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O gênero biológico não é atribuído, mas determinado na nossa concepção pelo nosso
DNA e replicado em todas as células do nosso corpo. E é binário – ou você tem um
cromossomo Y e será um macho ou você não tem e será uma fêmea. Existem pelo
menos 6,5 mil diferenças genéticas entre homens e mulheres. Hormônios e cirurgias não
podem mudar isso.
Mas a identidade não é biológica, é psicológica. Tem relação com o que se pensa e o que
se sente. Pensamentos e sentimentos não têm uma conexão biológica. Nossos
pensamentos e sentimentos podem estar factualmente certos ou errados.
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Eu tive um paciente que vamos chamar de Andy. Entre três e cinco anos de idade, ele
brincou cada vez mais com meninas e brinquedos de meninas, dizendo que era uma
menina. Indiquei uma psicóloga para os pais dele. Às vezes uma doença mental de um
dos pais ou abuso infantil são fatores para comportamentos desse tipo, mas
normalmente a criança tem uma percepção falsa da dinâmica familiar e internaliza,
portanto, uma crença falsa.
No meio de uma das sessões, Andy largou o caminhão de brinquedo, pegou uma Barbie
e disse "Mamãe e papai, vocês não me amam quando sou um menino". Quando Andy
tinha 3 anos sua irmã com necessidades especiais nasceu, exigindo muita atenção dos
pais. Andy interpretou de outra forma: "Eles amam meninas. Se eu quiser ser amado,
tenho que ser uma menina". A terapia de família ajudou esse caso.
Hoje, os pais de Andy ouviriam que "Andy é assim. Vocês devem garantir que todos o
tratem como menina ou ele vai se suicidar". Quando ele se aproximasse da puberdade,
especialistas lhe dariam remédios para desacelerar o processo para que ele continuasse
se comportando como uma menina.
Não importa que esses remédios não tenham sido testados em crianças biologicamente
normais. Não importa que eles são usados para tratar câncer de próstata em homens ou
problemas ginecológicos em mulheres e que frequentemente causam problemas de
memória. Não precisamos de testes. Precisamos parar o desenvolvimento físico dos
pacientes agora, ou eles vão se matar.
P.S. Se uma menina que insiste ser um homem toma testosterona diariamente por um
ano, ela está livre para fazer uma mastectomia aos 16 anos. Recentemente a Academia
Americana de Pediatria publicou um relatório que pede que os médicos alertem os
adolescentes sobre tatuagens por serem permanentes e poderem causar cicatrizes. Mas
a mesma instituição apoia que meninas de 16 anos possam tirar os seios, mesmo sem
consentimento dos pais, desde que insistam que são homens e estejam tomando
testosterona diariamente por um ano.
Doutrinar todas as crianças desde a pré-escola com a mentira que elas podem estar
presas no corpo errado corrompe toda a fundação dos testes de realidade infantis. Se
eles não podem confiar na realidade de seus corpos físicos, em quem ou no que podem
confiar?
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