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Regime Militar Brasileiro

O Regime militar no Brasil, iniciado com o golpe de 31 de março de 1964, resultou no


afastamento do Presidente da República de jure e de facto, João Goulart, assumindo o poder
o Marechal Castelo Branco. Este golpe de estado, qualificado por personagens afinados como
uma revolução, instituiu um regime de excessão chamado pela oposição de uma ditadura
militar, que durou até a eleição de Tancredo Neves em 1985. Os militares então justificaram o
golpe, que eclodiu cinco anos após o alinhamento cubano à União Soviética, governado
por Nikita Khrushchev, sob alegação de que havia uma ameaça comunista, afirmando ter
eclodido no caso uma contrarrevolução, fortemente contestada principalmente
pela historiografia marxista. O marxista Luís Mir, porém, em seu livro "A Revolução Impossível",
da Editora Best Seller, deixa claro que Cuba já financiava e treinava guerrilheiros brasileiros
desde 1961, durante o governo Jânio Quadros, o mesmo diz a marxista Denise Rollemberg em
seu livro "O apoio de Cuba à Luta Armada no Brasil", publicado pela Editora Muad em 2001.

O golpe de Estado marcou a influência política do Exército Brasileiro e sua determinação em


tomar o poder do país ao abrigo de uma doutrina de segurança nacional formado no âmbito da
política do comércio exterior americano e de outros países influentes como a França. O
intervencionismo militar no Brasil remonta ao Império (1822-1889), mas, segundo estudiosos é
a primeira vez no Brasil, mas também na América Latina que o militar está adquirindo poder
afirmando abertamente a doutrina da segurança nacional.

Entre as figuras históricas civis afinadas com o movimento militar, e que apoiaram o movimento
de 31 de março, estão os governadores Magalhães Pinto (Minas Gerais) Adhemar de
Barros (São Paulo) e Carlos Lacerda (Guanabara, atual Estado do Rio de Janeiro). Ademar e
Carlos Lacerda foram depois cassados pelo regime militar.

A ditadura pôs em prática vários Atos Institucionais, culminando com o AI-5 de 1968 a
suspensão da Constituição de 1946, a dissolução do Congresso Brasileiro, a supressão de
liberdades individuais e a criação de um código de processo penal militar que permitiu que
o Exército brasileiro e a polícia militar do Brasil pudessem prender e encarcerar pessoas
consideradas "suspeitas", além de qualquer revisão judicial. O regime militar durou até a
eleição de um civil, Tancredo Neves, em 1985.

O Chamado “Milagre" Econômico Brasileiro


No governo do presidente Médici foi implantado no Brasil uma medida de crescimento
econômico, o principal idealizador dessa medida foi o ministro da fazenda, que atuava desde o
governo Costa e Silva, Antonio Delfim Netto, esse projeto tinha como princípio o crescimento
rápido. O que ocorreu para provocar esse chamado “milagre” foi o imenso capital estrangeiro
no país.

Durante vários anos o Brasil não recebia investimentos estrangeiros, por causa da instabilidade
econômica, da inflação, resultados políticos do Governo de Jânio Quadros, e do tumultuado
governo de esquerda de João Goulart.
O motivo pelo quais os recursos voltaram ao Brasil foi a estabilidade política e econômica
propiciada pelos militares, que também coibia o “esquerdismo”.

Os recursos estrangeiros chegaram ao Brasil em volume muito grande, com isso, tanto
empresas privadas quanto estatais foram beneficiadas, além das multinacionais, lembrando
que tais recursos foram usados no seguimento industrial.

Surgiram nesse período empresas privadas brasileiras que se baseavam no setor Labour
intensive (indústrias que apresentam pequena demanda de capital e grande demanda de mão-
de-obra), já as empresas multinacionais tinham suas atividades focalizadas no setor capital
intensive (forte demanda de capital e pouca demanda de mão-de-obra), as estatais investiram
seus recursos em forças armadas, energia e telecomunicação.

Para consolidar o crescimento rápido foi implantada uma expansão de mercado internamente e
externamente, a produção não era absorvida apenas pelos brasileiros e países de terceiro
mundo, mas também pelos países industrializados, como EUA e países da Europa.

As empresas multinacionais que aqui se instalaram tiveram benefícios em mátria-prima, e


também mão-de-obra, já que o governo mantinha os salários sempre baixos, quaisquer
manifestações em busca de melhoria salarial eram respondidas de forma violenta por parte do
governo. O governo estabilizou os ganhos dos pobres e favoreceu acréscimo aos rendimentos
da classe média e dos profissionais especializados.

Foi nesse período que o Brasil, de forma concreta, entrou no processo de industrialização, mais
de certo modo foi um processo sem planejamento social e que agravou mais ainda as
desigualdades.

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