Você está na página 1de 48

MF50_livros.

indd 46 4/8/2009 10:58:39


editorial
Editora Saber Ltda.
Diretores Comemoremos! A Mecatrônica Fácil chega à
Hélio Fittipaldi sua 50ª edição, mas não pára de inovar. Sempre
trazendo projetos e matérias para tornar mais
MECATRÔNICA divertido o aprendizado dos conceitos de Auto-
FÁCIL mação, Eletrônica e Mecânica. Neste número
www.mecatronicafacil.com.br temos uma matéria sobre tecnologia militar con-
tando tudo sobre uma das mais interessantes e
Editor e Diretor Responsável
Hélio Fittipaldi polêmicas aplicações para os robôs: o combate.
Um robô com garra feito com Modelix, o kit pa-
Conselho Editorial
Luiz Henrique C. Bernardes, ra montar para o leitor soltar a imaginação; um
Newton C. Braga, pouco de Física em um artigo sobre fl uídos e
Renato Paiotti
outro explicando o Princípio de Pascal . E tam-
Editor Técnico bém: mais sete projetos no Montatreko, como
Carlos Eduardo Bazela
fazer uma boa soldagem, Robonews etc...
Design Gráfico
Carlos C. Tartaglioni
“Não sei como será a Terceira Guerra Mun-
Colaboradores
Igor Solano dial, mas a Quarta será com paus e pedras.”
Newton C. Braga Albert Einstein.
Rafael Gonçalves de Souza
Renato Paiotti

Capa Carlos Eduardo Bazela


Arquivo Editora Saber

PARA ANUNCIAR: (11)2095-5339


atendimento@mecatronicafacil.com.br índice
ASSINATURAS
www.mecatronicafacil.com.br
Fone: (11) 2095-5335/Fax: (11) 2098-3366
10 Robonews
02
Atendimento das 8:30 às 17:30 h
Um Pouco Sobre Pascal 04
A história e o conhecimento de um dos maiores nomes da Física.
Mande suas dúvidas, comentários e críticas para
atendimento@mecatronicafacil.com.br
Saiba Mais Sobre os Fluídos 07
O que são e para que servem

Associado da: Direto do Front


O que há de mais avançado em robôs direto dos campos de batalha
10

Como Funcionam os Encoders 16


Um dos mais importantes tipos de sensor usados em automação
Associação Nacional das Editoras de
Publicações Técnicas, Dirigidas e Especializadas. Modelix 20
Veja como montar um robô com garra utilizando o kit

Como Soldar 25
Truques e macetes para não comprometer seus projetos

Seleção de Controle de Motores


Algumas sugestões para equipamentos de corrente contínua e alternada
30

FluidSIM 36
Aprenda como usar este prático software e crie os seus

Monta Treko 38
Sete projetos para aprender brincando

Literatura Técnica
Dicas de livros para quem sempre quer saber mais
45
n notícias

Robo
Robôs brasileiros
são bons de bola
gorias diferentes: Simulation, Middle
Size, Standard Plattaform, Humanoid
e Small Size, sendo que esta última,
com robôs de 15 cm, foi a categoria
na qual concorreram os universitários
brasileiros.
Os jogos são disputados por dois
times de cinco jogadores – incluindo
goleiros, que jogam em um campo de
17,5 m² monitorados por duas câme-
ras instalada a uma altura de três a
quatro metros.
Segundo o professor coordenador
do Projeto Futebol de Robôs da FEI,
Flávio Tonidandel, esta foi a primeira
vez que uma equipe brasileira con-
seguiu se classificar para a segunda
fase da competição na categoria
Small Size.
Atualmente, o time está “concen-
A equipe de futebol de robôs aconteceu no início do mês em Graz, trado” se preparando para disputar a
RobôFEI, composta por projetos dos na Áustria. competição nacional que acontecerá
alunos do Centro Universitário da FEI Com a participação de 400 equi- em setembro na cidade de Brasília,
(Fundação Educacional Inaciana), pes de 40 países, a RoboCup é o DF e também para a edição do ano
conseguiu figurar entre as 12 melho- equivalente do torneio da Fifa para os que vem da RoboCup, que será em
res do mundo na RoboCup 2009, que robôs, e é composta por cinco cate- Singapura.

Robô-enfermeiro
A Panasonic revelou este mês que que realmente necessitem de uma leitos em duas horas, o que corres-
desenvolveu um robô para ajudar na presença humana, como em casos ponde a metade do tempo que um
distribuição de medicamentos aos nos quais o paciente precisa ser profissional experiente levaria para
pacientes nos hospitais. movido. efetuar a mesma função.
O porta-voz da empresa, Akira O robô é totalmente autônomo e Ainda sem um preço definido,
Kadota, disse à rede de notícias estará ligado ao servidor central do estima-se que ele custará algumas
americana ABC News que o robô cir- hospital, onde terá acesso ao pron- dezenas de milhões de ienes (o que
cula pelos corredores dos hospitais e tuário médico de todos os pacientes corresponde a centenas de milhões
é capaz de carregar remédios e até para que não haja enganos na hora de dólares) e estará nos hospitais
ministrar injeções em pacientes, o de distribuir a medicação. japoneses em março do ano que vem,
que daria tempo aos enfermeiros de Segundo Kadota, o autômato será chegando em seguida aos mercados
se dedicar aos casos mais urgentes capaz de atender um hospital de 400 norte-americano e europeu.

 Mecatrônica Fácil nº50

MF50_robo.indd 2 4/8/2009 10:37:45


notícias n
Estudantes brasileiros
criam jogo educativo
Com o mesmo nome do deus Na trama de Toth, que também é o Embora a equipe de estudantes
egípcio da sabedoria, o Toth, jogo nome da cidade onde se passa o jogo, desenvolvedores do Toth, composta
interativo criado pelos estudantes do o herói, sob comando do jogador, deve pelos alunos Yuri Duarte Correa,
curso de Engenharia de Computa- salvar o mundo destruindo as formas Thiago Francisco de Almeida e
ção da Escola Politécnica da USP, foi geométricas que o ameaçam e, para Edson Hideroni Inaba Teramoto
criado para ser uma ferramenta dos isso, precisa conhecê-las. É neste tenha optado por deixar a qualidade
educadores no ensino da Matemática ponto que entra a parte educacional do gráfica em segundo plano e focar
em sala de aula. jogo, quando o jogador precisa vencer no desafio e na jogabilidade, um
Voltado para as crianças com os desafios que estão na forma de dos princípios do jogo é aproximar a
idades entre 7 e 10 anos, o jogo foi minijogos 2-D e são acessados dentro Matemática das crianças com a utili-
desenvolvido na plataforma XNA da de um mapa 3-D por onde o persona- zação de elementos simples e vistos
Microsoft, que é livre de licensa. gem (avatar) se movimenta. no cotidiano.

Einstein robô
Essa aqui dá até medo. Marion entre os músculos que eram utilizados
Bartlet e a equipe de pesquisado- para fazer determinada expressão e
res do Universidade da Califormia “aprendeu”, entre outras expressões,
criaram uma réplica robô do famoso a sorrir.
físico Albert Einstein. A semelhança O intuito do experimento é estu-
é assustadora e o robô é capaz de dar alguns princípios de aprendizado
reproduzir expressões faciais por meio de movimentos motores dos bebês,
dos 31 músculos artificiais instalados por isso a próxima etapa do trabalho
e utilizando dados armazenados em com o Einstein robô é fazê-lo interagir
um software de autoaprendizagem. com humanos e aprender como são
Segundo os cientistas, após colo- empregadas as expressões faciais
cado na frente de um espelho, o Eins- nas relações sociais entre seres
tein autômato memorizou a relação humanos.

Robô-Morcego
Pesquisadores da Universidade elétrico. Segundo os pesquisadores zado em missões de reconhecimento
Estadual da Carolina do Norte estão Gheorghe Bunget e Stefan Seelecke, de ambientes hostis e, com sensores
desenvolvendo um robô-morcego este esqueleto, que pesa menos que específicos instalados, poderá detec-
com músculos de metal. Isso mesmo! seis gramas, é a peça chave do projeto tar perigos tais como: radioatividade
O pequeno autômato será composto que permitirá ao morceguinho imitar ou agentes químicos e biológicos.
por um esqueleto fabricado em uma os movimentos de seus “irmãos” de A grande vantagem do robô-mor-
liga metálica com memória, ou seja: carne e osso com a mesma destreza. cego é acessar lugares difíceis e ter uma
permite um alto nível de elasticidade O robô corresponde à classe dos manobrabilidade maior do que os outros
mas sempre retorna à sua forma MAVs (micro-aerial vehicles) e em aviões e helicópteros autônomos, que
original quando recebe um impulso um futuro próximo poderá ser utili- voam com hélices e asas estáticas.

Mecatrônica Fácil nº50 

MF50_robo.indd 3 4/8/2009 10:37:55


r reportagem

 Mecatrônica Fácil nº50

MF50_pascal.indd 4 4/8/2009 10:38:54


reportagem
r
Um pouco sobre Pascal
e conceitos de pressão
Blaise Pascal, grande físico, matemático e filósofo fran-
cês recebeu em sua homenagem no SI ( Sistema Inter-
nacional de Unidades) o símbolo Pa, que corresponde a
pascal ou pascals, no plural.
O motivo da homenagem deve-se ao princípio descoberto
por ele, no qual uma pressão exercida em um líquido
confinado em forma estática atua em todos os sentidos
e direções com a mesma intensidade, exercendo forças
iguais em áreas iguais.

Rafael Gonçalves de Souza

Mecatrônica Fácil nº50 

MF50_pascal.indd 5 4/8/2009 10:39:00


r reportagem
Unidades de Pressão 1
As duas seringas com água
nos Sistemas unidas pelo tubo plástico
Internacional: Pa (pascal); Técni-
co: kgf/cm² ou kp/cm² (quilogramas-
força por centímetro quadrado);
Inglês : lb/pol² (libras por polega-
da quadrada) = psi (pounds per squa-
re inch)

Faça uma experiência


Pegue duas seringas de plástico
com tamanhos diferentes e um tubo
plástico (aqueles utilizados em hos-
pitais para aplicar soro são os mais
indicados) com aproximadamente
25 centímetros e um recipiente com
água.
Colocando o tubo na ponta de uma
das seringas, mergulhe a outra ponta
do tubo na água e puxe o êmbolo pa-
ra enchê-la.
Em seguida, coloque a seringa na
posição vertical com a ponta para ci-
ma e aperte devagar o êmbolo para
que as bolhas de ar saiam do tubo. mo Bolívia, Equador e Colômbia onde sim, uma pressão que movimenta os
Depois, ponha água na outra se- os jogadores comentam que a bola fi- componentes dentro de um sistema
ringa unindo-a à outra ponta do tubo, ca mais leve e ganha mais velocidade pneumático.
como mostra a figura 1. do que quando jogada em condições Esta pressão tem sua vazão dentro
Ao colocarmos as duas seringas normais, ao nível do mar, o que inter- dos atuadores rotativos (motores) ou
para baixo na posição vertical, uma fere consideravelmente no desempe- lineares (cilindros), válvulas quem têm
com o bico para baixo e a outra com o nho dos atletas em campo. o papel de direcionar a vazão deste
bico para cima, empurre o êmbolo de Temos na tabela 1 a variação da gás entre muitos outros componentes
uma delas. pressão com relação a altitude. pneumáticos que estudaremos.
A experiência deve ser repetida na Fluidos e conceitos de pressão são
posição horizontal e colocando uma Pressão de um Gás muito utilizados em automação indus-
das seringas na horizontal e outra na Por serem fluidos, os gases não trial, principalmente para exercer car-
vertical, possuem forma própria. São compri- gas de trabalho, como levantar pesos,
Faça também um tubo em forma míveis e constituídos de partículas por exemplo. As áreas responsáveis
de U, veja na figura 1. (moléculas, átomos, íons) que se mo- por sua aplicação são a hidráulica e
Observe que a água (fluido) é ca- vimentam de forma rápida e desorde- a pneumática, as quais estudaremos
paz de modificar a direção da força nada, ocupando sempre o volume total separadamente em artigos futuros.
aplicada nela. Ex.: recebendo a força do recipiente onde se encontram. Para conhecer mais sobre as máqui-
na horizontal e repassando-a na ver- A pressão é gerada quando as nas que utilizam pressão de fluidos
tical do outro. O objetivo é provar o moléculas começam a se chocar en- para operar, acesse a Comunidade
princípio de Pascal. tre si como em um bombardeio sobre www.novasaber.ning.com e veja os
as paredes do recipiente, gerando as- vídeos disponíveis. f
Pressão Atmosférica :
Vamos tratar um pouco sobre T1
pressão atmosférica. Vivemos sob o Altitude Pressão Altitude Pressão
peso do ar e não o sentimos, uma vez (m) (Kgf/cm2) (m) (Kgf/cm2)
que ele atua em nós por todos os la- 0 1,033 1000 0,915
dos com a mesma pressão. 100 1,021 2000 0,810
Mas, existe uma variação desta 200 1,008 3000 0,715
pressão se considerarmos sua altitu- 300 0,996 4000 0,629
de, sendo ela menor em lugares mais 400 0,985 5000 0,552
altos. Podemos citar como exemplos 500 0,973 6000 0,481
disso algumas partidas de futebol na 600 0,960 7000 0,419
Taça Libertadores da América, quan- 700 0,948 8000 0,363
do times brasileiros jogam em países 800 0,936 9000 0,313
localizados a uma altitude maior, co- 900 0,925 10000 0,270

 Mecatrônica Fácil nº50

MF50_pascal.indd 6 4/8/2009 10:39:09


mecânica m

Saiba mais sobre


Fluidos Igor Solano

1
Muitos de nós, quando crian- Os líquidos e os gases são fluidos
ças, já tivemos a oportunidade de
acompanharmos nossos pais numa
simples troca de óleo do carro, por
quantas vezes nos admiramos ao ob-
servar o carro sendo erguido acima de
nossas cabeças apenas por um siste-
ma composto por “duas pás e um cilin-
dro”. Sendo assim, certa vez perguntei
ao frentista que força era aquela que
vinha do solo do posto de gasolina e
levantava o carro com tanta facilidade?
Ele me respondeu:
A mesma usada também em es-
cavadeiras de tratores, é um sistema
hidráulico que transmite as forças
através de um fluido. Essa foi a pri-
meira menção que me lembro ter
parado para analisar sobre “fluido” na
minha vida.
Um pouco mais velho, na pré-ado-
lescência, tive a oportunidade de ir 2
Experiência das Duas Placas
até Foz do Iguaçu, cidade que abriga
uma das maiores usinas hidrelétricas
do mundo. Não pude visitar a usina in-
ternamente, mas de longe contemplei
tamanha muralha que fechava por to-
dos os lados nossa visão panorâmica.
A famosa barragem me surpreendeu,
ainda não entendia como uma usina
hidrelétrica produzia a energia elétri-
ca que utilizávamos em nossas casas
a centenas de quilômetros.
Indaguei e descobri que toda aque-
la fortaleza de concreto foi construída
para utilizar a força do Rio Paraná, pa-
ra que a energia hidráulica proveniente
do rio fosse transformada em um outro
tipo de energia (mecânica) movendo
as turbinas dos geradores elétricos.
Mais uma vez pude perceber a força
transmitida através de um fluido.
Os fluidos estão presentes na lu-
brificação, ventilação, esforços em
barragens, corpos flutuantes, máqui-
nas e outros assuntos inerentes às
leis da Mecânica.

Mecatrônica Fácil nº50 

MF50_fluido.indd 7 4/8/2009 10:41:09


m mecânica
3
Experiência com fluido
no lugar do sólido

4
Variação das velocidades
nos pontos do fluido

5
Tensão de
cisalhamento

O que são fluidos? Definição suficiente, porém pobre equilíbrio as tensões internas equili-
Para muitos, fluido resume-se a al- para a elaboração de um trabalho brarão a força externa aplicada, só
gum tipo de óleo (principalmente se for mais aprofundado. partindo para uma nova configuração
relacionado a carro), outros vão mais Para aprofundarmos um pouco depois de uma mudança de intensi-
além e dizem que refere-se a qualquer mais o assunto, vamos partir da ob- dade de força Ft. Dependendo do
matéria em estado líquido. Têm-se mui- servação de Newton em uma experi- tamanho da força que aplicamos, o
tas definições, porém uma das mais ência denominada “Experiência das sólido pode resistir, deformar-se ou,
básicas utilizadas é que o fluido é uma duas placas”. (figura 2) em alguns casos até cisalhar.
substância que não tem forma própria, Suponhamos duas placas planas Agora, se realizarmos a mesma
assume o formato de um recipiente. e entre elas uma matéria sólida pre- experiência utilizando algum fluido no
Analisando friamente essa defini- sa, a placa inferior encontra-se fixa e lugar do sólido, chegaremos a con-
ção, chega-se à conclusão que então a superior regida por uma força tan- clusão que o fluido - regido pela força
os líquidos e os gases são fluidos, pois gencial (Ft). Ft - deforma-se sem nunca atingir um
dentro de um recipiente eles irão as- Ao aplicarmos uma força Ft cons- equilíbrio estático. (figura 3)
sumir a forma que possui o recipiente, tante na placa superior o material Sendo assim, definimos que flui-
sendo ainda que os gases irão se es- sólido se deformará enquanto não se do é uma substância que sob a ação
palhar por todo o recipiente, enquanto atingir uma nova forma de configu- de uma força tangencial constante
os líquidos apresentarão uma superfí- ração que aponte para uma posição jamais atingirá uma posição de equi-
cie livre dentro do recipiente.(fig. 1) de equilíbrio estático. Após atingir o líbrio estático.

 Mecatrônica Fácil nº50

MF50_fluido.indd 8 4/8/2009 10:41:16


mecânica m
Observe ainda que os pontos do 6
Decomposição da força aplicada
fluido que estão em contato com a pla- em F em duas direções (normal à
ca superior movida pela força Ft terão superfície e tangencial à mesma)
a mesma velocidade da placa, enquan-
to os pontos do fluido em contato com
a placa inferior (fixa) permanecerão
parados da mesma forma que a placa
está, esse é o Principio da Aderência.
Agora que já sabemos de uma ma-
neira mais aprofundada a definição do
que vem a ser fluido, vamos estudar
sobre sua tensão de cisalhamento e a
lei da viscosidade de Newton. Porém
para entendê-los melhor prestaremos
bastante atenção e observaremos a
figura 4.
A placa superior é movida pela
ação da Força Ft, partindo de uma
velocidade zero. Mas, a partir de um
determinado instante, a velocidade da 7
Gradiente de velocidade do fluido.
força tangencial estabiliza-se e passa
a ser constante. Isso demonstra que
há uma força que atua no sentido
contrário a força tangencial anulando
a somatória das forças, é a chamada
força de resistência viscosa.
Os pontos do fluido aderentes à
placa superior possuirão a mesma velo-
cidade na qual a placa é movimentada,
os pontos em contato com a placa fixa,
permanecerão parados, como mostra
a figura. Os pontos localizados na área
intermediária entre as placas terão uma tre a placa superior e a placa inferior, nianos, e eles englobam a maior parte
velocidade que varia desde a velocidade conforme mostra a figura 7 acima. dos fluidos, incluindo a água e o ar.
da placa inferior, neste caso nula, até a Verifique que à medida que o valor Para concluir, informo que com co-
velocidade que rege a placa superior. do vetor y aumenta, há uma relação nhecimento dessas informações, po-
Conscientes de que há uma força de mudança quanto a velocidade v; demos introduzir aqui o coeficiente da
contrária à força tangencial, trataremos como havíamos citado anteriormente, viscosidade dinâmica ou absoluta (µ).
agora sobre tensão de cisalhamento. a velocidade do fluido junto a placa in-
Veja a figura 5. ferior é 0 e vai aumentando à medida
dv
Quando aplicamos uma força em que o meio fluido se aproxima da pla- t=m
uma determinada área, a mesma ca superior onde a velocidade atinge dy
pode ser decomposta seguindo a di- seu ápice.
reção da normal à superfície e a da Esse coeficiente define uma das
tangente dando origem a duas com- propriedades dos fluidos, a viscosi-
dv
ponentes. (figura 6) dade dinâmica, e a mesma pode se
Tensão de cisalhamento é a razão dy alterar, para um mesmo fluido, de-
entre o módulo tangencial e a área pendendo das condições de tempe-
sobre a qual a força está aplicada. Como a tensão de cisalhamento ratura e pressão. Como nos líquidos,
Definimos matematicamente: e o gradiente de velocidade estão a viscosidade é proporcional à força
proporcionalmente ligados, podemos de atração entre as moléculas, ela
então a partir daí traduzir a Lei de diminui conforme aumenta a tempe-
Ft
t= Newton da viscosidade. ratura. Nos gases ela está ligada à
A energia cinética das moléculas, por-
tanto, a viscosidade aumenta confor-
dv
Em muitos fluidos, a tensão de ci- ta = me aumenta a temperatura. f
salhamento é diretamente proporcio- dy
nal ao gradiente de velocidade. Viscosidade: quanto menor a veloci-
O gradiente de velocidade estuda Observe que os fluidos que obede- dade de aderência entre as camadas do
a variação de velocidade do fluido en- cem a essa lei são os fluidos newto- fluido, maior a viscosidade.

Mecatrônica Fácil nº50 

MF50_fluido.indd 9 4/8/2009 10:41:22


e especial

Não mais restritos a trabalhos domésticos ou na indústria,


Carlos E. Bazela
os robôs agora vão para a guerra.

Os maiores exemplos de A China aparece em segundo lu- que possuía design bastante pareci-
avanços nas áreas da Eletrônica e gar no ranking, com o valor estimado do com o dos tanques Panzer.
da Informática surgiram inicialmente pelo Instituto de 85 bilhões de dóla- O Goliath era controlado por um
como projetos militares. res, uma vez que os chineses não soldado posicionado a uma distância
A internet é um exemplo disso e confi rmam seus dados, que podem segura com um controle remoto que
embora muitos evitem tocar nesse ter chegado, segundo uma projeção era ligado ao veículo por três fi os:
assunto, podemos dizer que a tec- do Pentágono, ao valor real de 170 dois para movimentar as esteiras e
nologia militar é para as ciências o bilhões de dólares. Bem abaixo deles um para os sistemas de armas, que
mesmo que a Fórmula 1 é para o au- – mas ainda o primeiro da América do disparava explosivos.
tomobilismo. Sul – está o Brasil, que gastou no ano Além dos explosivos, o Goliath
Hoje, especialmente com a robó- passado algo em torno de 23 bilhões também servia para detectar campos
tica, a tecnologia militar vive um mo- de dólares com despesas militares, minados, ou mesmo como uma bom-
mento nunca visto antes. Robôs que fi cando em 12º entre os 15 países do ba móvel. No entanto, como não exis-
desarmam bombas, caminhões que mundo que mais gastam com suas tiam controladores sem fi o em 1944, o
andam sozinhos via GPS para trans- forças de defesa. Goliath não possuia muita mobilidade
porte de cargas, exoesqueletos que Mostraremos a seguir alguns pro- e era facilmente incapacitado quando
aumentam a força e a resistência de jetos interessantes desenvolvidos os fi os do controle eram cortados.
soldados e aviões de ataque não tri- pelos EUA que utilizam conceitos de O robô alemão é o pioneiro da
pulados são alguns dos exemplos de Automação, sendo que alguns já es- classe conhecida hoje como UGN -
investimento do Exército em equipa- tão funcionando em campanhas mili- Unmanned Ground Vehicles.
mentos militares de alta tecnologia. tares ao redor do mundo.
De longe, os Estados Unidos é o Programa Especial
país que mais investe em defesa no Robôs Terrestres O SCR, Sistema de Combate do
mundo e possui até um órgão dedica- em Combate Futuro, é um programa do Exército
do às pesquisas nesta área, o DARPA Se o leitor pensa que robôs nos norte-americano voltado para im-
(Agência de Pesquisa Avançada de campos de batalha são uma novida- plantação de robôs nos campos de
Projetos de Defesa). Em 2008, mesmo de, pense mais uma vez. Na verdade, batalha para realizar tarefas consi-
com a crise econômica que se espa- o conceito de uma guerra com solda- deradas perigosas tais como: entrar
lhou pelo mundo, os norte-americanos dos autômatos é tão antigo quanto os em prédios hostis, se locomover por
tiveram uma despesa militar de 600 bi- primeiros fi lmes de fi cção científi ca. campos minados, desarmar bombas,
lhões de dólares, ocupando o topo da Segundo registros, durante a Segun- reconhecimento em solo inimigo e,
lista em pesquisa divulgada pelo SIPRI da Guerra Mundial, as tropas alemãs até mesmo, combate.
(Stockholm International Peace Rese- utilizavam o Goliath (Golias, em uma A meta do SCR é substituir um ter-
arch Institute / Instituto Estocolmo de tradução livre), que consistia em um ço dos veículos de guerra e armas do
Pesquisa Sobre Paz Intenacional). equipamento movido por esteiras e Exército por robôs até o ano de 2015.

10 Mecatrônica Fácil nº50


especial
e

SWORDS

ACER
Goliath

Big Dog TALON

Big Dog uma mochila por um único soldado. A versatilidade do SWORDS pa-
Na última edição da Mecatrônica Os controles se resumem a um mo- ra carregar armamentos é a mesma
Fácil, no artigo Tipos de Movimentos nitor dividido em quatro telas, alguns do TALON para exploração, sendo
de Robôs, mostramos este autôma- botões e um joystick. que novos testes estão sendo con-
to que imita o movimento dos qua- Embora seja pequeno, o robô é duzidos pelos militares para carregar
drúpedes. Um dos primeiros robôs extremamente resistente . Comen- desde rifles de sniper calibre .50 até
financiados pelo DARPA, o Big Dog ta-se que um deles foi explodido mísseis antitanques.
foi desenvolvido para servir como enquanto era transportado no teto
“mula”, carregando cargas para os de um Humvee (famoso jipe militar ACER
militares mesmo em terrenos aci- fabricado pela Hummer) por ci- Nem todos os robôs de aplica-
dentados, uma vez que seus sen- ma de uma ponte, caiu no rio que ções militares são pequenos como o
sores analisam o solo onde ele está passava alguns metros abaixo e, TALON. Na verdade, a tendência é
pisando. depois que os controles foram res- justamente o contrário: utilizar robôs
O Big Dog mede quase um metro taurados, foi simplesmente guiado maiores para transporte de carga ou
de comprimento, 70 cm de altura e para a margem. O TALON também mesmo equipados com armas pesa-
pesa pouco menos de 110 kg, mas é anfíbio. das para combate.
é capaz de carregar até 150 kg de O caso do ACER é o primeiro.
carga mesmo subindo uma super- SWORDS Com tamanho e design semelhantes
fície com inclinação de 35º a uma Também conhecido pelo Exér- aos de um pequeno trator movido por
velocidade de, aproximadamente, cito dos EUA como “Robo-Soldier” esteiras, este robô pode ser configu-
6 km/h. o SWORDS, ou Sistema Especial rado tanto com uma pá e um braço
de Armas, Observação, Reconheci- manipulador para retirada de obstá-
TALON mento e Detecção, em inglês, é uma culos, como com uma extremidade
O TALON é um dos robôs pionei- versão mais letal do TALON, uma para combate a incêndios ou des-
ros no front e já está em operação vez que carrega uma metralhadora contaminação, uma vez que possui
no Iraque. No entanto, o pequeno M249 no lugar da garra e, pelo me- um tanque de mais de 1,3 mil litros
robô já foi utilizado nas operações nos três deles já estão circulando para armazenar espuma ou qualquer
de resgate às vítimas dos atentados pelo Iraque. outro produto químico utilizado para
ao World Trade Center, e para ma- Da mesma forma que o seu “ir- este fim.
nipular granadas e outros artefatos mão pacífico”, o SWORDS não é Pesando pouco mais de duas to-
explosivos na Bósnia e no Afeganis- totalmente autônomo e depende neladas, o ACER é impulsionado por
tão. Equipado com vários tipos de de um soldado para monitorá-lo e um motor a diesel e pode chegar a
câmeras, escutas, sensores e um movimentá-lo. As polêmicas armas uma velocidade de 10 km/h.
braço mecânico com garra, ele se instaladas também dependem desse
locomove por meio de esteiras e é sistema para atirar: enquanto um sol- Crusher
usado para desarmar bombas. dado pressiona um botão para ativar Financiado pelo DARPA e de-
Outra característica do TALON é a metralhadora, ao mesmo tempo senvolvido pelo Centro Nacional de
que ele pesa menos de 45 kg e é do- dois outros ativam dois interruptores Engenharia Robótica (CNER) da
brável, podendo ser carregado como para que a arma abra fogo. Universidade Carnegie Mellon, no

Mecatrônica Fácil nº50 11

MF50_front.indd 11 4/8/2009 10:43:16


e especial

Eagle Eye

Crusher
Scan Eagle

Wasp III

Estado da Pensilvânia, o Crusher As medidas do Crusher também sistema de mira a laser que o torna
é um VTNT (Veículo Terrestre Não impõem respeito: o caminhão-robô capaz de bombardear alvos inimigos
Tripulado) e, fugindo das habituais tem mais de 5 metros de compri- sem ser notado. Este UAV pode ser
esteiras, utiliza seis rodas e pode se mento; 2,6 m de largura; 1,5 m de controlado a distância ou funcionar
movimentar de maneira autônoma, altura, pesa quase seis toneladas e como um Drone totalmente autôno-
orientando-se por GPS, ou ser con- cada roda tem mais de um metro de mo seguindo uma programação.
trolado remotamente. diâmetro.
O Crusher está sendo desenvolvi- Mesmo com grandes dimensões, WASP III
do inicialmente como um veículo de o veículo pode chegar à velocidade Chamado de “vespa”, em uma
reconhecimento para coletar dados máxima de 42 km/h em 7 segundos tradução livre, o WASP III faz jus ao
dos campos de batalha em terrenos e um avião de carga de grande por- nome, pois é pequeno (possui 72
acidentados, mas seu projeto permi- te, como o C-130, pode carregar dois centímetros de envergadura) e rápi-
te outras aplicações como transporte de uma vez. do. Este tipo de UAV precisa de um
de material de apoio aos soldados, lançador especial e, uma vez no ar,
pois é capaz de carregar até 3600 Veículos Aéreos utiliza as três câmeras que carrega
kg de carga (e ainda assim, escalar Também chamados de Drones, para mostrar os melhores ângulos
uma parede vertical de 1,20 m). os UAVs, ou Unmanned Air Vehicles, dos campos de batalha para o centro
Em 2006, começaram os testes estes aviões autômatos são ainda de controle. O WASP III pode voar por
para uma outra aplicação do cami- mais populares do que os robôs 45 minutos a uma altitude de 600 pés
nhão-robô: o combate. A incorpo- militares terrestres e podem ser uti- e seu equipamento de vigilância inclui
ração de um canhão com munição lizados tanto para reconhecimento também uma câmera infravermelha
calibre .50 levou o Crusher ao mes- como para ataque. para operações realizadas à noite.
mo patamar dos UAVs utilizados hoje Atualmente, o Exército americano
pelos Estados Unidos para atacar e emprega 7 tipos de UAV: Eagle Eye, Scan Eagle
bombardear alvos no Oriente Médio Hunter, Scan Eagle, Vigilante, WASP Podemos dizer que o Scan Ea-
com precisão e o mínimo possível de III e, com destaque especial para o gle é uma versão maior do WASP
baixas civis. Reaper e o Predator, envolvidos di- III. Lançado por meio de uma cata-
O VTNT é impulsionado por um retamente nas campanhas militares pulta, este UAV é impulsionado por
motor turbo-diesel de 78 CV que mais recentes no Oriente Médio. uma hélice traseira durante o voo,
funciona como um gerador para ali- pode atingir altitudes de 16.000 pés,
mentar a bateria de 300 V feita de Eagle Eye e, assim como seu irmão menor, é
lítio-íon que, por sua vez, está ligada O Eagle Eye possui dois motores equipado com câmeras – inclusive
a seis motores elétricos, um para ca- com hélices virados para cima como infravermelhas - e também é um
da roda, que podem desenvolver 282 um helicóptero e pode chegar a uma Drone, capaz de voar de forma to-
CV. São estes motores que permitem altitude de 20.000 pés, e ainda voar talmente autônoma e visitar locais
ao Crusher se locomover de maneira por até oito horas sem reabastecer. específicos orientado via GPS.
totalmente silenciosa em uma dis- Utilizado basicamente para reco- A autonomia de voo do Scan Eagle
tância de 3 a 16 km, dependendo da nhecimento, o Eagle Eye possui, pode chegar a 19 horas ou mais, de-
velocidade. além dos sensores, um sofisticado pendendo dos parâmetros da missão.

12 Mecatrônica Fácil nº50

MF50_front.indd 12 4/8/2009 10:43:26


especial
e

Hunter
Reaper

Vigilante
Predator

Vigilante parte das ferramentas de monito- tros de altitude – o dobro do Predator


O vigilante é um pequeno helicóp- ramento por mísseis Hellfire, que o – enquanto voa a uma velocidade de
tero parecido com os aeromodelos transformam em um combatente au- até 370 km/h.
comuns, porém com a capacidade tônomo e preciso para ser usado em Além dos dotes de combate, Re-
de chegar a 13.000 pés e disparar missões de longa distância, capaz aper também herdou a reputação do
mísseis de curto alcance, o que o de chegar a mais de 7,6 mil metros Predator, uma vez que recentemente
torna ideal para missões em áreas de altitude e sem colocar em risco a foi relatado que um defeito no seu sis-
urbanas com prédios e florestas com vida de soldados. tema de mira atingiu alvos civis no Ira-
árvores altas. Com cerca de oito metros de que, país onde o UAV fez seu primeiro
A manobrabilidade do aparelho comprimento e 14 de envergadura, bombardeio em agosto passado.
também é outro ponto forte, no en- o Predator é impulsionado por uma
tanto, possui uma autonomia de voo hélice traseira e pode voar por até 24 Outras Aplicações
de apenas quatro horas. Algo que, horas direto quando configurado em Não é somente nos robôs ter-
comparado com os outros modelos modo de vigilância. restres e UAVs que o Exército nor-
de UAV vistos até aqui, é bem pou- A eficácia em combate do Preda- te-americano aplica a mecatrônica.
co. tor já lhe rendeu algumas missões Conceitos de automação são empre-
polêmicas, como em fevereiro de gados também para otimizar a perfor-
Hunter 2002, quando dois UAVs atacaram mance de aviões, como o sistema fly
UAV de grande porte, o Hunter é por ordem da CIA um comboio que by wire (que conheceremos melhor
versátil e pode ser utilizado tanto em supostamente transportava terroris- em edições futuras), que hoje, inclu-
missões de reconhecimento, como tas e em dezembro do mesmo ano, sive, é utilizado na aviação comercial;
operações de ataque. Como os ou- quando dois mísseis disparados por em equipamentos que aprimoram
tros tipos, também possui uma vasta um Predator mataram Qaed Senyan os dotes físicos dos soldados e, até
gama de câmeras e sensores para al-Harthi, um dos líderes da Al-Qae- mesmo, munições inteligentes, como
monitoramento e vigilância, mas não da, ao atingirem seu carro. mísseis intercontinentais.
é totalmente autônomo, sendo que
sua trajetória de voo – mesmo com a Reaper Míssil Excalibur
ajuda do GPS – e sistema de armas O MQ – 9 Reaper é a evolução do Em referência à mítica espada
(mísseis Viper Strike) precisam ser Predator. Com design semelhante ao do Rei Arthur, o XM982 Excalibur
operados por uma equipe de solda- de seu antecessor, o Reaper é um é um míssil inteligente guiado por
dos em terra. pouco maior, medindo 11 m de com- GPS que pode dispersar uma carga
primento por 20 m de envergadura. com vários tipos de outras bombas
Predator Aqui, toda a tecnologia de vigilân- que também possuem sua trajetória
É um dos mais modernos UAVs cia foi deixada de lado para tornar o orientada por satélite.
utilizados hoje e está dividido em Reaper uma máquina voltada exclu- O Excalibur foi usado pela primei-
dois modelos: o RQ – 1, equipado sivamente ao combate. Armado com ra vez de maneira efetiva no Iraque
com a última geração de câmeras, 14 mísseis Hellfire ou com bombas em 2007 e, dependendo do tipo de
sensores e dispositivos de vigilân- GBU – 12 Raytheon, este Drone tam- explosivo que carrega, seu alcance
cia e o MQ – 1, que substitui boa bém pode atingir mais de 15 mil me- varia de 40 a 57 km.

Mecatrônica Fácil nº50 13

MF50_front.indd 13 4/8/2009 10:43:35


e especial
Buffalo

Excalbur

Buffalo

Buffalo MCPV Buffalo MCPV entregou a 200ª


Uma outra aplicação interessan- unidade produzida para o Exército
te dos conceitos de Mecatrônica americano.
nos campos de batalha é o Buffalo
MCPV, um caminhão militar que con- Super Soldados
ta com um braço telescópico com Uma das preocupações atuais do
pouco mais de nove metros de com- Exército é a quantidade de equipa-
primento, que possui na extremidade mentos que os soldados carregam
uma câmera e um garfo semelhante nas campanhas. Além do peso,
a uma garra que, quando não es- baterias, dispositivos GPS e outros
tá em uso, fi ca acomodada no teto tipos de parafernália são incômodos
do caminhão. A sigla MCPV, aliás, e reduzem a agilidade dos comba-
signifi ca Mine Clearence Protected tentes. Pensando nisso, trajes es-
Vehicle ou Veículo Protegido para peciais estão sendo desenvolvidos
Limpeza de Minas. O nome já diz tu- por meio do programa Future Force
do. Trata-se de um caminhão de seis Warrior / Força Guerreiro do Futuro
rodas com tração integral (6 x 6) que para oferecer a quem está no front,
possui uma blindagem ultrarresisten- além da já conhecida visão noturna,
te capaz de resistir a uma explosão outras habilidades que incluem ca-
de mais de 13 kg de TNT abaixo do mufl agem eletrônica comandada por
chassi central moldado em formato sensores, bloqueio de toxinas em
de “V”, ou um impacto de 20 kg abai- ataques com armas como gás Sarin,
xo de cada roda, além de balas de monitoramento de sinais vitais pelo
diversos calibres, granadas e armas centro de controle da missão e en-
antitanque. A “garra”, como o próprio rijecimento de partes especifi cas da
exército chama, serve para remover armadura no caso do usuário sofrer
minas terrestres da trilha e abrir ca- uma fratura ou ser atingido por algum
minho para a infantaria. projetil. Tudo isso utilizando baterias
O Buffalo comporta até seis sol- diminutas e com grande autonomia
dados, mede pouco mais de oito de funcionamento.
metros de comprimento por 4 m de Para que isto possa se tornar re-
altura, pesa algo em torno de 24 alidade, os EUA estão investindo em
toneladas e é movido por um motor nanotecnologia e, em 2002 conce-
diesel que desenvolve 400 CV de deram uma verba de 50 milhões de
potência, o sufi ciente para levar o dólares por cinco anos ao MIT (Mas-
caminhão a uma velocidade máxima sachusetts Institute of Technology)
de 105 km/h. para criação do Instituto de Nanotec-
No ano passado, a Force Pro- nologia para Soldados (ISN na sigla
tection Industries, fabricante do em inglês).

14 Mecatrônica Fácil nº50


especial
e
No Cinema:
Para se ter uma idéia do fascínio
dos norte-americanos em criar
exoesqueletos de combate, um dos
pontos chaves do filme G.I. Joe - A
Origem de Cobra, que chega aos
cinemas brasileiros em 7 de agosto,
são justamente os “Trajes Acelera-
dores” utilizados pelos heróis do
filme, com força, velocidade e agi-
lidade super-humanas capazes de,
entre outras proezas, escalar edifí-
cios em pouco tempo e desviar de
projéteis inimigos.
O filme adapta para os cinemas
Exoskeleton coleção de brinquedos G.I. Joe, cuja
temática eram os confronto entre a
organização terrorista Cobra e os
Joes. Caso o leitor esteja na casa
O Instituto está em seu segundo dos 25 anos ou mais, certamente
contrato de cinco anos com o De- se lembra deles como Comandos
partamento de Defesa e já foram em Ação e a infinidade de veículos
divulgadas imagens de como os no- e soldados que foram fabricados
vos trajes de batalha poderão ser no pela Estrela entre os anos de 1984
futuro. e 1995.
Enquanto os novos trajes não
entram em ação, o Exército utiliza
conhecimentos de Mecatrônica pa-
ra desenvolver exoesqueletos ro-
bóticos para minimizar o problema
do peso carregado pelos soldados
nas campanhas. E, nesta parte, os
estudos se mostram bastante avan-
çados. Na última edição da Meca-
trônica Fácil, nosso colaborador Jeff
Eckert nos apresentou ao HULC, ou
Human Universal Load Carrier / Car-
regador Universal Humano, um exo-
esqueleto desenvolvido para que os
soldados possam carregar grandes
quantidades de peso com as mãos
sem esforço. Além da Lockheed
Martin, fabricante do HULC e de
aviões caça como o F-22/A Raptor,
as empresas Raytheon e Sarcos de-
senvolveram também um protótipo
de exoesqueleto para fi ns militares
que foi apresentado em maio deste
ano. O equipamento sem nome (é
chamado apenas de “Exoskeleton”),
consiste em extremidades robóticas
articuladas fi xadas nos braços e per-
nas do usuário, que estão ligados a
uma mochila presa em suas costas.
Segundo as empresas, o Exoskele-
ton permite que uma pessoa levante
mais de 90 kg por várias vezes repe-
Future Force Warrior tidas sem se cansar. f

Mecatrônica Fácil nº50 15


a automação industrial

Como funcionam
os Encoders
Um tipo de sensor de grande importância na automa-
ção, tanto industrial quanto de qualquer outro equipa-
mento, é o que dá informações sobre a velocidade ou
posição de uma peça que gira ou se desloca linear-
mente. O ângulo exato em que ela para, ou ainda a
velocidade em qualquer sentido de rotação ou movi-
mento, podem ser fundamentais para o tipo de controle
que se deseja.
Para sensoriar posições e velocidade, um sensor muito
usado é o encoder. Trata-se de um tipo de sensor que
se enquadra na categoria dos CDTs, que trataremos Newton C. Braga
neste artigo.

O controle de muitos equi- Transdutores codificados Na figura 2 temos um transdutor


pamentos automatizados depende (CDTs) linear em que existe uma tira de ma-
do conhecimento da posição de pe- Chamamos de transdutores codi- terial plástico onde estão gravadas
ças móveis com precisão. Para essa ficados ou CDTs aos transdutores de as posições do objeto, as quais são
finalidade são usados diversos tipos posição ou sensores que fornecem lidas por outro transdutor quando ele
de transdutores, cuja finalidade é for- informações para um circuito externo se desloca.
necer, na forma de sinais elétricos, na forma de um código. Os tranduto- A idéia dos dispositivos denomi-
informações sobre a posição, veloci- res codificados podem ser: nados encoders é antiga. Os cilindros
dade de deslocamento e sentido de Relativos: Os transdutores relati- dos antigos pianos que “tocavam so-
deslocamento de peças giratórias ou vos, como os encoders, indicam a mu- zinhos”, ou ainda dos cilindros com
que se movem em linha reta. dança de posição e não a posição real. pinos das caixinhas de música são
Um dos dispositivos mais usados Absolutos: Indicam a posição re- o ponto de partida. Colocando-se os
para essa finalidade é o encoder óp- al do objeto. Os sensores deste tipo pinos de um cilindro em posições de-
tico ou simplesmente encoder, que podem ser usados para medir deslo- terminadas pelas notas musicais que
se enquadra na categoria dos trans- camentos lineares ou angulares, con- deviam ser acionadas, ao girar es-
dutores codificados. forme mostra a figura 1. ses pinos, acionavam-se lâminas de

1 2
Transdutor absoluto Transdutor linear

16 Mecatrônica Fácil nº50

MF49_encoders.indd 16 4/8/2009 10:45:02


automação industrial a
3 4
Cilindros com pinos para Enconder óptico
caixinha de música

5
Pulsos obtidos

comprimentos diferentes, que então 6 7


Técnica para detecção do Codificação
produziam as notas correspondentes, sentido de movimento
conforme ilustra a figura 3.
A idéia evoluiu para os dispositi-
vos capazes de controlar as funções
de uma máquina dependendo de sua
posição, e hoje temos os CDTs. Um
dos tipos mais populares de trans-
dutor codificado ou CDT é o encoder
óptico, que tem a construção física
mostrada na figura 4.
Esse transdutor é formado por um
disco de plástico transparente onde
estão gravadas tiras escuras que
correspondem à codificação digital de
cada posição. A leitura é feita colo- No sensor absoluto, temos diver- mas um encoder de 8 faixas tem uma
cando-se um ou mais emissores infra- sas faixas que fornecem uma indica- resolução de 256 posições ou aproxi-
vermelhos de um lado e um ou mais ção digital, pois vários sensores são madamente 1,4°.
sensores (fotodiodos ou fototransisto- usados para a sua leitura. Observe, Uma das desvantagens deste tipo
res) do lado oposto. Dessa forma, os então, que as marcas claras e escu- de sensor é que, na versão incremen-
sinais obtidos são pulsos, consegui- ras são programadas para fornecer tal, torna-se difícil detectar o sentido
dos quando partes claras ou escuras uma informação digital da posição em do movimento. Os pulsos gerados
do disco plástico passam diante dos que o disco para. quando ele se desloca em um sentido
sensores, observe a figura 5. Evidentemente, quanto mais códi- são os mesmos quando ele se deslo-
Na forma mais simples temos uma gos forem gravados no disco, ou seja, ca no sentido oposto. Existem diver-
sequência de claros e escuros que se mais dígitos tiver o código, maior é sas técnicas que podem ser usadas
movem diante de um único par de sen- quantidade de posições que podem para que os transdutores incremen-
sores, caso em que é produzido um ser sensoriadas. Em suma, o número tais também detectem o sentido do
trem de pulsos que pode ser contado de bits do código dá a precisão ou re- movimento. Uma delas é mostrada na
tanto para monitorar a posição do ob- solução do encoder. Por exemplo, um figura 6. Este sistema é usado quan-
jeto quanto sua velocidade. Esse tipo encoder de 4 bits ou 4 faixas de lei- do o deslocamento se faz em passos
de sensor é denominado incremental. tura permite ler apenas 32 posições, iguais de ângulos nos dois sentidos.

Mecatrônica Fácil nº50 17

MF49_encoders.indd 17 4/8/2009 10:45:10


a automação industrial
8 9 10
Codificação em binário Comparação entre binário e Gray Disco programado em código Gray

Conforme podemos ver, na fita O código de Gray passagem de 0111111 para 100000,
onde se desloca o sensor temos duas No código de Gray, a passagem quando vários relés eram fechados
faixas com marcas. Observe que as de um valor numérico para outro e abertos ao mesmo tempo. O pico
marcas de posição estão levemente sempre se faz com a mudança de de EFM (força contra-eletormotriz)
deslocadas de modo que o circuito valor de um único bit. Isso facilita a gerado podia causar sérias instabi-
possa detectar isso, dando com preci- leitura. Por exemplo, para passar do lidades ao circuito.
são o sentido de rotação do sensor. 11 decimal para 12 decimal temos No código binário, os valores dos
Quando ele gira em um sentido, as duas possibilidades: dígitos são expressos pela sua po-
marcas de uma faixa cortam o sensor • Binário: 01011 para 01100 sição no número como potências de
um pouco antes do que as marcas do • Gray: 01110 para 01010 2. Dessa forma, para a numeração
outro. Com a inversão do sentido de Observe que em binário tivemos 3 de 0 a 7 em binário temos:
rotação, será a outra faixa que passa- bits mudando e no código Gray ape-
rá a detectar as marcas antes. nas 1, veja a figura 9. 0 – 000
A codificação dos transdutores de A idéia de usar esse tipo de codi- 1 - 001
deslocamento absolutos tem a apa- ficação vem do tempo em que os cir- 2 – 010
rência mostrada na figura 7. Note cuitos digitais ainda usavam válvulas 3 – 011
que neste caso temos 6 trilhas e, por- e contadores eletromagnéticos. As 4 – 100
tanto, 6 bits, o que nos permite ler 26 válvulas consumiam uma grande 5 - 101
posições diferentes ou uma definição quantidade de energia, assim como 6 - 110
de 64 posições. a comutação de contadores. Então, 7 - 111
Veja que neste tipo de sensor temos picos de consumo eram gerados na
marcas de clock. Sua finalidade é muito
importante. Sem as marcas de clock, na 11
Aspecto físico de um encoder
transição da leitura de uma posição para
outra ocorrem estados intermediários
dos níveis lógicos que podem causar
erros. Por isso, é importante que a mar-
ca de clock diga ao circuito o momento
exato em que deve ser feita a leitura.
Em muitos encoders desse tipo
a codificação das posições é feita
em binário, conforme ilustra a figura
8. Trata-se de uma forma intuitiva
de fazer a marcação de posições,
porém existem alguns problemas a
serem considerados na adoção desta
forma de numeração das posições.
Para evitá-los, muitos transdutores de
deslocamento absolutos adotam uma
codificação diferente, que é dada pelo
denominado Código de Gray.

18 Mecatrônica Fácil nº50

MF49_encoders.indd 18 4/8/2009 10:45:17


automação industrial a
Veja que, para a passagem de Conclusão Existem diversos tipos cuja aplica-
011 (3) para 100 (4) todos os dígitos Os encoders consistem em trans- ção depende simplesmente dos obje-
mudam! No código Gray representa- dustores precisos para o monitora- tivos, ou seja, da definição na medida
mos os números de 0 a 7 uma forma mento e medida de velocidade de da posição e da velocidade e ainda
deferente: partes móveis de uma máquina, prin- do tipo de comunicação que deve ser
cipalmente partes que giram. feita com o circuito de controle. f
1 – 000 12
Conversor de 4 bits
2 - 001
3 - 010
4 – 110
5 - 111
6 – 101
7 – 100

Na figura 10 mostramos um disco


sensor de encoder programado em
código Gray.
Os transdutores de deslocamento
codificados também apresentam suas
vantagens e desvantagens:
Vantagens:
• São lineares ou podem ser pro-
gramados para qualquer outro
tipo de resposta;
• São precisos;
• Possuem desgaste muito baixo;
• O circuito de condicionamento é
simples.
Desvantagem:
• É preciso ter um acoplamento
mecânico com o objeto.

Encoders, na prática
Podemos encontrar no comércio
especializado encoders de diversos
tipos e formatos, com circuitos in-
ternos que podem fazer a comuni-
cação com dispositivos de controle
externo de diversas maneiras. Essa
comunicação pode ser uma simples
sequência de pulsos, como nos tipos
incrementais mais simples, ou pode
ser codificada para transmissão se-
rial por linha RS-232 ou RS-485.
Nesse último caso, o encoder
pode se comunicar diretamente com
microprocessadores, computadores,
CLPs e outros dispositivos de contro-
le. Na figura 11 temos o aspecto de
um encoder encontrado em aplica-
ções práticas.
Na figura 12 damos um circuito
simples TTL que converte entradas em
código Gray para Binário, acionando
um conjunto de LEDs. É, na verdade,
um conversor de 4 bits. Esse circuito
deve ser alimentado com tensão de 5
V, pois se trata de lógica TTL.

Mecatrônica Fácil nº50 19

MF49_encoders.indd 19 4/8/2009 10:45:24


r robótica

Robô com garra


movido por luz,
da Modelix

Neste artigo, utilizamos o kit RS55 da


Modelix (www.modelix.com.br) para
montarmos um robô que tem o seu con-
trole de direção através de sensores de
luz, e uma garra que é acionada eletro-
nicamente. Renato Paiotti

Apresentamos um jeito di- resolvemos fazer algumas modificações, as diversas peças que compõem o kit,
dático e interessante de montarmos uma vez que isso é possível, para que o tomando o cuidado de não usar nada
um robô que tenha um controle de leitor possa ver outras formas de utilizar que não esteja incluído no mesmo.
direção e uma garra acionada eletro-
1
nicamente. Depois de uma pesquisa, A armação do carrinho
encontramos esse kit RS55 da Mo-
delix. Dentro da caixa estão diversas
peças, ferramentas, componentes
eletrônicos, dois CDs, uma placa com
o Arduíno e um protoboard.
O Arduíno (placa de controle) que
acompanha o kit será utilizado em pro-
jetos que montaremos nas próximas
edições, uma vez que sua programa-
ção requer um pouco mais de prática.
Neste primeiro contato com o Mo-
delix, iremos usar um projeto mais
básico com mecânica não muito com-
plexa e acionado por componentes
passivos.

Montando o carrinho
O RS 55 da Modelix vem com um
CD com diversos vídeos e arquivos
que auxiliam o montador na sua jor-
nada. A montagem não é difícil, mas
necessita de atenção.
Como descrever a montagem cujas
instruções já estão inclusas não é nenhu-
ma vantagem para quem vai adquiri-lo,

20 Mecatrônica Fácil nº50

MF50_garra.indd 20 4/8/2009 10:47:33


2
robótica r
3
As rodinhas dianteiras Placas do sistema eletrônico do kit

O que impulsiona nosso carrinho ela deve ser móvel, mas resistente Quanto maior o invólucro, menor é a
são dois motores, cada um ligado a o suficiente para aguentar o peso, o sensibilidade do LDR à luz externa.
uma roda de patins, bem resistentes atrito e o movimento que irá sofrer. Os dois transistores empregados
e pesadas por sinal, e por este motivo Como é possível ver na foto, a são Darlingtons, e por este motivo
é importante que as mesmas estejam roda dianteira é composta por três tendem a esquentar, de modo que é
servindo de contrapeso à garra que rodinhas de plástico comum, um eixo importante colocarmos um radiador
fica na parte dianteira. preso por pequenas borrachas e duas de calor em cada um deles. Feliz-
Uma boa distribuição de peso é peças que reforçam seu ponto central, mente, o próprio kit nos oferece al-
fundamental para o veículo não se onde usamos uma contra porca para ternativas para isto, como vemos na
desequilibrar. Notem que o chassis assegurar a firmeza do conjunto, que foto (figura 5).
forma um quadrado na parte traseira deixa o eixo livre para a movimenta- É fundamental notar as polaridade
onde estão presas as rodas. É es- ção das rodinhas (figura 2). das conexões, pois se invertermos
sencial que os parafusos sejam bem qualquer um dos fios, o sistema não
apertados para que as mesmas não Circuito acionador do motor funcionará direito, principalmente a
se soltem com a trepidação. de movimento conexão dos fios dos motores. Neste
Dois tubos na forma de hastes foram O kit Modelix é composto por mó- caso, se invertermos a polaridade, o
colocados na base acima das rodas tra- dulos de Sensores de Luz, Relés, motor rodará para trás. É muito co-
seiras do veículo para instalarmos, em HUBs e centralizadores separados mum esta troca ocorrer nos HUBs
uma posição mais alta, os sensores de para que o usuário possa ter a ma- que servem de ponto de distribuição
luz. Isso foi feito para tornar mais cô- leabilidade de criar o que imaginar. da energia das pilhas ao sistema.
modo para quem irá “dirigir”, e também Estas placas possuem conectores de
porquê os sensores de luz precisam saídas e de entradas que são interli- Contraporca:
estar voltados para baixo para evitar a gados por meio de fios que também Com a trepidação, é comum a porca
luz do sol ou de lâmpadas. estão inclusos no kit (figura 3). se soltar do parafuso, principalmen-
A parte do veículo que sofre A montagem sugerida pelo fabri-
te quando a peça sofre uma pressão
menos vibração é a do eixo onde cante é bem simples e não é preciso
contrária.
as rodas estão fixadas, portanto as conhecer a fundo Eletrônica para mon-
plaquinhas com os componentes se- Para que isto não ocorra, colocamos
tá-la. O sistema é simples: um sensor
rão presas perto delas. Adicionamos uma segunda porca que exerce uma
de luz que aciona um relé e este aciona
uma caixa invertida para apoiarmos os motores que colocam o carrinho em pressão sobre a primeira, uma giran-
as pilhas, e por mais que a vibração movimento. O que propomos aqui é do contra a outra, com isso elas não
venha a movimentá-las, elas serão utilizar dois sensores de luz, com dois se soltam tão facilmente.
paradas pelos parafusos de fixação relés para acionarmos os dois motores Um recurso que a contraporca pos-
(figura 1). de forma independente. sibilita é a montagem do eixo móvel,
A roda dianteira serve mais de No esquema da figura 4 temos o onde o parafuso tem que ter uma
apoio do que como uma roda de di- diagrama elétrico do acionador. folga da primeira porca, mas tem
reção em si, pois quem dita a direção A chave S1 liga e desliga todo o que permanecer preso à chapa. Des-
do veículo são as rodas traseiras, po- circuito e os sensores de luz devem ta forma, a segunda porca prende a
rém para que esta roda não seja um ter a sua sensibilidade ajustada pelo primeira, impossibilitando-a de se
problema de atrito para o carrinho, invólucro preto que envolve o LDR. soltar.

Mecatrônica Fácil nº50 21

MF50_garra.indd 21 4/8/2009 10:47:42


r robótica
4
Diagrama elétrico do acionador

Utilizamos nesta montagem oito 5


Usando duas chapinhas
pilhas formato AA, sendo que é pos- como radiadores
sível utilizar apenas quatro, porém,
quando as pilhas estiverem fracas, o
sistema não irá funcionar adequada-
mente, pois os motores exigem muita
potência, razão pela qual resolvemos
colocar quatro pilhas para alimentar o
sistema de sensores e relés, e outras
quatro para acionar os motores.

A Garra
No kit da Modelix vem um exemplo
de uma garra mais elaborada, utilizan-
do duas engrenagens grandes, sendo
uma para cada lado da garra.
Embora esta também seja funcio-
nal, para aumentar as possibilidades
de montagem do leitor iremos neste
artigo produzir uma outra garra, um
pouco mais simples.
A garra que montamos é no estilo
alicate, onde uma chapinha comprida
de 10 furos, acrescentada a outra de
10 furos, formam uma haste para uma
terceira que curvamos para formar a
ponta da garra.
Estas chapinhas formam um “X”
preso por um parafuso que o deixa
solto, e uma contra porca a segura garra é menor que a externa para sua volta também, a ponta interna
no lugar. No lado inverso da garra servir como alavanca. Como o sis- do “alicate” da garra tem que ter o
fica a parte que irá pressionar o “X” tema que fecha a garra está sendo tamanho certo para que a engrena-
fechando a mesma. Como observa- puxado pela caixa de redução, on- gem vire ¼ de volta e abra ou feche
mos na figura 6, a haste interna da de a engrenagem é pequena e a totalmente a garra.

22 Mecatrônica Fácil nº50

MF50_garra.indd 22 4/8/2009 10:47:50


robótica r
6
A garra

Se a garra fosse presa somente Agora, imagine colocar uma engre-


pelo seu eixo, quando ela fechasse, nagem menor no mesmo eixo que esta
iria continuar curvada e rodar sobre a maior que rodou apenas 1 volta... Ela
o próprio eixo. Por este motivo, adi- irá rodar apenas uma vez. Junte está
cionamos uma haste que serve de engrenagem menor a uma outra maior
guia para o cursor que abre e fecha a e teremos a primeira engrenagem me-
garra, a qual, por sua vez, é presa ao nor rodando 100 voltas, fazendo que
chassis do carrinho. a segunda maior e a terceira menor
rodem10 vezes, que faz a quarta en-
Caixa de Redução grenagem maior rodar apenas 1 volta,
No kit não vem nenhuma instrução logo, enquanto a primeira engrenagem
de como se montar uma caixa de re- roda 100 vezes a última ira rodar 1 vez,
dução, pois as engrenagens são colo- resultando em uma relação de 100 por
cadas de maneira diferente. O motivo 1. Pode parecer muito, mas em um
pelo qual resolvemos montar uma caixa motor que gira em alta velocidade isso
de redução é que poderemos utilizá-la é pouco (figura 7).
em diversas outras aplicações, que ire- Como é possível ver na foto, pren-
mos mostrar nas próximas edições. demos o motor do lado oposto da pri-
A caixa de redução consiste em meira engrenagem que está conectada
duas engrenagens grandes, duas a uma polia para que ambas aprovei-
pequenas e uma média, além de al- tem o atrito que o elástico oferece.
gumas polias. Como o motor gira ra- Do outro lado da caixa de redu-
pidamente, se colocássemos a garra ção temos a engrenagem média, que
diretamente sobre um atuador, não fica do lado de fora da caixa e está
teríamos tempo de manipulá-la e ela conectada no mesmo eixo da quarta
poderia ser danificada pelo impacto. engrenagem. Nesta engrenagem mé-
Então, por isso, devemos reduzir a dia podemos conectar qualquer haste
velocidade transmitida pelo motor e pelos seus furos, ou ainda substituí-la
assim aumentar sua força. por um polia.
Sempre que necessitamos diminuir
a rotação final de um motor utilizan- Circuito acionador da garra
do engrenagens precisamos ter em Para a montagem do circuito que
mente o seguinte: que a engrenagem aciona a garra do nosso projeto, uti-
menor em contato com a maior dá em lizamos o que o kit nos oferece: uma
média 10 voltas enquanto a maior ape- matriz de contato, onde temos junto
nas 1. Com isso, o eixo em que está a a ele uma placa do Arduíno, um relé
engrenagem maior rodará uma vez só DC 5 V, fios, duas chaves liga/desliga
depois que a outra rodou 10 vezes. e pinos de conexão.

Mecatrônica Fácil nº50 23

MF50_garra.indd 23 4/8/2009 10:47:58


r robótica
7
A caixa de redução
O acionamento da garra deve ser
feito invertendo-se a polaridade de
alimentação do motor, para que a
mesma abra e feche. Seria comum
montar na matriz de contatos uma
ponte H, porém o kit vem com ape-
nas 2 diodos. Portanto, teremos que
utilizar um relé para fazermos esta
inversão. Caso o leitor queira mon-
tar a ponte H para controlar a dire-
ção do motor, será necessário obter
mais 2 diodos 1N4007 que não estão
inclusos no kit para executar a mon-
tagem.
Conforme o esquema da figura 8,
a chave S1 ativa o relé K1 deixando-o
fechado. Com a chave S1 desligada, o 8
Esquema elétrico do
relé se abre, fazendo com que a pola- acionador da garra
ridade que alimenta o motor mude de
sentido, porém o circuito que aciona o
motor só é fechado quando pressio-
namos a chave S2.
Para acionarmos a garra temos
que, em primeiro lugar, acionar a
chave S1 e depois acionar a chave S2,
que irá fechar todo o circuito e girar
o motor em uma direção. Quando a
garra chegar ao final, pare de pres-
sionar as duas chaves. Depois, para
girar o motor na posição inversa, é só
apertar a chave S2, pois o relé estará
aberto e assim com o circuito inverso Dicas importantes como mencionamos acima, cria este
da situação anterior. Como em toda montagem, é efeito. Um conselho que dou é testar
O circuito acionador da garra é comum encontrarmos diversas bar- os itens separadamente, uma vez
alimentado por quatro pilhas de 1,5 reiras. Eu costumo dizer que se um que isso ajuda a entender o funcio-
V. Podem ser utilizadas as pilhas projeto funcionar de primeira, sem namento de cada componente. Mon-
do sistema de locomoção, porém o apresentar nenhum problema, retor- te um sensor com um relé e observe
consumo será maior e a autonomia ne e reveja todos os itens porque isso se dispara, depois adicione o motor
reduzida. não é normal. e veja se funciona, dando certo junte
Um dos principais problemas en- ao outro sistema.
Sistema de alimentação contrados na nossa montagem foi a
O kit oferece dois portapilhas, sen- falta de aperto de alguns parafusos, Conclusão
do que cada um suporta quatro pilhas com a movimentação e trepidação O kit da Modelix deixa o usuário
AA de 1,5 V, que, somadas, totalizam as porcas se soltam, por isso tenha que irá fazer a montagem com uma
6 V e podem, através da utilização de em mãos as ferramentas para pres- liberdade de alteração do projeto ori-
uma ponte, aumentar a carga para 12 sionar os parafusos sempre que for ginal muito grande, desenvolvendo a
V usando as duas ligações. Porém, é necessário. Outro problema, é que, criatividade e aumentando o aprendi-
importante ver que os relés trabalham quando o projeto vai tomando forma, zado de quem monta. Esta é a graça
em 5 V. ficará cada vez mais difícil colocar de trabalhar com robótica: saber o
Como a carga é pequena para aquele parafuso específico naquele que dá certo e o que não funciona tão
o tamanho do projeto, o consumo é canto onde ele precisa ficar e que é bem assim.
muito alto e as pilhas se esgotam ra- impossível parafusar, neste caso pare Isso ficará na mente de quem
pidamente. e pense em uma outra forma de se queimou neurônios tentando fazer
Para aumentar a autonomia do sis- fazer o ajuste. aquele determinado robô funcionar,
tema, indicamos a utilização de pilhas Na parte eletrônica poderá acon- valendo-se mais da prática do que
grandes ou de fontes que forneçam tecer também dos relés saírem da teoria aprendida na escola. Claro
5 V. As fontes são mais recomenda- disparando, ou os motores não fun- que quanto mais você lembrar sobre
das porque geram uma amperagem cionarem, ou simplesmente girarem as teorias ensinadas nas aulas de Fí-
maior, garantindo mais força para os no sentido inverso. Neste caso, reve- sica, mais fácil será aplicar soluções
motores. ja a fiação, pois polaridade inversa, criativas nos seus projetos. f

24 Mecatrônica Fácil nº50

MF50_garra.indd 24 4/8/2009 10:48:05


eletrônica
e
Como Soldar
O sucesso da montagem da parte eletrônica de um pro-
jeto de Mecatrônica não depende apenas do emprego
dos componentes corretos em uma placa de circuito
impresso sem defeitos e de obedecer a todas as reco-
mendações de ajustes e procedimentos dados pelo
projetista. Tão importante quanto tudo o que dissemos
é uma soldagem bem feita. Quantos projetos não são
comprometidos por causa de uma soldagem ruim?
Se o leitor ainda não faz uma boa soldagem, ou está
pretendendo começar agora a fazer suas montagens,
as orientações que daremos neste artigo são de impor-
tância vital.

1
Todos sabem que as mon- Erros comuns em uma soldagem
tagens eletrônicas exigem o emprego
da solda e que esta é feita com um
ferro aquecido especial. No entanto,
nem todos avaliam a importância que
tem uma soldagem bem feita no bom
funcionamento de qualquer aparelho.
A observação de montagens com
soldas em excesso, soldas “frias”,
soldas irregulares e outras, conforme
mostra a figura 1, nos leva a afirmar
que 50% das causas de problemas
no funcionamento são devidas à inca-
pacidade do montador de fazer esta
simples operação de soldagem.

A Finalidade da Solda
A solda tem duas funções em qual-
quer aparelho eletrônico: ao mesmo
tempo que ela os segura firmemente,
também proporciona a conexão elétri-
ca dos componentes com o restante
do circuito. Isso significa que a função
2
da solda é tanto elétrica como mecâ- Soldagem de um transformador
nica, e componentes pequenos, tais
como: resistores, capacitores e dio-
dos aproveitam suas duas funções.
No caso que se refere aos trans-
formadores e outros componentes
pesados, a solda tem função primor-
dialmente elétrica, pois ela apenas
proporciona caminho para a corrente
desses componentes através de seus
terminais. A função mecânica, nesse
caso, é apenas a de prender o termi-
nal e não o componente. Observe a
figura 2.

Mecatrônica Fácil nº50 25

MF50_soldar.indd 25 4/8/2009 10:48:35


e eletrônica
3
Outras Funções da Solda Composição química da solda
Existe uma terceira função impor- de estanho e chumbo.
tante da solda que é observada em
alguns casos.
Há componentes que se aquecem
e o calor que desenvolvem precisa
ser dissipado rapidamente para que
eles não se queimem. Pois bem, es-
ses componentes podem usar a sol-
da para transferir o calor gerado em
seu interior e que passa pelos seus
terminais para uma região cobreada
da placa que funciona como radiador.
Uma solda mal feita, neste caso, po-
de prejudicar não só funcionamento
elétrico do componente como sua
refrigeração.

A Solda
Como a finalidade da solda é du- 4
Tipos de embalagem de solda
pla (e em alguns casos tripla), ela
deverá ser feita de um material que
tenha propriedades condizentes com
aquilo que se deseja dela.
Então, como os componentes
eletrônicos que devem ser susten-
tados são leves, ela não precisa ser
extremamente resistente a esforços
mecânicos. Por outro lado, ela deve
apresentar uma resistência elétrica su-
ficientemente baixa para proporcionar
um percurso fácil à corrente elétrica.
O material deverá ainda fundir-se
a uma temperatura suficientemente
baixa para permitir sua utilização fácil
com um soldador pequeno.
Nos trabalhos de eletrônica, em-
prega-se uma liga de chumbo com
estanho que tem as características
apresentadas na figura 3.
Conforme podemos ver pelo grá-
fico, a temperatura na qual essa mis-
tura ( ou “liga”) se funde depende da
proporção na qual os dois metais são
misturados. resina limpadora que ajuda na ade- fios de 0,8 a 1,2 mm de espessura e
A proporção próxima de 60 par- rência da solda. Rolos, cartelinhas e com proporção de estanho-chumbo
tes de estanho para 40 de chumbo mesmo tubinhos podem ser adquiri- de 60/40. Esta solda é popularmente
é a mais popular, porque ela permite dos contendo essa solda, conforme chamada de 60 por 40 ou simples-
obter uma mistura conhecida como ilustra a figura 4. mente “solda para rádio” ou “solda
“eutética”. Em alguns casos, esse tipo de sol- para transistores”.
Isso significa que com essa pro- da pode ser adquirida em barras co-
porção a liga passa praticamente mo, para ser usada em, por exemplo, O Soldador
do estado sólido para o líquido sem banhos de solda, quando ela é derre- Para derreter a solda no local onde
passar pelo estado pastoso, que não tida em um cadinho. Essa solda em deverá ser feita a junção do terminal
é muito conveniente. Além disso, é barra, entretanto, é mais empregada de um componente com outro compo-
nesse ponto de temperatura que ela em processos industriais de solda- nente ou com uma placa de circuito
apresenta o menor ponto de fusão. gem em massa. impresso, é preciso aplicar calor.
Para facilitar os trabalhos de sol- Para nós, que vamos fazer peque- Isso é conseguido por meio de uma
dagem, essa solda é fornecida em nas montagens, serviços de reparos ferramenta elétrica chamada ferro de
fios que contêm em seu interior uma e etc, a melhor solda é a que vem em soldar ou soldador.

26 Mecatrônica Fácil nº50

MF50_soldar.indd 26 4/8/2009 10:48:45


5
eletrônica
e
O tipo mais comum de
ferro de soldar

O tipo mais comum de soldador 6


Soldando um componente
encontrado no mercado tem o aspec- sensível
to mostrado na figura 5.
Os formatos das pontas dos ferros
também variam, sendo que as mais
empregadas são as pontas retas e
as curvas. Um soldador pode aplicar
mais ou menos calor em um determi-
nado local, dependendo de sua po-
tência, que é medida em watts (W).
Entretanto, o melhor soldador não
é o mais potente, pois se for aplicado
muito calor no local de uma soldagem,
ele poderá se propagar até o com-
ponente e danificá-lo. A maioria dos
componentes resiste a um processo
de aquecimento em uma soldagem
rápida, mas se muito calor for aplicado
durante muito tempo ao componente, 7
Pistola de soldar
ele poderá ser danificado.
Na figura 6 indicamos como se-
gurar com um alicate um componen-
te sensível ao fazer a soldagem de
modo a evitar que o calor se propa-
gue até ele.
O melhor mesmo é dispor de um
ferro apropriado com potência de
acordo com o trabalho que fazemos
e ser hábil em efetuar a soldagem
para que não seja aplicado calor em
excesso ao local.
Para os trabalhos de montagens
com transistores e circuitos integrados,
um soldador de 20 a 30 watts é o mais
recomendado. Se formos soldar fios
mais grossos ou terminais maiores, se-
rá interessante ter um segundo solda- Um tipo de soldador de aqueci- Apesar de ser eficiente, a pistola
dor com potência entre 40 e 60 watts. mento instantâneo é a ‘’pistola de sol- tem alguns inconvenientes: o primeiro
Os soldadores comuns demoram dar’’ que é apresentada na figura 7. refere-se ao fato da ponta ser percor-
algum tempo para atingir a tempera- Quando apertamos o gatilho, uma rida por uma corrente que pode ser
tura ideal para funcionamento, o que forte corrente é induzida ao elemento perigosa para determinados tipos de
pode ser incômodo em determinados da ponta da pistola, aquecendo-o ins- componentes. Assim, somente os
tipos de trabalho. tantaneamente. profissionais com bom conhecimento

Mecatrônica Fácil nº50 27

MF50_soldar.indd 27 4/8/2009 10:48:52


e eletrônica
8
do seu trabalho é que deverão usar Experiência de soldagem
esta ferramenta para poder saber
quais componentes podem ser solda-
dos com ela.

Dessoldagem
Tão importantes quanto as fer-
ramentas de soldagem, são as de
dessoldagem. Afinal, pode ser neces-
sário, em um determinado momento,
que uma solda precise ser desfeita.
Para isso existem sugadores que re-
movem a solda derretida do terminal
de um componente e ainda fitas de
materiais que “absorvem” a solda dos
terminais de um componente quando
ela é derretida, para que ele possa
ser retirado com facilidade.
9
Ponta do soldador “molhada”
Como Soldar com solda
Com o soldador na mão e tendo
solda disponível, será interessante
que o leitor pratique um pouco antes
de conseguir a soldagem perfeita, e
somente depois partir para as monta-
gens de aparelhos.
Uma maneira interessante de
praticar é retirando componentes de
algum aparelho velho e depois soldan-
do-os em numa ponte de terminais,
ou em uma placa qualquer de circuito
impresso, como ilustra a figura 8.
Os procedimentos para se fazer
10
uma solda perfeita são dados a seguir. Efetuando uma soldagem
corretamente
Preparação do Soldador
a) Aqueça bem o soldador, deixan-
do-o ligado por pelo menos 10
minutos.
b) Se o soldador for novo, sua pon-
ta deverá ser bem limpa de modo
que o metal brilhante apareça.
Para isso, utilize uma lima.
c) Estanhe a ponta do soldador.
Essa solda irá “molhar” ou “es-
tanhar” a ponta do ferro no local
de uso, formando uma região
brilhante de metal fundido, ob-
serve a figura 9.

Preparação da Soldagem
a) Se os terminais de componen-
tes, fios ou locais de soldagem
estiverem sujos ou oxidados,
será preciso limpá-los para que
a solda possa aderir. Para isso,
use uma lâmina afiada, como a
de um canivete, por exemplo,
uma lixa fina ou mesmo uma
lima. Remova toda a sujeira dei-

28 Mecatrônica Fácil nº50

MF50_soldar.indd 28 4/8/2009 10:49:00


eletrônica
e
xando aparecer o metal brilhante do tamanho da junção. A junção “pingamento” de solda capaz de
no local em que deve ser feita a perfeita deve ficar lisa, brilhante provocar curtos em outros com-
soldagem. e envolver todo o local de junção ponentes do aparelho.
b) Aqueça o local em que deve ser dos componentes, conforme po- Se tudo estiver bem feito, o leitor te-
feita a soldagem, encostando ali de ser visto também na mesma rá garantido um bom funcionamento de
a ponta do soldador e imediata- figura onde temos exemplos de seu aparelho, pelo menos no quesito
mente encoste a solda nos termi- soldas imperfeitas. soldagem.
nais, ou nos locais de solda (não d) Se o local não for aquecido sufi-
encoste na ponta do ferro). Se cientemente, a solda poderá “em- Pratex
o local estiver aquecido, a solda pedrar”, dando origem a maus Uma outra forma de se dar um bom
derreterá e envolverá os compo- contatos, ou seja, o componente acabamento a uma placa protegendo-a
nentes que devem ser soldados, não tem a aderência da solda e contra a corrosão, é aplicando Pratex.
observe a figura 10. Evite usar acabará por ficar solto. Uma sol- Trata-se de uma solução de iodeto de
fluidos ou ácidos, pois os vapores da desse tipo é denominada po- prata que ao ser pincelada na parte co-
gerados por essas substâncias pularmente de “solda fria” e deve breada, reage liberando uma finíssima
podem atacar o próprio terminal ser evitada de qualquer maneira. camada de prata que se deposita. A
do componente e outros com- Devem ser evitados também es- prata sofre menor ação do ar (oxigênio)
ponentes do aparelho causando palhamentos de solda que pos- e por isso protege a placa contra a cor-
corrosão. A solda será melhor, sam provocar curto-circuitos entre rosão, dando-lhe um aspecto prateado.
mas a vida útil da conexão ficará os terminais de componentes ou
comprometida pela corrosão feita trilhas de uma placa de circuito Recomendações Finais
no momento da soldagem. impresso. Uma boa soldagem não se conse-
c) Derretendo quantidade suficiente e) Feita a soldagem de todos os gue na primeira tentativa.
de solda para envolver os ele- componentes de uma montagem, Se o leitor é iniciante e nunca usou
mentos que devem ser soldados, pode-se proteger a placa de cir- um soldador, antes de fazer suas mon-
afaste o soldador mantendo as cuito impresso com uma camada tagens ou trabalhos de reparos, é reco-
peças firmes em sua posição até de verniz incolor. Para outros mendado praticar como nós orientamos
que a solda esfrie. Para endu- tipos de montagens e/ou repara- acima.
recer completamente, o tempo ções é conveniente verificar se A solda não “pega” em metais co-
necessário deverá ser da ordem os componentes soldados estão mo ferro e alumínio, portanto nenhum
de 5 a 10 segundos dependendo realmente firmes e se não houve componente poderá ser soldado neles. f

Mecatrônica Fácil nº50 29

MF50_soldar.indd 29 4/8/2009 10:49:06


e eletrônica

Seleção de controles
de motores
Controlamos a velocidade A seleção de circuitos dada a se-
Anteriormente, publica- e a potência (torque) de um motor de guir engloba os dois tipos de tecno-
mos na edição nº 48 um corrente contínua através da corrente logia para o controle de motores de
circulante pelo seu enrolamento. Para corrente contínua comuns.
estudo sobre motores DC
esta finalidade, o procedimento mais Teremos também no final da se-
e caixas de redução.Neste leção alguns circuitos práticos para
comum é variar a tensão aplicada
artigo, completamos quer seja modificando-se sua alimen- o controle de motores de corrente
aquele material com uma tação diretamente a partir da fonte, alternada usando retardo de disparo
útil seleção de projetos quer seja utilizando-se um reostato, no semiciclo da rede de alimentação
práticos de controles de isto é, um resistor variável em série. com dispositivos semicondutores do
velocidade para motores A solução tradicional do reostato tipo SCR e TRIAC.
de corrente contínua e não é das mais recomendáveis pela
necessidade de se usar um compo- Reostato Simples
também alternada. O primeiro projeto apresentado
nente caro, como também pelo fato
Estes motores, com dele dissipar uma quantidade de calor pode controlar linearmente a corrente
pequena e média potên- diretamente proporcional à potência circulante através de um motor que
cia, podem ser emprega- do motor controlado. tenha uma corrente tipicamente de
dos em uma infinidade As soluções eletrônicas podem ser até 3 ampères para os transistores
de aplicações práticas divididas em dois grupos básicos para indicados.
os motores de corrente contínua: O circuito é mostrado na figura 1
que vão desde projetos
a) Lineares que funcionam como faz uso de um transistor 2N3055 (pa-
domésticos ou instrumen- ra correntes até uns 3 A) ou um TIP41
reostatos, mas onde o resistor
tais até para aplicações variável é substituído por um (para correntes até uns 2A).
em automação, mecatrô- dispositivo eletrônico de maior Na verdade, o 2N3055 pode con-
nica, eletrônica embar- rendimento como, por exemplo, trolar correntes bem maiores, mas
cada e indústria. um circuito integrado ou um o calor desenvolvido também será
A grande vantagem transistor. muito grande, o que implica na ne-
b) PWM em que a potência aplicada cessidade de se empregar dissipado-
destes projetos está
depende do ciclo ativo de uma res de calor de dimensões bastante
no fato de que eles se tensão de alimentação e que po- grandes.
baseiam em compo- de ser variada externamente de O potênciômetro de controle deve
nentes tradicionais e modo simples com componentes ser de fio e o resistor precisa ter uma
que, por isso, podem de pequena dissipação. dissipação de pelo menos 2 W.
ser implementados com
1 2
grande facilidade princi- Circuito do reostato simplês Reostato eletrônico
palmente em situações
de emergência.

30 Mecatrônica Fácil nº50

MF50_controle_motores.indd 30 4/8/2009 10:51:31


3 4
eletrônica
e
O resistor eventualmente deve ter Reostato c/ transitor Darlington Circuito do controle linear de
seu valor alterado (reduzido) caso a velocidade p/ motor CC
corrente máxima não seja alcança-
da de modo a compensar um menor
ganho do transistor. Os transistores,
ainda que sejam do mesmo tipo, pos-
suem uma faixa de ganhos bastante
ampla que pode influir no desempe-
nho deste modo de controle.
Observamos que este circuito
desperdiça uma boa potência, a qual
se converte em calor. O diodo de pro-
teção em paralelo com o motor pode
ser de qualquer tipo de silício como, 5 6
Fonte de corrente constante Circuito de regulador de
por exemplo, o 1N914 ou 1N4148 ou tensão com zener
mesmo 1N4004.

Reostato Eletrônico (2)


A diferença deste circuito em rela-
ção ao anterior está no fato de poder-
mos usar um potenciômetro de maior
resistência, e, portanto, menor dissi-
pação. Neste caso, o potenciômetro
pode ser de carbono e até mesmo
sensores resistivos como LDRs e
NTCs podem ser empregados em
seu lugar, É possível encontrarmos transis- mínimo da tensão de saída. Este fator
O circuito exibido na figura 2 tores da série TIP (Darlington) com deve ser levado em conta, pois o motor
usa como transistor de potência um correntes que vão de 1,25 A como o pode não parar na velocidade mínima
2N3055 que possibilita o controle de TIP110 até vários ampères como os ajustada se tiver com pouca carga.
correntes de até 3 A, ou um TIP41 TIP120, TIP130, etc. O circuito integrado LM350T usa-
para correntes até uns 2 ampères O comportamento deste circuito é do neste projeto tem invólucro TO-
pelos motivos discutidos no projeto o mesmo do anterior e sensores re- 220 e deve ser montado em um bom
anterior. sistivos podem ser utilizados em lugar radiador de calor.
O outro transistor pode ser qual- do potenciômetro. O diodo de proteção D1 é o mes-
quer NPN de uso geral, eventualmen- O transistor de potência deve ser mo recomendado para os projetos
te um NPN de média potência como montado em um radiador de calor anteriores.
o BD135, caso o BC548 não forneça compatível com a corrente do motor
corrente suficiente para a excitação que vai ser controlado. Fonte de Corrente
completa da carga e o resistor de 100 Constante
ohms deva ser reduzido. Controle Linear usando CI Uma forma de se manter a rotação
O transistor de potência, qualquer Circuitos reguladores de tensão line- de um motor quando a carga varia, ou
que seja ele, deve ser montado em ares como os da série LM150/250/350 quando a tensão de entrada varia,
um radiador de calor compatível com com correntes algo elevadas, che- é utilizando uma fonte de corrente
a corrente do motor que está sendo gando aos 3 ampères, servem como constante.
controlado. controles lineares de velocidade de Esta fonte pode ser facilmente
O diodo de proteção em paralelo motores de corrente contínua. implementada com circuitos integra-
com o motor é o mesmo recomenda- Na figura 4 indicamos como estes dos reguladores de tensão como o
do no projeto anterior. CIs podem ser usados em um circuito LM350. Como isso é feito, é visto na
básico em que a tensão de entrada figura 5.
Reostato com Transistor deve ser a do motor mais uns 2 V, de O resistor R (que é dado pela so-
Darlington modo a termos uma faixa de ajuste ma de R1 com a resistência apresen-
Em lugar de usarmos dois tran- apropriada. tada por P1) determina a intensidade
sistores ligados na configuração Esta faixa de ajuste ficará entre da corrente na carga, a qual vai se
Darlington, como no projeto anterior, 1,25 V e a tensão máxima que o mo- manter constante mesmo que a ten-
podemos partir diretamente para um tor deve receber no seu funcionamen- são e a sua resistência variem.
transistor do tipo Darlington como os to normal. Assim, para uma corrente de 1,25
da série TIP da Texas ou mesmo BD. O valor mínimo de 1,25 V deve-se A, por exemplo, conforme a fórmula
Na figura 3 mostramos como isso po- ao fato de que o zener interno do CI dada junto ao diagrama, a resistência
de ser feito. tem este valor que é, portanto, o ajuste total deve ser ajustada em 1 ohm.

Mecatrônica Fácil nº50 31

MF50_controle_motores.indd 31 4/8/2009 10:51:37


e 7
eletrônica
8 9
Circuito de controle lógico Fonte de corrente Circuito de um controle
de um motor CC constante PWM p/ motor CC

O resistor e o potenciômetro de- re o componente. Valores entre 470 valor vai depender do valor máximo
vem ser de fio, e o circuito pode ali- ohms e 2,2 k ohms podem ser expe- desta corrente.
mentar motores com correntes de até rimentados. Para o transistor indicado, esta
3 ampères. corrente é da ordem de 1 A .
O circuito integrado LM350T é Controle Lógico O transistor deve ser montado em
encontrado em invólucro TO-220 e Sinais lógicos podem ser usados radiador de calor.
deve ser dotado de radiador de calor para controlar um motor de corrente O diodo zener é de 400 mW a 2
apropriado. contínua de até 3 ampères com o cir- W de dissipação com os valores in-
cuito indicado na figura 7. dicados. Este circuito é indicado para
Regulador Simples Neste circuito, quando o sinal na ba- motores de 6 a 12 V.
com Zener se do transistor é alto, este componen-
O circuito exibido na figura 6 man- te vai ao corte e a tensão aplicada ao PWM com o 555
tém constante a tensão sobre um mo- motor é a ajustada no trimpot de 5 kW. O circuito integrado 555 na confi-
tor mesmo com variações da tensão Esta tensão deve ser a nominal do guração estável pode ser usado co-
de entrada, ou da corrente exigida motor para que ele rode em velocida- mo um eficiente controle PWM para
pelo motor dentro de uma certa faixa de máxima. motores de corrente contínua com
de valores. A tensão de entrada deve ser pelo tensões de até 12 V.
O transistor TIP31 pode controlar menos 2 V maior que a tensão nomi- Na figura 9 mostramos um contro-
motores com uma corrente máxima nal do motor. le que tem uma corrente máxima entre
da ordem de 1,5 A (com uma margem Quando o nível lógico de controle 1 A e 3 A conforme o transistor usado.
de segurança), mas transistores de for alto (1), o transistor irá à saturação O controle do ciclo ativo do oscila-
maior corrente podem ser usados. e a entrada de ajuste do CI será ater- dor astável é obtido com o potenciô-
O diodo zener determina a tensão rada. Nestas condições sua tensão metro de 100 kW. O capacitor C1 deve
de saída que deve ser a tensão apli- de saída cai para aproximadamente ter seu valor escolhido na faixa indi-
cada ao motor controlado. Podem ser 1,25 V, o que leva o motor a rodar cada, de modo a não causar vibração
usados diodos zener de 400 mW a 2 numa condição de mínima potência, excessiva no motor. Para cada tipo de
W de dissipação. ou mínima velocidade. Esta tensão de motor o valor deve ser diferente dadas
Este diodo tem uma tensão 0,6 V 1,25 V é a tensão do zener interno do suas diferenças, tanto de característi-
maior que a tensão do motor para CI e não pode ser alterada. cas elétricas quanto de características
compensar a queda na junção base O CI deve ser dotado de radiador de mecânicas.
emissor do transistor. calor e a corrente máxima controlada é O transistor deve ser montado
O diodo de proteção é do mesmo de 3 A . O diodo de proteção é o mesmo em um radiador de calor e a tensão
tipo que os indicados no primeiro pro- recomendado nos projetos anteriores. de alimentação precisa ser a máxima
jeto desta série. Outras tensões po- desejada para o motor.
dem ser obtidas deste circuito com o Corrente Constante com O diodo D1 é do mesmo tipo indica-
uso de um diodo zener apropriado. Transistores do nas outras montagens desta série.
Lembre-se apenas de que a ten- Uma fonte de corrente constante
são de entrada deve ficar entre 2 e 6 V usando transistor bipolar pode ser PWM Antifase
a mais do que a tensão desejada na implementada para o controle de mo- Neste tipo de circuito a parada do
saída. tores de corrente contínua, conforme motor se obtém quando o ciclo ativo
Eventualmente, o resistor de 1 k ilustra a figura 8. da tensão aplicada é 50%. Isso ocorre
deve ser alterado para se obter cor- A intensidade da corrente é ajus- quando o potenciômetro está com o
rente na base do transistor que satu- tada em um potenciômetro de fio cujo cursor na posição central.

32 Mecatrônica Fácil nº50

MF50_controle_motores.indd 32 4/8/2009 10:51:46


10 11 12
eletrônica
e
Circuito do PWM antifase Antifase PWM de potência elevada Circuito de reversão
usando Relé

Quando variamos o ciclo ativo pa- terísticas do motor para que ele não 13
Circuito de reversão
ra mais ou para menos, o motor ace- vibre excessivamente na condição de com Ponte-H
lera em um ou noutro sentido, o que parada, ou nas baixas velocidades.
quer dizer que este tipo de controle é Os transistores devem ser dota-
bidirecional. dos de radiadores de calor e a fonte
Para o circuito indicado usamos a de alimentação precisa ser simétrica.
saída direta do 555, o que limita a cor-
rente do motor controlado a 50 mA. Reversão com Relé
Na figura 10 temos o circuito comple- É possível inverter o sentido de
to deste tipo de controle. rotação de um motor de corrente con-
Observe que a fonte de alimenta- tínua simplesmente invertendo o sen-
ção deve ser simétrica com um valor tido da circulação da corrente através
máximo de 6 + 6 V. dele. Para fazermos isso usando um
Os diodos são de uso geral, e o relé ou chave de 2 polos x 2 posições,
valor do capacitor junto aos diodos podemos empregar o circuito ilustra-
precisa ser escolhido na faixa indica- do na figura 12.
da, de modo a não provocar oscilação Neste circuito, em que damos
excessiva no motor na condição de como exemplo o controle através de
parada. um relé, quando o relé está desener- 14
Circuito de reversão com
Lembramos que este tipo de con- gizado, o motor gira em um sentido, lógica usando Ponte-H
trole só deve ser empregado com e quando energizado, o motor gira no
motores de pequenas potências, pois sentido oposto.
na condição de parada ele oscila dis- Os contatos do relé ou chave usa-
sipando toda a potência em forma de dos neste circuito devem ser capazes
calor. de suportar a corrente exigida pelo
motor.
Antifase de Maior Potência Se a chave e o relé tiverem uma po-
Não é conveniente trabalhar com sição neutra (3 posições), ela pode ser
controles antifase em frequências bai- usada para manter o motor parado.
xas com potências elevadas, uma vez
que na condição de 50% do ciclo ativo Reversão com Ponte H
(motor parado) ele recebe um sinal de A melhor maneira de se ter o con-
potência total, mas não gira. Nestas trole do sentido de rotação de um mo-
condições, esta potência se converte tor de corrente contínua é com o uso
em calor. de uma ponte H (H-Bridge).
Se o motor usado tiver condições Na figura 13 temos um exemplo
de dissipar esta potência, ou não de ponte que pode ser utilizada para
permanecer por muito tempo parado controlar motores de corrente contí- T1
na aplicação, o circuito da figura 11 nua de até uns 2 ampères. E1 E2 Sentido
pode ser utilizado com motores de até O sentido de rotação do motor ou 0 1 direto
500 mA. sua condição dependem dos níveis 1 0 inverso
O capacitor de temporização deve lógicos aplicados nas entradas E1 e 0 0 parado
ser escolhido de acordo com as carac- E2, conforme a tabela 1. 1 1 parado

Mecatrônica Fácil nº50 33

MF50_controle_motores.indd 33 4/8/2009 10:51:54


e 15
eletrônica
16 17
Controle de Motor Controle de Motor Circuito de um Controle
de Passo - I de Passo - II PWM p/ Motor CC

Os transistores devem ser do- Controle de Motor Controle PWM com


tados de radiadores de calor, e de Passo – I o LMD18201
entradas TTL ou CMOS podem ser Os motores de passo são encon- O circuito integrado LMD18201 da
usadas para a excitação do circuito. trados em diversos automatismos National Semiconductor pode contro-
que necessitam de circuitos espe- lar motores de até 3 A com tensões
Ponte H com Lógica ciais de controle. Na figura 15 temos de até 55 V na configuração mostra-
Um dos pontos negativos do cir- um controle típico baseado no circui- da na figura 17.
cuito anterior é que existem duas to integrado ULN2002, ou ULN2003, Este circuito é formado por uma
combinações de estado que não cujas entradas são compatíveis com ponte H e possui diversos recursos
devem ser usadas, que são as duas lógica TTL ou CMOS. Estes circuitos de controle.
entradas no mesmo nível. têm como equivalentes da Motorola Nas entradas Direção, PWM e
Para se obter um circuito com ló- os tipos MC1413 e MC1416. Todos Brake, controlamos o movimento do
gica, podemos usar inversores feitos são capazes de controlar motores motor. Na saída Aviso Térmico te-
com portas NOR or NAND ou mesmo de passo com correntes de até 1 mos o aparecimento de um sinal em
inversores completos. ampère. caso de sobreaquecimento, caso, por
Como isso é feito, é mostrado na A sequência lógica de pulsos que exemplo, em que o motor trava.
figura 14. vai determinar o posicionamento do Finalmente, na saída Vsense
Este circuito tem uma única entra- motor é aplicada nas entradas P1 a temos uma tensão que depende
da cujo nível determina o sentido de P4. A alimentação do circuito é feita do consumo do motor. Para cada
rotação do motor. com uma tensão de 12 V. ampère temos 0,1 V. Este tensão
No nível alto ele gira num sentido possibilita controlar a carga do mo-
e no nível baixo no sentido oposto. O Controle de Motor tor através de um amplificador ope-
circuito pode ser usado com motores de Passo – II racional e um circuito apropriado de
de até uns 500 mA para os transisto- Um circuito integrado bastan- controle.
res usados. te popular no controle de motor de
Transistores de maior potência passo e que faz uso de entrada se- Controle por
podem ser empregados para moto- rial é o SAA1027. Ele pode controlar Microprocessador
res que exijam mais correntes, desde motores de até 350 mA com tensão Na figura 18 mostramos como
que a lógica possa excitá-los. Para de 12 V na configuração exibida na utilizar o LMD18200 no controle de
isso, deve ser levado em conta seu figura 16. um motor de corrente contínua a par-
ganho. Na entrada TR (disparo) aplica- tir de um microcontrolador
Os transistores devem ser monta- mos os pulsos de controle, e na en- O LMD18200, da National, con-
dos em radiadores de calor de acor- trada SET controlamos a habilitação siste numa ponte H da alta potência
do com a intensidade da corrente do motor. Na entrada DIR temos o (55 V x 3 A) e pode ser interfaceado
que precisa ser controlada. sentido da rotação do motor. com um microcontrolador de 8 bits.
Motores de 6 a 12 V podem ser O resistor R 1 tem valor que Veja que a alimentação para o mi-
controlados com este circuito. Obser- depende da intensidade da cor- crocontrolador deve ser feita com 5
ve que a lógica não precisa ser neces- rente exigida pelo motor e seus V e neste circuito temos a conexão
sariamente alimentada com a mesma valores são indicados junto ao do aviso térmico através de um re-
tensão da etapa de potência. diagrama. sistor R.

34 Mecatrônica Fácil nº50

MF50_controle_motores.indd 34 4/8/2009 10:52:02


18 19
eletrônica
e
Controle de Motor CC Controle universal com
com Microcontrolador uso de SCR

Controle Universal 20
Controle Universal c/ SCR
com SCR de Onda completa
Para o controle de meia onda de
motores universais conectados à
rede de energia uma configuração
bastante simples é a exibida na fi-
gura 19.
Neste circuito ajusta-se o ponto
de disparo no semiciclo através do
potenciômetro de 100 kohms, dosan-
do-se assim a potência aplicada ao
motor. O elemento de disparo nes-
ta aplicação é uma lâmpada néon,
mas podemos usar um dispositivo
semicondutor equivalente de melhor
desempenho que é o DIAC.
O circuito indicado para motores
de até 3 A usa um SCR TIC106. O
sufixo deve ser B, se a rede for de
110 V, e D se a rede for de 220 V.
Eventualmente o capacitor deve ter
seu valor ajustado de modo a abran-
ger a faixa de ajuste de potêencias
que, neste caso, é de 50%. Os diodos da ponte devem ser
capazes de trabalhar com a corrente
Controle Universal com SCR exigida pelo motor.
de onda Completa O SCR deve ser dotado de um
Uma faixa de ajuste de potência bom radiador de calor.
de 0 a 95% aproximadamente pode Observamos que, tanto este
ser obtida com o circuito apresenta- circuito quanto o anterior, pela sua
do na figura 20. comutação rápida, geram interfe-
Este circuito é indicado para o rências que podem se propagar via
controle de velocidade de motores rede de energia. Esta interferência
universais e, inclusive, de potência pode ser eliminada com a ajuda de
para cargas resistivas. Também po- um capacitor de 100 nF em série
demos usar neste caso um DIAC em com um resistor de 330 W, ambos
lugar da lâmpada néon, sendo que o entre o anodo e o catodo do SCR. O
capacitor de temporização deve ser uso de filtros entre a rede de ener-
ajustado para se obter a faixa com- gia e estes controles também é re-
pleta de potências. comendado. f

Mecatrônica Fácil nº50 35

MF50_controle_motores.indd 35 4/8/2009 10:52:09


e escola

­Criação de Circuitos­ Nesta Oportunidade,


conheceremos o simulador

Pneumáticos no de circuitos pneumáticos


FluidSIM, idealizado pela

FluidSIM
empresa Festo Automação, que
é excelente e de grande ajuda
para o projetista mecatrônico,
pois, além de trabalhar com
componentes pneumáticos,
Rafael Gonçalves de Souza também possibilita criar
circuitos elétricos e fazer a
comunicação em entre eles,
produzindo, por sua vez,
circuitos eletropneumáticos.
Trabalharemos com a versão
demo em espanhol, que
pode ser baixada em nossa
comunidade no novasaber.
ning.com, e com circuitos
simples e básicos, ideais para o
aprendizado do software.

A interface do software é bem Assim se abrirá a tela de trabalho também válvulas normalmente aber-
simples e intuitiva: do lado esquerdo em branco onde será feito nosso tas (NA) e a diferença entre os dois
temos uma biblioteca com os elemen- circuito. tipos é a maneira como entra o ar. Em
tos pneumáticos, que são apresen- Identificamos nosso primeiro com- uma válvula NA, o fluxo do ar passa
tados na forma de sua simbologia, o ponente do circuito, a Unidade de Ar direto e já aciona o atuador ou pistão,
que nos ajuda a compreender melhor Comprimido pelo símbolo de um tri- o que não acontece em uma válvula
o circuito. Veja a tela de apresentação ângulo, o primeiro componente da es- normalmente fechada, que depende
na figura 1. querda da biblioteca. Basta clicar no de um acionamento manual, mecâni-
componente na biblioteca e arrastar co ou elétrico.
Elaborando um circuito de para área de trabalho à direita. O terceiro componente utilizado é
comando direto O segundo componente a ser o Atuador de Simples Ação com Re-
Para elaboração do primeiro cir- escolhido é a Válvula 3/2 vias Nor- torno por Mola ou, como ele é chama-
cuito, clique em Archivo, depois em malmente Fechada (NF) com aciona- do em nossa biblioteca no FluidSIM,
Nuevo, ou utilize o comando Ctrl+N. mento manual e retorno por mola. Há cilindro de simples efeito.

1 2
Tela de apresentação do FluidSIM 3.5 Três elementos para trabalho.

36 Mecatrônica Fácil nº50

MF50_fluid.indd 36 4/8/2009 10:53:39


3
escola
e
Resultados obtidos para os circuitos. Então, temos em nossa tela na
figura 2, os três elementos onde va-
mos trabalhar nosso circuito.
Podemos verificar que nas extremi-
dades de cada componente existem pe-
quenos círculos que, ao colocarmos o
ponteiro do mouse, ficam na cor verde.
Assim, é possível clicar neste círculo de
nosso primeiro componente (a unidade
de ar comprimido), e segurando o bo-
tão do mouse, o levamos até a conexão
1 da válvula onde temos um círculo que
também fica da cor verde e, ao soltar-
mos o botão, uma linha surge. Trata-se
da linha de pressão do circuito. Faça o
mesmo levando do circulo da conexão
2 da válvula para a entrada do cilindro
formando, assim, a mesma linha.
Observamos na figura 3 como fi-
caram nosso circuitos com a linha de
pressão.
Agora vamos definir o aciona-
mento de nossa válvula para, depois,
5 efetuarmos a simulação do circuito.
Clicando na opção “Retorno por
Com dois cliques no símbolo da vál-
vula, aparece a sua tela de configu-
ração, onde escolhemos para nosso
acionamento um botão manual, que
no FluidSIM encontra-se na opção
Esfuerzo . Para escolhermos a for-
ma de retorno, em nosso caso por
mola, no lado direito basta clicar na
opção retorno por mola, como mos-
tra a figura 4. Feito isto clicamos em
Aceptar.
Agora temos nosso circuito com-
pleto (figura 5) pronto para ser tes-
tado no simulador. Ao pressionar a
tecla F9, verifique que o ponteiro do
mouse vira uma mão. Guie o ponteiro
4 “a mão” até a válvula e a mesma terá
Circuito Completo
um dedo indicador. Basta segurar o
botão e observar que o cilindro é acio-
nado. Soltando-o, o cilindro retorna
rapidamente pelo esforço da mola. f

Importante:
Os arquivos não podem ser salvos na
versão demo do programa, então, para
comprar a versão completa, entre em con-
tato com a Festo Automação. Para baixar
a versão demo: http://novasaber.ning.

Importante:
Como utilizamos a versão demo do
software, ao pressionarmos a tecla F9
para fazer a simulação, ele vai fazer duas
perguntas. Basta clicar em Aceptar na pri-
meira e Si na segunda, assim a simulação
pode ser executada.

Mecatrônica Fácil nº50 37

MF50_fluid.indd 37 4/8/2009 10:53:47


e escola

Monta treko
Um computador elementar, um circuito
para simular o som de uma metralhadora e
uma experiência eletroquímica são alguns
dos projetos que você encontra no Monta-
treko desta edição. Como de costume, sele-
cionamos mais sete projetos para o leitor
aprender e se divertir com seus amigos,
alunos ou professores.
Newton C. Braga

Projeto 01: contatos à condição inicial, temos O capacitor pode ter valores entre
Metralhadora com Relé uma nova carga, e o fenômeno se 100 µF e 470 µF. O interruptor S1 é de
Este simples circuito imita o som repete. pressão e a alimentação é feita com 4
de uma metralhadora e, se usarmos Nesse ciclo de abrir e fechar o relé, pilhas comuns de qualquer tamanho.
um capacitor maior, também pode circulam pulsos de corrente pelo alto-fa- O alto-falante pode ser de qualquer
reproduzir o som de uma pistola de lante produzindo um ruído semelhante tipo ou tamanho com potência a partir
repetição. Simples de montar, ele uti- ao da arma. A velocidade dos tiros de- de 1 W. Para testar o aparelho é só
liza poucos componentes, alguns dos pende tanto do valor do capacitor quan- pressionar S1. Se os tiros forem muito
quais obtidos de aparelhos fora de to do tipo do relé utlizado (resistência lentos, diminua o capacitor C1.
uso. Dentre as aplicações, podem ser de sua bobina) portanto, o leitor deverá
indicados brinquedos, efeitos sonoros fazer experiências para o valor que dê Lista de materiais 1:
em montagens mecatrônicas e robôs. melhor efeito. Na figura 1 temos o dia-
B1 - 6 V - 4 pilhas comuns
O princípio de funcionamento é o grama completo do aparelho. S1 - Interruptor de pressão NA
seguinte: quando pressionamos S1 Na figura 2 mostramos a dispo- K1 - relé de 6 V sensível - ver texto
, o capacitor carrega-se, porém ins- sição dos componentes, que podem C1 - 100 µF a 470 µF a partir de 6 V
tantaneamente abre seus contatos e ser instalados numa caixinha para - capacitor eletrolítico - ver texto
o relé interrompe a alimentação pela melhorar a acústica. FTE - 4 ou 8 Ω - alto-falante pequeno
atração da bobina. Com a interrup- O relé pode ser de qualquer tipo
ção, os contatos do relé não voltam com 6 V de bobina e corrente de no Diversos:
imediatamente à sua posição de nor- máximo 100 mA. Tipos econômicos Suporte de pilhas, caixa para montagem,
mal, mas demoram uma fração de de uso geral podem ser empregados. fios, solda, etc.
segundo, que é quanto o capacitor
precisa para descarregar-se nova- 2
Disposição dos componentes
mente pela bobina. Com a volta dos na montagem final
1
Diagrama completo da metralhadora
eletrônica.

38 Mecatrônica Fácil nº50

MF50_montatreko.indd 38 4/8/2009 10:54:48


3
escola
e
Projeto 02: Diagrama completo do pisca-pisca
Pisca-Pisca com LEDs com LEDs
Com apenas dois transistores e
alguns componentes adicionais é
possível fazer dois LEDs piscar al-
ternadamente. O aparelho pode ser
usado como um alarme psicológico
em robôs e outros dispositivos de
mecatrônica, ou ainda em maquetes,
jogos e presépios. Os dois LEDs são
acionados alternadamente pela comu-
tação de dois transistores, que podem
ser de qualquer tipo. O ciclo de acen-
dimento de cada um é determinado
tanto pelos valores dos capacitores
empregados, quanto pelo ajuste de
um potenciômetro. 4
Montagem numa placa de
O potenciômetro ou trimpot pode circuito impresso
ter seus valores na faixa de 22 kΩ a
100 kΩ e os capacitores, valores en-
tre 2,2 µF e 100 µF. Quanto maior for
o valor dos capacitores, maior será o
intervalo entre as piscadas, ou mais
baixa será a frequência de operação
do circuito. Os transistores podem ser
de qualquer tipo NPN de uso geral,
inclusive reaproveitados de equipa-
mentos velhos.
A alimentação deve ser feita com
tensão de 6 a 9 V obtida de pilhas ou
bateria. A corrente exigida é baixa,
o que garante uma boa durabilidade
para as pilhas ou bateria. Na figura formal utlizando-se uma ponte de ter- caso, também não recomendamos
3 vemos o diagrama completo deste minais comum ou de parafusos. uma quantidade maior do que 3 por
aparelho. Com uma montagem bem com- transistor.
Na figura 4 exibimos a disposição pacta, o aparelho pode ser instalado
dos componentes numa pequena pla- numa pequena caixa plástica. Durante Projeto 03:
ca de circuito impresso, mas a monta- a montagem, observe as posições do Luz de freio para robôs
gem pode ser feita de maneira menos LED, e transistores e dos capacitores Esta montagem, além de luz de
eletrolíticos, que são polarizados. Para freio, pode servir também como um
Lista de materiais 2: testar o aparelho e usá-lo, basta colo- minialarme de vibração ou balanço,
car as pilhas no suporte. Como não há ou ainda como um sismógrafo experi-
Semicondutores:
Q1, Q2 - BC548 ou equivalente - interruptor geral os LEDs devem co- mental para demonstrações em feiras
qualquer transistor NPN de uso geral meçar a piscar imediatamente. de ciências.
LED1, LED2 - LEDs comuns de Se quiser alterar a frequência, tro- O princípio de funcionamento é
qualquer cor que os capacitores. No potenciômetro simples: instalado numa caixinha e
ou trimpot é possível alterar a frequ- levado na bicicleta com a luz na parte
Resistores: (1/8 W, 5%) ência do circuito, ou o tempo de acen- traseira, ele tem um sensor de pên-
R1, R4 – 330 Ω - laranja, laranja, marrom dimento de cada LED. Para ligação dulo (X1).
R2 , R3 – 10 k Ω - marrom, preto, laranja de mais LEDs, eles podem ficar em Em condições normais o pêndulo
P1 – 100 k Ω - trimpot ou potenciô- série em cada ramo do circuito. No não encosta na argola (ambos devem
metro entanto, o limite é de três LEDs, pois ser feitos com fio nu). Quando acon-
a tensão de acionamento dos tipos tece a freada, o pêndulo balança e
Capacitores: vermelhos é de 1,6 V, o que significa encosta na argola, fazendo com que
C1, C2 - 10 µF/6 V - eletrolíticos que, para que o funcionamento seja o capacitor C1 se carregue e acione
normal, devemos aumentar a tensão por uns segundos a lâmpada indica-
Diversos:
de alimentação para 9 V. dora X2. Evidentemente, a argola e o
B1 - 6 V - 4 pilhas pequenas
Ponte de terminais, suporte de pilhas, Se ligarmos os LEDs em paralelo, pêndulo devem ser suficientemente
fios, solda, etc. cada um deverá ser colocado em sé- rígidos para não provocar o disparo
rie com um resistor de 330 Ω e, neste do circuito pelo balanço normal do

Mecatrônica Fácil nº50 39

MF50_montatreko.indd 39 4/8/2009 10:54:56


e 5
escola
6
Diagrama completo do aparelho Aspecto da montagem numa
placa de circuito impresso

veículo em que ele está instalado, ou rização é dada pelo capacitor C1 , que 7
Diagrama do VU-meter
quando ele passar sobre um buraco pode ter valores entre 47 µF a 470 µF.
ou ondulação. O sensor é feito com fio de cobre gros-
A sua posição de montagem no so sem capa e o peso na ponta pode
sentido de que ocorra o acionamen- ser uma bolinha feita de massa epoxi.
to somente ao frear, é importante. O Para testar o aparelho é simples:
aparelho é alimentado por pilhas co- basta alimentar o circuito e balançar
muns e em lugar da lâmpada pode levemente o sensor de modo que a
ser usado um LED “jumbo” vermelho argola encoste no fio com o peso. A
em série com um resistor de 1 a 33 lâmpada deverá acender e ficar ace-
kΩ. Na figura 5 temos o diagrama sa por uns instantes. Comprovado o
completo do aparelho. funcionamento, é só fazer a instala-
Na figura 6 apresentamos a dis- ção definitiva no robô, ou em outra
posição dos componentes numa aplicação. 8
Disposição dos componentes
pequena placa de circuito impresso, numa ponte de terminais
mas existe a possibilidade de se fazer Projeto 04:
uma montagem “pendurada” em uma VU-Meter Simples
ponte de terminais comuns ou mesmo Eis um circuito simples que pode
de parafusos. ser ligado na saída de qualquer apa-
A lâmpada deve ser de 50 mA no relho de som para fazer um instru-
máximo, tanto para se evitar proble- mento “balançar” no ritmo da música.
mas de desgaste das pilhas quanto O instrumento usado é um microam-
para não forçar o transistor. A tempo- perímetro de 0-200 µA, ou valor próxi-
mo desse, pois o projeto não é crítico.
Lista de materiais 3: Este instrumento, de baixo custo,
Semicondutores: pode até ser aproveitado de algum
Q1 - BC548 ou BC337 - transistor NPN equipamento fora de uso.
de uso geral O circuito é ligado em paralelo
com a saída dos alto-falantes dos dois
Resistores: (1/8 W, 5%) canais do aparelho de som (um para Lista de materiais 4:
R1 – 10 k Ω - marrom, preto, laranja cada caso o aparelho seja estéreo, se D1 - 1N4002 ou equivalente - diodo
R2 – 1 k Ω - marrom, preto, vermelho o leitor quiser). O único ajuste a ser de silício
feito é o de um trimpot, que tem por fi- P1 - 47 k Ω - trimpot
Capacitores: nalidade encontrar a sensibilidade do R1 - 1 k Ω, 1/8 W - resistor - marrom,
C1 - 47 a 470 µF/6 V - eletrolítico circuito de acordo com a potência do preto, vermelho
aparelho de som. Na figura 7 temos C1 - 1 a 47 µF/12 V - capacitor
Diversos: o diagrama completo do VU-meter eletrolítico
X1 - sensor - ver texto simples. M1 - 0-200 µA - microamperímetro
X2 - 6 V x 50 mA - lâmpada comum comum - ver texto
A disposição dos componentes
S1 - Interruptor simples
numa ponte de terminais é mostrada
B1 - 6 V - 4 pilhas pequenas Diversos:
na figura 8.
O conjunto pode ser colocado no Ponte de terminais, terminal de entrada
Ponte de terminais, suporte para 4 pilhas, para ligação (ponte com parafusos), caixa
caixa para montagem, fios, solda, etc. interior de uma caixinha plástica, ou
para montagem, fios, solda, etc.
mesmo adaptado à caixa do ampli-

40 Mecatrônica Fácil nº50

MF50_montatreko.indd 40 4/8/2009 10:55:04


9
escola
e
ficador ou equipamento de som dis- Diagrama completo da luz rítmica
ponível. No caso, pode ser “embutido
no painel”, ou ainda de outra forma,
conforme o gosto de cada um.
O diodo admite equivalentes como
o 1N4148 ou 1N4007. O trimpot é co-
mum‚ o resistor é de 1/8 W ou maior.
Dependendo da inércia desejada ou
velocidade de resposta do instrumen-
to o capacitor C1 pode ser alterado na
faixa de valores que vai entre 1 µF até
100 µF.
Será interessante o leitor fazer 10
Disposição dos componentes
experiências, pois cada instrumento numa ponte de terminais
tem suas próprias características e o
capacitor ajuda a fazer a adaptação
do circuito. Os eletrolíticos podem ter
qualquer tensão de trabalho a partir
de 12 volts.
Para ajustar o aparelho, ligue os
pontos A e B na saída de seu sistema
de som (fios que vão para os alto-fa-
lantes). Depois, abra ligeiramente o
volume e ajuste P1 até que o ponteiro
oscile suavemente ao ritmo da músi-
ca. Se notar que o ponteiro tende a
deflexionar para o lado errado, inverta
as ligações do instrumento M1. Qual-
quer microamperímetro com fundo de
escala entre 100 µA e 0,1 mA pode
ser experimentado.

Projeto 05:
Luz Rítmica de 12 V
Este circuito pode ser usado no
carro, ou mesmo no lar, em conjun-
to com uma fonte de 12 V com pelo
menos 1 A para se obter efeitos es-
peciais de luz acompanhando o som. sante de luz. Na figura 9 temos o dia- rente entre 100 e 500 mA. O resistor
Com ele, uma lâmpada de 12 V vai grama completo do aparelho. Rx deve ser reduzido se a potência
piscar no ritmo da música reproduzida Na figura 10 observamos a dis- do aparelho de som for menor que 1
pelo seu equipamento de som. A sen- posição dos componentes numa pe- W (radinhos, CD-players, ou gravado-
sibilidade do aparelho é muito boa e quena ponte de terminais isolados, res). Os demais resistores são de 1/8
até mesmo o som de um rádio portátil porém nada impede que os leitores W e o capacitor C1 pode ser cerâmico
pequeno é suficiente para excitar o mais habilidosos façam a montagem ou de poliéster.
circuito. Neste caso, o sinal pode ser em placa de circuito impresso. O potenciômetro é comum e o
retirado do jaque de fones, ou ainda Observe que o transistor Q2 deve aparelho não precisa de interruptor
do próprio alto-falante. ser montado em um radiador de calor, geral, pois, ao se desligar o som na
O circuito pode alimentar lâmpa- que consiste numa lâmina de metal entrada, o consumo cai a zero. O
das incandescentes de até 1 ampère dobrada em forma de “U”. Para a en- diodo D1 admite equivalentes como
e possui um controle de sensibilidade. trada dos sinais podem ser usados os 1N4004, 1N4148.
O capacitor C1, com valores entre 10 fios comuns numa montagem defini- Para experimentá-lo, ligue nas
nF e 220 nF, determina a resposta de tiva, ou, se o leitor preferir, uma ponte entradas A e B os fios do alto-fa-
frequência do circuito em relação aos de terminais com parafusos. lante de um aparelho de som, a
sons. Com valores maiores, o circui- O transformador pode ser qual- saída de um rádio portátil ou a sa-
to tende a responder mais aos sons quer um utilizado em fontes de ali- ída de fone. Ligue os pontos C e D
graves. mentação com enrolamento primário na alimentação. Coloque o som no
Montado em um pequeno módulo, de 110 V ou 220 V (que será ligado ao volume desejado e ajuste P 1 para
o aparelho pode ser utilizado no carro potenciômetro) e secundário de qual- que a lâmpada pisque ao ritmo da
produzindo um efeito muito interes- quer tensão entre 4 e 12 V - com cor- música. Se não conseguir isso, re-

Mecatrônica Fácil nº50 41

MF50_montatreko.indd 41 4/8/2009 10:55:10


e escola
11 12
Lista de materiais 5: Aspecto do eletroscópio Demonstrando o funcionamento
Semicondutores: de folhas do eletroscópio
Q1 - BC548 ou equivalente - transistor
NPN de uso geral
Q2 - TIP41 - transistor NPN de potência
D1 - 1N4002 ou equivalente - diodo de
silício

Resistores: (1/8 W, 5%)


Rx – 47 Ω/1 W - amarelo, violeta, preto
R1 - 10 kΩ - marrom, preto, laranja
R2 – 22 Ω - vermelho, vermelho, preto
P1 - 10 k Ω - potenciômetro

Capacitores:
C1 - ver texto

Diversos:
T1 - Transformador de alimentação - ver
texto
X1 – 12 V até1 A - lâmpada comum caixamos um fio de cobre dobrado Projeto 07:
F1 – 5 A - fusível de modo a formar um gancho. Neste Computador Elementar
gancho vamos pendurar um pedaço Na verdade, trata-se de um brin-
Ponte de terminais, ponte de parafusos, de papel-alumínio bem fino, dobra- quedo que indica quando respostas
caixa para montagem, radiador de calor do em V. O alumínio deve ser o mais corretas são escolhidas em um ta-
para Q2, suporte de fusível, botão para o fino possível para ser obtida maior buleiro, onde também há perguntas
potenciômetro, fios, solda etc. flexibilidade, pois dela depende a sobre determinados assuntos. O as-
sensibilidade do eletroscópio. sunto explorado pode ser escolhido à
duza o valor de Rx. Comprovado o Para experimentar o eletroscó- vontade pelo montador. O princípio,
funcionamento do aparelho, feche- pio, atrite um pente de plástico, uma ainda que bem simples, é o mesmo
o numa caixa ou instale-o de modo caneta esferográfica, ou mesmo da lógica digital que temos nos com-
definitivo. uma régua de plástico na sua roupa, putadores. Para que o leitor tenha
de modo a gerar uma boa carga elé- uma idéia, este aparelho é encontra-
Projeto 06: trica. Aproximando, ou mesmo to- do, inclusive, à venda na forma de
Eletroscópio de folhas cando na argola de cobre, conforme brinquedo educacional, o que torna
Nos estudos de ciências do pri- mostra a figura 12, deverá ocorrer a mais interessante a ideia de se cons-
meiro grau e de física do segundo repulsão das folhas de alumínio que truir um com as próprias mãos.
grau descreve-se um aparelho de- então “abrem”. Em um painel existem duas colu-
nominado “eletroscópio de folhas”, Quanto maior for o ângulo de nas verticais, uma contendo pergun-
que consiste em um instrumento abertura das folhas, mais carre- tas e outra respostas. As respostas,
capaz de detectar cargas elétricas gado estará o objeto que tocou na todavia, estão de forma desordenada.
acumuladas em um corpo, ou seja, argola. Explique, na demonstração Cada pergunta corresponde a um
verificar se um corpo está ou não ou aula, que as folhas abrem por- prego ou um contato elétrico, sendo
“carregado” de eletricidade estática. que ficam carregadas com cargas que o mesmo ocorre com as respos-
O eletroscópio original é feito com elétricas do mesmo sinal (positivas tas. Perguntas e respostas são inter-
folhas de ouro, que é um material ou negativas) e por isso surge entre ligadas por um fio oculto por baixo do
caro, mas existe uma alternativa elas uma força de repulsão. Faça painel. O jogador, com duas pontas de
simples e barata que pode ser usa- uma demonstração atritando em prova, deve encostar uma na pergun-
da com excelentes efeitos práticos seda ou lã diversos tipos de mate-
para aplicações didáticas o qual jus- riais, demonstrando assim quais se Lista de materiais 7:
tamente descrevemos neste artigo. eletrizam com mais facilidade.
Este eletroscópio usa material Obs.: Nos dias úmidos, a expe- LED1 - LED vermelho comum
que pode ser conseguido em casa riência pode ser mais difícil, pois os B1 – 3 V - 2 pilhas pequenas
(não precisa comprar nada!) e detec- objetos carregados perdem rapida- R1 – 330 Ω x 1/8 W - resistor - laranja,
mente as cargas adquiridas. laranja, marrom
ta cargas elétricas acumuladas em
PP1, PP2 - pontas de prova
pentes, réguas, pedaços de acrílico,
plásticos, roupas, etc. Na figura 11
Dica: Fazer um concurso para ver quem Diversos:
temos o aspecto deste eletroscópio. Ponte de terminais, suporte para duas
Usando um vidro de boca larga descobre o material que se eletriza mais,
fazendo com que o eletroscópio tenha a pilhas, painel de madeira, preguinhos, fios,
(maionese, por exemplo), preferi- solda, etc.
maior indicação.
velmente com tampa plástica, en-

42 Mecatrônica Fácil nº50

MF50_montatreko.indd 42 4/8/2009 10:55:16


13
escola
e
Circuito do computador
elementar

14
Disposição dos componentes
numa ponte de terminais

ta e outra na resposta corresponden-


te. Se a resposta estiver correta, um
LED indicador acenderá. Se estiver
errada, nada acontecerá.
Na figura 13 temos o circuito que
faz o LED acender e o painel para 5
perguntas e suas respostas.
É claro que o leitor pode montar
sua versão com muito mais perguntas
e o assunto fica por conta de cada um:
países e capitais, personalidades e
cargos, invenções e datas, jogadores
de futebol e equipes, etc. A disposição
dos componentes numa ponte de ter-
minais é apresentada na figura 14.
O LED pode ser de qualquer tipo
ou cor, e o resistor é de 1/8 W ou
maior. Para os contatos do painel, su-
gerimos o uso de pequenos pregos,

Mecatrônica Fácil nº50 43

MF50_montatreko.indd 43 4/8/2009 10:55:24


e 15
escola
16 17
Diagrama do aparelho utilizado Aspecto da montagem Sugestão de fonte para
no experimento substituir as pilhas

parafusos de 1/8 de polegada, ou um líquido existente num copo pela azul de caneta. As pontas do fio que
ainda percevejos. Os pregos co- passagem de uma corrente elétrica. fazem contato com a solução devem
muns têm a vantagem de aceitar a O líquido é simplesmente uma mis- ser descascadas em 1 ou 2 cm.
solda na ligação dos fios. As pontas tura de água comum, sal e algumas No momento em que os fios forem
de prova PP1 e PP2 podem ser feitas gotas de tinta azul usada em cane- posicionados no copo, começando
com pregos maiores, ou então usa- tas. Assim que a corrente elétrica a circular a corrente, já começarão
das pontas de multímetros que são começar a circular pelo líquido, e a ocorrer as alterações que levam
adquiridas prontas. com isso provocar uma reação quí- à descoloração do líquido. A expe-
O painel pode ser uma chapa de mica conhecida por “eletrólise”, vão riência estará completa quando a
madeira compensada de uns 30 x 40 ser produzidas novas substâncias solução perder totalmente a cor azul
cm, de modo a caberem bastantes que, reagindo com a tinta, provocam da tinta. Para repetir a experiência,
perguntas e respostas. Na verdade a descoloração. temos de lavar o copo e preparar
propomos adaptar cartolinas que Temos então uma mudança visí- uma nova solução.
se encaixem de modo a permitir a vel da cor do líquido, que acaba por As borbulhas que sobem nas
mudança de assunto, o que torna o perder a cor azul da tinta que estava pontas dos fios durante a experiên-
uso do painel do computador mais dissolvida. Demonstramos, então, cia se devem aos gases produzidos
interessante. de que modo uma corrente elétrica durante a reação química que, nes-
Competição: Organizar con- provoca reações químicas e, como te caso, podem ser o hidrogênio, o
curso de perguntas e respostas. O nas reações, os pigmentos da tinta oxigênio e outros que podem ser li-
professor pode montar uma versão podem ser modificados de modo a berados das substâncias envolvidas
“gigante’ e utilizar na sala de aula. não ter nenhum efeito na coloração. na reação.
Na figura 15 temos o diagrama do A oxidação dos fios também é
Projeto 08: aparelho elétrico usado na experiên- resultado das reações que ocor-
Experiência de eletroquímica cia. O aspecto real da montagem é rem no processo. Com o tempo, os
Experiências que envolvem ele- exibido na figura 16. fios podem se desgastar completa-
tricidade e química são atraentes, Em lugar da pilha ou pilhas, po- mente e deverão ser substituídos.
principalmente aquelas nas quais demos usar uma fonte de alimenta- Professores de química podem
são observadas mudanças de co- ção com corrente até 1 A. Essa fonte encontrar combinações interessan-
res de substâncias. Descreveremos pode ter tensões entre 1,5 e 9 volts. tes de substâncias que mudam de
aqui uma em especial que é bastante Uma sugestão de fonte simples, que cor quando submetidas ao mesmo
simples, podendo ser realizada sem evita o uso de pilhas caras, é apre- processo de eletrólise e criar novas
a necessidade de qualquer material sentada na figura 17. experiências. f
difícil de se obter ou perigoso de se Uma pilha grande também serve,
manusear. fornecendo uma corrente por um Lista de materiais 8:
Trata-se de uma experiência ino- bom tempo para a realização da ex-
B1 - 1,5 a 6 V - pilhas ou fonte
fensiva, que certamente resultará periência algumas vezes. No copo, X1 - Copo com água e sal, mais gotas de
num excelente trabalho para o aluno colocamos água comum e dissolve- tinta e eletrodos
de escolas cursando os níveis fun- mos uma pitada de sal para tornar
damental e médio. O que fazemos a solução condutora. Depois, pin- Fios, solda, etc.
é provocar uma mudança de cor em gamos uma ou duas gotas de tinta

44 Mecatrônica Fácil nº50

MF50_montatreko.indd 44 4/8/2009 10:55:30


escola
e
Literatura Técnica
Nesta nova coluna, contamos com a participação do nosso cola-
borador Renato Paiotti . Todo mês ele vai “devorar” dois livros
com temas referentes a ciência, tecnologia e curiosidades, mas
este espaço é aberto para você, leitor, que quiser dividir conosco
o seus gostos de leitura. Basta escolher um ou mais livros e
fazer um pequeno resumo, dizendo para quem você indica e para
quem não indicaria o livro e os motivos. As sugestões podem ser Para adquirir os livros acesse:
www.novasaber.com.br
enviadas para o e-mail: atendimento@mecatronicafacil.com.br.

100 cientistas que mudaram o mundo - Jon Balchin - Editora Madras - 317 páginas

Quando peguei este livro pe- O livro não aborda as técnicas Para quem indico: Indico este li-
la primeira vez e li o título da capa, e descrições dos eventos/inven- vro para aqueles que amam a ciência,
logo pensei em um livro com diver- tos/personagens a fundo, somente gostam de saber como os cientistas
sas biografias retiradas de diversas traz uma explicação de como eles e inventores tiveram aquela grande
bibliotecas que poderiam ser en- contribuíram para a humanidade. ideia e o impacto que ela causou na
contradas facilmente na Wikipédia, Recomendo ao leitor que se interessou época, além de saber como e porque
porém não foi isto que encontrei. por um determinado cientista mencio- aquele invento ou descoberta apare-
Ao ler o livro pude notar que o autor nado no livro, que procure mais sobre ceu somente naquele instante e não
aborda a história da Ciência em si ele e não se baseie em tudo escrito antes.
e todas as descobertas e inventos sobre ele como está neste livro, pois Para quem não indico este
criados pelos gênios da humanidade é somente um resumo do que aconte- livro: Para aqueles que esperam
de forma cronológica e com um texto ceu de importante no campo da Ciên- pegar um livro para um trabalho
fácil de ler, o que torna o livro inte- cia na história, principalmente no que escolar, onde conta ano após ano
ressante, uma vez que ele não pega se refere aos termos técnicos que, em a vida de um determinado cien-
uma personalidade e conta a história algumas áreas, são parecidos como tista, para isto recomendo uma
de sua vida ano a ano, mas sim foca por exemplo a invenção do rádio por biblioteca ou o pt.wikipedia.org/
o invento ou a descoberta e também Marconi e a descoberta do elemento w i k i / P % C 3 % A1g i n a _ p r i n c i p a l
o porque desse invento. radioativo (radio) pela Marie Curie. (wikipedia)

Aumente o poder do seu cérebro - Ken Russell e Philip Carter - Editora Madras - 147 páginas

Este livro traz uma série de testes e No final do livro os autores apre- aqueles que gostam de desafios
desafios em vários níveis de dificuldade sentam um teste de QI que não é o mentais, para os que gostam de
que têm como finalidade trabalhar, ou oficialmente aplicado, mas serve de uma questão para apresentar numa
forçar o funcionamento do cérebro em 3 parâmetro para medir o índice. roda de amigos e ainda para aque-
etapas: criatividade, memória e raciocínio Para quem indico: Indico les que trabalham na seleção de
lógico. Os testes são os mais variados: este livro para professores, pois profissionais e utilizam testes para
em alguns, a resposta pode ser qualquer na minha opinião ele é de grande o recrutamento.
coisa, já que o intuito é desenvolver a ajuda para aplicar testes em uma Para quem não indico: Para aque-
criatividade; outros possuem respostas sala de aula onde é possível sele- les que procuram uma fórmula mágica
óbvias e também existem aqueles com cionar quais alunos têm uma certa de aumentar o poder do cérebro, pois
respostas que você resmunga “Puxa, apitidão para um determinado o que os autores apresentam são
por que não tinha pensado nisso?” assunto e outros que têm deter- apenas exercícios que podem ajudar
Em cada divisão de testes os autores minadas dificuldades. Vale lem- o seu desenvolvimento como também
fazem uma pequena introdução sobre brar aos professores que é impor- uma explicação sobre o que você está
o cérebro em si e em quais áreas dele tante ver se o grau de dificuldade desenvolvendo. É preciso a prática
atuam a criatividade, a lógica e a memó- se aplica à idade daquela turma. para o desenvolvimento, e o que o livro
ria. Indico também este livro para traz são exercícios para isto.

Mecatrônica Fácil nº50 45

MF50_livros.indd 45 4/8/2009 14:15:29


MF50_editorial.indd 2 4/8/2009 10:31:35

Você também pode gostar