e relaxada;
4. Antes de ligar o aparelho verificar se a intensidade está no zero;
5. Os elétrodos metálicos devem ser utilizados sobre uma esponja molhada e
levemente espremida. Nunca utilizar elétrodos auto-aderentes pois estes estão fixos
na pele originando uma sobrecarga de eletrões e consequentemente uma queimadura;
6. Aumentar a intensidade progressivamente, não deve ser ajustada segundo a
subjetividade do utente;
7. Os elétrodos devem ser aplicados de forma longitudinal (na drenagem de um
edema) ou transversal (aplicado em articulações);

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8. A intensidade da corrente varia entre 3 a 5 mamp;
9. Quando se pretende moderar (inibir) o polo positivo deve ser colocado mais distal
enquanto o polo negativo é colocado mais proximal. Quando se pretende estimular
(excitar) coloca-se os elétrodos ao contrário, o pólo positivo fica mais proximal enquanto o
pólo negativo fica mais distal.
Tempo de tratamento: 20 minutos

Efeitos na pele sob os elétrodos:


Elétrodo positivo (vermelho):
 Reação ácida e com excesso de carga, caso ocorra excesso de carga surge uma
queimadura tipo ácida, seca e coagulada;
 Redução do pH devido há libertação de oxigénio;
 Sedação elétrica nervosa, com diminuição da sensibilidade;
 Coagulação;
 Vasoconstrição;
 Repulsão dos iões positivos.

Elétrodo negativo (preto):


 Reação alcalina, com excesso de carga ocorre uma queimadura alcalina, húmida e
macia;
 Elevação do pH devido há libertação de hidrogénio;
 Cataforese (repulsão dos iões negativos);
 Vasodilatação;
 Excitação.

Cuidados a ter

 Não aplicar os elétrodos directamente sobre próteses, pois pode ter como consequência a oxidação,
aquecimento e até mesmo rejeição da prótese.

Situações Clínicas

No processo agudo ocorre uma libertação de iões negativos produzindo um efeito
irritante nas terminações nervosas originando dor, subida do pH e vasodilatação, logo
teremos que colocar sobre o local um elétrodo positivo com o objetivo de diminuir o
processo inflamatório, potenciar a vasoconstrição e diminuir a dor.


No processo crónico como o edema está endurecido e frio envolvido numa rede de
fibras de colagénio (fibroses), pouco doloroso e com baixo metabolismo no tecido,
teremos de colocar o pólo negativo sobre o edema com o objetivo de se conseguir
uma vasodilatação circulatória, favorecendo o intercâmbio das substâncias, eliminar o

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edema e retirar da área os iões negativos, aumentando a liquefação, provocar uma
reação alcalina para mudar o pH local (que era ácido), irritar as terminações nervosas
da pele para que o organismo manifeste uma pequena reação inflamatória capaz de
resolver a patologia crónica.

Lontoforese
É uma técnica terapêutica que envolve a introdução de iões (em forma de
medicamentos) dentro dos tecidos corporais através de uma corrente elétrica
contínua.
Para que ocorra a Iontoforese, a corrente aplicada deve ser suficiente para vencer a
resistência da pele e ainda ter suficiente energia para fazer a medicação passar através
dos portais da pele. Com o progresso do tratamento, diminui a resistência dos portais
ao fluxo da corrente elétrica e à entrada de medicação no corpo. Uma vez dentro dos
tecidos, a medicação é espalhada por meio de difusão passiva, não sendo mais afetada
pela fonte da corrente.
A transferência de iões pode intensificar-se com o aumento da intensidade e da
duração do tratamento, no entanto à medida que aumenta a intensidade e a duração
aumenta igualmente o risco de queimaduras.

Vantagens
 Não apresenta agressões digestivas;
 O seu efeito é local;
 Possível efeito geral;
 Aplicação indolor;
 Permite aplicações repetidas por várias sessões.

Indicações Terapêuticas
 Controlo da dor e da inflamação;
 Artrite;
 Espasmo muscular;
 Edema;
 Tecido cicatricial;
 Como veículo para libertação de anestésicos locais antes de levar injeções ou de

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outros procedimentos invasivos.

Contra-Indicações
 Reações de sensibilidade da pele;
 Contra-Indicações à medicação administrada;
 Dor ou desconforto durante a estimulação elétrica;
 Não aplicar os elétrodos sobre a pele alterada com feridas, úlceras e nunca sobre
epífises ósseas;
 Não aplicar sobre a área cardíaca ou sobre importantes troncos nervosos;
 Não aplicar sobre tromboflebites ou varizes.

Cuidados a ter

 Muitas medicações exigem prescrição médica daí ser importante prestar atenção às notas e
instruções farmacêuticas;
 Não reutilizar elétrodos, pois a medicação permanece neles, contaminando o próximo uso;
 Verificar a pele frequentemente pois no final do tratamento é comum o aparecimento de eritema;
 Ter atenção ao feedback do utente;
 Para minimizar a probabilidade de queimaduras deve-se aumentar o espaço entre os elétrodos pois
assim diminui a intensidade da corrente.

Tipo de Corrente
O tipo de corrente ideal é a corrente contínua, porque assegura o fluxo unidirecional
dos iões. Não podem ser usadas correntes contínuas de alta voltagem nem as
interferenciais, visto que esta corrente é interrompida e a sua duração é muito curta
para produzir movimento significativo do ião.

Intensidade da Corrente
As amplitudes de corrente recomendadas para Iontoforese variam entre 3 a 5 mamp.
Aumentar a intensidade progressivamente, não devendo ser ajustada segundo a
subjetividade do utente. Se houver dor ou sensação de queimadura, a intensidade está
muito alta e deve ser diminuída.

Duração do tratamento
Os tratamentos variam entre os 10 e os 20 minutos, sendo que a média é de 15
minutos. O tratamento deve ser interrompido quando à desconforto do paciente, dor
ou sensação de queimadura (vermelhidão).

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Elétrodos
O medicamento deverá ser colocado no elétrodo da carga correspondente, isto é se o
medicamento for de carga negativa coloca-se no elétrodo negativo e vice-versa.
Os elétrodos devem estar espaçados o mais possível, para evitar o risco de
queimaduras. À medida que o espaço entre os elétrodos aumenta, diminui a
intensidade evitando o risco de queimaduras.

Devem-se utilizar elétrodos metálicos com esponja humedecida para facilitar a


passagem da corrente. Os elétrodos podem ser aplicados de forma transversal ou
longitudinal.

3.Correntes Interferenciais
O princípio da terapia interferencial consiste na produção de duas correntes de média
frequência com frequências ligeiramente diferentes que interferem uma com a outra.

Vantagens
 Redução da resistência da pele e do desconforto das correntes tradicionais de baixa
frequência, permitindo o tratamento de tecidos profundos;
 Estimulação seletiva;
 Pouca acomodação - Amplitude variável de acordo com o ângulo dos elétrodos.

Indicações Terapêuticas
 Diminuição da dor;
 Reparação tecidular;
 Traumas e lesões agudas;
 Condições reumáticas;
 Dores profundas;
 Espasmo muscular;
 Promoção da cicatrização.

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Efeitos Fisiológicos
 Analgesia;
 Aumento da circulação;
 Aumento do metabolismo;
 Aumento da permeabilidade das membranas;
 Diminuição da libertação de prostaglandinas, bradicininas e histaminas;
 Drenagem de edemas;
 Relaxamento;
 Aumento da atividade enzimática.

Frequência Portadora

 Fortalecimento muscular 2.000 Hz

 Analgesia 4.000Hz

Intensidade
 Indicação: forte mas confortável.
 Dores agudas: 8 min.
 Dores sub-agudas: 10 min.
 Dores crónicas: 15min.

Modo de Aplicação
O modo de aplicação é através de dois ou quatro elétrodos via transcutânea, sendo
que cada par de elétrodos forma um circuito independente. Uma dessas frequências é
chamada de corrente portadora, que tem uma frequência constante geralmente de
2.000Hz ou 4.000Hz. A outra é chamada de moduladora cuja frequência será ajustada
pelo profissional e consequentemente tem um valor diferente da primeira. Esta
diferença é chamada de interferência e será sempre uma corrente de baixa frequência
(150Hz).
Nas correntes interferenciais é necessário:

 Distribuir os elétrodos em forma de cruz sobre a pele (método tetrapolar) ou no


sentido longitudinal das fibras musculares (método bipolar);
 Escolher a frequência da corrente portadora (2000Hz ou 4.000Hz);
 Escolher a frequência moduladora.
Ao definirmos a frequência da corrente moduladora automaticamente o equipamento
irá libertar duas frequências distintas em cada canal, sendo um dos canais com a
frequência portadora fixa e no outro a frequência portadora acrescida do valor da
frequência terapêutica escolhida.

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Escolha do Método
 Método tetrapolar: Aplicam-se os quatro elétrodos na pele em volta da área lesada
de modo a formar um quadrado, para que cada canal esteja perpendicular ao outro e
que a corrente cruze o ponto médio. O tecido dentro dessa área recebe o efeito
máximo de tratamento. A estimulação deve ser sentida apenas entre os elétrodos.

 Método bipolar: Quando se aplica este método, a mistura dos dois canais ocorre
dentro do gerador e não nos tecidos. São usados dois canais dentro do gerador, com
um único canal de saída aplicado nos tecidos. Este método gera uma mistura mais
precisa, embora não penetre tanto nos tecidos como o método tetrapolar. Utiliza-se a
aplicação bipolar quando se pretende uma contração muscular. Os elétrodos são
colocados no sentido longitudinal das fibras musculares.

Procedimentos
 Limpeza do local;
 Pode ser necessária a depilação da pele, para minimizar a resistência cutânea;
 Posicionar o utente de forma adequada e confortável;
 Despir a parte do corpo que está a ser tratada;
 Colocar o equipamento a zero (0);
 Dispor os elétrodos de forma correta;
 Aumentar a intensidade de forma gradual, pedindo feedback ao paciente, ou seja, até
o utente sugerir um ligeiro desconforto quando a corrente incidir na zona dolorosa.
Este desconforto é momentâneo e tende a tornar-se suportável.

Contra-Indicações
 Tecido neoplásico;

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 Áreas de tecido com infeção;
 Áreas de tecido desvitalizado;
 Zona de hemorragia;
 No ventre e pélvis da mulher durante a menstruação;
 Locais de trombose recentes;
 Pacientes epilépticos;
 Nas regiões das caróticas, sobre o coração, nervo frénico, área abdominal e tronco de
gestantes.

Precauções
 Paciente com pacemaker;
 Doenças vasculares periféricas;
 Pacientes hiper e hipotensos;
 Áreas com muito tecido adiposo;
 Pacientes que não dão feedback;
 Zonas de anestesia ou hipoestesia.

4.TENS (Estimulação Eléctrica Nervosa Transcutânea)


O termo TENS é uma abreviatura que provém da língua inglesa “Transcutaneous
Electrical Nerve Stimulation”, o qual significa Estimulação Elétrica Nervosa
Transcutânea.
O TENS é o termo utilizado para descrever uma modalidade eletroterapêutica utilizada
no controlo da dor. Transcutânea significa “através da pele” e “estimulação do nervo”
implica uma corrente que tem intensidade suficiente para provocar a despolarização
dos nervos sensoriais, motores ou de dor.
É uma técnica não-invasiva, de fácil administração e com poucos efeitos secundários
visto não ter potencial de toxicidade. É frequentemente utilizada para o alívio
sintomático da dor, tanto aguda como crónica, quando esta tem origem benigna. No
entanto, também pode ser aplicada nos cuidados paliativos, no sentido de aliviar a dor
óssea e a dor presente nas neoplasias. Sendo a dor uma das principais variáveis nos
casos clínicos presentes em fisioterapia é lógico que o TENS seja uma das técnicas mais
utilizadas. Quando comparada com as terapias medicamentosas a longo prazo, o TENS
é relativamente barato.
Os resultados do tratamento com TENS dependem da natureza da dor, do limiar
individual da dor, da colocação dos elétrodos, da intensidade da estimulação e das
características elétricas do estímulo.
Indicações Terapêuticas
 Alívio da dor;
 Fibromialgia;
 Artroses.

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Métodos de Aplicação

TENS Convencional (alta frequência) - Tem como objetivo a estimulação da
enervação sensorial que é responsável pelo alívio rápido da dor de curta duração. Este
tipo de TENS é eficaz no tratamento de lesões agudas dos tecidos moles e no
tratamento de dor associada com distúrbios músculo-esqueléticos, dor pós-operatória,
condições inflamatórias e dor miofascial. A duração de tratamento varia entre 30 a 60
minutos.


TENS Acupunctura (baixa frequência/alta intensidade) - É indicado para o alívio
prolongado, mais utilizado na dor crónica, dor provocada por lesão de tecidos
profundos, dor miofascial e dor causada por espasmo muscular. A intensidade deve ser
aumentada até se observar movimento muscular. É um processo mais amplo, pois
além de estimular a libertação de B-endorfina também irá promover o relaxamento
das fibras musculares, eliminação de toxinas e melhoria do metabolismo local. É muitas
vezes substituído pelo Burst devido ao facto deste ser mais intenso e diminuir o risco de
acomodação. A duração de tratamento varia entre 30 a 60 minutos.


TENS Breve-Intenso (alta frequência/alta intensidade) - É necessário utilizar
intensidades muito elevadas gerando desconforto ao paciente e muitas vezes obtém-
se inclusive o recrutamento muscular, sendo necessário estabilizar o membro. Com
este protocolo de aplicação, consegue-se um elevado nível de analgesia, mas os efeitos
são mais transitórios. Esta técnica oferece uma curta duração no alívio da dor, sendo
recomendada para redução da dor antes da realização dos exercícios terapêuticos.
Tem um tempo de utilização reduzido que varia entre 3 a 15 minutos.


Burst - Consiste numa emissão pulsátil, que estimula a libertação de endorfinas.
Depende dum sistema especial de modulação de uma frequência mais elevada para
outra mais baixa a fim de diminuir a impedância cutânea e tornar os estímulos mais
eficazes e confortáveis. A duração de tratamento varia entre 30 a 60 minutos.

Colocação dos Eléctrodos


 Sobre a zona da dor;
 Trigger points;
 Pontos de acupunctura;
 Pontos motores;
 Sobre os nervos periféricos.

Contra-Indicações
 Pacientes com pacemaker;
 Nunca associar com estímulos térmicos;

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 Carótidas;
 Dor de origem desconhecida;
 Pacientes com epilepsia;
 Três primeiros meses de gestação;
 Pele anestesiada.

Precauções
 O TENS é um tratamento sintomático que pode disfarçar a dor principal e outras
patologias;
 O uso inadequado pode provocar queimaduras;
 A estimulação intensa ou prolongada pode causar espasmos e/ou dor muscular.

5. Estimulação Elétrica Funcional (FES)


A estimulação elétrica funcional utiliza estimuladores elétricos, de canal múltiplo, com
o objetivo de recrutar músculos que permitem ao paciente realizar um padrão de
movimento funcional específico.
Os elétrodos são colocados junto ao músculo ou ao nervo. Pode ser definida também
como uma ativação nervosa controlada por meio da aplicação de uma corrente de
baixa frequência.
O tipo de corrente utilizado é de baixa frequência. Os sistemas de controlo devem
utilizar uma sequência de ativação pré-estabelecida, que permita ao paciente executar
uma tarefa específica ou de haver algum tipo de feedback dos sistemas
neuromusculares estimulados para que o aparelho possa fazer as correções
apropriadas ao movimento, garantindo a segurança do paciente.

Indicações Terapêuticas
 Atrofia muscular por lesão;
 Instabilidade articular (ex. sub-luxação do ombro hemiplégico);

 Alterações neurológicas (desenervação) ex: pé pendente (lesão do nervo tibial anterior)


 Estimulação funcional (ex. facilitação na realização das atividades funcionais, melhoria
do padrão de marcha e da postura);
 Utilizada em músculos plégicos ou paréticos.

Parâmetros
 Forma de onda: retangular (é a mais eficiente provocando uma contração instantânea)
ou sinusoidal;
 Frequência de impulsos: devem ser superiores a 10Hz para provocar
despolarização;
 Tipo de estimulação/repouso: deve ser de 1:2, para não causar o cansaço a curto

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prazo;
 Intensidade: Acima do limiar motor.
 Duração do Tratamento: 20 minutos.

Contra-Indicações
 Tecido neoplásico;
 Áreas de tecido com infeção;
 Áreas de tecido desvitalizado;
 Região das carótidas, sobre o coração, nervo frénico e tronco de mulher grávida.

Precauções
 Pacientes com pacemaker;
 Doenças vasculares periféricas;
 Sujeitos hipertensos ou hipotensos;
 Áreas com muito tecido adiposo;
 Pacientes que não consigam dar feedback.
Procedimentos
1. Acomodação do doente;
2. Escolha dos materiais a utilizar;
3. Preparação da pele;
4. Fixação dos elétrodos, sempre no sentido longitudinal das fibras e colocados junto
aos pontos motores do músculo ou do nervo a ser estimulado;
5. Escolha dos parâmetros de estimulação;
6. Início do tratamento;
7. Acompanhamento ao longo do tratamento;

8. Fim do tratamento Confirmar o estado da pele e eficácia do tratamento.

Métodos de Transferência de Calor

Condução – Corpo em contato direto com a fonte de calor ou frio. É um mecanismo de


transferência de energia entre duas regiões com temperaturas diferentes, da mais
quente para a mais fria, acompanhado de colisão de moléculas adjacentes. Ex: Calor
húmido, banhos de parafina, compressas de gelo, massagem com gelo.

Conveção – Transferência de calor que ocorre nos fluidos devido aos movimentos muito
amplos das moléculas aceleradas na massa desses fluidos. Ex: Hidroterapia: Banho de
turbilhão quente/turbilhão frio.

Irradiação – Mecanismo de transferência de energia através de uma radiação


eletromagnética emitida por um corpo. Ex: Lâmpada Infravermelhos (IV), Laser,
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Ultravioletas, Ondas curtas e Micro-ondas.

Evaporação – A água ao evaporar de uma superfície, transfere uma quantidade de energia


para o ar, determinado assim um arrefecimento da superfície.

Conversão – A transferência de energia ocorre quando uma energia (sonora,


eletromagnética, etc.) se transforma em calor ao passar pelos tecidos corporais. Ex:
Ultra-som: O cristal dentro do transdutor que converte a energia elétrica em energia
acústica por meio da deformação mecânica do cristal piezoeléctrico.

Calor húmido
Condução Parafina
Parafango
Superficial
Conveção Hidroterapia

LASER
Irradiação
Ondas Curtas
Micro-ondas
Profundo
Conversão Ultra-som

6.Termoterapia
Utiliza maioritariamente técnicas que implicam o contato entre o agente terapêutico e
os tecidos. A condução é o método de transferência de calor mais utilizado. As
alterações da temperatura da superfície de contato dependem da intensidade do calor,
do tempo de exposição ao calor e das características da superfície. O máximo de
temperatura nos tecidos ocorre ao fim de 6 a 8 minutos.
Os efeitos obtidos dependem muito da temperatura aplicada como mostra a seguinte
tabela.
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Temperatura Efeitos
Efeitos terapêuticos (redução do espasmo
40 a 45ºC
muscular)
38 a 42ºC Analgesia
41ºC Produz alterações mínimas de circulação
45ºC Produz alterações máximas de circulação
>45ºC Dor
46 a 47ºC Queimadura cutânea

Efeitos Terapêuticos
 Alívio da dor;
 Relaxamento muscular;
 Aumento do fluxo sanguíneo;
 Melhora a reparação tecidular;
 Aumento da extensibilidade dos tecidos musculares;
 Diminuição da viscosidade dos tecidos;
 Diminuição da resistência no movimento articular;
 Diminuição do espasmo muscular;
 Circulação sanguínea: vasodilatação, devido a:

Dilatação das fibras musculares lisas dos vasos sanguíneos

Estímulo para uma resposta autónoma reflexa

Aumento da circulação sanguínea nos órgãos mais profundos

Diminuição da viscosidade do sangue

Contra-Indicações
 Alterações da sensibilidade térmica;
 Processos inflamatórios agudos;
 Hemorragias ou equimoses recentes;
 Lesões cutâneas;
 Feridas abertas;
 Infeções abertas;
 Neoplasias;
 Pele desvitalizada;
 Alterações circulatórias graves.

Complicações
 Queimaduras

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Procedimentos
1. Informação ao utente;
2. Avaliação da sensibilidade térmica;
3. Remoção de objetos e materiais estranhos do utente;
4. Posicionamento do utente;
5. Avaliação da pele;
6. Aplicação do método;
7. Instruções ao utente;
8. Vigilância ao utente.

Calor Húmido
É uma forma de aplicação de calor superficial por condução e é normalmente o mais
utilizado. Apresenta-se em forma de sacos de calor de pano com tamanho e formato
variável, contendo no seu interior gel sílica para melhor adaptação anatómica. São
aquecidos por imersão em recipientes de água (Hidrocollator) com temperatura
controlada entre os 65ºC e os 75ºC.
A regulação da temperatura para a sua aplicação é realizada através de material que
serve de ligação como tolhas turcas. O modo de aplicação é feito envolvendo o saco
em toalhas e a quantidade de toalhas vai influenciar o calor libertado para o corpo, o
mais comum são 6 a 8 camadas de toalhas. Aplica-se na região a tratar e cobre-se o
paciente. O tempo de tratamento varia entre os 15 e os 30 minutosaproximadamente.

Parafina
É uma forma de calor superficial. A parafina encontra-se derretida num tanque de
parafina em banho-maria com temperatura controlada mas é colocada sólida numa
tina com termóstato. O banho deve ser feito a uma temperatura entre os 42ºC e os
52ºC de forma a diminuir o risco de queimadura.

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Procedimento
Imersão repetida:
 É a mais indicada para as extremidades (mãos e pés);
 Deve-se fazer entre 6 a 12 imersões de 5 segundos seguidas de solidificação da parafina;
 Embrulha-se em papel ou plástico e envolve-se com material isolante (toalha, luva ou meia);
 A duração de aplicação é de 20 minutos.

Pincelamento:
 É a técnica mais indicada para o joelho, cotovelo ou tronco;

 Aplica-se 12 camadas com um pincel aguardando-se a solidificação de cada uma;


 Embrulha-se em papel ou plástico e envolve-se com material isolante (toalha, luva ou meia)
 A duração do tratamento é de 20 minutos.

Pachos de Parafina:
 As camadas de parafina alternam com camadas de ligadura de gaze.

Parafango
É uma forma de calor superficial, apesar de ter maior capacidade térmica aos tecidos
profundos. É uma mistura de parafina com pó de lava de vulcão (tipo de cinza),
derretida em tanque de parafango, com temperatura controlada.
Está contido num recipiente apropriado a uma temperatura de 49ºC a 52ºC e estes
recipientes ou tanques devem ter a possibilidade de serem esterilizados.

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Procedimentos
 Aplica-se uma determinada quantidade sobre papel vegetal ou plástico e aguarda- se
que a sua camada superficial solidifique;
 Após a solidificação da camada superficial, aplica-se diretamente sobre a zona a tratar,
envolvendo-se de seguida com material isolante (toalha).
 O tempo de tratamento é de 20 minutos.

Hidroterapia
É uma técnica onde, dentro de água quente, existe um jato de água que provoca um
turbilhão e funciona como massagem. É apresentada em forma de conveção e
combina propriedades físicas, como o calor e a massagem.
A temperatura da água deve estar entre os 37º e os 40ºC.

Procedimentos
 Aplica-se em tanques de Hubbard, que possuem várias formas e tamanhos.

 Faz-se a imersão da região a tratar.


 Tem de se ter muita atenção e verificar sempre a higiene dos tanques e a temperatura
da água.
 O tempo de duração do tratamento varia entre os 15 e os 20 minutos.

Crioterapia
A crioterapia pode ser definida como a terapia do frio, ou seja, corresponde à aplicação
terapêutica de qualquer substância ao corpo que resulte em remoção do calor corporal,
reduzindo a temperatura nos tecidos. Esta técnica é um dos recursos mais baratos e é
geralmente utilizada na fase aguda de lesões do sistema músculo- esquelético.
O principal objetivo da utilização desta modalidade terapêutica é o de minimizar
sequelas adversas que estão relacionadas ao processo de lesão (dor, edema,
hemorragia, espasmo muscular) e, principalmente, reduzir a área de lesão secundária.
Existem vários procedimentos para a aplicação da crioterapia como por exemplo, gelo,
spray, bolsas de gelo, imersão, entre outros.
A amplitude terapêutica da temperatura varia entre 0ºC e 12ºC.
A diminuição da temperatura na superfície do corpo vai depender:
 Método de aplicação;
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 Duração da aplicação;

 Temperatura inicial do agente terapêutico.

Efeitos Terapêuticos
 Redução do edema e controlo da hemorragia;
 Diminui a velocidade de condução do impulso nervoso, daí o alívio da dor;
 Vasoconstrição dos capilares locais, controlando assim a hemorragia e o edema;
 Reduz os sinais de inflamação (dor, rubor, edema, calor);
 Aumento da rigidez muscular (hipertonia);
 Diminuição da actividade metabólica devido à desaceleração dos processos químicos e
biológicos.

Indicações Terapêuticas
 Bursite;
 Tenossinovite;
 Tendinite;
 Traumatismo;
 Dor aguda ou crónica;
 Queimaduras de 1º grau, pequenas e superficiais;
 Edema;
 Espasticidade;
 Estádios de inflamação aguda ou sub-aguda;
 Espasmo muscular.

Contra-Indicações
 Alterações circulatórias graves;
 Doença vascular periférica;
 Urticária ao frio - Reacção alérgica;
 Diabéticos;
 Infeção;
 Feridas abertas ou problemas de pele (para os banhos de imersão frio e banhos de
contraste);
 Pele anestesiada.

Precauções
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 Doenças cardíacas;
 Alterações de sensibilidade;
 Hipersensibilidade e fragilidade cutânea;
 Alterações psicológicas.

Complicações
 Queimaduras

Sensações durante a aplicação


 Frio intenso;
 Queimaduras;
 Dor;
 Analgesia.

Técnicas de Aplicação

Saco de gelo picado ou cubos embrulhados
num pano húmido e aplicado sobre o local lesado;
Aplicação local estática 
Saco de gel isotérmico (são mais moldáveis);

(15 a 20 minutos) Toalhas geladas, imersas em água e sal e
depois colocadas a congelar (ficam mais flexíveis);

Banho frio, imersão das extremidades numa tina com

água a uma temperatura entre os 16º e 18ºC (pode ser


turbilhão).

Massagem com gelo, aplica-se diretamente na pele
sob a forma de massagem com movimentos circulares e
Aplicação dinâmica longitudinais;

Spray frio, aplica-se 3 a 5 jatos de 5 segundos a uma
distância de mais ou menos 15 cm (deve-se fazer
aplicações repetidas).

Banho quente entre 35º a 43ºC e banho frio entre 13º
Banhos de Contraste e 20ºC. Colocar 3 a 5 minutos no banho quente e de
(30 minutos) seguida no banho frio. Terminar o tratamento com o
banho quente. Respostas fisiológicas de vasoconstrição
e vasodilatação provocam a diminuição do edema.

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7.Ultra-Som
É uma modalidade de penetração profunda e é produzido por uma corrente alternada
que flui através de um cristal piezoeléctrico, como o quartzo, cristais de cerâmica,
titânio de bário de aproximadamente 2 a 3 mm de espessura alojado num transdutor.
Os cristais produzem cargas eléctricas positivas e negativas que quando se contraem
ou se expandem criam o efeito piezoeléctrico. Portanto é uma forma de energia
mecânica que consiste em vibrações acústicas inaudíveis de alta frequência capazes de
produzir efeitos fisiológicos térmicos e atérmicos.

Indicações Terapêuticas
 Tendinites;
 Mialgias;
 Contracturas e tensões musculares ;
 Bloqueios articulares;
 Cicatrizes cirúrgicas;
 Formação de calo ósseo (atraso de consolidação óssea);
 Hematomas;
 Alívio da dor.

Frequência
A penetração dos ultra-sons nos tecidos é inversamente proporcional à sua frequência,
ou seja, quanto maior a frequência menor será a penetração. Assim, a frequência de
1MHz está indicada para os tecidos mais profundos e a de 3Mhz direcionada para o
tecido subcutâneo.

1 MHz 3 MHz
 
Produz um pico de calor mais rápido Atinge cerca de 1,5 a 3 cm de
nos tecidos profundidade.
 
Atinge cerca de 5 cm de profundidade Lesões mais superficiais

Lesões mais profundas  Fáscias;
 Pacientes com índice percentual  Tendinites no joelho;
de gordura elevado;  Epicondilite.
 Músculos muito profundos (ex:
solhear)

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Frequência de Emissão

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O ultra-som é bem absorvido por:
 Ligamentos;
 Fáscias;
 Cápsula articular;
 Tendões;
 Músculos.

A absorção do ultra-som depende:


 Impedância acústica do tecido;
 Densidade do tecido (regiões com muitos pêlos, muita queratina, como a planta dos
pés dificultam a absorção);
 Frequência do ultra-som (que absorve menos quanto menor for a sua frequência);
 Quantidade de colagénio presente nos tecidos;
 Quantidade de água presente nos tecidos.

Intensidade
A energia do ultra-som é caracterizada pela sua intensidade. A intensidade não deve
2
exceder 1W/cm .

 Efeitos térmicos: 0,5W/cm 2a1W/cm2


 Efeitos atérmicos: 0,5W/cm2 ou abaixo desta intensidade
 Condições agudas: não deve exceder os 0,5W/cm2
 Condições crónicas: não deve exceder 1W/cm2

Deve-se utilizar sempre as intensidades mais baixas, de modo a atingir o efeito


terapêutico desejado, uma vez que intensidades mais altas podem provocar lesões.

Duração do Tratamento
A duração do tratamento vai depender da zona a tratar. Cada zona deve ser tratada
entre 1 a 2 minutos.
2
Máximo de 15 minutos e mínimo de 1 minuto por área de 1cm .

Meio de Transmissão
O melhor meio de transmissão do ultra-som é a água pois a sua impedância acústica é
muito semelhante aos tecidos moles. As características ideais para um meio de
transmissão são:
 Consistência de gel, para mais fácil utilização;
 Hipoalergénico;
 Transparente;
 Esterilizado;

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 Económico;
 Propriedades acústicas semelhantes aos tecidos moles ou à água;
 Sem bolhas de gás;
 Inerte quimicamente.

Técnicas de Aplicação
Aplicação por contato direto:

 Meio transmissor: gel ou outro;


 Aplicação direta da cabeça ultra-sónica sobre a zona a tratar, entrepondo-se apenas o
meio transmissor;
 A superfície da cabeça ultra-sónica deve estar permanentemente em contacto com a
superfície a tratar;
 Mover a cabeça ultra-sónica permanentemente durante o tratamento, para evitar os
efeitos indesejáveis;
 Superfícies a tratar com poucas irregularidades.

Aplicação com saco de água:

 Meio transmissor: água dentro de um saco de borracha embebido em gel transmissor;


 Aplicação direta da cabeça ultra-sónica sobre o saco de borracha, que se entrepõe
com a zona a tratar;
 Superfícies a tratar com muitas irregularidades;
 Procedimentos:
1) Limpar a região a ser tratada;
2) Usar gel condutor ou medicamento à base de gel. O ultra-som é bloqueado
na presença de vaselina e óleos;
3) Ligar o aparelho;
4) Escolher a intensidade adequada para a lesão;
5) Manter o contacto perfeito em ângulo de 90º;
6) Deslizar o cabeçote em movimentos circulares.

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Aplicação sub-aquática:

 Meio transmissor: água;


 Aplicação com o membro submergido num recipiente com água;
 Superfícies a tratar com muitas irregularidades;
 A distância da cabeça ultra-sónica e a zona tratar não deve exceder 1cm;
 O profissional deve utilizar um par de luvas de tecido com um par de luvas de látex
sobre as primeiras;
 A temperatura da água deverá estar ao nível da temperatura externa da pele 32ºC;

 O recipiente deverá ser de plástico, cerâmica ou metal.

Efeitos Terapêuticos
Térmicos:
 Aumento da flexibilidade dos tecidos ricos em colagénio com diminuição da rigidez
articular e da contractura associada;
 Aumento do fluxo sanguíneo e consequentemente vasodilatação da área, melhorando
a vascularização dos tecidos;
 Redução dos espasmos musculares;
 Aumento da permeabilidade celular e a micro massagem produzida pelo ultra-som
auxilia no retorno venoso e linfático, favorecendo a reabsorção de edemas.
Não Térmicos:
 Regeneração e reparação dos tecidos moles;
 Estimulação do calo ósseo;
 Controlo da resposta inflamatória (acelera a resolução da resposta inflamatória).

Possíveis Efeitos Secundários


 Queimaduras: Altas intensidades podem produzir efeitos térmicos exagerados ou se
permanecer com a cabeça do ultra-som parada durante a terapia.
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 Cavitação: Ocorrem por doses excessivas, que irá produzir lesões tecidulares locais;
 Hiperdosagens podem produzir fibroses tecidulares;
 Alterações no aparelho: A falta de manutenção técnica, um acoplamento errado da
cabeça do ultra-som pode não produzir o efeito terapêutico desejado.

Contra-Indicações
 Aplicação nas áreas do útero de mulheres grávidas, gónadas, ouvidos, olhos e zonas
de crescimento;
 Neoplasias;
 Processos inflamatórios;
 Cicatrizes em pós-operatório imediato;
 Alterações circulatórias: Neste caso, o ultra-som sobre estes vasos, pode facilitar a
fragmentação de algum coágulo e provocar um acidente vascular posteriormente.
 Tromboses, flebites, embolias;
 Áreas tratadas com radioterapia;
 Áreas com anestesia;
 Espinhal medula, gânglios nervosos;
 Áreas isquémicas;
 Infeção aguda;
 Sobre as placas de metal: No caso de implante metálico, o ultra-som não pode ter suas
ondas direcionadas para o local do implante. É claro que se houver um implante
metálico na porção proximal do braço, não há problema algum de utilizar o ultra-som
na porção distal.

8.Diatermia por Ondas Curtas e Micro-ondas


A diatermia consiste na aplicação de energia eletromagnética de alta frequência,
primariamente utilizada para gerar calor nos tecidos do corpo. O calor é produzido
pela resistência do tecido à passagem da energia. A diatermia como agente
terapêutico pode ser classificada em duas modalidades distintas, sendo elas a
diatermia por ondas curtas e a diatermia por micro-ondas.

Diatermia por Ondas Curtas


Esta pode ser contínua (efeito térmico) ou pulsada (efeito não térmico) e produz um
calor profundo para tratamento de lesões músculo-esqueléticas.
O tempo do tratamento varia entre os 20 e os 30 minutos.

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Efeitos Fisiológicos da Onda Curta Contínua

 Aumento da temperatura tecidular;


 Dilatação dos vasos sanguíneos;
 Aumento da frequência metabólica dos tecidos;
 Alterações nas propriedades físicas dos tecidos fibrosos (encontrados em tendões e
cicatrizes);
 Diminuição da rigidez articular;
 Diminuição da dor e da inflamação;
 Diminuição do espasmo muscular.

Efeitos Fisiológicos da Onda Curta Pulsada

 Tratamento de lesões e feridas do tecido mole;


 O seu efeito relaciona-se ao nível celular;
 Uma célula danificada perde as capacidades regenerativas e a Onda Curta Pulsada
corrige a disfunção da célula.

Métodos de Aplicação

Método Capacitativo
É o método mais utilizado atualmente. Na aplicação desta técnica cria-se um campo
magnético onde um elétrodo com carga positiva repelirá iões carregados
positivamente e atrairá aqueles carregados negativamente e vice-versa.
A intensidade do campo eléctrico é determinada pelo espaçamento dos elétrodos e é
maior quando eles estão mais juntos.
Utiliza-se 2 elétrodos que podem aparecer em placas metálicas flexíveis ou discos
rígidos metálicos.

Os elétrodos devem ter tamanho igual, ser ligeiramente maiores que a região a tratar
e devem estar equidistantes da zona a tratar.

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A colocação dos elétrodos pode ser:
Contraplanar ou Transversal: Um elétrodo em cada face do membro, aplicação
transversal.

Coplanar: Os elétrodos estão na mesma face do membro. A distância entre os


elétrodos deverá ser superior à distância destes à pele. Se a distância entre os
elétrodos for menor do que a distância deste à pele, a corrente passa diretamente
entre eles seguindo o caminho de menor resistência e assim provoca um aquecimento
mais superficial.

Longitudinal: Os elétrodos são colocados nos extremos dos membros. Possibilita a


orientação do campo elétrico na direcção dos tecidos, favorecendo o seu fluxo através
de tecidos de menor resistência.


Método Indutivo
Uma corrente é gerada dentro do aparelho e passa por um fio condutor em espiral e
utiliza um método de bobina. O campo magnético associado está orientado
perpendicularmente à direção do fluxo da corrente, e portanto dirigido para o corpo

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onde se formará uma corrente secundária. O campo magnético atua como meio
transmissor para os tecidos.

Contra-Indicações
 Pacientes com Pacemaker;
 Material metálico nos tecidos orgânicos (próteses metálicas, D.I.U);
 Gravidez;
 Áreas hemorrágicas;
 Tuberculose activa
 Tromboflebite;
 Neoplasias;
 Nas epífises em crescimento (nas cartilagens da criança)
 Alterações da circulação sanguínea;
 Diminuição da sensibilidade térmica.

Precauções na aplicação e durante o tratamento


Em relação ao utente:

 Pesquisar a sensibilidade térmica e dolorosa;


 Identificar contra-indicações;
 Retirar objetos metálicos da região a tratar (anéis, pulseiras, etc);
 Verificar se a pele se encontra seca;
 Pedir ao utente que refira imediatamente qualquer sensação sentida ao longo do tratamento.

Em relação ao aparelho:

 Verificar se os cabos se encontram correctamente ligados;


 Verificar se os cabos não se encontram perto de metais;
 Confirmar se as gónadas não se encontram sob irradiação;
 Todos os objetos metálicos devem estar a um mínimo de 3m dos elétrodos e cabos.

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Diatermia por Micro-Ondas
As micro-ondas são uma modalidade de aquecimento profundo que converte energia
eletromagnética de alta frequência em calor, não sendo tão profundo quanto as ondas
curtas.
As micro-ondas têm maior eficácia para tratar áreas com baixo conteúdo de gordura
subcutânea e constituem uma forma de diatermia, no entanto não é tão profunda
como as ondas curtas ou o ultra-som. A diatermia por micro-ondas tem uma
frequência muito mais alta e um comprimento de onda mais curto do que a diatermia
por ondas curtas. As unidades de micro-ondas geram um campo elétrico forte e um
campo magnético relativamente pequeno.
O tempo de tratamento varia entre os 10 a 20 minutos.
Situações agudas: 5 a 15 minutos - Sensação de calor suave
Situações crónicas: 10 a 20 minutos – Sensação de calor confortável

Modo de Aplicação

 Emissão contínua (efeitos térmicos)


 Emissão pulsada (efeitos atérmicos)

Indicações Terapêuticas
 Relaxamento local;
 Alívio da dor;
 Aumento da amplitude de movimento;
 Diminuição da rigidez;
 Aumento do fluxo sanguíneo.

Contra-Indicações
 Condições músculo-esqueléticas agudas;
 Condições inflamatórias agudas;
 Áreas com isquémia;
 Áreas preenchidas com líquido;
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 Olhos;
 Áreas com sensibilidade reduzida;
 Sinovite;
 Tumores malignos;
 Área pélvica durante a menstruação;
 Testículos;
 Gravidez;
 Epífises em crescimento;
 Pacientes com pacemaker;
 Implantes de metal;
 Aparelhos intra-uterinos.

Precauções
 O paciente não deve entrar em contato com qualquer cabo;
 Não deve haver cruzamento dos cabos principais;
 É recomendado que a região a tratar esteja na posição horizontal ou elevada durante
o tratamento;
 A incidência deve ser sempre perpendicular à pele;
 A área tratada deve estar despida e seca;
 A válvula de magnetron leva alguns minutos para ficar aquecida, sugerimos que
aguarde 30 a 60 segundos para direcioná-lo ao paciente;
 Devem ser retiradas todas as peças metálicas e aparelhos eletromagnéticos que
estejam próximos ao aparelho.

9. LASER (Light Amplification by Simulated Emission of Radiation)


O termo LASER significa em português amplificação da luz através de emissão
estimulada de radiação.
É um equipamento que concentra altos níveis de energia num feixe estreito de luz
monocromática, coerente (com forma idêntica) e a radiação é unidirecional, daí ter
que ser aplicada perpendicularmente à zona a tratar.
Para fins terapêuticos é utilizado com intensidades e potências baixas, de forma a não
provocar destruição tecidular.

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Efeitos Terapêuticos
 Diminuição da dor;
 Redução do processo inflamatório;
 Aumento da actividade enzimática;
 Aumento dos macrófagos (resolução mais rápida da inflamação);
 Melhora a cicatrização de feridas abertas;
 Aumento do fluxo sanguíneo;
 Aumento do metabolismo;
 Tratamento de artrites.

Contra-Indicações
 Neoplasias;
 Crianças;
 Infeções cutâneas;
 Região abdominal na gravidez;
 Pacientes fotossensíveis.

Precauções
 O ângulo de incidência deve sempre estar localizado sobre a área de aplicação;
 O Fisioterapeuta e o paciente devem usar proteção ocular específica;
 A pele do paciente deve sempre estar limpa, sem cremes, óleos ou mesmo secreções
sebáceas;
 Antes do uso é importante testar a caneta do LASER;
 Evitar materiais refletores (espelhos, relógios, etc.).

Técnicas de Aplicação
Técnica de contato:

 Aplicação do laser por pontos, no local da dor, diretamente sobre a pele exercendo pressão sobre a
pele;
 Maximiza a energia transmitida ao tecido alvo;
 Diminui o fenómeno da reflexão do feixe;
 A pressão da sonda diminui a perfusão sanguínea nos tecidos;
 Deve-se aplicar um estímulo manual durante a aplicação;
 A pressão a realizar depende da profundidade/localização e da sensibilidade da estrutura;
 Deve-se segurar a sonda de forma firme e perpendicular ao tecido alvo.

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Técnica de não contato:

 Deve-se utilizar em irradiações da superfície de feridas abertas;


 A sonda deve ser segurada de forma perpendicular ao tecido alvo, mantendo a zona de
irradiação;
 Deve-se manter a distância mínima entre a sonda e a ferida.

Técnica por varrimento:

 A sonda é mantida entre 5 a 10 milímetros na região a tratar. Esta técnica é mais


utilizada em cicatrizes.

Combinação com outras técnicas

 O laser não constitui uma técnica de tratamento isolada, mas parte de um plano de
tratamento.
 Terapias manuais: Antes da aplicação do laser.
 Termoterapia: Crioterapia (antes); calor (depois).

10.Pressoterapia
A pressoterapia é uma técnica terapêutica do tipo instrumental, cuja finalidade é a
redução dos edemas de origem venosa.
O sistema venoso é um dos responsáveis pela drenagem de fluidos para a corrente
sanguínea. Assim sendo, quando por algum motivo esta circulação está comprometida,
a formação de edemas é inevitável. O edema nas pernas é responsável pela sensação
de peso e cansaço nos membros inferiores.
O aparelho de pressoterapia é composto por botas ou mangas compressoras
compartimentadas em diversas câmaras pneumáticas. Com a ajuda de um compressor
insufla-se ar nessas câmaras, a uma pressão corretamente doseada de modo a ser
exercida pressão sobre o membro afetado. A intensidade deve ser superior a 30 mmHg.

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Efeitos Terapêuticos

 Estimula e preserva e circulação de retorno (venoso);


 Melhora a circulação sanguínea e a retenção hídrica;
 Elimina a sensação de peso e cansaço nos membros inferiores;
 Previne o aparecimento de varizes;
 Favorece a reabsorção de edemas (venosos) e a eliminação dos líquidos retidos;
 Melhora a elasticidade cutânea.

Como ocorre a diminuição do edema na pressoterapia?

 Aumento da pressão na artéria pulmonar; Favorece o retorno


 Aumento da pressão na aurícula direita; venoso
 Aumento da pressão nos capilares pulmonares.

Regras para aplicação

 Não utilizar isoladamente;


 Câmara sem ter contato direto com a pele (meias finas de algodão como interface);
 Tempo de utilização: 45 a 60 minutos;
 Intensidade: Inferior a 30 mmHg.

Indicações

 Insuficiência linfática venosa;


 Deficiência na contração muscular;
 Edema pós-traumático;
 Edema pós-cirúrgico;
 Linfedema primário e secundário;
 Úlceras de origem venosa.

Sinais de Alerta

 Aumento do volume em algumas partes do corpo (extremidades);


 Pernas cansadas;
 Derrames;
 Diminuição da capacidade de eliminação de toxinas;

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 Edemas.

Causas mais comuns

 Desordem do retorno venoso;


 Défice de ativação na contração muscular, devido à diminuição de atividade física;
 Excesso de ingestão de toxinas;
 Hereditariedade.

Contra-Indicações

 Tromboflebites - Fase aguda: consiste num processo inflamatório de um segmento de uma veia, com
formação de coágulos na zona afetada. Existe tumefação e vermelhidão marcadas (sinais do
processo inflamatório) ao longo do segmento de veia atingido, que é extremamente doloroso á
palpação. Pode ocorrer febre e mal-estar;
 Dermatites -inflamações na pele;
 Insuficiência /renal;
 Processos inflamatórios agudos;
 Quadros nos quais a pressão lesaria mais as estruturas;
 Gangrena (necrose isquémica das extremidades);
 Doença vascular periférica (arteriosclerose);
 Trombose venosa profunda.

11.Técnicas de Mobilização

Ao falarmos de mobilizações, podemos falar de mobilizações articulares ou de


mobilizações a doentes.
As mobilizações articulares são técnicas específicas de padrões de movimento, dentro
de amplitudes fisiológicas e terapêuticas com fins muito concretos. Por sua vez, as
mobilizações de doentes podem ser a deslocação no leito, alternância de decúbitos,
sentar, deslocar no sentido da cabeceira da cama, deslocar no mesmo decúbito mais
para a esquerda, ou direita, etc.

Mobilização Articular

Relação entre movimentos fisiológicos e acessórios


O movimento fisiológico é aquele que resulta das contrações musculares ativas,
concêntricas e excêntricas, que movem os ossos e articulações. É denominado de
movimento osteocinemático e é voluntário.

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Os movimentos acessórios ou artrocinemáticos são movimentos que acompanham o
movimento fisiológico, ou seja, movimentos dentro da articulação e tecidos vizinhos
que são necessários para a realização da amplitude normal do movimento, mas não
podem ser executados pelo paciente.
Ambos os movimentos ocorrem simultaneamente, pois para que se consiga fazer a
amplitude total do movimento fisiológico, o movimento acessório normal deve ocorrer.

Artrocinemática Articular
Consiste no conjunto de movimentos acessórios (girar, rolar e deslizar). O movimento
das superfícies articulares dentro da articulação é uma combinação de movimentos
como o rolar, deslize e girar.

Girar Rotação de um segmento sobre um eixo mecânico imóvel e pode ocorrer
tanto no sentido dos ponteiros do relógio como no inverso. Um exemplo de girar é o
movimento da cabeça do rádio na articulação rádio-cubital superior, como ocorre na
pronação e na supinação do antebraço.


Rolar Com uma superfície articular fixa e a outra móvel, o rolar ocorre sempre no
sentido do movimento. Por exemplo, na abdução da articulação gleno-umeral com a
cavidade glenoideia fixa, a superfície articular da cabeça do úmero roda superiormente,
ou seja, na mesma direção do movimento.


Deslizar Ao contrário do rolar, o deslize entre superfícies articulares não ocorre sempre
no sentido do movimento. A direção na qual o deslize ocorre depende se a superfície
articular móvel é côncava ou convexa.

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Regra do côncavo e do convexo
Se a superfície articular em movimento for convexa, o deslize vai ocorrer sempre na
direção oposta ao sentido do movimento.
Se a superfície em movimento for côncava, o deslize vai ocorrer sempre no sentido do
movimento.
Por exemplo na articulação femuro-tibial, com o fémur fixo e a tíbia móvel, o deslize
da tíbia ocorre no sentido do movimento. Assim, na extensão do joelho com o fémur
fixo, o deslize da tíbia ocorreria anteriormente na mesma direcão em que a diáfise da
mesma estaria a mover-se.
Entretanto, se o fémur fosse o osso em movimento e a tíbia estivesse fixa, a superfície
articular do fémur deslizaria posteriormente e a diáfise do mesmo moveria-se na
direção oposta (anteriormente).
A relação entre o formato das superfícies articulares e a direcão de movimentos é
muito importante, porque, a direção das técnicas de mobilização com movimentos
acessórios de deslize é baseada nesta relação.

Técnicas de Mobilização Articular


As mobilizações são fundamentais para a manutenção das amplitudes dentro dos
limites considerados normais, evitando dessa forma a criação de aderências e de
anquiloses (rigidez) ao nível das articulações.
Os objetivos da mobilização articular são:
 Redução da dor;
 Alongamento ou aumento do comprimento do tecido conjuntivo da articulação;
 Efeitos inibidores ou facilitadores do tónus muscular;
 Efeitos proprioceptivos para melhorar a consciência postural.
As técnicas de mobilização articular são utilizadas quando existe compromisso da
mobilidade física, sendo este um estado no qual um indivíduo sofre uma limitação na
capacidade para realizar movimentos com autonomia.
Independentemente do fator causal do compromisso da mobilidade, este pode estar
associado ao risco de desuso que é o estado no qual existe um alto risco de

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deterioração dos sistemas do organismo, como consequência da inatividade músculo-
esquelética.
Quando existem alterações na mobilidade física, as intervenções devem ser para o
aumento do nível de mobilidade, dentro das capacidades existentes, pois ao aumentar
a mobilidade previnem-se simultaneamente complicações da imobilidade. É através do
exercício que se aumenta o grau de mobilidade. No entanto este também ajuda a:
 Aumentar a força e a massa muscular;
 Promover a saúde de muitos órgãos e sistemas do organismo;
 Prevenir complicações da imobilidade;
 Aumentar o auto-controlo e a auto-estima.

Os exercícios de mobilidade articular podem ser utilizados em diversas situações com a


finalidade de:
 Manter a mobilidade articular;
 Prevenir contracturas;
 Preservar a noção de movimento;
 Diminuir os níveis de espasticidade;
 Prevenir alterações cutâneas;
 Prevenir deformidades que limitam a função;
 Estimular a circulação e as terminações nervosas sensoriais;
 Restaurar a perda de função articular;
 Aumentar a resistência;
 Promover o conforto e o bem-estar;
 Diminuir ou prevenir as limitações articulares;
 Manter o volume muscular.

As mobilizações articulares podem ser de quatro tipos: ativas, ativo-assistidas, ativo-


resistidas ou passivas.
As mobilizações articulares passivas permitem manter ou recuperar as amplitudes
articulares fisiológicas e são adequadas para as pessoas que estão imobilizadas e que
não são capazes de realizar qualquer atividade que envolva o exercício de uma ou mais
articulações. As pessoas que necessitam de exercícios passivos não conseguem
mobilizar sozinhas essa parte do corpo. Os exercícios passivos por si só não aumentam
nem a massa nem a força muscular.
Em determinados casos, quando as articulações de um hemicorpo estão imobilizadas,
a própria pessoa pode realizar os exercícios, usando os membros bons para exercitar
os mais debilitados (mobilização auto-passiva).
As mobilizações articulares ativo-assistidas são utilizadas em indivíduos com
diminuição da mobilidade num ou em mais segmentos do corpo. O indivíduo que
necessita deste tipo de mobilização é diferente do que necessita da mobilização
articular passiva, pois é capaz de realizar parcialmente o movimento da articulação
afetada, necessitando de ajuda para completar o exercício por mobilidade articular
passiva, quando já não consegue mais. Além dos benefícios da mobilização passiva, a

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mobilização ativo-assistida aumenta a massa e força muscular, além de ajudar a
manter a flexibilidade da articulação.
As mobilizações ativo-resistidas são aquelas em que se aplica algum tipo de força ou
peso, resistindo ao movimento pretendido. Este tipo de mobilização contribui para o
aumento da força muscular.
Finalmente, as mobilizações articulares ativas são exercícios através dos quais o
indivíduo mobiliza a articulação até à sua amplitude máxima, autonomamente várias
vezes ao dia. Neste tipo de mobilização o auxiliar de fisioterapia deve ensinar o
paciente a fazer os exercícios com segurança, dizendo com que frequência. Este tipo
de mobilizações tem os mesmos benefícios que os ativo-assistidos.
Tendo em conta tudo o que foi mencionado anteriormente, os programas de
mobilização articular devem ser estabelecidos de modo individualizado e adaptado,
atendendo à presença ou não de lesão e ao tipo da mesma caso exista. Deve também
incentivar-se a pessoa na execução de mobilizações ativas dos segmentos corporais
em que a força e sensibilidade se encontram mantidas, ensinando-a a realizar o
movimento respeitando o alinhamento corporal e as amplitudes máximas adequadas à
situação específica, procedendo à supervisão da execução e corrigindo os movimentos
inadequados. Nos casos em que a pessoa não consegue realizar mobilizações ativas ou
ativo-assistidas, deve ser planeado e executado um plano de mobilizações passivas.

Tipos de Movimentos Articulares


Os tipos de movimentos articulares são: flexão, extensão, abdução, adução,
circundução, rotação interna, rotação externa, supinação, pronação, elevação,
depressão, desvio radial, desvio cubital, eversão, inversão, flexão plantar, flexão dorsal,
antepulsão, retropulsão, báscula anterior e báscula posterior.

Mobilização de Doentes
Entende-se por mobilização de doentes as ações de levantar, baixar, sustentar,
empurrar ou puxar.
A intervenção do Auxiliar de Fisioterapia está inerente a muitas das fases porque
passam os utentes, o acamamento é um deles e é fundamental o posicionamento
correcto, assim como a mobilidade adequada. Estes cuidados são importantes na
manutenção da mobilidade articular, do tónus, conceito de movimento e integridade
da pele.

Posicionamentos
Os posicionamentos devem-se ir adaptando com o grau de independência do utente
ou adaptarem-se às necessidades individuais do utente.

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Os objetivos dos posicionamentos são:
 Prevenir alterações da amplitude articular;
 Prevenir alterações circulatórias;
 Prevenir alterações respiratórias;
 Prevenir alterações da pele;
 Facilitar o levante precoce, promovendo a independência funcional do utente;
 Facilitar o movimento normal.

Um bom posicionamento deve:


 Permitir a mobilização adequada nos diferentes decúbitos;
 Ser confortável e funcional;
 Ser um estímulo sensorial e proprioceptivo;
 Prevenir possíveis alterações dos sistemas (tónus, ROM, movimento);
 Obedecer ao padrão correto de acordo com a condição do utente;
 Dar a noção do corpo como um todo;
 Prevenir zonas de pressão.

Os locais mais frequentes das zonas de pressão em decúbito dorsal são:


 Nuca (tuberosidades occipitais);
 Apófises espinhosas;
 Omoplata;
 Olecrâneo;
 Sacro;
 Zona glútea;
 Calcâneo.

Os locais mais frequentes das zonas de pressão em decúbito lateral são:


 Orelha;
 Ombro;
 Grelha costal;
 Trocânter;
 Côndilo externo;
 Maléolo externo.

Os locais mais frequentes das zonas de pressão na posição de sentado são:


 Omoplata;
 Tuberosidade isquiática;
 Região popliteia;
 Metatarsos.

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Há diversos procedimentos que podem ser realizados no sentido de prevenir as zonas
de pressão:
 Auto controle (espelho);
 Mudanças de decúbito (2 em 2 horas);
 Posicionamentos;
 Mobilização Passiva ou Ativa;
 Camas articuladas;
 Material anti-escaras;
 Alimentação adequada;
 Higiene adequada;
 Cuidados com a roupa.

Técnicas de Posicionamentos
1. Posicionamento em Decúbito Dorsal


Utente totalmente dependente
Objetivos:
 Alinhamento da cabeça, tronco e membros;
 Proteção da pele;
 Atenção às articulações;
 Colocar uma almofada na cabeça e ombros;
 Colocar uma almofada nos membros superiores (estes devem ficar ligeiramente
abduzidos e com rotação externa, cotovelos e dedos semi-fletidos);

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 Colocar uma almofada nos membros inferiores (estes devem ficar ligeiramente
abduzidos);
 Evitar o peso da roupa na tibio-társica (estes devem ficar em posição neutra e os
calcâneos não devem ficar apoiados).


Utente parcialmente dependente
Objetivos:
 São semelhantes aos anteriores, dando especial atenção à cintura escapular e
rotação do membro inferior.

2. Posicionamento em Decúbito Lateral


Utente totalmente dependente
Objetivos:
 Rolar o utente para este permanecer em decúbito lateral;
 Colocar uma almofada a suportar a cabeça e a cervical;
 Colocar almofadas entre as costas e a cama, o utente deve apoiar nas almofadas;
 O ombro infra-lateral deve ser ligeiramente anteriorizado e a mão desse lado deve
apoiar na almofada da cabeça;
 O membro superior supra-lateral deve estar apoiado numa almofada a um nível
neutro;
 A mão deve ser colocada em posição funcional;
 Os membros inferiores estão em flexão e com uma almofada entre os joelhos;
 A tibio-társica supra-lateral deve estar suportada pela almofada.

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Posicionamento lado afetado (1)
 Colocar a cintura escapular do lado afetado anteriorizado e numa posição funcional;
 Colocar almofadas no membro inferior supra-lateral.


Posicionamento lado afetado (2)
 Cintura escapular semelhante à posição anterior, a mão é suportada na almofada da
cabeça;
 O membro inferior supra-lateral é apoiado numa almofada, dando atenção à tibio-
társica.


Posicionamento lado afetado (3)
 Colocar a cintura escapular do lado afetado anteriorizado e numa posição funcional;
 Colocar os membros inferiores em flexão.


Posicionamento lado afetado (4)
 Colocar o membro inferior afetado numa posição em flexão, apoiado numa almofada;
 Colocar uma almofada na cabeça e os membros superiores livres.


Posicionamento lado menos afetado
 Colocar o membro superior afetado, suportado por uma almofada;
 Colocar a mão numa posição funcional;
 O membro inferior afetado deve ser anteriorizado e suportado por uma almofada.

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Mobilidade
Os métodos aplicáveis à mobilização de doentes podem ser divididos em três
categorias, de acordo com as diferentes formas de execução, assim podem ser de
mobilização manual, utilizando pequenos meios auxiliares ou utilizando grandes meios
auxiliares.
1. Métodos de mobilização manual – São executados por um ou mais prestadores de
cuidados que utilizam a sua força muscular e, sempre que possível, a eventual
capacidade residual de mobilização do doente envolvido.

2. Métodos de mobilização, utilizando pequenos meios auxiliares de mobilização de


doentes – São técnicas de mobilização de doentes executadas através de meios
auxiliares específicos, tais como lençóis deslizantes em tecido de baixa fricção, cintos
ergonómicos, uma barra em forma de trapézio fixada por cima da cama, etc.

3. Métodos de mobilização, utilizando grandes meios auxiliares de mobilização de


doentes – São executados através de equipamentos de elevação eletromecânicos.

A determinação da técnica adequada de mobilização de doentes envolve uma


avaliação das necessidades e capacidades do doente envolvido. Esta avaliação deve
incluir uma série de fatores como:
 O nível de assistência exigido pelo doente. Por exemplo, um doente não cooperante
(um doente tetraplégico, uma pessoa de idade acamada, um doente sob anestesia
geral ou em coma, a resistência do doente à mobilização, etc.) necessita de uma

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elevação mecânica, por outro lado um doente com capacidade e vontade de suportar
parcialmente o seu próprio peso pode ser capaz de se movimentar da cama para uma
cadeira utilizando um dispositivo que o ajude a levantar-se.
 O tamanho e o peso do doente. Por exemplo, um doente pode ser demasiado pesado
para ser levantado pelo prestador de cuidados sem ajuda mecânica.
 A capacidade e a vontade do doente em compreender e cooperar.
 Condições clínicas que possam influenciar a escolha dos métodos de levante ou
posicionamento.

Princípios Básicos
 Procurar ajuda sempre que necessário;
 Antes de iniciar qualquer tipo de atividade de mobilização, o prestador de cuidados
deve posicionar-se o mais perto possível do doente, colocando o joelho na cama deste,
se necessário;
 Antes de iniciar qualquer tipo de operação de mobilização, explique o procedimento
ao doente e incentive-o a cooperar o máximo possível no decurso da atividade de
mobilização;
 Manter uma postura correta durante as operações de mobilização de doentes;
 Segurar firmemente durante as operações de mobilização de doentes;
 Usar calçado e vestuário adequados.

Técnicas de Mobilidade
1. Ajustar na cama com duas pessoas
 Começar por colocar os diversos segmentos da cama ao mesmo nível, a cama deve
estar numa altura que nos permita trabalhar.
 Os profissionais de saúde devem colocar-se de lado e utilizando o resguardo da cama,
fazem contagem até 3 e deslocam o utente na direcção da cabeceira. No final
posicionam o utente.
 Não puxar pela cintura escapular e não arrastar pelo lençol.

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2. Ajustar na cama com uma pessoa (assistindo)
 Começar por colocar os diversos segmentos da cama ao mesmo nível, a cama deve
estar numa altura que nos permita trabalhar.
 O profissional de saúde ajuda o utente a fazer flexão dos membros inferiores (joelhos
fletidos e pés apoiados), aplica pressão na direção dos pés enquanto o utente faz a
ponte e se desloca na direção da cabeça.
 O profissional de saúde facilita a posição do tronco e recomeça o mesmo processo.
 Repetir até atingir a cabeceira, não puxar o utente e colocar o utente numa posição
confortável.

3. Rolar
Com assistência
 Começar por colocar os diversos segmentos da cama ao mesmo nível, a cama deve
estar numa altura que nos permita trabalhar;
 Uma mão do profissional de saúde suporta a cintura escapular e a outra a nível da
cintura pélvica;
 O rolar deve ser feito em bloco (todo ao mesmo tempo).

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Para o lado afetado
 O utente é ensinado a rolar sozinho.
 O utente deve colocar o membro superior afectado abduzido, utilizar a técnica para
fazer flexão dos membros inferiores.
 Rolar para o lado afetado, dando balanço com o membro superior bom.

4. Sentar
Decúbito lateral para o lado afetado
 Rolar para decúbito lateral, ficando na borda da cama.
 Facilitar a transferência de peso para o membro superior afectado. A nossa mão
suporta a cabeça e o tronco do utente. A outra mão facilita a nível da cintura pélvica,
até atingir a posição de sentado.
 Estabilizar na posição de sentado, tendo atenção à distribuição de peso.

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5. Posição de pé
Sem assistência
 Assumir a posição de sentado;
 Colocar ambas as mãos na borda da cama, à frente das ancas;
 Inclinar para a frente, trazendo o nariz na direção dos pés;
 Fazer extensão da coluna e dos joelhos.

Com assistência
 Assumir a posição de sentado;
 O profissional de saúde dá apoio ao membro superior afetado;
 Não puxar pelo membro superior;
 Dar suporte a nível dos joelhos, na face latero-externa;
 O profissional de saúde faz transferência do peso para trás e conjuntamente com o
utente, permite que este assuma a posição de pé.

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Transferências
As transferências são um conjunto de técnicas coerentemente organizadas e
padronizadas, que visam facilitar no indivíduo a deslocação de uma superfície para a
outra.
Segundo Palmer, “transferência é uma mudança do paciente de uma superfície para
uma outra, ou de um objeto para outro, por meio de um padrão específico de
movimentos seguros e eficientes”.
As transferências para serem efetuadas de forma correta devem ser realizadas em
segurança, permitir alinhamento, distribuição de peso equitativo, controlo da linha
média e deve haver uma informação prévia ao doente do que se vai realizar, para que
este esteja consciente do que lhe vai acontecer.
Os elementos necessários para as transferências serem seguras e eficientes são uma
combinação de capacidades físicas com equipamentos adequados e técnicas que
sejam adequadas às capacidades dos indivíduos. Assim, são necessárias superfícies
firmes e estáveis e também é necessário que os indivíduos possuam capacidades de
apreender habilidades motoras, ou seja, que física e mentalmente estejam aptos.
Outro aspecto fundamental é conhecer bem o utente, para escolher a técnica
adequada e adaptá-la a cada situação concreta, pois existem aspectos a valorizar tais
como:
 Estado fisiológico;
 Mobilidade;
 Força e resistência;
 Equilíbrio;
 Compreensão e motivação.

Como realizar a transferência?


1- Avaliação:
 Tipo de Patologia;
 Grau de dependência;
 Condições em que está acamado.

2- Estratégia:
 Número de transportadores;
 Avaliação do local;
 Tipo de transferência;
 Trajeto.

3- Minimizar os fatores de risco:


 Preparar o quarto;
 Analisar o espaço para elevação e transporte;
 Posição da cadeira (trajeto fácil, curto, mínimo de curvas, funcional);
 Se é uma atividade segura;

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 História de transferências anteriores (correram bem ou mal?) .

4- Profissional de Saúde:
 Avaliar o grau funcional do utente;
 Escolher a transferência adequada;
 Ensinar outros profissionais/familiares.

5- Equipa
 Transferências geralmente são realizadas em equipa;
 Chefe de equipa comanda a manobra;
 Todos devem saber qual a estratégia escolhida;
 Ordens devem comandar, ser claras e explícitas.

6- Comunicação
 Explicar ao utente de forma clara e simples a transferência;
 Atitude de segurança e confiança;
 Situação de stress (grandes dependentes);
 Reduzir medo e ansiedade.

7- Suporte
 Contato manual deve transmitir segurança e conforto;
 As mãos nunca devem suportar por cima;
 As pontas dos dedos não devem fazer pressão no segmento;
 A mão deve estar em concha para se moldar ao segmento;
 Evitar mãos suadas;
 Fazer pressão contra o colchão;
 Tronco bem suportado com boa estabilização.

8- Transportadores
 Avaliação da força;
 Altura dos transportadores;
 Base de sustentação;
 Posição dos membros inferiores;
 Alavanca.

Uma má transferência pode ser consequência de:

 Má avaliação do peso do utente;


 Má avaliação do grau de dependência do utente;
 Número de transportadores insuficiente;
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 Não retirar os obstáculos;
 Alavanca grande;
 Má comunicação entre a equipa e o paciente;
 Posição dos transportadores mal escolhida;
 Transportadores com alturas diferentes;
 O paciente não usar roupa adequada.

Os fatores a ponderar na escolha da transferência são:

 Se o paciente pode ajudar na transferência;


 Se o paciente apresenta limitações articulares ou alterações do tónus;
 Qual o estado de consciência do paciente;
 Em que posição se encontra o paciente;
 Qual o local para onde efetuar a transferência;
 Se o nível de dor permite que lhe toquemos;
 Se a pele do paciente se encontra integra;
 Se o paciente apresenta alterações de linguagem, auditivas ou visuais.

Técnicas de Transferências
1. Transferência com 3 / 4 transportadores
- Cama ↔ Cama
- Cama ↔ Cadeira de rodas
2. Australiana com 2 transportadores
3. Cadeirinha com 2 transportadores
4. Transferência com 2 transportadores
- Cama ↔ Cadeira
- Cadeira ↔ Cadeira
- Cadeira ↔ Colchão
5. Transferência com 1 transportador
- Cama ↔ Cadeira
- Cadeira ↔ Cadeira
6. Transferência do utente sozinho

1. Transferência com 3 / 4 transportadores


Esta transferência é utilizada em situações de grande dependência (ex. lesões
vertebro-medulares) em que o segmento tronco – cabeça deve merecer especial
atenção, necessitando de uma boa estabilização.

- Cama ↔ Cama

Suporte do segmento cervical
Um dos membros suporta a região occipital e estabiliza as duas primeiras vértebras
cervicais. O outro membro suporta a região superior do tronco, ao nível das espinhas
da omoplata. Normalmente é o chefe de equipa que tem esta função, dado ser de
grande importância.

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Suporte da região pélvica
Um membro suporta a região lombar e o outro a face posterior das coxas. Esta posição
deve ser assumida pelo elemento da equipa com mais força.

Suporte dos membros inferiores
Um membro suporta a nível do 1/3 inferior das coxas, acima da região popliteia e o
outro a nível do 1/3 inferior das pernas, acima da região dos maléolos.
Nota: Quando a transferência é realizada com 4 transportadores, um fica
exclusivamente a segurar a cabeça e cervical, acompanhando o movimento.


Procedimento:
1. Chegar o utente para o bordo da cama. Os membros superiores devem ser
colocados nos locais referidos, os antebraços devem estar fletidos e junto ao tronco, a
força deve ser feita pelos membros inferiores, que devem estar semi-fletidos e um à
frente do outro.
2. De uma forma sincronizada voltar/rolar o utente para os transportadores, fazendo a
elevação deste à custa dos membros inferiores.
3. O trajeto deve ser o mais curto possível, coordenado e associando o comando
verbal.
4. O utente deve ser colocado na cama de uma forma suave, à custa da flexão dos
membros inferiores, devendo estar um colocado à frente do outro.
5. Não esquecer de posicionar o utente de uma forma correta.

Alternativa:
1. Com a utilização de um lençol, os quatro transportadores podem fazer a
transferência de uma cama para a outra.
2. Os elementos mais baixos podem-se colocar em cima da cama, de forma a
protegerem as suas costas.
3. O lençol deve ser enrolado para se tornar mais resistente.
4. Decidir se a transferência se faz de uma só vez ou se colocam na beira da cama e
depois transferem para a outra.

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- Cama ↔ Cadeira de Rodas
Este tipo de transferência é utilizado nas mesmas situações que a transferência cama
↔ cama, os locais, a sequência e as regras de transporte são os mesmos.

Procedimento:
1. Chegar o utente para o bordo da cama. Os membros superiores devem ser
colocados nos locais referidos, os antebraços devem estar fletidos e junto ao tronco, a
força deve ser feita pelos membros inferiores, que devem estar semi-fletidos e um à
frente do outro.
2. De uma forma sincronizada voltar/rolar o utente para os transportadores, fazendo a
elevação deste à custa dos membros inferiores.
3. O trajeto deve ser o mais curto possível, coordenado e associando o comando
verbal.
4. O transportador que dá apoio na região cervical fica um pouco atrás na cadeira para
facilitar o movimento de sentar. Os outros 2 transportadores semi-ajoelham-se,
coordenados com o primeiro proporcionando o movimento.
5. Não esquecer de posicionar o utente de uma forma correcta, o primeiro nas costas
da cadeira segura os antebraços do utente e puxa para cima e para trás. O outro
suporta os membros inferiores e acompanha o movimento.

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Nota: Ao transferir da cama para a cadeira deve-se ter o cuidado de travar a cadeira de
rodas, recolher o pedal e retirar o braço do lado da transferência, para que esta
decorra de forma segura e correta.

A transferência cadeira de rodas ↔ cama é executada da mesma forma, mas em


sentido inverso. É mais funcional colocar a cadeira no enfiamento da cama, embora o
mais vulgar seja a cadeira ser colocada de lado, por falta de espaço.

2. Australiana com 2 Transportadores


Este tipo de transferência pode ser utilizada para:
 Longos percursos;
 Subir/Descer escadas;
 Ajustar o utente na cama;
 Passar para o chão.

- Transferência num determinado percurso


Nesta transferência os transportadores encontram-se de frente para o trajeto a
efetuar, o que facilita a tarefa. Os dois transportadores devem ter a mesma altura e a
elevação deve ser feita através dos membros inferiores.


Procedimento:
1. Os dois transportadores estão de frente para o utente, devem encostar o ombro do
transportador ao tronco (a nível da grelha costal), abaixo da axila.
2. Dar o braço do mesmo lado ao outro transportador, por baixo das coxas do utente,
proporcionando um assento. Deve-se fazer uma pega de punho ou dedos, de forma a
ser mais seguro.
3. O membro superior livre do transportador pode dar suporte às costas do doente.
4. A elevação deve ser feita através da força dos membros inferiores, passando de
flexão a extensão.

- Transferência da Cadeira ↔ Chão


Procedimento:
1. Os dois transportadores estão de frente para o utente, devem encostar o ombro do
transportador ao tronco (a nível da grelha costal), abaixo da axila.
2. Dar o braço do mesmo lado ao outro transportador, por baixo das coxas do utente,
proporcionando um assento. Deve-se fazer uma pega de punho ou dedos, de forma a
ser mais seguro.

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3. O membro superior livre do transportador fica apoiado no braço/assento da cadeira,
de forma a facilitar o push-up.
4. O transportador deve estar numa posição semi-fletida.

Nota: Se o utente se encontrar afastado da cadeira, deve ser ajustado de forma a ficar
perto, facilitando a transferência. O procedimento é idêntico seja para a subida ou
descida.

- Australiana para ajustar o utente na cama



Procedimento:
Os passos de 1 a 3 são iguais ao descrito anteriormente.
4. O membro superior livre deve ser apoiado na cama.
5. O utente deve ser deslocado sem arrastar.

3. Cadeirinha com 2 transportadores


Este tipo de transferência pode ser utilizado para longos percursos.

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Procedimento:
1. Os transportadores estão frente a frente, ficando de lado para o caminho.
2. Ambos os membros superiores dos transportadores cruzam por baixo das coxas do
utente, de forma a proporcionar um assento.
3. O utente abraça os transportadores.

4. Transferência com 2 transportadores


Este tipo de transferência pode ser utilizado em utentes que estejam parcialmente
dependentes. O utente encontra-se na posição de sentado, com os membros
superiores cruzados à frente.
- Cama ↔ Cadeira
- Cadeira ↔ Cadeira
- Cadeira ↔ Colchão


Procedimento:
1. Um dos transportadores coloca-se por detrás do utente, suportando o peso do
corpo, fazendo a pega ao nível dos antebraços do utente.
2. O segundo transportador suporta os membros inferiores, suportando um dos
membros superiores as coxas e o outro membro as pernas.
3. A elevação ou abaixamento devem ser feitos à custa dos membros inferiores.
Nota: De forma a facilitar a manobra o utente deve estar próximo da borda do
colchão.

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5. Transferência com 1 transportador
Este tipo de transferência pode ser utilizado em utentes que estejam parcialmente
dependentes.
- Cama ↔ Cadeira
- Cadeira ↔ Cadeira

Tem que se ter em atenção a posição entre as duas superfícies de transferência, estas
devem fazer um ângulo e devem estar ao mesmo nível. Não sendo possível, a
superfície para onde se transfere o utente deve ser mais baixa.
No caso de estarmos a utilizar uma cadeira de rodas deve-se ter o cuidado de a travar
e retirar o braço e recolher o pedal do lado da transferência.
É necessário dar atenção aos pés do utente, estes devem ficar numa posição
intermédia, para que no final da transferência não fiquem numa posição incómoda.


Procedimento:
1. O utente deve ser informado do tipo de auxílio que pode dar no sentido de facilitar
a transferência. Este deve inclinar-se para a frente no momento da impulsão,
apoiando-se no profissional de saúde e se possível ajudar com os membrosinferiores.
2. O profissional de saúde encontra-se de frente para o utente, os seus membros
inferiores devem estar semi-fletidos estabilizando os joelhos do utente, a nível da face
latero-externa, impedindo a abdução e a flexão.
3. O tronco do utente deve estar suportado pelo nosso e a sua cabeça apoiada no
nosso ombro.
4. Os braços do utente podem ficar cruzados e apoiados no nosso pescoço.

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5. Os nossos membros superiores apoiam-se na cintura pélvica (de preferência
utilizando um cinto).
6. A cabeça do profissional de saúde deve estar virada para o lado da transferência
para controlar melhor a manobra.

Nota: A transferência pode ser feita sentada se o utente não tiver muita força ou
equilíbrio, ou de pé se a condição do utente já o permitir. Para ser realizada de uma
forma eficaz não é necessário utilizar muita força mas sim coordenar a ajuda do utente
com a nossa posição e os comandos.

Alternativa:
Esta transferência pode ser utilizada em utentes parcialmente dependentes e que têm
dificuldade em assumir a posição de pé.
1. Preparar a cadeira de rodas para a transferência
2. Colocar o utente sentado
3. Rodar o utente
4. Fazer balanço para a frente de forma a transferir a pessoa para a cadeira de rodas.

Nota: Pode ser utilizado um cinto para dar mais segurança e facilitar a tarefa ao
profissional de saúde.

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6. Transferência do utente sozinho

Procedimento:
1. Colocar-se na posição de sentado
2. Preparar a cadeira de rodas para a transferência
3. Colocar uma das mãos no braço da cadeira que está mais longe e a outra mão na
cama
4. Fazer força com os membros superiores e deslizar para a cadeira de rodas.
Nota: Pode ser utilizado uma tábua de deslize para dar mais segurança e facilitar a
tarefa ao utente.

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Ajudas técnicas de apoio à mobilização e marcha
As Ajudas Técnicas são materiais, equipamentos, sistemas que servem para compensar
a deficiência ou atenuar-lhe as consequências, impedir o agravamento da situação
clínica da pessoa e permitir o exercício das atividades quotidianas e a participação na
sua vida escolar, profissional, cultural e social.
Este tipo de ajudas destina-se às pessoas com deficiência, aos idosos ou pessoas que
necessitam de as utilizar de forma temporária ou definitiva e são meios indispensáveis
ao bem-estar, autonomia, integração e qualidade de vida destas mesmas pessoas.
As Ajudas Técnicas servem para a pessoa posicionar-se corretamente, estabilizar o
corpo ou partes do corpo; prevenir e evitar deformidades; facilitar e desencadear o
movimento e a realização de tarefas de forma segura; funcionar com menos esforço e
menos consumo de energia, com menos dor e maior comodidade.
As Ajudas Técnicas são colocadas ou utilizadas pelo próprio utilizador ou com a ajuda
de terceiros (técnicos, familiares) para que a pessoa se torne mais independente e
autónoma.
Alguns exemplos de Ajudas Técnicas são cadeiras de rodas, andarilhos, canadianas,
almofadas anti-escaras, colchões anti-escaras, camas articuladas, elevadores de
transferência, próteses (sistemas que substituem partes do corpo ausentes), ortóteses
(sistemas de correção e posicionamento do corpo), etc.

12.Correção Postural
A postura ou atitude corporal é a posição relativa da cabeça, do tronco e dos membros,
quer em repouso quer em movimento.
Uma postura corporal correta contribui para o nosso bem-estar e evita que surjam,
futuramente, deformações na coluna vertebral.

Uma postura incorreta envolve uma relação defeituosa entre os vários segmentos
corporais que produz um aumento da tensão nas estruturas de suporte e produz um
equilíbrio inadequado.

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As principais causas de uma postura incorreta são:
 Traumatismo;
 Patologias que limitam a perda funcional da força muscular e a mobilidade;
 Hábitos de postura viciosa;
 Fraqueza muscular;
 Atitude mental;
 Hereditariedade;
 Vestuário Inadequado.

As consequências de uma má postura são:


 Desvios das curvaturas da coluna;
 Desigual pressão nas superfícies articulares;
 Aumento da tensão ligamentar e capsular;
 Aumento do trabalho muscular;
 Dor.

Desvios Posturais e Técnicas de Correção



1. Hiperlordose cervical Acentuação da concavidade da coluna
cervical. Correção: Fortalecimento da musculatura anterior do pescoço.


2. Hipercifose dorsal Acentuação da convexidade da coluna
dorsal. Correção: Fortalecimento da musculatura posterior do tórax.


3. Hiperlordose lombar Acentuação da concavidade da coluna lombar.
Correção: Fortalecimento da musculatura abdominal.


4. Escoliose Deformação ou desvio lateral da coluna
vertebral. Correção: Exercícios de alongamento e respiratórios.

Como prevenção dos problemas posturais deve-se ter em conta:

 Auto-motivação;
 Aquisição de conhecimentos sobre uma postura correta;
 Imagem postural;
 Alívio da tensão e dor através do relaxamento;
 Adquirir a mobilidade e força muscular;
 Bons hábitos de trabalho e de repouso.

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Conclusão

Existe uma variedade de correntes que podem ser utilizadas na eletroterapia e cada
uma apresenta particularidades próprias quanto às suas indicações e contra-
indicações.
Mas todas elas tem um objetivo em comum, ou seja, devem produzir algum efeito no
tecido a ser tratado que é obtido através das reações físicas, biológicas e fisiológicas
que o tecido desenvolve ao ser submetido à terapia.
Para que o auxiliar de fisioterapia escolha os aparelhos a serem utilizados terá de
proceder à avaliação do paciente, tendo em conta a sua patologia.
O auxiliar de fisioterapia também deve ter em atenção os resultados dos aparelhos
utilizados pois embora possam estar indicados para a patologia em questão, podem
ser desaconselhados para o paciente.
Os recursos mais utilizados na prática clínica são os calores húmidos, parafina,
crioterapia, ultra-som, TENS, LASER e correntes interferenciais.
A mobilização articular é uma técnica de terapia manual que tem como objetivo
mobilizar superfícies articulares de forma a atingir um determinado efeito terapêutico.
Pode ser de quatro tipos, sendo eles a mobilização passiva, a mobilização ativa, a
mobilização ativa-assistida e a mobilização resistida.
A mobilização pode ser utilizada em várias áreas, desde a músculo-esquelética
(restabelecimento de amplitudes articulares normais após lesão), neurologia
(diminuição do tónus), entre outras.
A mobilização também é fundamental em casos de acamamento, pois os indivíduos
encontram-se imobilizados pela própria situação em si.
Nestes casos a introdução de movimento através de técnicas de mobilização articular
juntamente com posicionamentos corretos e mobilidade adequada fazem repercutir
os seus efeitos ao nível dos diferentes sistemas.
Em suma, os recursos da fisioterapia e as técnicas de mobilização contribuem para a
recuperação física e o bem-estar dos pacientes.

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Bibliografia

• Prentice, W. E.; “Modalidades Terapêuticas para Fisioterapeutas”, editora


Artmed, 2ª edição; 2004.

• Yeng, L. et al. (2001) “Physical Medicine and Rehabilitation in Chronic Pain


Patient” (80), 245-255.

• Agne, J. E. “Eu sei Eletroterapia”, editora Andreoli, 2ª edição; 2011.

• Apontamentos da disciplina de Terapia pelos Meios Físicos da Universidade


Atlântica.

• Osman, N. & Campbell, M. “Adult Positions, Transitions and Transfers”, Therapy


Skill Builders; 1998.

• Bárcia, S. “Sebenta de Treino Funcional”, Barcarena: Escola Superior deSaúde


Atlântica; 2004.

• Dias, O. et al. “Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa com


Traumatismo Vértebro-Medular”, Ordem dos Enfermeiros; 2009.

• Queirós, P.; Cardoso, F.; Margato, C. “Técnicas de Reabilitação I - Manual Sinais


Vitais”, Edições Formasau; 1998.

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