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Trabalho CSLL 3
Trabalho CSLL 3
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INTRODUÇÃO
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1988, pouco depois convertida na Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1989 1. Tal legislação
passou por inúmeras alterações ao logo do tempo, porém estas jamais modificaram a
destinação para a qual foi criada, a de custear a seguridade social. (ARAUJO, 2007).
Desse modo, este trabalho possui como finalidade dissertar sobre a Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido. Serão apresentados alguns conceitos elementares, hipóteses
de incidência, base de cálculo e alíquotas aplicadas, entre outros itens importantes para
entendimento dessa forma de custeio da Seguridade Social.
De acordo com o Art. 119 da Lei 5.172/66 2- Código Tributário Nacional, sujeito
ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência
para exigir o seu cumprimento.
Portanto, é a União o sujeito ativo da contribuição para o financiamento da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, incidente sobre a receita das pessoas jurídicas,
e cabe à Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar, executar, acompanhar e avaliar as
atividades relativas a sua tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento
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Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1989 - Institui contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas e
dá outras providências.
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Lei 5.172/66 - Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário
aplicáveis à União, Estados e Municípios.
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a. As entidades sem fins lucrativos de que trata o inciso I do art. 12 do Decreto nº
3.048, de 06 de maio de 19993 , que não se enquadrem na imunidade ou isenção
da Lei nº 9.532, de 19974, devem apurar a base de cálculo e a CSLL devida nos
termos da legislação comercial e fiscal.
HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA
BASE DE CÁLCULO
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Decreto nº 3.048/99 - Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências.
Art. 12. Consideram-se:
I - empresa - a firma individual ou a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou
rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as entidades da administração pública direta, indireta
e fundacional; e
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Lei nº 9.532/97 - Altera a legislação tributária federal e dá outras providências.
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período de 1º janeiro a 31 de dezembro de cada ano. Ademais, devem ser observados os
seguintes critérios:
d. O valor da CSLL não pode ser deduzido para efeito de determinação do lucro real,
nem de sua própria base de cálculo (Lei nº 9.316, de 1996, art. 1º). 5
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Lei nº 9.316, de 1996 - Altera a legislação do imposto de renda e da contribuição social sobre o
lucro líquido.
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As formas de apuração estipuladas pela legislação ampliam o entedimento sobre as bases de
cálculo que devem ser aplicadas em cada modalidade de reconhecimento do lucro, como será
explicitado no tópico abaixo.
FORMAS DE APURAÇÃO
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Lei n.º 8.981, de 1995 - Art. 57. Aplicam-se à Contribuição Social sobre o Lucro as mesmas normas de
apuração e de pagamento estabelecidas para o imposto de renda das pessoas jurídicas, inclusive no que se
refere ao disposto no art. 38, mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor, com
as alterações introduzidas por esta Lei.
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seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber e pela remuneração de
serviços profissionais.
9% da BC ou 15% da BC
(Lei nº 11.727/2008, art. 17)7
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Lei nº 11.727/2008
Art. 17. O art. 3o da Lei no 7.689, de 15 de dezembro de 1988, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 3o A alíquota da contribuição é de:
I – 15% (quinze por cento), no caso das pessoas jurídicas de seguros privados, das de capitalização e das
referidas nos incisos I a VII, IX e X do § 1o do art. 1o da Lei Complementar no 105, de 10 de janeiro de
2001; e
II – 9% (nove por cento), no caso das demais pessoas jurídicas.”
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a. prestação de serviços em geral, observado o disposto no item 2 deste
atenção;
b. intermediação de negócios;
c. administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de
qualquer natureza;
d. prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia,
mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas
a pagar e a receber, e compra de direitos creditórios resultantes de vendas
mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).
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iv. a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da
pessoa jurídica, deduzida dos encargos necessários à sua percepção;
a. 12% (doze por cento) ou 32% (trinta e dois por cento) da parcela das receitas
auferidas, no respectivo período de apuração, nas exportações a pessoas vinculadas
ou para países com tributação favorecida, que exceder ao valor já apropriado na
escrituração da empresa, na forma da legislação específica;
b. os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações
financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não
abrangidas pelo item 1 acima, auferidos no mesmo período de apuração, inclusive:
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i. os ganhos de capital nas alienações de bens do ativo permanente e de
ouro não caracterizado como ativo financeiro;
ii. os ganhos de capital auferidos na alienação de participações societárias
permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de participações
societárias que permaneceram no ativo da pessoa jurídica até o término
do ano-calendário seguinte ao de sua aquisição;
iii. os ganhos de capital auferidos na devolução de capital em bens ou
direitos;
iv. os rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre
pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física;
v. a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da
pessoa jurídica, deduzida dos encargos necessários à sua percepção;
vi. os juros equivalentes à taxa referencial do Selic para títulos federais,
acumulada mensalmente, relativos a tributos e contribuições a serem
restituídos ou compensados;
vii. os valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusive
com perdas no recebimento de créditos, salvo se a pessoa jurídica
comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se
submetido ao regime de incidência da CSLL com base no resultado
ajustado, ou que se refiram a período no qual tenha se submetido ao
regime de incidência da CSLL com base no resultado presumido,
arbitrado ou Simples;
viii. a diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos
recebidos de instituição isenta, a título de devolução de patrimônio, e o
valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos entregue para a
formação do referido patrimônio;
ix. os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de
renda fixa e de renda variável;
x. as variações monetárias ativas dos direitos de crédito e das obrigações do
contribuinte, em função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes
aplicáveis por disposição legal ou contratual.
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ALÍQUOTAS
A Lei nº 11.727, de 2008, art. 17 informa que para a Contribuição Social sobre o
Lucro é de:
I - 15% (quinze por cento), no caso das pessoas jurídicas de seguros
privados, das de capitalização e das referidas nos incisos I a VII, IX e X do § 1º do
art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001 ; e
BÔNUS DE ADIMPLÊNCIA
A partir da Lei nºo 10.637/20028, temos que as pessoas jurídicas tributadas com
base no lucro real ou presumido, adimplentes com os tributos e constribuições federais
administratods pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), poderão usufruir-se do
bônus de adimplência fiscal, equivalente a 1% da Base de cálculo da CSLL, obtida através
das regras do lucro presumido, e calculado relativamente ao ano-calendário que permitir o
seu aproveitamento. Caso o período de apuração seja trimestral, o bônus será calculado em
relação aos quatro trimestres do ano-calendário e poderá ser deduzida da CSL devida
correspondente ao último trimestre (IOB, 2018).
Assim, considera-se adimplente a pessoa jurídica que, nos últimos 5 anos
calendário, não enquadrou-se em qualquer das hipoteses abaixo em relação aos tributos e
contribuições administrados pela RFB:
a. lançamento de ofício;
b. débitos com exigibilidade suspensa;
c. inscrição em dívida ativa;
d. recolhimentos ou pagamentos em atraso;
e. falta ou atraso no cumprimento de obrigação acessória.
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Lei nºo 10.637/2002 - Dispõe sobre a não-cumulatividade na cobrança da contribuição para os Programas de
Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), nos casos que especifica;
sobre o pagamento e o parcelamento de débitos tributários federais, a compensação de créditos fiscais, a
declaração de inaptidão de inscrição de pessoas jurídicas, a legislação aduaneira, e dá outras providências.
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A contabilização deverá ser registrada na contabilidade da pessoa jurídica
benefeciária da seguinte maneira:
1. Na aquisição do direito: débito na conta Ativo Circulante e crédito na conta Lucros
ou Prejuízos Acumulados;
2. Na utilização: débito na conta Provisão para Pagamento da CSLL e crédito na conta
do Ativo Circulante mencionada acima.
Como exemplo, suponhamos que certa empresa, adimplente nos últimos 5 anos,
apurou os seguintes valores em 20X1:
Período Base de Cálculo da CSL Bônus – 1%
1º trimestre R$80.000,00 R$800,00
2º trimestre R$100.000,00 R$1.000,00
3º trimestre R$122.000,00 R$ 1.220,00
4º trimestre R$95.000,00 R$ 950,00
Total R$ 3.970,00
CONCLUSÃO
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garantias sejam efetivas e contemplem a todos, deve-se haver um gerador de recursos
financeiros que suporte o custeio dessas políticas públicas sociais. Justifica-se, assim, a
cobrança compulsória da CSLL para o financiamento da Seguridade Social.
REFERÊNCIAS
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 31. ed. São Paulo: Malheiros
editores LTDA, 2010.
MANTOVANI, Aline Cristina. Contribuição social sobre o lucro líquido sob a ótica do
direito previdenciário. 2013. Disponível em: <
http://www.lex.com.br/doutrina_25996482_CONTRIBUICAO_SOCIAL_SOBRE_O_LUC
RO_LIQUIDO_SOB_A_OTICA_DO_DIREITO_PREVIDENCIARIO.aspx> Acesso em
10 de jun. 2019.
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