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Kohler, H. C.

/ Revista Brasileira de Geomorfologia, volume 2, nº1 (2001) 21-33

Revista Brasileira de Geomorfologia, Volume 2, Nº1 (2001) 21-33

A Escala na Análise Geomorfológica


Heinz Charles Kohler
Pró-Reitoria de Pesquisa e de Pós-graduação - PUC/MG
Curso de Mestrado em Tratamento da Informação Espacial
charleskohler@uol.com.br

Artigo convidado recebido em 4 de setembro 2001

RESUMO
Analisa o conceito da escala espaço-temporal na análise geomorfológica, em função de uma revisão bibliográfica da
década de sessenta aos nossos dias. Destaca a importância de se adaptar a técnica de análise à escala de abordagem. Cita
exemplos de trabalhos brasileiros, nas diferentes escalas espaço-temporais. Ressalta a importância da abordagem
holística na geografia e em particular na geomorfologia, quando vista dentro de um geossistema integrado e dinâmico.
Salienta a importância dos processos geo-bio-químicos, na base dos processos, responsáveis pela mutação dos diferentes
cenários paisagísticos globais.

Palavras chaves: geomorfologia, geossistema, escala espaço-temporal, metodologia

ABSTRACT
It analyses concept of time-space scale in geomorphological analysis, based on a revision of the bibliography from the
1960’s onwards. It points out the importance of adapting the analysis technique to the scale of approach. It cites
examples of Brazilian works, in different time-space scales. It emphatisizes the importance of the holistic approach in
Geography and particularly in Geomorphology when it is viewed inside na integrated, dynamic geosystem. It calls
attention to the importance of geo-bio-chemical processes, responsible for the mutation of different global landscape
scenarios.

Keywords: geomorphology, geosystem, time-space scale, metodology.

1. Introdução quatro dimensões da abordagem do relevo terres-


tre é que tornam a geomorfologia um ramo da
Em função da dinâmica dos processos ciência geográfica, espacial e dinâmico, muitas
geomorfológicos, que ocasionam constantes muta- vezes receitando remédios preventivos, de difícil
ções nos cenários ambientais, a escala na análise venda, por suas características de longo prazo.
geomorfológica deve ser compreendida como es- Visto que, a escala é apenas uma técnica
paço-temporal. A representação de uma feição de abordagem de um fenômeno espaço-temporal,
geomorfológica do relevo terrestre é feita em plan- iremos enfocar a escala da análise geomorfológica
ta (representação gráfica da projeção horizontal), dentro de seu espaço e seu tempo.
pelo cartógrafo, em uma folha de papel (duas di- Não pretendemos tratar do conceito es-
mensões). Para representarmos o volume (massa), paço-temporal na concepção filosófica, neste sen-
do relevo, recorre-se à terceira dimensão através tido existe vasta bibliografia, iniciando-se com
da curva de nível, a sucessão de pontos de mesma Aristóteles (Adler,1992), para o qual, tempo era
cota, uma isolinha altimétrica. A sucessão de quantidade de movimento, até ao atual e magní-
curvas de nível, representam a grosso modo (não fico tratado de Hawking (1996) sobre a “Breve
existe registro no intervalo da equidistância entre história do tempo”. Apenas enfocaremos o espaço
as curvas de nível), uma feição do relevo, como a e o tempo na análise de diferentes cenários ambi-
forma de uma vertente: retilínea, côncava ou entais na concepção geomorfológica, onde o tem-
convexa. Já, para representarmos a dinâmica das po é fundamental na construção e percepção da
formas do relevo, recorremos à sucessão de cená- gênese e dinâmica do relevo de nosso planeta.
rios temporais, os quais são registrados pelo car- Pretendemos trabalhar o conceito teórico-meto-
tógrafo, através de simbologia adequada. Estas dológico das escalas espaço-temporais, na aborda-

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gem geoambiental, no sentido verdadeiro, qual O estudo da compartimentação do relevo do Brasil


seja: o passado é a chave do presente e futuro. associa-se às grandes unidades geológico-estru-
Pretendemos abrir um grande leque bi- turais da Plataforma Continental Sul Americana,
bliográfico, para possibilitar ampla margem de elaboradas durante e após a reativação Mesozóica
consulta e reflexão. (Sul Atlanticana, Schobenhaus, 1984). Já o apro-
Tratam-se de reflexões sobre idéias am- fundamento de um lapiás associa-se ao processo
plamente divulgadas na literatura geomorfológica de dissolução que remonta às útimas chuvas.
nacional e internacional. Destacam-se os seguintes Thombury (1960) em seus nove conceitos
trabalhos, abordando ampla revisão e discussão da fundamentais da geomorfologia, estima que, pou-
bibliografia nacional e estrangeira: Ab'Sáber, cas feições topográficas terrestres são mais velhas
2000; 1998 (c/ref. bibliográfica); 1969; Abreu, que o Terciário, e a maioria não seriam mais ve-
1978, 1982, 1983, 1985, 1986; Amorim, 1985, lhas do que o Pleistoceno. Lembra ainda que as
1988, 1993; Barbosa et alii, 1983; Berry, 1972, estruturas geológicas são bem mais antigas que as
1975. Bertrand, 1968; Christofoletti, 1973, 1977, feições geomorfológicas.
1983, 1988; Coltrinari, 1982; Coltrinari & Schumm (1985) classifica os fenômenos
Kohler,1987; Cruz,1985; Frazier,1981; Goudie, geomorfológicos segundo a escala temporal em
2000; Goodey & Gold, 1986; Kohler, 1979; Mega, Meso, Micro e Não-eventos. Dependendo
Kohler & Amorim, 1981; Langran,1993; Líbault, da escala espacial do fenômeno, os Megaeventos
1971; Marques, 1995; McCann & Ford, 1996; podem ocorrer durante 10 milhões de anos (Oro-
Monteiro, 1984, 1988; 1991, 2000; Motoyama, gênese), 100.000 anos (glaciação continental), 100
1977; Prigogine, 1985; Queiroz Neto & Joumaux, anos (avulsão de um rio), 10 anos (mudança ou
1978a, 1978b, 1978c; Ross, 1992; Silva, 1984; corte de um meandro), 1 ano (evolução de uma
Sotchava, 1972, 1977; Tricart, 1977, 1979; Troll, voçoroca), 1 dia (escorregamentos, rilling). Se-
1950; Xavier da Silva, 1995. gundo o mesmo autor, um Megaevento, durante
um curto período, pode tomar-se um Não-evento,
2. Reflexões sobre a escala espaço-temporal em quando seus efeitos são obliterados. A ruptura de
geomorfologia um meandro, por exemplo, que ocasiona uma
mudança dramática no Padrão de drenagem,
Segundo Joly (1977), a geomorfologia é o tomando-se um Não-evento, é indetectável após
ramo da geografia física, que se ocupa com o es- 100.000 anos. A dimensão do evento aumenta com
tudo das formas do relevo terrestre, de sua gênese, o tempo, e o tempo necessário para o seu
de sua evolução no tempo e de suas relações desenvolvimento também cresce.
dentro do espaço. A escala de estudo de um relevo, irá
Partindo do princípio, segundo o qual, determinar as estratégias e técnicas de abordagem
determinado volume (medida do espaço ocupado da análise geomorfológica. Numa escala espacial
por um sólido) só pode ocupar determinado pequena ultiliza-se, por exemplo, imagens de saté-
espaço, em determinado tempo, a alteração do lites, já numa escala grande faz-se uso das foto-
tempo imprime a noção de movimento, que será grafias aéreas. A noção de escala é fundamental na
responsável pela dinâmica e evolução deste volu- cartografia geomorfológica (Demek, 1972, Demek
me. Este, por sua vez, depende da escala da obser- & Embleton & KugIer, 1982; Spoene-mann &
vação espacial e temporal. Lehrmeister, 1985).
Quanto menor a escala espacial de obser- Kugler (1982), salienta a importância da
vação de um fenômeno geomorfológico contínuo escala no mapeamento geomorfológico, em função
(não catastrófico), mais lenta é sua transformação da mudança de conteúdo. Estabelece os limites
(dinâmica) e a reciproca é verdadeira. A deriva abaixo das escalas de 1:100.000 (grande escala);
continental (pequena escala) é medida em milíme- 1:500.000 ( média escala) e 1:1.000.000 (pequena
tros /ano. Já a evolução de uma voçoroca (grande escala). Enquanto cartas de grande escala permi-
escala) é medida em metros/ano e a evolução de tem mapear pequenos relevos, os mapas de peque-
um sulco num paredão calcário (lapiás) em milí- na escala permitem mapear a base morfoestrutural
metros / minuto. e variações climatofaciais dos relevos de grandes
Por outro lado, quanto menor a escala es- espaços.
pacial do fenômeno geomorfológico estudado, ma- O trabalho de Cailleux & Tricart (1956),
ior a influência dos processos endógenos (estrutu- amplamente divulgado no Departamento de Geo-
ra geológica) e mais regredimos na escala tempo- grafia da USP na década de 60, representa o marco
ral (Cretáceo), (e a recíproca também é verda- inicial da utilização de uma escala es-
deira). Quanto maior a escala espacial do fenôme- paço-temporal para fundamentar as pesquisas
no geomorfológico estudado, maior a influência geomorfológicas. Os autores cruzam critérios es-
dos processos exógenos (clima) e estamos, na es- paciais e temporais, obtendo uma classificação
cala temporal, mais próximo do atual (Holoceno). taxonômica das formas do relevo (Tab. 1), base-

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ada num princípio dinâmico e outro dimensional. passado, baseadas sobre o presente". Podemos
Fundamentam os princípios que ajudam a siste- facilmente classificar os relevos segundo as
matizar os conhecimentos geomorfológicos em: 1. unidades de paisagem de Bertrand (Tab.2) e
A oposição de natureza dialética entre forças iremos confirmar a afirmação acima (Schumm,
internas e externas; 2. 0 princípio da zonalidade, 1985).
voltado essencialmente à dinâmica externa; 3. A
noção de evolução; 4. A ação do homem. Foi um 3. Exemplos da análise geomorfológica em
trabalho precoce, uma vez que Tricart, na época pequena, média e grande escala
não acreditava na Teoria da Deriva Continental.
Apesar das acertadas críticas de Abreu (1986), A melhor maneira de se representar uma
principalmente quanto a supervalorização da análise geomorfológica é através da cartografia.
escala em detrimento de sua essência, trata-se de São os mapas, a melhor ferramenta do geógrafo.
um marco na sistematização da geomorfologia. A Um mapa geomorfológico, com uma boa
escola russa introduz os conceitos de morfoestru- resolução cartográfica, é um instrumento de leitura
tura e morfoescultura, na classificação do relevo univer-sal, acessível a qualquer profissional,
terrestre (Mescerjakov,1968), e a escola francesa a mesmo não geógrafo. Deve conter os referenciais
ótica geossistêmica da paisagem, proposta por geomorfoló-gicos, georeferênciados no espaço e
Bertrand (1968), retomando os trabalhos pioneiros no tempo. Deve contemplar as quatro dimensões
sobre geossistemas, vide Soctchawa (1972). acima descritas.
Amorim (1985) salienta que a linha de Como exemplo brasileiro, de uma repre-
pesquisa de Bertrand (1968) e de Taillefer (1972) sentação em pequena escala, devemos ressaltar, o
"_retoma um tema tradicional da prática geográ- mapa pioneiro de Ab’Sáber (1970) das Áreas
fica - paisagem e lhe confere um suporte teórico Nucleares dos Domínios Morfoclimáticos Brasilei-
atual." Mais adiante, o mesmo autor preconiza "... ros, sem dúvidas a maior contribuição daquele au-
a abordagem que denominam global, na qual "a tor a geomorfologia brasileira. Mais tarde o mes-
ênfase seria colocada não sobre tal ou qual mo autor (Ab’Sáber,1977), introduz o conceito de
elemento, mas sobre as relações que os unem. Se, barreiras biogeográficas e define a área dos pan-
em um espaço qualquer, um mesmo sistema de tanais. Talvez pudéssemos ainda locar as áreas
relações existe, poder-se-ão definir tipos de cársticas, uma vez que a porção ocupada por estes
paisagens caracterizadas por sistemas de relações." relevos, perfazem quase 10% do território na-
Desse modo, o encaminhamento meto-dológico cional, localizados nas Bacias dos rios São
proposto para a nova análise das paisagens poderia Francisco e Paraguai. Sobre as rochas carboná-
ser resumido pelas seguintes demarches: ticas, desenvolvem-se os relevos cársticos que,
independente do domínio morfoclimático abriga
* definição dos conjuntos geográficos, isto é, das inclusões de uma mata semi-deciducifólio ou
unidades isomorfas em função da escala: geotopo, Floresta Mesófila Estacional. Na região de Lagoa
geofacies, geossistema, região natural; Santa – MG, esta mata apresenta espécies da
* análise da natureza e do significado das descon- caatinga, como as cactáceas, constituindo palimp-
tinuidades que separam esses conjuntos; sestos de um paleoclima pretérito.
* estudos de relações dinâmicas dos conjuntos, em Ainda como exemplos de mapeamentos
particular em função de seu tamanho; geomorfológicos, em pequena escala, devemos
* identificação espacial: os mosaicos dos citar os trabalhos do Projeto RADAMBRASIL
conjuntos e os gradientes naturais. (Argento, 2000), o Mapa Geomorfológico do
Estado da Bahia (1:1.000.000) de Silva (1980) e o
Segundo Amorim (1985): "Essa ciência Mapa Pedogeoquímico do Estado da Bahia de
da paisagem se situa, no dizer de seus praticantes, Nascimento (1986).
no domínio interdisciplinar da confluência entre a Destacam-se ainda os trabalhos pioneiros
Geografia e a Ecologia." A Tabela 2 exemplifica de mapeamentos do “Tipos Morfogenéticos” base-
as Unidades de compartimentação da paisagem ados na intensidade dos processos geoquímicos e
segundo George Bertrand. Não é necessário frisar, geofísicos responsáveis pela elaboração do relevo,
a importância da noção de escala, nessa concepção de Moreira & Camelier (1977) e da compartimen-
de compartimentação dos relevos terrestres.
Para finalizar estas reflexões, sobre a es-
cala de análise dos fenômenos geomorfológicos,
Schumm, (1985) resume "...a escala é muito
importante na aplicação de uma abordagem
analógica - extrapolativa. Quanto mais longo for o
espaço de tempo e maior a área, menos precisa
serão as previsões ou pós-visões, para o futuro ou

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Tabela 1: CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA DOS FATORES GEOMORFOLÓGICOS SEGUNDO CAILLEUX – TRICART, 1956
Ordem Unidade Características das Unidades Climáticas Mecanismos genéticos Ordem de
G de Unidades-Exemplos correspondentes comandando o relevo grandeza de
superfície permanência T/
I 107 Continentes, Bacias Grandes conjuntos zonais, Diferenciação da crosta 109 anos
oceânicas (configuração do comandados por fatores terrestre, SIAL e SIMA
globo) astronômicos
II 106 Grandes conjuntos Grandes tipos de clima Movimento da crosta terrestre 108 anos
estruturais (Escudo (interferência de influências como a formação dos
Escandinavo, Tetis, B. do geográficas com fatores geosinclinais, influências
Congo) astronômicos) climáticas sobre a dissecação
III 104 Grandes unidades Feições nos tipos de clima, mas Unidades tectônicas tendo 107 anos
estruturais (Bacia de Paris, sem grande importância para a ligação com a Paleogeografia.
Jura, Maciço Central) dissecação Velocidade de dissecação
influenciada pela litologia
IV 102 Unidades tectônicas Climas regionais de influência Influência predominante da
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elementares: maciços geográfica sobretudo nas tectônica, secundária da


montanhosos, horsts, fossas regiões montanhosas litologia
SOLEIRA DE COMPENSAÇÃO ISOSTÁTICA
V 10 Acidentes tectônicos: Climas locais influenciados pela Predominância da Litologia e 107 anos
anticlinal, sinclinal, mont disposição do relevo Tectostatica. Influências
106 anos
etc. estruturais clássicas
VI 10-2 Formas de relevo: crista, Mesoclima diretamente ligado a Predominância do fator 104 anos
terraço, moraina, cone de forma (nicho de nivação, por morfodinâmico influenciado
dejeção etc. exemplo) pela litologia
VII 10-6 Microformas: lentes de Microclima diretamente ligado Microclima diretamente ligado 102 anos
solifluxão, solos poligonais, à forma por autocatalise (ex: à forma por autocatalise (ex:
ravinas lapiás) lapiás)
VIII 10-8 Feições microscópicas: Microambiente Influência da dinâmica e da
detalhes de corrosão, de textura da rocha
polimento etc.

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Tabela 2: UNIDADES DE COMPARTIMENTAÇÃO DA PAISAGEM SEGUNDO BERTRAND, 1968
Unidades de Escala temporo- Exemplo tomado de uma Unidades elementares
paisagem espacial mesma série de paisagens Relevo (1) Clima Botânica Biogeografia Unidades de
(Cailleux-Tricart) (1) ocupação humana
Zona GI Temperada Zonal Bioma Zona
Domínio GII Cantábrico Domínio Regional Domínio Região
estrutural
Região natural GIII-IV Picos da Europa Região Andar série Local Pays Área
estrutural rural ou urbana
Quartier
Geossistema GIV-V Geossistema Atlântico Unidade Local
montanhoso (enclave calcário estrutural

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com Asperula odorata em Terra
fusca
Geofácies GVI Prado de Molinio-arrhena Microclima Estágio Exploração ou área
Theretea em solo lixiviado parcelada ilot en
agrupamento
hidromórfico formado em ville
depósito moráinico
Geotopo GVII Lapiás de dissolução com Parcela Maison en
Aspiridium Lonchitis SW em ville
micro-solo úmico carbonatado
G: Grandeza
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tação dos “Tipos de Morfogenêse em Minas (Região Natural = Borda meridional do Planalto
Gerais” de Barbosa (1978). Central Brasileiro)
Em grande e média escala destacam-se os
trabalhos pioneiros, das cartas do modelado e das 1. Bacia do Rio das Velhas
formações superficiais do Vale do Parateí (1: 1. 1. Serra do Curral
25.000), São Pedro (1:50.000) e de Marília 1.2 Depressão de Belo Horizonte
(1:100.000), elaborados em convênio entre o 1.3. Depressão de Vespasiano
Laboratório de Pedologia e Sedimentologia do 1.4. Planalto de Lagoa Santa
Instituto de Geografia e do Departamento de 1.4. 1. Carste (alto índice de carstificação)
Geografia da FFLCH da USP e Centre de 1.4.2. Carste (baixo índice de carstificação)
Géomorphologie du CNRS – Caen/França, sob a 1. 5. Planalto de Neves
coordenação do J.P. Queiroz Neto e A. Journaux, 1.6. Planalto de Cordisburgo
(Instituto de Geografia, 1978 a,b,c,d; Coltrinari, 2. Bacia do Rio Paraopeba
1982). 2. 1. Divisor de águas
Em 1981, foi publicada pelo Instituto de
Geociências Aplicadas da Secretaria de Estado de Critérios de compartimentação: geológico-estru-
Ciências e Tecnologia do Estado de Minas Gerais, tural, geomorfológico. (Predominam os processos
o primeiro Mapa do Meio Ambiente e sua endógenos).
Dinâmica do Município de Itauna (1:50.000 com Idade: Orogênese Minas (Mesozóico, 245 a 65
encarte de 1:25.000), segundo base metodológica milhões de anos)
elaborada pelo Prof. A. Journaux, da União
Geográfica Internacional (Kohler & Amorim, (Kohler, 1989)
1981). A Companhia de Tecnologia de Saneamen-
to Ambiental (CETESB) do Estado de São Paulo, 1: 50.000 Compartimentação do Relevo Cárstico
publica a Carta do Meio Ambiente e sua Dinâmica do Planalto de Lagoa Santa
da Baixada Santista/SP, segundo a mesma (Geossistema do Planalto de Lagoa Santa, enclave
metodologia do Prof A. Journaux (CETESB, cárstico).
1985).
O Instituto de Pesquisa e Tecnologia 1. Carste alto índice de dissolução
(IPT) do Estado de São Paulo, elabora Carta 1.1. Desfiladeiros, abismos, altos paredões (>40m)
Geotécnica dos Morros de Santos e São Vicente 1.2. Cinturão de ouvalas
(IPT,1975). Inúmeras cartas temáticas, enfocando 1.3. Planalto de dolinas
a análise ambiental (Geoecológica), foram 1.4. Poliés
elaboradas pela iniciativa privada, de divulgação
restrita. 2. Carste baixo índice de dissolução
Em grande escala, destacam-se os traba- 2. 1. Serra dos Ferradores (Superfície Sul Ameri-
lhos elaborados, segundo metodologia desenvolvi- cana). Carste encoberto.
da para o levantamento da estrutura pedológica 2.2. Relevos de Lagoa Santa
(Boulet, 1978; Castro, 1989; Barros, 1985; 2.3. Relevos a oeste do Ribeirão do Jaque
Ruellan et.al., 1989; Ferreira,1997; Manfredini & 2.4. Relevos na margem direita do Rio das Velhas
Queiroz Neto, 1993; Salomão, 1994). 2.5. Relevos ao longo do Ribeirão da Mata
Um evento seqüencial, da aplicação si-
multânea da análise geomorfológica em pequena, Critérios: geomorfologia cárstica, dissolução (cli-
média e grande escalas, pode ser avaliado a partir mático). Predominam os processos exógenos.
dos trabalhos de Kohler, (1989); Parizzi (1993) e Pleistoceno.
Parizzi et.al. (1998) onde parte-se de uma com-
partimentção geológica – geomorfológica na es- (Parizzi, 1993)
cala aproximada de 1:500.000, para chegar ao
nível da análise polínica dos sedimentos lacustres 1:20.000 Carta Morfológica da bacia de Lagoa
da Lagoa Santa. Santa (Geofacie: a Lagoa Santa, sedimentos lacus-
tres).
(Kohler, 1989)
1:500.000 Compartimentação Geomorfológica da 1. Sistema lacustre - fluvial
Região de Belo Horizonte – Lagoa Santa / MG. 2. Sistema de vertentes
2. 1. Formas erosivas

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2.2. Tipologia de vertentes Critérios: geomorfológicos (climáticos). Predomi-


nam os processos exógenos. Holoceno.

Figura 1 (Parizzi,1993).

encosta do Morro do Cruzeiro, que teria condu-


4. COLUNA BIOLITOCRONOESTRAFIGRÁFICA zido grande quantidade de sedimentos de encontro
ao Córrego Bebedouro provocando uma barragem
do seu curso e conseqüente inundação da
4.1 Testemunho dos sedimentos lacustres da depressão (Fig. 2). As evidências desse processo
Lagoa Santa (Geotopo: Matéria orgânica, C 14, são averiguadas pelas características morfológicas
polens). da bacia. A elevada inclinação dessa vertente
Parizzi & Kohler & Salgado-Laboriau (899m e declive 12%) facilitou a desestabilização
(1996), estabelecem a gênese da lagoa, em função e o deslizamento do material do topo até a sua base
de estudos geomorfológicos e palinológicos: " Os gerando um depósito de mais de 6m de espessura,
dados revelam a existência, no passado, de um comprovado pela tradagem, coincidente com a
intenso deslizamento de terra ocorrido ao longo da profundidade da lagoa. Esse material foi

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Figura 2. Bertrand, 1968.

aprisionado na estreita várzea do Córrego Bebe- que um cerrado arbóreo mais denso crescia na
douro formando a barragem natural. Análises região. O clima era mais úmido que o atual.
palinológicas (Parizzi, 1993) de um testemunho de A partir de 1.440 anos A.P., a umidade
2,57m dos sedimentos de fundo da lagoa reve- diminuiu e o clima chegou aos valores atuais. “Os
laram uma idade de aproximadamente 6200 anos últimos 20cm do testemunho, abaixo da interface
A.P. para a origem da lagoa. A predominância do água-sedimento, marcam a passagem da argila
esporo Lycopodium cernuum, nos primeiros níveis orgânica para argila oxidada misturada ao sedi-
do testemunho da base para o topo, ressalta a mento lacustre.”
hipótese da ocorrência do deslizamento de terra no
passado; uma vez que esta espécie é conhecida 5. Extrapolação por analogia para as escalas
como sendo de regeneração de áreas onde menores
processos desse tipo ocorrera.
Entre cerca 6.200 a 5.000 anos A.P., o Os dados obtidos foram extrapolados para
pântano foi substituído pela lagoa perene. Um escalas médias e menores, permitindo uma
mosaico de mata e cerrado cobria a região em avaliação da dinâmica ambiental regional, dos
volta da lagoa e o clima era de duas estações, com últimos 6.000 anos à elaboração da Superfície Sul
estação seca prolongada, semelhante ao atual. Americana no Plioceno.
Entre 3.000 e 1.800 anos A.P., o con-
junto palinológico indica uma flora rica e diver- 6. E agora? Na aurora do ano 2000!
sificada que mostra diferentes tipos de floresta e

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Berry (1975) postula: " ... o futurólogo ao IKONOS (Halls, 2001) e da aplicação do Sistema
projetar imagens do futuro, pode perfeitamente ser de Informação Geográfico (Langran, 1992).
influente em produzir aquele futuro indicando uma A teoria espaço-temporal, deverá refinar-
cadeia de alternativas que o povo pode se esforçar se cada vez mais em direção das pequenas escalas,
para conseguir ou evitar, a mudança social mais localizadas no passado, através da extrapolação de
importante de nosso tempo é a difusão da tomada analogias descobertas em pequenos espaços
de consciência de que temos capaci-dade de lutar e (grande escala), bem como, através da aplicação
deliberadamente planificar a pró-pria mudança". de novas técnicas das ciências exatas, biológicas e
Dificilmente podemos concordar com Berry (op. da terra.
cit.), em planejar mudanças nos processos A dimensão fractal, introduzida por
endógenos e exógenos, responsáveis pela dinâmica Mandelbrot (1967; 1975a; 1975b), foi tida por
ambiental, salvo medidas monstru-osas e alguns como a descoberta do século, comparável à
catastróficas para a raça humana e de todos seres teoria quântica, teoria geral da relatividade e ao
vivos, de uma explosão nuclear de magni-tude a desenvolvimento do modelo da estrutura do DNA
abalar a estrutura endógena global, ou da alteração (Gao & Xia, 1996) e poderia representar um novo
das correntes marítimas, pelo homem, ocasionando paradigma ou, pelo menos, uma nova orientação
mudanças na circulação atmosférica terrestre. As para a geomorfologia.
mudanças globais ocasionadas pelo El Niño, por Segundo Christofoletti & Christofoletti
exemplo, tiveram sua origem ligada a entrada de (1995): "A abordagem das fractais possui amplo
grandes massas de águas, de alto grau geotérmico campo de aplicação nos estudos sobre o formato
(quentes), através de fendas geotectônicas das ocorrências dos objetos analisados em Geo-
localizadas na fossa submarina do Pacífico nas ciências, como técnica para se compreender a
costas do Equador, ligadas ao ocean floor disposição geométrica dessas estruturas espaciais.
spreading, que segundo alguns geofísicos tiveram A fractal é uma representação geométrica na qual
inicio há quatro bilhões de anos. um motivo idêntico repete-se constantemente com
Acreditamos que a geomorfologia deverá a diferenciação (aumento ou diminuição) da
ingressar no ano 2.000, como uma ciência num escala. A configuração geométrica repetitiva
estado de relativa calma (não paradigmático). Não fornece-lhe a característica da auto-similaridade,
é prevista uma revolução estrutural da geomorfo- enquanto a conservação da similaridade, nas
logia no sentido de Kuhn (1962). Ao contrário de diversas escalas, concede-lhe o aspecto da
Horgan (1996), autor do controvertido livro The invariância escalar."
End of Science, que concluiu ter acabado a época Gleick (1990) em seu didático livro sobre
das grandes descobertas, acreditamos existir muito o Caos esclarece a invariância escalar através do
a ser desvendado no campo da geomorfologia. seguinte exemplo: "Uma forma geométrica tem
Enormes lacunas no levantamento geomorfológico uma escala, um tamanho característico. Para
global, principalmente no Brasil, ao lado das Mandelbrot, a arte que satisfaz não tem escala, no
pesquisas em grande escala, de cunho interdisci- sentido de que contém elementos importantes de
plinar, deverão redirecionar os processos respon- todos os tamanhos. Ele contrapõe ao Edifício
sáveis pela gênese e dinâmica das paisagens atuais, Seagram, a arquitetura do estilo Beaux-Arts, com
permitindo uma gestão mais racional do espaço. suas esculturas e gárgulas, suas pedras angulares e
Neste sentido, vivenciamos o paradigma jambas, suas janelas decoradas com arabescos,
que separa a obsessão das superfícies de aplaina- suas cornijas encimadas, de calhas e revestidas de
mento dos anos 50, no Brasil (Monteiro,1991), das dentículos. Um exemplo do estilo Beaux-Arts
novas teorias geoquímicas de elaboração destas como a Ópera de Paris não tem escala porque tem
superfícies, em meio intertropical, por todas as escalas. Ao ver o edifício de qualquer
aprofundamento geoquímico (enfoncement géo- distância, o observador encontra detalhes que
chimique, Tardy, 1993), da nossa década. Deve ser atraem os olhos. A composição muda quando ele
lembrado que o termo etchingsurface (superfície se aproxima, e novos elementos da estrutura
de corrosão), portanto predominan-temente entram em função".
química, data da década de 30 (Wayland, 1933), A dimensão fractal é um número real que
mas nunca foi utilizada entre nós, nem de maneira mede o grau da irregularidade de um objeto. Na
empírica, salvo a referência conceitual de Thomas geometria euclidiana clássica um ponto tem a
(1994; 1974; 1968) e Novaes Pinto (1988). dimensão 0, uma linha a dimensão 1 e um plano a
Ressaltamos então, a importância da pesquisa em dimensão 2. A dimensão fractal pode ser qualquer
grande escala, aliada às novas técnicas da número entre 1 e 2 para uma linha e 2 e 3 para
geoquímica, micromorfologia, análise polínica, uma área, dependendo de sua complexidade. A
datações radiométricas, e sobre tudo o tratamento dimensão 2 representa, na geometria fractal, uma
da informação geográfica através da interpretação linha tão curva e plana que engloba todo um
seqüencial das imagens de satélite LANDSAT 7 e espaço bidimensional. Assim como a dimensão

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Kohler, H. C. / Revista Brasileira de Geomorfologia, volume 2, nº1 (2001) 21-33

fractal de uma rede de canais está próximo a 2, GUERRA, A. T. J. (Org.). Geomorfolo-


pois uma rede como um todo engloba um espaço gia do Brasil. Editora Bertrand Brasil. Rio
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A geometria fractal, pode representar os Ab’saber, A. N. – 1971 – A organização natural
diferentes graus de rugosidade de um relevo (ener- das paisagens inter e subtropicais brasi-
gia do relevo), através de um indicador quantita- leiras. In. FERRI, M.G.(Org.) - III
tivo da complexidade topográfica, mas apresenta Simpósio sobre o cerrado. São Paulo. Ed.
sérias limitações quanto aos estudos geomorfoló- Edgard Blücher LTDA.. p.1-14.
gicos relacionados a processos, pois não existe Ab’saber, A. N. – 1977 – Os domínios morfo-
uma proporção de um para um, entre a dimensão climáticos da America do Sul. São Paulo.
fractal e os processos (Gao & Ma, 1996). Um Geomorfologia . IGEOG-USP 52:1-21.
relevo, na maioria das vezes, foi elaborado por Ab’saber, A. N. - 1969 - Um conceito de geomor-
processos policíclicos, modelado por diferentes fologia a serviço das pesquisas sobre o
processos em diferentes escalas temporais. quaternário. Geomorfologia. São Paulo.
A teoria fractal, com seus algoritmos, não Instituto de Geografia USP, (19):1-23.
constituiu um novo paradigma para a geomorfo- Adler, M.J. – 1992 – The works of Aristotle. Great
logia, pelo menos não para espaços tridimensi- Books of the Western World. Chicago.
onais. Encyclopaedia Britanica . Vol.II pp. 297-
Para finalizar, devemos ressaltar ainda 302.
que a abordagem holística na geografia, e em Amorim, O.B. - 1985 - Reflexões sobre as tendên-
particular na geomorfologia, sempre existiu e cias Teórico-Metodológicas da Geogra-
deverá ser incrementada no futuro, através de uma fia. Belo Horizonte. Publicação Espe-
análise interdisciplinar. A nova consciência am- cial, Dep. de Geografia, IGC-UFMG.
bientalista deverá alcançar os países em desen- (2):1-56.
volvimento, abrindo o campo de atuação do geó- Amorim, O.B. - 1988 - As geografias universais e
grafo que, no entanto, deverá competir e se a passagem do milênio. Revista Geogra-
associar aos arquitetos, engenheiros (sanitarista e fia e Ensino. Belo Horizonte. Departa-
ambiental), geólogos, biólogos, agrônomos, entre mento de Geografia IGC-UFMG, 3 (9):
outros, tendo como munição, a classificação 18-34.
espaço-temporal, de suas diferentes paisagens, em Amorim, O.B. - 1993 - Las mas recientes refle-
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