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Marta Temido considera que capacidade da


indústria na distribuição de vacinas está aquém das
expetativas
MadreMedia / Lusa

10 fev 2021 12:57

A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou hoje que a capacidade da indústria


farmacêutica de fazer a distribuição de vacinas contra a covid-19 está aquém das
expectativas.
ANTÓNIO COTRIM/LUSA ·  Lusa
“Se é certo que a ciência respondeu e conseguimos ter uma vacina muito rapidamente, se é certo que
conseguimos também ter aprovações relativamente às vacinas num período relativamente célere, o que
é facto é que a capacidade produtiva destas companhias não está a responder ao nível que
desejaríamos”, afirmou Marta Temido durante uma audição na comissão parlamentar de Saúde.

A ministra salientou que Portugal, que assume atualmente a presidência da União Europeia, tem “uma
responsabilidade especial” nesta matéria.

“Por isso temo-nos colocado à disposição de todos os Estados-membros e da Comissão (Europeia) para
exercer o nosso papel de facilitadores daquilo que são consensos”, nomeadamente “ter acesso às
vacinas disponibilizadas aos europeus e ao maior número de cidadãos do mundo o mais rapidamente
possível”.

Questionada pelo deputado do Bloco de Esquerda Moisés Ferreira sobre a questão das patentes, Marta
Temido afirmou que “a questão da quebra das patentes é um tema que tem sido muito discutido”.

“Mas a questão que se coloca é que a quebra das patentes não nos iria resolver o problema de
capacidade produtiva e de capacidade industrial e, portanto, quando muito ficaríamos com a
possibilidade de ter uma fórmula para fabricar, mas continuaríamos a não ter onde a fabricar e essa é a
nossa dificuldade”, justificou.

“A posição da Presidência [da UE] é sempre uma posição de coordenação e de união e trabalho com
aquilo que são os mecanismos de segurança e previsibilidade, que também exigem um relacionamento,
por isso temos insistido na colaboração entre várias companhias para suprir falhas”, salientou.

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A ministra explicou que se fossem quebradas as patentes, ficavam com a receita, mas não com o
produto. “Só para fazer demonstrações de força, não penso que sirva o melhor interesse dos
portugueses e penso que, sobretudo, teria custos no médio e longo prazo muito elevados”.

Mas, vincou, “como disse o senhor presidente do Conselho Europeu e vários atores com
responsabilidades, não podemos neste momento negar que precisamos de utilizar determinados
instrumentos”.

Para a ministra, compras autónomas “seria o pior” que poderia acontecer, recordando “aquilo que foi a
luta pelos ventiladores”.

“Não queremos esse caminho, de facto”, vincou Marta Temido, sublinhando que “Portugal tem apoiado
vivamente, esforçadamente”, o mecanismo Covax (mecanismo de acesso mundial às vacinas) e
inclusivamente está empenhado no envio também de doses adquiridas pelo país, quando for
considerado oportuno e possível em termos técnicos, para países africanos de língua oficial portuguesa.

Em Portugal já foram recebidas 503 mil vacinas, 43 mil das quais foram para a Madeira e para os Açores
e 460 mil ficaram no continente.

Destas 460 mil, já foram administradas 400 mil vacinas, estando em reserva 60 mil.

Ministra diz que governo não está a "correr atrás do prejuízo” no combate à
pandemia
A ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu hoje que é preciso melhorar o combate à pandemia de
covid-19, mas assegurou que o governo não está “a correr atrás do prejuízo”.

“É preciso melhorar o processo que temos em mãos e é isso que não desistimos de fazer. Não estamos a
correr atrás do prejuízo”, afirmou Marta Temido numa audição na comissão parlamentar de Saúde em
resposta a críticas do deputado do PSD Ricardo Baptista Leite.

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O deputado, que também é médico, afirmou que está a viver-se “a crise sanitária mais trágica dos
últimos 100 anos” e que todos sabiam que “esse período triste da História coletiva” poderia ocorrer e
que “era necessário ter evitado”.

“Nós alertámos desde março do ano passado que a falta de preparação teria um custo humano
tremendo, que infelizmente se verificou com a brutal mortalidade no nosso país”, disse o deputado,
acrescentando: “muitos têm sido os especialistas que têm dito que um dos nossos problemas (…) é que
temos andado sempre a correr atrás do vírus ao invés de estarmos um passo à frente".

“Não há dúvidas de que todos estarão a fazer o seu melhor, mas parafraseando Winston Churchill a
verdade é que neste tipo de crises não basta fazer o melhor, é preciso fazer o que é exigido, e mais do
que apontar os erros do passado é aprender com esses erros para podermos andar para a frente e evitar
que se repitam”, defendeu Ricardo Baptista Leite.

Em resposta, a ministra da Saúde lembrou que se está a lidar com “factos novos” relativamente aos
quais, seja em termos de combate à pandemia ou em termos de organização de processos vacinais, se
estão a “aprender muitas coisas à medida que se vão fazendo".

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“E a falta de consenso relativamente a alguns temas mesmo entre os cientistas é paradigmática disso.
Aquilo que muitas vezes dizem que é o desnorte do Governo e que são questões, como a utilização da
máscara ou a não utilização da máscara, tiveram entendimentos técnicos distintos”, salientou,
apontando ainda outras situações como a utilização mais massiva ou menos massiva dos testes.

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As críticas de Ricardo Baptista Leite também foram refutadas pela deputada socialista Sónia Fertuzinhos,
que começou por dizer que está de acordo com o médico quando diz que “não basta fazer o melhor,
mas o que é exigido, citando como fez Winston Churchill”.

Dirigindo-se a Batista Leite, Sónia Fertuzinhos disse que “não é apenas o Governo que está obrigado a
fazer o que é exigido, é também a Assembleia [da República], são também os responsáveis políticos”.

“Não deixa de ser extraordinário que o PSD sobre, por exemplo, o plano de vacinação seja incapaz de
fazer esta simples conta: todas as vacinas que chegaram a Portugal estão a ser administradas", tendo
sido já inoculadas 415 mil vacinas, adiantou.

“As que sobram, senhor deputado, tem a ver com a opção do Governo português de garantir que quem
tem a primeira toma também tem a segunda toma. E, portanto, é importante dizer isso aqui (…) porque
os portugueses precisam de ter confiança no plano de vacinação e no trabalho que está a ser feito pelo
Serviço Nacional de Saúde”, disse a deputada socialista, adiantando que "o ritmo de vacinação em
Portugal, tendo em conta as vacinas que chegam da Europa, está a correr a um ritmo positivo, que
permite dizer que o plano de vacinação está a correr, mas de facto o PSD parece que corre atrás de tudo
o que corre mal”.

Marta Temido adiantou ainda que “Portugal conseguiu que tudo estivesse a funcionar para que as
primeiras doses de vacina fossem inoculadas".

"Que seria de nós se tivéssemos estado sete dias como os holandeses à espera de termos os sistemas de
informação prontos para vacinar”, salientou a ministra, acrescentando que “certamente ninguém pediu a
demissão do Governo na Holanda por causa dessa dilação de tempo, porque as pessoas compreendem
que por muito que seja a ambição, a expectativa relativamente a uma determinada circunstância, por
vezes ela demora mais tempo a concretizar-se do que aquilo que desejaríamos sobretudo quando
estamos a falar de processos novos”.

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[Notícia atualizada às 14:40]

 
 
 

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