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N29 I- 1989 DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE 125 Decreto-Lei n.° 17/89 do 11 de Janeiro Pelo Decreto-Lei n.° 436/80, de 3 de Outubro, foram submetidas ao regime florestal total, e integradas na Mata Nacional da Charneca de Alcdcer do Sal, as éreas de apt dio florestal dos prédios risticos designados por «Mon. talvo», «Murtan, «Pousadas», «Moinho da Ordem» ¢ «Porto das Oliveirasn, sitos na freguesia de Santa Maria de Castelo, concelho de Alcdcer do Sal Considerando que esta integragdo se operou com base no pressuposto de que os referidos prédios risticos s encontravam nacionalizados ao abrigo do Decreto-Lei 1.8 407-A/75, de 30 de Julho; Tendo sido posteriormente reconhecido que aquelas propriedades nunca foram abrangidas pelas disposigdes, fidas no mencionado Decreto-Lei n.® 407-A/75, por nao terem atingido os niveis de beneficiagao dos apro- veitamentos hidroagricolas previstos; ‘Considerando ainda 0 parecer favoravel dos servigos competentes: Nos termos da alinea a) do n.° 1 do artigo 201.° da Constituigao, 0 Governo decreta 0 seguinte: ‘Artigo tinico. Sao excluidas do regime florestal total em que foram incluidas pelo Decreto-Lei n.° 436/80, de 3 de Outubro, as Areas de aptidao florestal dos prédios riisticos designados por «Montalvo», «Murta», «Pousa- das», «Moinho da Ordem» e «Porto das Oliveiras», sitos, na freguesia de Santa Maria do Castelo, Municipio de Alcécer do Sal, até a data integradas na Mata Nacional, da Charneca de Aledcer do Sal. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 22 de Dezembro de 1988. — Anibal Anténio Cavaco Silva — Alvaro Roque de Pinho Bissaia Barreto. Promulgado em 30 de Dezembro de 1988, Publique-se. Presidente da Repiiblica, MARIO SOARES. Referendado em 2 de Janeiro de 1989. © Primeiro-Ministro, Antbal Anténio Cavaco Silva. MINISTERIO DO EMPREGO E DA SEGURANCA SOCIAL Decreto-Lei n.° 18/89 do 11 do Janelro desenvolvimento das politicas de reabilitagao gracio social das pessoas com deficiéncia exige, cada vez mais, dada a diversidade das situagdes, a definigo de principios orientadores das diferentes formas de interven- 40 social a garantir. E nessa perspectiva que se situa 0 presente decreto-lei, que define modalidades de apoio a ‘pessoas com deficiéncia mais grave e, consequentemente, mais forte dependéncia. ‘Nem sempre a profundidade ou extenso das limita- es fisicas ou mentais apresentadas pelas pessoas com deficiéncia grave permitem a sua integracdo sécio- -profissional nos quadros normais de trabalho ou em cen- tros de emprego protegido apés 0 periodo adequado de educacdo especial ou de reabilitacéo profissional. No entanto, muitas dessas pessoas com deficiéncia grave sdo susceptiveis de uma certa integracdo social activa, mediante o desenvolvimento de actividades ocu- pacionais tendentes, fundamentalmente, a assegurar con- digdes de equilibrio fisico e psicologico, sem vinculagéo as exigéncias de rendimento profissional ou de enquadra- mento normativo de natureza juridico-laboral. Tais formas de apoio que, por esse motivo, se inscre- vem no ambito da acedo social desenvolvida pela Segu- ranga Social constituem a resposta possivel ¢ mais ade- quada aos objectivos de dignificagdo humana e integragéo social das pessoas com deficiéncia grave que se encon- trem na situagdo descrita. ‘As actividades ocupacionais tém, assim, como finali- dade proporcionar as pessoas com deficiéncia activida- des socialmente titeis, de forma a permitir-Ihes uma valo- rizagdo pessoal e 0 aproveitamento das suas capacidades remanescentes, quer na perspectiva de uma eventual inte- graco, se possivel, no regime do emprego protegido, ‘quer na perspectiva de manter os deficientes simplesmente activos ¢ interessados. sstas formas de apoio visam, por outro lado, a valo- rizag&o pessoal das pessoas com deficiéncia e a sua inte- gracdo na comunidade, 0 que se traduz também em ajuda as respectivas familias. Assim: Nos termos da alinea a) do n.° 1 do artigo 201.° da Constituigdo, 0 Governo decreta o seguinte: Artigo 1.° Natureza ¢ objectivos 1 — As actividades ocupacionais constituem uma modalidade de acco social, exercida pelo sistema de seguranga social, que visa a valorizacdo pessoal ¢ a inte- ‘gracdo social de pessoas com deficiencia grave, permi- tindo o desenvolvimento possivel das suas capacidades, sem vinculagéo a exigéncias de rendimento profissional ou de enquadramento normativo de natureza juridico- laboral. 2 — Sao objectivos das actividades ocupacionai 4) Estimular e facilitar 0 desenvolvimento possivel das capacidades remanescentes das pessoas com deficigncia grave; ) Facilitar a sua integracao social; ) Facilitar 0 encaminhamento da pessoa com defi- cigncia, sempre que possivel, para programas adequados de integracdo sécio-profissional. Artigo 2.° Entidades responstveis As actividades ocupacionais de apoio aos deficientes previstas neste diploma podem ser exercidas em estabe- lecimentos oficiais ou resultar de iniciativas de institui- ‘Goes particulares de solidariedade social ou de outras enti: dades privadas sem fim lucrativo. Artigo 3.° Modalidades de actividades ocupacional 1 — Asactividades ocupacionais podem compreender actividades socialmente tteis e actividades estritamente ocupacionais. 2— Entende-se por actividades socialmente titeis as que proporcionam a valorizac&o pessoal e 0 maximo aproveitamento das capacidades da pessoa, no sentido da sua autonomia, facilitando uma possivel transica0 para programas de integracao sécio-profissional. 126 DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE 3 — As actividades estritamente ocupacionais so as que visam manter a pessoa com deficiéncia mais grave activa ¢ interessada, favorecendo o seu equilibrio fisico, emocional social. 4 — As actividades ocupacionais devem ser organiza- das de forma fundamentalmente personalizada, tendo em atengdo o tipo de tarefas a desempenhar e as necessida- des individuais. Artigo 4.° Armbito de aplicn 1 — As actividades ocupacionais destinam-se a pessoas com deficiéncia grave, com idade igual ou superior a 16 anos, cujas capacidades nao permitam, tempordria ou permanentemente, o exercicio de uma actividade produ- tiva. 2 — Para efeitos do numero anterior, consideram-se abrangidas as pessoas cuja situagdo ndo se enquadre no Ambito do regime do emprego protegido, nos termos da respectiva legislagdo, e carecam de apoios especificos, nomeadamente médico, psicolégico ¢ social. Artigo 5.° Extraturas de atendimento 1 — As actividades ocupacionais poderdo ser desen- volvidas em estruturas especificas, designadas centros de actividades ocupacionais, noutras estruturas existentes na comunidade ou no préprio domicilio. 2 — Estas actividades, quando realizadas em centros préprios ou noutras estruturas, funcionam em regime externo. 3 — As actividades ocupacionais devem realizar-se em ligagao com a familia, tendo em vista a sua participagao € acompanhamento na evolugao da situagfo. Artigo 6.° Centro de actividades ocupacionals 1 — O centro de actividades ocupacionais é uma estru- tura que visa proporcionar aos utentes: a) A realizagéo de actividades socialmente titeis € estritamente ocupacionais; ) O apoio técnico permanente nos planos fisico, psiquico e social; ©) A participagéo em acgdes culturais, gimno- desportivas ¢ recreativas. 2 — Os centros de actividades ocupacionais deverdo constituir unidades de pequena dimensdo inseridas na comunidade. Artigo 7.° Actividades ocupactonais noutras estruturas As actividades ocupacionais poderdo também desenvolver-se em estruturas j4 existentes na comunidade, devendo ser, neste caso, o seu funcionamento autono- mizado da estrutura em que se encontrem inseridas, na medida necessdria ao cumprimento das disposigdes inse- ridas neste diploma. N.° 9 — 11-1-1989 Artigo 8.° ‘Actividades ocupactonals no domictio. 1 — A realizagdo de actividades ocupacionais no domi- cilio deve ser promovida sempre que a pessoa com defi cigncia, em consequéncia das suas limitagdes, se encon- tre impossibilitada de se deslocar da sua residéncia ou ‘quando se considerar como mais adequado e til este tipo de apoio. 2— As actividades ocupacionais no domicilio realizam-se através da atribuicdo de tarefas incluidas nos programas de acco dos centros de actividades ocupa- cionais, bem como de outras estruturas de enquadra- mento. 3 — A pessoa, quando abrangida pelo programa de acsdo referido no n.° 2, beneficia de todas as ajudas de ‘manutengdo previstas para o centro de actividades ocu- pacionais. 4 — As actividades ocupacionais, quando desenvolvi- das no domicilio dos utentes, devem ter 0 enquadramento ‘corientagdo técnica dos centros de actividades ocupacio- nais ou de outros organismos habilitados para este efeito. Artigo 9.° Condiies de edmissto 1 — Sao condigdes de admissdo em equipamentos de actividades ocupacionais ou para beneficiar de apoio ocu- pacional no domicilio: a) A verificacao da existéncia de uma deficién grave, tempordria ou permanente, que ndo per- mita 0 exereicio de uma actividade produtiva; b) A comprovagao de que a situagdo do deficiente nao se enquadra no ambito de aplicagao legal- mente definido para o emprego protegido. 2— A verificagdo € a comprovacdo previstas no nimero anterior serdo realizadas por equipas técnicas plu- Fidisciplinares, no ambito dos servigos de seguranca social € de satide, com a colaboragio, quando necesséria, dos servigos do Ministério da Educagdo ou de outros servigos. Artigo 10.° ‘Compensagses monetérias 1 — Aos utentes de actividades ocupacionais oficiais ou particulares podem ser atribuidas compensagdes monetatias pelas tarefas realizadas, nas condigdes que vierem a ser fixadas em regulamento prdprio. 2 — No caso de se verificar a producao de bens que ossam ser objecto de venda, 0 resultado da mesma rever- tera para os utentes, depois de deduzidos os respectivos encargos. 3 — As compensacdes monetérias so cumuldveis com uaisquer prestagdes de seguranga social atribuidas nos termos da lei. Artigo 11.° Estatulo perante a Segurange Social ‘As pessoas com deficiéncia abrangidas pelo presente diploma nio esto, nessa qualidade, abrangidas obriga- toriamente pelo regime geral de seguranca social. N° 9 — 11-1-1989 Artigo 12.° Cessapio de frequéncia das actividades ocupacionais 1 — A frequéncia de actividades ocupacionais cessard quando deixarem de subsistir as condigdes em que se basear a admissao da pessoa com deficiéncia, nomeada- mente: 4@) Pela sua integragdo noutra estrutura mais ade- quada & sua nova situagdo, designadamente em centros de emprego protegido ou eventualmente no mercado normal de trabalho; 'b) Pelo agravamento das condigdes psiquicas ¢ fisi- cas da pessoa e que imponha a sua saida para estruturas mais adequadas & sua nova situacdo. 2 — Em qualquer das hipéteses referidas no nimero anterior a decisdo deve ser tomada pelo responsavel do estabelecimento mediante parecer da equipa técnica plu- ridisciplinar. Artigo 13.° Apoio as iniciativas partcul 1—0 Estado, por intermédio do Ministério do Emprego ¢ da Seguranga Social, apoia as iniciativas par- ticulares, designadamente das insttuigSes particulares de solidariedade social, tendo em vista a concretizagao dos objectivos do presente diploma, de acordo com as dis- ponibilidades do orgamento da Seguranca Social. 2— O apoio a que se refere 0 ntimero anterior ndo prejudica o exercicio da acgdo de fiscalizagao das activi- dades e estabelecimentos particulares tendo em vista garantir a sua adequagdo aos principios e regras deste diploma Artigo 14.° Cooperncio com as instituigdes particulares de solidariedade social © apoio téenico-financeiro as instituigdes particula- res de solidariedade social que desenvolvam activida- des ocupacionais concretiza-se mediante acordos de DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE 127 ‘cooperagdo a celebrar com os centros regionais de segu- ranga social, nos termos da legislacao aplicavel sobre a matéria. Attigo 15.° ‘Cooperagio com os servigas de suiide e de emprego Os centros regionais de seguranca social articular-se- “fo com os servigos de satide e do emprego, de modo a assegurar a coordenacao das respostas, com vista a um entendimento adequado dos utentes. Artigo 16.° Normas de exccucio Por diploma préprio serdo aprovadas as normas de execugdo deste diploma que forem necessarias, desig- nadamente as relativas & implantagdo, criagao e fun- cionamento dos servicos e estabelecimentos sociais que desenvolvam actividades ocupacionais, aos critérios de admisso e comparticipagéo dos utentes ¢ as relativas as compensagdes monetdrias a que se refere 0 artigo 10.° Artigo 17.° Entrada em vigor © presente diploma entra em vigor no dia 1 de Feve- reiro de 1989. Visto ¢ aprovado em Conselho de Ministros de 24 de Novembro de 1988. — Anibal Antonio Cavaco Silva — José Albino da Silva Peneda — Maria Leonor Couceiro Pizarro Beleza de Mendonca Tavares —An- tonio Fernando Couto dos Santos. Promulgado em 30 de Dezembro de 1988. Publique-s © Presidente da Repiiblica, Referendado em 2 de Janeiro de 1989. Mario Soares. © Primeiro-Ministro, Antbal Anténio Cavaco Silva. 10.* Delegagao da Direcgdo-Geral da Contabilidade Publica Declaragao De harmonia com o disposto na parte final do n.° 2 do artigo 6.° do Decreto-Lei 46/84, de 4 de Fevereiro, se publica que foram autorizadas as seguintes transferéncias de verbas, nos termos dos n.°* 2 ¢ 3 do artigo 5.° do mesmo diploma: cm atin ro aes o. Gabinetes dos membros do Governo o Gabinete do Ministro | o ebnate

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