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Palavras-chave
Psicanálise; ética, clínica; psicoterapia da histeria; Freud.
Resumo
No último capítulo dos Estudos sobre a histeria – escrito por Freud e intitulado A psicoterapia da histeria –
o autor, ao problematizar os parâmetros da clínica médica, esboçou alternativas a estes que, conforme se
busca verificar, instauraram a prática analítica. Sua nova posição – de descontinuidade e de inauguração
– instaurou uma posição ética à qual o artigo remete. Desde esta posição, a clínica da histeria aponta
para dificuldades e limitações tomadas não como um empecilho à aplicação do método a ensejar seu
aprimoramento, mas como o que incita uma decisão ética da ordem do desejo em Freud.
1
Professor Adjunto do Departamento de Psicologia da UFPR, vice-coordenador do Laboratório de Psicaná-
lise dessa universidade. Doutor em Teoria Psicanalítica pela UFRJ, Psicanalista.
2
Equipe de pesquisa vinculada ao Laboratório de Psicanálise da UFPR. Graduandos em Psicologia.
3
Equipe de pesquisa vinculada ao Laboratório de Psicanálise da UFPR. Graduada em Psicologia.
Ocorreu então algumas vezes que, apesar médica aparece associado a sua perspec-
do diagnóstico de histeria, os resultados tiva etiológica. Embora declare ter sido
terapêuticos se revelaram muito escassos “obrigado a reconhecer que, na medida
e nem mesmo a análise trazia à luz nada em que se possa falar em causas deter-
de significativo. Em outras ocasiões ain- minantes que levam à aquisição de neu-
da, tentei aplicar o método de tratamento roses, sua etiologia deve ser buscada em
de Breuer a casos de neurose que nin- fatores sexuais” (FREUD, 1895a, p.255,
guém poderia confundir com histeria, e grifos do autor), ele se preocupa em
assim verifiquei que eles podiam ser in- distinguir sintomas psicogênicos e não
fluenciados e, na verdade, esclarecidos. psicogênicos. A preocupação em deli-
(FREUD, 1895a, p.254) mitar, no campo da etiologia, o que se-
ria e o que não seria objeto da aplicação
Não promete boa repercussão um de seu método, não o livra da evidência
método proposto para o tratamento da de que “quanto a outros sintomas desses
histeria que não se mostra efetivo em [não psicogênicos], parece que, de algu-
casos diagnosticados como de histeria e ma forma indireta, eles são eliminados
que, ao contrário, se mostra efetivo em junto com os sintomas psicogênicos, do
casos de neurose, em que o diagnósti- mesmo modo que, afinal, de alguma for-
co de histeria está descartado. A saída ma indireta dependem de uma causação
pouco ortodoxa que Freud adota é con- psíquica” (ibidem, p.261).
siderar que o mecanismo psíquico que Finalmente, o que nos parece par-
fundamenta o método não é patogmô- ticularmente representativo da relação
nico da histeria e deixar, em cada caso, de Freud com o saber médico é o modo
que a decisão quanto ao diagnóstico como recorre a analogias com referên-
fique na dependência do resultado da cias deste na tentativa de elucidar o que
investigação. estaria em jogo em sua clínica. Dentre
A inflexão aí efetuada por Freud, cerca de uma dezena dessas analogias
com relação à lógica do diagnóstico, e comparações, que não valeria a pena
introduz um requisito temporal funda- reproduzir aqui, destacam-se aquelas
mental quanto ao lugar que tal diagnós- que fracassam no objetivo da elucida-
tico veio a ocupar na experiência da psi- ção, fracasso assinalado pelo próprio
canálise. Joël Dor, ao tratar do tema, in- autor. Deste modo, ao dizer que o ma-
dica que, na psicanálise, a relação entre o terial patogênico com que está lidando
diagnóstico e a indicação de um método se comportaria como um corpo estra-
de tratamento “não remete a uma rela- nho, e que o tratamento atuaria como a
ção de implicação lógica como é o caso remoção desse corpo estranho do teci-
na clínica médica” (DOR, 1994, p.15). do vivo, Freud apresenta ressalvas im-
Isso porque seu campo de investigação portantes, julgando-se em “condições
clínica se delimita pela dimensão do di- de ver onde essa comparação fracassa”
zer; não qualquer dizer, mas aquele que (ibidem, p.282). Diferente da relação do
se estabelece pela relação transferencial. corpo estranho com as camadas de te-
Sendo assim, o que baliza o diagnóstico cido que o circundam, o grupo psíqui-
advém do tratamento em curso, do mé- co patogênico pertence, nas palavras do
todo em operação, não sendo aplicável a autor, tanto ao ‘eu normal’ quanto à or-
exigência da anterioridade. ganização patogênica. A fronteira entre
Outro embaraço de Freud diante os dois é fixada de modo convencional,
da tradição do diagnóstico na clínica o tratamento não consiste em extirpar
algo, mas em permitir a circulação até abandonado, visto que as espécies infe-
então impedida. riores sobreviventes não são, de modo
Mais adiante, em outra compara- geral, os verdadeiros ancestrais das es-
ção, a mesma reserva se repete por parte pécies mais desenvolvidas atuais. Freud
de Freud. Trata-se agora da descrição ensaia, então, uma outra analogia, em
de seus tratamentos como operações um campo a que recorre com frequência
psicoterapêuticas, da “analogia com a em sua obra. Ele apela a uma imagem
abertura de uma cavidade cheia de pus, arqueológica, à imagem da Roma antiga
a raspagem de uma região cariada, etc” revivida pelos historiadores.
(ibidem, p.293). Como antes, o autor Freud pergunta o que se encon-
afirma que a analogia se justifica menos traria, na atualidade, das diferentes fases
pela remoção do que é patológico do históricas atribuídas à cidade. Com ex-
que pela criação de condições para que ceção do pouco que ainda resta intacto,
o processo avance no sentido da recu- o que se tem são restos escassos, que se
peração. Em última instância, entende- confundem seja com restaurações pos-
mos que essas analogias valem menos teriores e suas próprias ruínas, seja com
pela tradução por parâmetros médicos a confusão da metrópole atual. Freud
ou, constatada a insuficiência destes, propõe, então, que imaginemos Roma
pela introdução de alguma outra ima- não como uma habitação humana, mas
gem ilustrativa. O apelo a tais analogias como uma entidade psíquica, “uma en-
acaba tendo a função de apontar para o tidade onde nada do que outrora surgiu
que escapa neste esforço de transmissão. desapareceu e onde todas as fases ante-
Se, neste momento, é o saber médico riores de desenvolvimento continuam a
que oferece as imagens e palavras para existir, paralelamente à última” (ibidem,
Freud, o encaminhamento dado por ele p.88). Isso definiria um problema para a
indica que sua experiência clínica não é representação que deveríamos fazer de
toda representada e dita por ele. Roma, pois conteúdos diferentes teriam
Essa limitação em transmitir a psi- que estar justapostos no espaço. Con-
canálise por meio de representações es- cluindo ser inapropriada a compara-
paciais é constatada por Freud em outros ção, Freud ainda cogita a analogia com
textos. Um bom exemplo se encontra em o corpo humano – que ele reputa ser
O mal-estar na civilização (1930[1929]). um objeto de comparação mais estreita-
A discussão que nos interessa inicia-se mente relacionado – mas se depara mais
no ponto em que Freud, no decurso da uma vez com a impossibilidade de uma
obra, se interroga sobre a possibilidade representação espacial, já que os órgãos
de conviver o que é próprio de um eu da infância não poderiam se sobrepor
primário com o que posteriormente ca- ao que compõe o organismo adulto.
racterizaria o eu. À pergunta “terei eu o Tanto no exemplo da cidade de
direito de presumir a sobrevivência de Roma quanto no do corpo humano, o
algo que já se encontrava originalmente que Freud diz justificar o esforço de es-
lá, lado a lado com o que posteriormente tabelecer a analogia é a demonstração
dele se derivou?” (FREUD, 1930[1929], do “quão longe estamos de dominar as
p.86) ele responde afirmativamente, re- características da vida mental através de
correndo a partir daí a uma série de ana- sua representação em termos pictóricos”
logias que poderiam ilustrar a situação. (ibidem, p.89). A questão da ‘preserva-
O primeiro exemplo que apresenta – o ção na esfera mental’, que se apresenta
das espécies animais – é rapidamente para Freud, implica, então, a problema-
método. O autor entende, assim, que se não verificável pelo saber no qual foi
esse lugar do que não se conforma ao formado, é efeito do que o desejo fundou
método não deve ser subtraído, na me- em termos éticos. Nos termos conheci-
dida em que fala do que é constitutivo dos em que Lacan enuncia, o incons-
na neurose. Se quisermos avançar um ciente freudiano, frágil em seu estatuto
pouco mais, fala que o constitutivo na no plano ôntico, é ético (LACAN, 1985).
neurose é correlato de certo ponto limi- O psicanalista francês ressalta, ainda,
te do saber com que é abordado. Como que “o importante não é que o incons-
diz Paul-Laurent Assoun, “o neurótico, ciente determina a neurose” (ibidem,
muito mais que objeto de estudo, é por- p.27). Quanto a isso, diz já ter Freud
tador de uma exigência simbólica estru- feito o gesto pilático de lavar as mãos:
turante do próprio saber clínico” (1996, “mais dia menos dia, vão achar talvez
p.35). Freud não impõe ao neurótico, alguma coisa, determinantes humorais,
portanto, o saber consagrado; mas, ao pouco importa – para ele dá na mesma”
contrário, toma o que ali está em jogo (idem). O fundamental é que, através do
não como aquilo a que o saber será apli- inconsciente, a neurose se conforma ao
cado, mas como aquilo de que o saber real da clínica. Real que se apresentou
derivará. Freud entende, por exemplo, sob a forma dos obstáculos ao método e
que “um médico não pode atribuir-se a que só se sustentou na medida em que a
tarefa de alterar uma constituição como posição de Freud localizou neles a fun-
a histérica” (FREUD, idem, p.259). ção de um sujeito. Podemos dizer, então,
O que não se conformou ao mé- com Miller, que: “a primeira incidência
todo não definiu um não lugar, próprio clínica da ética da psicanálise é o pró-
da histeria para seus contemporâneos, prio sujeito” (MILLER, 1997, p.235).
mas teve para Freud lugar de causa. Para
além da questão de por que o desejo em A RESISTÊNCIA
Freud encontrou justamente o caminho
que o levou até a histeria, vale mais des- Freud toma, por tudo que vimos, o
tacar a posição inédita que esse encon- obstáculo como resistência. E no modo
tro fundou. Diante dos obstáculos, que como apresenta a resistência, remete-
vimos o autor associar não à precarie- nos, como dissemos, à função de um
dade do método, mas ao constitutivo da sujeito. Função que aparece na medida
histeria, a resposta não se define por um em que, com a inclusão da resistência
artifício técnico e sim por uma posição como um operador da clínica, a rela-
ética. Posição ética que entendemos ter ção do paciente com o médico excede o
possibilitado, consequentemente, a in- terreno do atender ou não aos objetivos
trodução do inconsciente. Ou seja, essa do tratamento. O impasse de Freud se
mudança de posição, que foi ao mesmo apresenta, em um primeiro momento,
tempo uma invenção provida pelo dese- como uma questão de o paciente ser ou
jo de Freud – não sem importância que não hipnotizado, pré-requisito até então
tenha se produzido em resposta à histe- para o sucesso do tratamento. Ao eluci-
ria – fez, de um mesmo golpe, com que dar o impasse introduzindo a noção de
o inconsciente passasse a existir. Afinal, resistência, a relação entre o médico e o
como o próprio autor indica muito tem- paciente não se vê mais reduzida à me-
po depois, a existência do inconsciente diação pela aplicação de um método que
só se verifica na análise (FREUD, 1937). supõe a técnica da hipnose. A resistência
O inconsciente de Freud, hipóte- toma o impasse como índice de um ato
(de defesa), o que por sua vez convoca à que fundava. Logo em seguida, assina-
suposição de um sujeito, não localizável lada a ausência de fórmulas, Freud nos
nem no médico nem no paciente con- surpreende com a superposição de uma
forme tomados em uma relação dual. série de modelos.
Podemos concluir do que disse-
mos acima que o abandono da hipnose Trabalha-se com o melhor da própria
não é uma questão técnica, mas ética. capacidade, como elucidador (ali onde a
Em termos do que representa a inclu- ignorância deu origem ao medo), como
são da resistência, a hipnose pode ser professor, como representante de uma
abandonada por se tornar irrelevante. visão mais livre ou superior do mundo,
Mais do que isso, se, ao sair do estado como um padre confessor que ministra a
hipnótico, como o autor observa, o pa- absolvição, por assim dizer, pela perma-
ciente não tem consciência do que disse, nência de sua compreensão e de seu res-
o abandono da hipnose revelaria tam- peito depois de feita a confissão (idem).
bém o interesse de que o paciente assu-
ma seus ditos, responda por eles. O que, São modelos usuais, familiares, mas
a rigor, não estaria em jogo, ainda, nos que, superpostos, não traduzem, nenhum
artifícios de que Freud inicialmente se por si mesmo, o que seja este trabalho. E,
valeu para substituir a técnica da hipno- o mais importante, indicam que Freud
se; como, por exemplo, a pressão da mão não busca outro modelo, nem mesmo
sobre a testa do paciente. Freud indica, um que fosse a síntese desses modelos. O
efetivamente, que o tratamento tem de trabalho do analista, até então não nome-
ir além de descobrir e revelar os motivos ado, não inclui o modelo. Implica mais a
da resistência: “ainda que pudéssemos inclusão de um furo em cada um desses
adivinhá-lo, o paciente não saberia o que modelos e nos outros que possam vir a
fazer com a explicação a ele oferecida e se propor neste lugar. Lugar a não todo
não seria psicologicamente modificado ser dito, sustentando o registro do im-
por ela” (FREUD, 1895a, p.283). Não possível, ao qual tal ofício se dirige, como
se está diante, então, de uma questão Freud nos disse mais tarde em ‘Análise
cognitiva. Mais do que ter consciência terminável e interminável’ (1937).
desses motivos, o desafio está, diz Freud Se não há modelo proposto, não
no texto, em despojá-los de seu valor, deixa de haver no texto indicações
substituí-los por outros. É nesse ponto acerca dos limites deste trabalho. Por
que a pergunta quanto aos meios de que exemplo, que a tarefa terapêutica con-
dispomos para tal recebe dele uma res- siste unicamente em induzir o paciente
posta de aguda antecipação daquilo que a reproduzir as impressões patogênicas,
fundamenta o lugar do analista: “É aqui, verbalizando-as com uma expressão de
sem dúvida, que deixa de ser possível afeto, que “uma vez realizada essa tare-
enunciar a atividade psicoterapêutica fa, nada resta ao médico para corrigir ou
em fórmulas” (ibidem, p.275). eliminar” (ibidem, p.276). Adiante, diz
Não há uma fórmula para o que ter aprendido com admiração que “não
Freud designou como o trabalho de su- estamos em condições de impor nada ao
perar as resistências do paciente. Vale paciente sobre as coisas que ele aparen-
notar que, no enunciado acima, ele in- temente ignora, nem de influenciar os
clui a ausência de dúvida quanto a isso, produtos da análise pela provocação de
o que nos leva a pensar que Freud está expectativas” (ibidem, p.286, grifos do
falando do mais próprio da experiência autor). Verificamos tratar-se nas duas
teve por objeto a noção de felicidade. A se traduz pela infelicidade, mas por uma
questão de que parte é a inevitável obje- busca que tem por condição a afirmação
ção de que, relacionando a doença com do impossível. Entendemos encontrar
as circunstâncias e os acontecimentos aí, a posteriori, a indicação do que fun-
da vida, e não podendo alterá-los, como damenta a posição de exceção, irredutí-
se proporia a ajudar o paciente? Freud vel, da psicanálise no campo da clínica
responde que haverá muito a ganhar já em 1895 e a qualquer tempo: a direção
transformando o sofrimento histérico ao impossível, ao incurável.
em infelicidade comum. É esta última
expressão que nos interroga. Em que
consiste tal infelicidade comum? De Keywords
imediato, podemos concluir que não Psychoanalysis; ethics; clinics; psychotherapy
está sendo proposta a troca da histeria, of hysteria; Freud.
da neurose, pela felicidade. Mas por algo
que se apresentaria a partir do impossí- Abstract
vel da felicidade, nomeado infelicidade In the last chapter of Freud’s ‘Studies on Hys-
comum. teria’, named ‘The Psychotherapy of Hysteria’
Mais de três décadas depois, no já – the author, as he problematizes the medi-
citado O mal-estar na civilização, Freud cal clinical parameters, outlined alternatives,
retomou o tema da felicidade. Essa de- which established analytical practice. His
signou ali o que ele verifica mostrarem new standing – one of rupture and newness –
os homens como propósito e intenção created a new ethical criterion that is studied
de suas vidas. Associada ao princípio at this paper. Since this standing, the clinic of
do prazer, define um programa que se hysteria aims to difficulties and limitations,
encontra “em desacordo com o mundo not as an obstruction to the psychoanalytical
inteiro, tanto com o macrocosmo quan- method’s application, but as an ethical choice
to com o microcosmo” (FREUD, 1930 of Freudian desire’s command.
[1929], p.94). É ainda acrescentado que
“ficamos inclinados a dizer que a inten-
ção de que o homem seja ‘feliz’ não se
acha incluída no plano da ‘Criação’ (ibi-
dem, p.95). Adiante, no entanto, Freud
indica que, se o programa de tornar-se Referências
feliz não pode ser realizado, “não deve-
mos – na verdade, não podemos – aban-
donar nossos esforços de aproximá-lo ASSOUN, P.-L. Metapsicologia Freudiana: uma
da consecução, de uma maneira ou de introdução. Rio de Janeiro : Jorge Zahar, 1996.
outra” (ibidem, p.102). DOR, J. Estruturas e clínica psicanalítica. Rio de
Consideramos que essa discussão, Janeiro : Taurus, 1994.
efetuada na última década da obra freu- FERENCZI, S. O Problema da afirmação do des-
diana, elucida a última passagem de A prazer. In: Obras Completas: Psicanálise III. São
psicoterapia da histeria, na qual o autor Paulo : Martins Fontes, 1993.
se orienta pelo que chamou de infelici- FREUD, S. A Psicoterapia da Histeria. In:
dade comum. Afinal, encontramos ex- BREUER, J.; FREUD, S. Estudos sobre a Histe-
plicitado em O mal-estar na civilização o ria [1895a]. Edição standard brasileira das obras
apontamento do impossível da felicida- psicológicas completas. Rio de Janeiro : Imago,
de. Com o acréscimo ali de que este não 1987. v. II