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(Notas de Aula)
Pedro A. Gómez V.
Junho 2020
Sumário
1 Introdução à Integração 3
1.1 Integral Indefinida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 Método da Sustituição ou Mudança de Variáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.3 Método de Integração por Partes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.4 Integral Definida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.5 Teorema Fundamental do Cálculo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.6 Cálculo de Áreas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.7 Integração por Substituição Trigonométrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.8 Integrais de Funções Racionais por Frações Parciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
1.9 Comprimento de Arco de uma Curva do tipo Gráfico (y = f (x) ou x = g(y)) . . . 38
1.10 Comprimento de Arco de uma Curva Paramétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
1.11 Volume de um Sólido de Revolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Referências Bibliográficas 61
1
Introdução
Estas notas foram especificamente preparadas para a disciplina de Cálculo Diferencial e Integral
II, ministrada na UFPB durante o perı́odo especial 2020.1. É uma recapitulação tirada de vários
autores sobre todo o conteúdo ministrado nesta disciplina, com exemplos e exercı́cios práticos para
o aluno ir desenvolvendo.
Espero que este material seja de grande ajuda.
2
Capı́tulo 1
Introdução à Integração
Definição 1.1 Uma função F (x) é chamada Primitiva da função f (x) em um intervalo I, se para
todo x ∈ I, temos que
F 0 (x) = f (x)
Observação 1.2 O domı́nio da função f , ocorre sempre sobre um intervalo I podendo incluso
ser toda a reta; nos casos que o domı́nio não for mencionado, ficará implı́cito que se trata de um
intervalo.
(a) F (x) = x é uma primitiva da função constante f (x) = 1, pois para todo
x ∈ R, F 0 (x) = [x]0 = 1
(b) F (x) = x2 é uma primitiva de f (x) = 2x, pois para todo x ∈ R, F 0 (x) =
[x2 ]0 = 2x
xn+1
(c) F (x) = n+1
com n ∈ N é uma primitiva de f (x) = xn pois para todo
h n+1 i0
x ∈ R, F 0 (x) = xn+1 = xn .
xα+1
F (x) = α+1 é primitiva de f (x) = xα
1 3
Assim, por exemplo podemos tomar α = 2, 4 etc. Se α = −1 neste caso a primitiva de
f (x) = x−1 é:
1
F (x) = ln |x| é primitiva de f (x) = x
3
(a) F (x) = sen x é uma primitiva de f (x) = cos x, pois para todo x ∈ R,
F 0 (x) = [ sen x]0 = cos x
(b) F (x) = − cos x é uma primitiva de f (x) = sen x, pois para todo x ∈ R,
F 0 (x) = [− cos x]0 = −(− sen x) = sen x
h i0
(c) F (x) = tan x é uma primitiva de f (x) = sec2 x pois, F 0 (x) = tan x =
sec2 x.
(d) F (x) = arctan x é uma primitiva de f (x) = 1
1+x2
pois, F 0 (x) =
h i0
1
arctan x = 1+x 2.
(e) F (x) = sec x é uma primitiva de f (x) = sec x tan x pois F 0 (x) =
[sec x]prime = sec x tan x.
Pelas regras de derivação, observemos que a função G(x) = F (x) + C onde C é uma constante
continua sendo uma primitiva de f (x), isto é,
Então a pergunta natural que podemos fazer: será que estas são todas as possı́veis primitivas de
f (x)?
Para responder está questão precisamos provar que:
f (y) − f (x)
= f 0 (c)
y−x
como a derivada de f é sempre zero, temos que f (y) − f (x) = 0, isto é, f (x) = f (y). Então pela
arbitrariedade de x, y concluı́mos que f (x) = C, C-constante.
4
Observação 1.7 A condição acima do domı́nio ser um intervalo é fundamental, por exemplo:
1 se x > 0
f (x) =
−1 se x < 0
Proposição 1.8 Se F (x) e G(x) são primitivas de f (x) no intervalo I, então existe uma constante
C ∈ R tal que F (x) − G(x) = C, para todo x ∈ I.
Demonstração: Considere a função H(x) = G(x) − F (x). É claro que esta função é derivável
em I e sua derivada é: H 0 (x) = G0 (x) − F 0 (x) = f (x) − f (x) = 0. Então pela Proposição (1.6)
segue-se que H(x) = C com C-constante.
Assim todas as primitivas de f (x) são da forma G(x) = F (x) + C em I veja a figura (1.1),
então podemos dar a seguinte definição:
xn+1
Z Z Z Z
1
xn dx = + C, ex dx = ex + C, dx = ln |x| + C, sec x tan x dx = sec x + C.
n+1 x
Proposição 1.10 Sejam f e g funções do intervalo I com valores reais e K 6= 0 uma constante.
Então
Z Z
(a) Kf (x) dx = K f (x) dx
Z Z Z
(b) (f (x) + g(x))dx = f (x) dx + g(x) dx
Demonstração: (a) Seja F (x) uma primitiva de f (x). Então pelas propriedades da derivada
temos que:
[KF (x)]0 = KF 0 (x) = Kf (x)
isto é, KF (x) é uma primitiva de Kf (x), assim
Z
Kf (x) dx = KF (x) + C
C
= K F (x) +
K
= K(F (x) + C 0 )
Z
= K f (x) dx
onde KC
= C 0 (b) Seja H(x) = F (x) + G(x) onde F (x) e G(x) são primitivas de f (x) e g(x)
respectivamente, então, pela propriedade da derivada da soma, temos que:
5
Logo H(x) é primitiva de f (x) + g(x). Portanto
Z
(f (x) + g(x)) dx = H(x) + C
onde C = C1 + C2 .
Z Z
3 √
Exemplo 1.11 Use a linearidade de para calcular (x 2 + cos x + 2x) dx
Z
3 √ Z
3
Z Z √
x 2 + cos x + 2x) dx = x 2 dx + cos x dx + 2x dx
3
x 2 +1 √ Z √
= 3 + sen x + 2 x dx
2 +1
5
x2 √ Z 1
= 5 + sen x + 2 x 2 dx
2
2 5 2√ 3
= x 2 + sen x + 2x 2 + C
5 3
6
TABELA de INTEGRAIS INDEFINIDAS
Z
sec2 x dx = tan x + C
Z
csc2 x dx = − coth x + C
Z
sec x tan x dx = sec x + C
Z
csc x coth x dx = − csc x + C
Z
dx
√ dx = arcsin x + C
1 − x2
Z
dx
√ dx = arcsec x + C
x x2 − 1
√
Z
3. x3 x dx
Z √
2
√
3
√
4
4. (t + t+ t+ t) dt
x2 + 1
Z
5. dx
x2
Z
6. (u − 1)2 (u + 1) du
Z
7. sec2 x(cos3 x + 1) dx
Z
dx
8. ; a 6= 0
(ax)2 + a2
Z p
3
9. 8t6 (t + 1)3 dt
7
Z
Exemplo 1.15 [x2 + 1]10 x dx
Solução: Seja g(x) = x2 + 1, então g 0 (x) = 2x. Assim, podemos escrever de (1.1)
Z Z
1
[x2 + 1]10 x dx = [x2 + 1]10 2x dx
2
Z
1
= [g(x)]10 g 0 (x) dx
2
1
= [g(x)]11 + C
2 · 11
1 2
= [x + 1]11 + C
22
Está formula mostra porque o uso do diferencial dx na integral. Se escrevemos u = g(x), então
du = g 0 (x) dx. Assim, por (1.1) temos:
un+1
Z
un du = +C n 6= −1
n+1
Z
Exemplo 1.16 sen99 x cos x dx
Solução: Seja g(x) = sen x, então g 0 (x) = cos x. Assim, podemos escrever de (1.1)
Z Z
99
sen x cos x dx = [g(x)]99 g 0 (x) dx
1
= [g(x)]100 + C
100
sen100 x
= +C
100
Seja F (x) uma primitiva de f (x) e g(x) uma função derivável tal que g(x) ∈ DF , para todo
x ∈ I.
Podemos então considerar a função composta F ◦ g, isto é, F (g(x)), para todo x ∈ I.
Para simplificar esta expressão podemos considerar u = g(x) e portanto du = g 0 (x) dx. Então
substituindo obtemos:
Z
f (u) du = F (u) + C, C ∈ R
Z
Exemplo 1.17 Calcular 3x(2 + 5x2 )7 dx
8
Solução:
Z Z
3x(2 + 5x2 )7 dx = 3 x(2 + 5x2 )7 dx
Fazendo
2 + 5x2
u = 1
⇐⇒ du = x dx
du = 10x dx 10
temos:
Z Z
2 7 1
3x(2 + 5x ) dx = 3 u7 du
10
Z
3
= u7 du
10
3u8
= +C
10 · 8
3u8
= +C
80
3
= (2 + 5x2 )8 + C
80
Z
Exemplo 1.18 Calcular tan x dx
Solução:
Z Z
senx
tan x dx = dx
cos x
Fazendo
u = cos x
⇐⇒ −du = sen xdx
du = − sen x dx
Temos:
Z Z
senx 1
dx = − du
cos x u
= − ln |u| + C
= − ln | cos x| + C
Z
Exemplo 1.19 Calcular cos2 x dx
1+cos 2x
Solução: Usando a formula do ângulo duplo, isto é, cos2 x = 2 temos:
Z Z
1 + cos 2x
cos2 x dx = dx
2
Z
1
= 1 + cos 2x dx
2
1 sen 2x
= x+ +C u=2x mudança de variável
2 2
Z
Exemplo 1.20 Calcular cos5 (2x) dx
9
Solução: Fazendo
u = 2x du
⇐⇒ = dx
du = 2 dx 2
Temos:
Z Z
1
cos5 (2x) dx = cos5 u du
2
Z
1
= cos4 u cos u du
2
Z
1
= (cos2 u)2 cos u du
2
Z
1
= (1 − sen2 u)2 cos u du
2
Fazendo
w = sen u
dw = cos u du
Temos:
Z Z
1
cos5 (2x) dx = (1 − w2 )2 dw
2
Z
1
= (1 − 2w2 + w4 ) dw
2
1 2 1
= w − w3 + w5 + C
2 3 5
1 2 1
= sen u − sen3 u + sen5 u + C
2 3 5
1 2 1
= sen (2x) − sen (2x) + sen5 (2x) + C
3
2 3 5
√
Z
Exemplo 1.21 Calcular t t − 2 dt
Solução: Fazendo
√
u = t−2
√1
⇐⇒ u2 = t − 2 ⇐⇒ t = u2 + 2 ⇐⇒ dt = 2u du
du = 2 t−2
dt
Temos:
√
Z Z
t t − 2 dt = 2 (u2 + 2)u2 du
Z
= 2 (u4 + 2u2 ) du
Z Z
= 2 u du + 4 u2 du
4
2u5 4u3
= + +C
5 3
5 3
2(t − 2) 2 4(t − 2) 2
= + +C
5 3
10
EXERCÍCIOS de INTEGRAIS por SUBSTITUIÇÃO
Z
2
1. xe−x dx
Z
cos x
2. √ dx
1 + sen x
Z √
3. sen x tan x dx
Z p
t2
3
4. 3t3 + 5 dt
Z
5
5. dx
x2 − 4x + 1
Z
2
6. 2x +1
x dx
Z
1
7. sen 2 (2x) cos(2x) dx
Z
dx
8.
7 + 2x
Z
9. sen 3 t dt
Z √
sen t
10. √ dt
t
Z
x+2
11. dx
x−1
x3
Z
12. dt
1 + x8
et
Z
13. √ dt
1 − e2t
Z
1
14. dt
t2 + 4t + 8
Z
15. sen2 x dx
Z
1
16. dx
sen x cos x
Z
dt
17. .
t(1 + ln2 t)
11