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CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO

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INTRODUÇÃO

A Constituição Federal da República do Brasil promulgada em 5 de outubro de


1988, em seu título VIII que trata da Ordem Social, fixou os parâmetros para a Seguridade
Social. Ela, segundo art. 194 da CF/88, consiste num conjunto integrado de ações de
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade destinadas a assegurar os direitos relativos à
saúde, à previdência social e à assistência social. A seguridade deverá ser financiada por
toda sociedade, por intermédio de recursos procedentes da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e de contribuições sociais, de modo direto e indireto (BRASIL,
1988).
Ainda conforme o art. 195 da Carta Magna, a seguridade social será financiada por
toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
e das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei,


incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados,
a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
empregatício; (CONTRIBUIÇÃO PATRONAL)
b) a receita ou o faturamento; (COFINS)
c) o lucro; (CSLL)
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de
previdência social de que trata o art. 201 da CF/88;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
(COFINS - Importação).

Destacando a contribuição social sobre o lucro, tem-se que seu surgimento no


âmbito jurídico nacional ocorreu através da Medida Provisória nº 22, de 6 de dezembro de

2
1988, pouco depois convertida na Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1989 1. Tal legislação
passou por inúmeras alterações ao logo do tempo, porém estas jamais modificaram a
destinação para a qual foi criada, a de custear a seguridade social. (ARAUJO, 2007).
Desse modo, este trabalho possui como finalidade dissertar sobre a Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido. Serão apresentados alguns conceitos elementares, hipóteses
de incidência, base de cálculo e alíquotas aplicadas, entre outros itens importantes para
entendimento dessa forma de custeio da Seguridade Social.

SUJEITO ATIVO DA CONTRIBUIÇÃO

De acordo com o Art. 119 da Lei 5.172/66 2- Código Tributário Nacional, sujeito
ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência
para exigir o seu cumprimento.
Portanto, é a União o sujeito ativo da contribuição para o financiamento da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, incidente sobre a receita das pessoas jurídicas,
e cabe à Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar, executar, acompanhar e avaliar as
atividades relativas a sua tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento

SUJEITO PASSIVO – CONTRIBUINTES E RESPONSÁVEIS

Mantovania (2013) indica que a lei nº 7.689/88¹ define os elementos básicos da


CSLL, como contribuintes, materialidade, base de cálculo e alíquota. A materialidade fica
expressa no art. 1º da Lei: "Fica instituída contribuição social sobre o lucro das pessoas
jurídicas, destinada ao financiamento da seguridade social". O art. 4º, por conseguinte,
explicita o sujeito passivo: "São contribuintes as pessoas jurídicas domiciliadas no País e as
que lhes são equiparadas pela legislação tributária".

Além disso, a Receita Federal do Brasil adverte:

1
Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1989 - Institui contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas e
dá outras providências.
2
Lei 5.172/66 - Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário
aplicáveis à União, Estados e Municípios.

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a. As entidades sem fins lucrativos de que trata o inciso I do art. 12 do Decreto nº
3.048, de 06 de maio de 19993 , que não se enquadrem na imunidade ou isenção
da Lei nº 9.532, de 19974, devem apurar a base de cálculo e a CSLL devida nos
termos da legislação comercial e fiscal.

b. As associações de poupança e empréstimo estão isentas do imposto sobre a


renda, mas são contribuintes da contribuição social sobre o lucro líquido.

c. São isentas da CSLL as entidades fechadas de previdência complementar,


relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2002.

HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA

Salientando a distinção entre hipótese de incidência e fato gerador, Machado (2010),


coloca a expressão hipótese de incidência como aquela que determina com maior domínio a
descrição,contida na lei, da situação necessária e suficiente ao nascimento da obrigação
tributária, enquanto a expressão fato gerador diz da ocorrência, no mundo dos fatos,
daquilo que está descrito na lei. Ou seja, a hipótese é uma descrição ou previsão, enquanto
o fato é a materialização da hipótese, é a ocorrência do que fora previsto.
Desse modo, para ensejamento da hipótese de incidência a pessoa jurídica deverá
auferir lucro ou apurar receita bruta.

BASE DE CÁLCULO

O artigo 2º da Lei n.º 7.689 de 1988 estipula a base de cálculo da CSLL,


informando que ela corresponde ao “ valor do resultado do exercício, antes da provisão
para o imposto de renda.”. No caso de pessoa jurídica desobrigada de escrituração contábil,
a base de cálculo da contribuição corresponderá a dez por cento da receita bruta auferida no

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Decreto nº 3.048/99 - Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências.
Art. 12. Consideram-se:
I - empresa - a firma individual ou a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou
rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as entidades da administração pública direta, indireta
e fundacional; e
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Lei nº 9.532/97 - Altera a legislação tributária federal e dá outras providências.

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período de 1º janeiro a 31 de dezembro de cada ano. Ademais, devem ser observados os
seguintes critérios:

a. será considerado o resultado do período-base encerrado em 31 de dezembro de cada


ano;

b. no caso de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividades, a base de


cálculo é o resultado apurado no respectivo balanço;

c. o resultado do período-base, apurado com observância da legislação comercial, será


ajustado pela:

i. adição do resultado negativo da avaliação de investimentos pelo valor de


patrimônio líquido;
ii. adição do valor de reserva de reavaliação, baixada durante o período-base,
cuja contrapartida não tenha sido computada no resultado do período-base;
iii. adição do valor das provisões não dedutíveis da determinação do lucro real,
exceto a provisão para o Imposto de Renda
iv. exclusão do resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor de
patrimônio líquido;
v. exclusão dos lucros e dividendos derivados de participações societárias em
pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil que tenham sido computados como
receita
vi. exclusão do valor, corrigido monetariamente, das provisões adicionadas na
forma do item 3, que tenham sido baixadas no curso de período-base.

d. O valor da CSLL não pode ser deduzido para efeito de determinação do lucro real,
nem de sua própria base de cálculo (Lei nº 9.316, de 1996, art. 1º). 5

5
Lei nº 9.316, de 1996 - Altera a legislação do imposto de renda e da contribuição social sobre o
lucro líquido.

5
As formas de apuração estipuladas pela legislação ampliam o entedimento sobre as bases de
cálculo que devem ser aplicadas em cada modalidade de reconhecimento do lucro, como será
explicitado no tópico abaixo.

FORMAS DE APURAÇÃO

Conforme o artigo 57 da Lei n.º 8.981, de 1995 6, aplicam-se à CSLL as mesmas


normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o imposto de renda das pessoas
jurídicas, mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor.
Assim, a forma e a regularidade de apuração adotada pela pessoa jurídica para o
IRPJ indica também a forma e a regularidade de apuração da CSLL, podendo ser realizada
fundamentando-se no lucro real, presumido ou arbitrado, com periodicidade trimestral ou
anual com recolhimentos mensais sobre estimativas.

A partir da apuração trimestral da CSLL com base no lucro real, resultante da


aplicação de alíquota específica sobre a base de cálculo, podem ser deduzidos os valores:

a. da CSLL retida por órgão público, autarquia, fundação da administração pública


federal, sociedade de economia mista, empresa pública e demais entidades em que a
União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a
voto, e que dela recebam recursos do Tesouro Nacional e estejam obrigadas a
registrar sua execução orçamentária e financeira na modalidade total no Sistema
Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI;
b. dos créditos, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativos aos tributos e
contribuições administrados pela RFB, objeto de declaração de compensação;
c. do saldo negativo de CSLL de períodos de apuração anteriores;
d. da CSLL retida por outra pessoa jurídica de direito privado sobre receitas auferidas,
no período, pela prestação de serviços de limpeza, conservação, manutenção,
segurança, vigilância, transporte de valores, e locação de mão-de-obra, pela
prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito,

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Lei n.º 8.981, de 1995 - Art. 57. Aplicam-se à Contribuição Social sobre o Lucro as mesmas normas de
apuração e de pagamento estabelecidas para o imposto de renda das pessoas jurídicas, inclusive no que se
refere ao disposto no art. 38, mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor, com
as alterações introduzidas por esta Lei.

6
seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber e pela remuneração de
serviços profissionais.

Ressalta-se que os valores de CSLL efetivamente pagos calculados sobre a base de


cálculo estimada mensalmente, no transcorrer do ano-calendário, podem ser deduzidos do
valor de CSLL apurado anualmente.
A tabela 1 explícita de forma condensada a composição das bases de cálculo da
CSLL e as alíquotas aplicadas em cada modalidade de apuração estipulada pela lei:

Tabela 1 – Base de Cálculo e Alíquotas aplicadas na apuração da CSLL


  Lucro Real Lucro Presumido ou Arbitrado
  Anual
Trimestral Trimestral
(estimativas mensais)
Base de Cálculo

Resultado contábil do período


(1) 32% da RB (1) 32% da RB
ajustado pelas adições determinadas,
ou ou
pelas exclusões admitidas e pelas
12% da RB 12% da RB
compensações de base de cálculo
+ +
negativa até o limite definido em
(2) Adições (3) Adições
legislação.
Alíquota

9% da BC ou 15% da BC
(Lei nº 11.727/2008, art. 17)7

Na determinação da receita bruta em (1), o percentual considerado para efeito de


determinação da base de cálculo da CSLL, é de 32% (trinta e dois por cento), para as
atividades de:

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Lei nº 11.727/2008
Art. 17. O art. 3o da Lei no 7.689, de 15 de dezembro de 1988, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 3o A alíquota da contribuição é de:

I – 15% (quinze por cento), no caso das pessoas jurídicas de seguros privados, das de capitalização e das
referidas nos incisos I a VII, IX e X do § 1o do art. 1o da Lei Complementar no 105, de 10 de janeiro de
2001; e
II – 9% (nove por cento), no caso das demais pessoas jurídicas.”

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a. prestação de serviços em geral, observado o disposto no item 2 deste
atenção;
b. intermediação de negócios;
c. administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de
qualquer natureza;
d. prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia,
mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas
a pagar e a receber, e compra de direitos creditórios resultantes de vendas
mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

Para as atividades de prestação de serviços hospitalares e de transporte, inclusive de


carga, o percentual de receita bruta a ser considerado é de 12% (doze por cento). No caso
de atividades diversificadas, será aplicado o percentual correspondente a cada atividade.
Em (2), deverão ser somadas à base de cálculo estimada da CSLL junto com o
percentual sobre a receita bruta as seguintes parcelas:

a. os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa


e renda variável;
b. dos ganhos de capital, das demais receitas e dos resultados positivos decorrentes de
receitas não compreendidas na atividade, no mês em que forem auferidos, inclusive:

i. os rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre


pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física;

ii. os ganhos de capital auferidos na alienação de participações societárias


permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de participações
societárias que permaneceram no ativo da pessoa jurídica até o término
do ano-calendário seguinte ao de suas aquisições;

iii. os ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em


bolsas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão;

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iv. a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da
pessoa jurídica, deduzida dos encargos necessários à sua percepção;

v. os juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de


Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais, acumulada
mensalmente, relativos a impostos e contribuições a serem restituídos ou
compensados;

vi. as receitas financeiras decorrentes das variações monetárias dos direitos


de crédito e das obrigações do contribuinte, em função de índices ou
coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual;

vii. os ganhos de capital auferidos na devolução de capital em bens e


direitos;

viii. a diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos


recebidos de instituição isenta, a título de devolução de patrimônio, e o
valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos entregue para a
formação do referido patrimônio.

Em (3) deverão ser somadas à base de cálculo presumida ou arbitrada da CSLL,


junto com o percentual sobre a receita bruta, as seguintes parcelas:

a. 12% (doze por cento) ou 32% (trinta e dois por cento) da parcela das receitas
auferidas, no respectivo período de apuração, nas exportações a pessoas vinculadas
ou para países com tributação favorecida, que exceder ao valor já apropriado na
escrituração da empresa, na forma da legislação específica;
b. os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações
financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não
abrangidas pelo item 1 acima, auferidos no mesmo período de apuração, inclusive:

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i. os ganhos de capital nas alienações de bens do ativo permanente e de
ouro não caracterizado como ativo financeiro;
ii. os ganhos de capital auferidos na alienação de participações societárias
permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de participações
societárias que permaneceram no ativo da pessoa jurídica até o término
do ano-calendário seguinte ao de sua aquisição;
iii. os ganhos de capital auferidos na devolução de capital em bens ou
direitos;
iv. os rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre
pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física;
v. a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da
pessoa jurídica, deduzida dos encargos necessários à sua percepção;
vi. os juros equivalentes à taxa referencial do Selic para títulos federais,
acumulada mensalmente, relativos a tributos e contribuições a serem
restituídos ou compensados;
vii. os valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusive
com perdas no recebimento de créditos, salvo se a pessoa jurídica
comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se
submetido ao regime de incidência da CSLL com base no resultado
ajustado, ou que se refiram a período no qual tenha se submetido ao
regime de incidência da CSLL com base no resultado presumido,
arbitrado ou Simples;
viii. a diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos
recebidos de instituição isenta, a título de devolução de patrimônio, e o
valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos entregue para a
formação do referido patrimônio;
ix. os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de
renda fixa e de renda variável;
x. as variações monetárias ativas dos direitos de crédito e das obrigações do
contribuinte, em função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes
aplicáveis por disposição legal ou contratual.

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ALÍQUOTAS

A Lei nº 11.727, de 2008, art. 17 informa que para a Contribuição Social sobre o
Lucro é de:
I - 15% (quinze por cento), no caso das pessoas jurídicas de seguros
privados, das de capitalização e das referidas nos incisos I a VII, IX e X do § 1º do
art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001 ; e

II - 9% (nove por cento), no caso das demais pessoas jurídicas.

BÔNUS DE ADIMPLÊNCIA

A partir da Lei nºo 10.637/20028, temos que as pessoas jurídicas tributadas com
base no lucro real ou presumido, adimplentes com os tributos e constribuições federais
administratods pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), poderão usufruir-se do
bônus de adimplência fiscal, equivalente a 1% da Base de cálculo da CSLL, obtida através
das regras do lucro presumido, e calculado relativamente ao ano-calendário que permitir o
seu aproveitamento. Caso o período de apuração seja trimestral, o bônus será calculado em
relação aos quatro trimestres do ano-calendário e poderá ser deduzida da CSL devida
correspondente ao último trimestre (IOB, 2018).
Assim, considera-se adimplente a pessoa jurídica que, nos últimos 5 anos
calendário, não enquadrou-se em qualquer das hipoteses abaixo em relação aos tributos e
contribuições administrados pela RFB:
a. lançamento de ofício;
b. débitos com exigibilidade suspensa;
c. inscrição em dívida ativa;
d. recolhimentos ou pagamentos em atraso;
e. falta ou atraso no cumprimento de obrigação acessória.

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Lei nºo 10.637/2002 - Dispõe sobre a não-cumulatividade na cobrança da contribuição para os Programas de
Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), nos casos que especifica;
sobre o pagamento e o parcelamento de débitos tributários federais, a compensação de créditos fiscais, a
declaração de inaptidão de inscrição de pessoas jurídicas, a legislação aduaneira, e dá outras providências.

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A contabilização deverá ser registrada na contabilidade da pessoa jurídica
benefeciária da seguinte maneira:
1. Na aquisição do direito: débito na conta Ativo Circulante e crédito na conta Lucros
ou Prejuízos Acumulados;
2. Na utilização: débito na conta Provisão para Pagamento da CSLL e crédito na conta
do Ativo Circulante mencionada acima.

Como exemplo, suponhamos que certa empresa, adimplente nos últimos 5 anos,
apurou os seguintes valores em 20X1:
Período Base de Cálculo da CSL Bônus – 1%
1º trimestre R$80.000,00 R$800,00
2º trimestre R$100.000,00 R$1.000,00
3º trimestre R$122.000,00 R$ 1.220,00
4º trimestre R$95.000,00 R$ 950,00
Total R$ 3.970,00

De acordo com os dados fornecidos, os lançamentos contábeis serão:


1. Pela aquisição do direito ao bônus do 1º trimestre:
D – AC/Bônus de Adimplência Fiscal a Compensar R$800,00
C – PL/Lucros ou Prejuízos Acumulados
2. Pela utilização do bônus ao final do periodo (com os lançamentos do 2º, 3º 2 4º
trimestre já realizados):
D – PC/Provisão para CSLL a Pagar R$ 3.970,00
C – AC/Bônus de Adimplência Fiscal a Compensar

CONCLUSÃO

O presente trabalho retratou os principais componentes referentes à Contribuição


Social sobre o Lucro Líquido. Em seu escopo foram discutidos temas como fato gerador,
hipótese de incidência, sujeito passivo e ativo, base de cálculo e alíquotas. O conhecimento
de tais componentes permitem fazer uma análise mais apurada de sua estrutura e aplicação.

A seguridade social é uma atividade fundamental do Estado e tem como intuito


garantir o acesso à previdência, à saúde e assistência social. No entanto, para que tais

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garantias sejam efetivas e contemplem a todos, deve-se haver um gerador de recursos
financeiros que suporte o custeio dessas políticas públicas sociais. Justifica-se, assim, a
cobrança compulsória da CSLL para o financiamento da Seguridade Social.

REFERÊNCIAS

ARAUJO, Carlos Antônio. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO


(CSLL): ASPECTOS LEGAIS E CONSTITUCIONAIS DA DISPONIBILIZAÇÃO DOS
LUCROS, RENDIMENTOS E GANHOS DE CAPITAIS AUFERIDOS NO EXTERIOR
POR CONTROLADA OU COLIGADA DE EMPRESAS DOMICILIADAS NO BRASIL.
REVISTA DA AGU, v. 6, n. 14, 2007.

BRASIL. Lei Nº 5.172 de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário


Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e
Municípios. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5172.htm>.
Acesso em: 10 jun. 2019
.
BRASIL. Lei Nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988. Institui contribuição social sobre o
lucro das pessoas jurídicas e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7689.htm>. Acesso em: 10 jun. 2019

Bônus de adimplência fiscal. Boletim IOB fascículo nº 10/2018. Manual de


Procedimentos, Temática Contábil e Balanços, São Paulo, 2018.

MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 31. ed. São Paulo: Malheiros
editores LTDA, 2010.

MANTOVANI, Aline Cristina. Contribuição social sobre o lucro líquido sob a ótica do
direito previdenciário. 2013. Disponível em: <
http://www.lex.com.br/doutrina_25996482_CONTRIBUICAO_SOCIAL_SOBRE_O_LUC
RO_LIQUIDO_SOB_A_OTICA_DO_DIREITO_PREVIDENCIARIO.aspx> Acesso em
10 de jun. 2019.

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