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FI001 - Sétima Lista

Marina Vasques Moreira – RA: 71824

Questão 01 (Exercı́cio 15, cap. 03 do Sakurai):

A função de onda de uma partı́cula sujeita a um potencial esfericamente simétrico é

ψ(x) = (x + y + 3z)f (r)

(a) Para determinar se a função de onda dada é autofunção de L2 , estudamos a ação deste operador sobre ψ(x).
Temos

1 ∂2
  
2 2 1 ∂ ∂
L ψ(x) = −~ 2
+ sin θ (1)
sin θ ∂φ sin θ ∂θ ∂θ

Escrevendo a função de onda dada em coordenadas esféricas



x = r sin θ cos φ

y = r sin θ sin φ ∴ ψ(x) = rf (r)(sin θ cos φ + sin θ sin φ + 3 cos θ)

z = r cos θ

Utilizando a função de onda expressa em coordenadas esféricas encontrada acima, calculamos as derivadas
parciais que aparecem em (1)

∂φφ ψ(x) = −rf (r)(cos θ cos φ + cos θ sin φ − sin θ) (2)

∂θ ψ(x) = rf (r)(cos θ cos φ + cos θ sin θ − 3 sin θ) (3)

∂θ [(sin θ)∂θ ]ψ(x) = ∂θ [rf (r)(sin θ cos θ cos φ + sin θ cos θ sin φ − 3 sin 2θ)]

= rf (r)(cos 2θ(cos φ + sin φ) − 3 sin 2θ) (4)

Substituindo as derivadas parciais em (1)


 
2 2 1 1
L ψ(x) = −~ [− sin θ(cos φ + sin φ)] + [cos 2θ(cos φ + sin φ) − 3 sin 2θ] rf (r)
sin2 θ sin θ
= −2~2 rf (r)[− sin θ(cos φ + sin φ) − 3 cos θ]

= 2~2 ψ(x) (5)

Portanto, ψ(x) é autofunção de L2 com autovalor `(` + 1)~2 = 2~2 , ou seja, com ` = 1.
(b) Para encontrar as probabilidades da partı́cula ser encontrada nos estados m` , escrevemos ψ(x) como com-
binação linear dos esféricos harmônicos
r r
3 3
Y10 = cos θ, Y1±1 =∓ sin θe±iφ
4π 8π
Então

1
e + e−iφ
 iφ
eiφ − eiφ
  
ψ(x) = rf (r) sin θ + + 3 cos θ
2 2i
 
1 iφ 1 −iφ
= rf (r) (1 − i) sin θe + (1 + i) sin θe + 3 cos θ
2 3

" r #

r
2π 2π
= rf (r) − (1 − i)Y11 + (1 + i)Y1−1 + 2 3πY10 (6)
3 3

1
X
Com isso, expandimos ψ(x) na base de autoestados de j = 1, ou seja: ψ(x) = rf (r) cm Y1m , e encon-
m=−1
tramos

r r
2π 2π
c1 = − (1 − i), c0 = 2 3π, c−1 = (1 + i)
3 3
A probabilidade de a partı́cula estar no estado |1, mi é dada por

|cm |2
P (m) = P1 (7)
m=−1 |cm |2

Ou seja, para m = 1, 0 e − 1 temos, respectivamente,

1 9 1
P (1) = , P (0) = , P (−1) = (8)
11 11 11
(c) Em coordenadas esféricas, escrevemos a equação de Schrödinger independente do tempo como sendo

~2 L2
 
2
− ∂)r(r ∂r ) + + V (r) ψ(x) = Eψ(x) (9)
2mr2 2mr2

Escrevemos a equação de onda como ψ(x) = rf (r)g(θ, φ), com g(θ, φ) = sin θ cos φ + sin θ sin φ + 3 cos θ.
Calculamos as derivadas parciais

∂r ψ(x) = [f (r) + rf 0 (r)]g(θ, φ) (10)


2 0 2 0 00
∂r (r ∂rψ(x)) = 2r[f (r) + rf (r)]g(θ, φ) + r [2f (r) + rf (r)]g(θ, φ)

= r[2f (r) + 4rf 0 (r) + r2 f 00 (r)]g(θ, φ) (11)

Repare que na equação (9) temos um termo L2 ψ(x), mas do item (a) sabemos que L2 ψ(x) = 2~2 ψ(x), então,
utilizando este fato e as derivadas parciais calculada acima, a equação (9) fica

~2 ~2
:


− [ (r) + 4f 0 (r) + r2 f 00 (r)]g(θ, φ) + 2
2f
*
 φ)] + V (r)[rf (r)g(θ, φ)] = E[rf (r)g(θ, φ)]
[rf(r)g(θ, (12)
2mr mr


Portanto
1 ~2 h2 4rf 0 (r) + r2 f 00 (r)
V (r) = E + [4rf 0 (r) + r2 f 00 (r)] = E + [ ]. (13)
rf (r) 2mr 2mr f (r)

2
Questão 02 (Exercı́cio 16, cap. 03 do Sakurai):

Uma partı́cula em um potencial esfericamente simétrico está em um autoestado de L2 e Lz com autovalores


2
~ `(` + 1) e m~, respectivamente. Vamos provar que

(i) hLx i = hLy i = 0


1 1
A partir dos operadores escada L± = Lx ± iLy , escrevemos Lx = (L+ + L− ) e Ly = (L+ − L− ).
2 2i
Sabemos também que a ação dos operadores L± em um ket |`, mi é dada por
p
L± |`, mi = ~ `(` + 1) − m(m ± 1)|`, m ± 1i

Portanto

1h p p i
hLx i = ~ `(` + 1) − m(m + 1)h`, m|`, m + 1i + ~ `(` + 1) − m(m − 1)h`, m|`, m − 1i (14)
2
Analogamente, para hLy i:

1 h p p i
hLx i = ~ `(` + 1) − m(m + 1)h`, m|`, m + 1i − ~ `(` + 1) − m(m − 1)h`, m|`, m − 1i (15)
2i
Como h`0 , m0 |`, mi = δ``0 δmm0 , temos hLx i = hLy i = 0. 
[`(` + 1)~2 − m~2 ]
(ii) hL2x i = hL2y i =
2
Observamos que
(L+ + L− )(L+ + L− ) L2 + L+ L− + L− L+ + L2−
L2x = = + (16)
4 4

(L+ − L− )(L+ − L− ) (L2 − L+ L− − L− L+ + L2− ) −L2+ + L+ L− + L− L+ − L2−


L2y = − =− + = (17)
4 4 4

Devido à ortogonalidade dos estados (h`0 , m0 |`, mi = δ``0 δmm0 ), os termos L2± não contribuem para hL2x i e
nem para hL2y i. Assim
hL+ L− i + hL− L+ i
hL2x i = = hL2y i (18)
4
Calculamos hL+ L− i e hL− L+ i:
p
hL+ L− i = h`, m|L+ L− |`, mi = ~ `(` + 1) − m(m − 1)h`, m|L+ |`, m − 1i

p p :1
= ~2


`(` + 1) − m(m − 1) `(` + 1) − (m − 1)m
h`,
m|`,
 mi

∴ hL+ L− i = ~2 [`(` + 1) − m(m − 1)] (19)


p
hL− L+ i = h`, m|L− L+ |`, mi = ~ `(` + 1) − m(m + 1)h`, m|L− |`, m + 1i

p p :1
= ~2


`(` + 1) − m(m + 1) `(` + 1) − (m + 1)m
h`,
m|`,
 mi

∴ hL− L+ i = ~2 [`(` + 1) − m(m + 1)] (20)

Finalmente:

hL+ L− i + hL− L+ i [`(` + 1) − m(m − 1)] + [`(` + 1) − m(m + 1)]


hL2x i = hL2y i = = ~2
4 4

2`(` + 1) − 2m2 `(` + 1) − m2


= ~2 = ~2  (21)
4 2

3
Classicamente, temos
L2 = L2x + L2y + L2z (22)

E o valor esperado de L2 é dado por


hL2 i = hL2x i + hL2y i + hL2z i (23)

Por outro lado, sabemos que hL2 i = ~2 `(` + 1) e hL2z i = ~2 m2 , então


hL2x i + hL2y i = hL2 i − hL2z i = ~2 `(` + 1) − ~m2 (24)

Assumindo que hL2x i = hL2y i (não há direção preferencial) ficamos com

`(` + 1) − m2
hL2x i = hL2y i = ~2 , (25)
2
que é o mesmo resultado que obtivemos em (21).

Questão 03 (Exercı́cio 17, cap. 03 do Sakurai):

Supondo que um valor semi-inteiro de ` seja permitido (digamos, ` = 1/2), vamos obter Y1/2,−1/2 (θ, φ) de duas
maneiras diferentes.
(a) Aplicando L− em Y1/2,1/2 (θ, φ). Da definição do momento angular
Li = −i~ijk xj ∂k (26)
com xj = x, y, z e ∂k = ∂x , ∂y , ∂z . Em coordenadas polares:
~r = [x, y, z] = [r sin φ cos θ, r sin φ sin θ, r cos θ] (27)

Lx = −i~[− sin φ∂θ − cot θ cos φ∂φ ] (28)


Ly = −i~[cos φ∂θ − cot θ sin φ∂φ ] (29)
Lz = −i~∂φ (30)

De maneira que
L± = −i~e±iφ [±i∂θ − cot θ∂φ ] (31)
Aplicando L− em Y1/2,1/2 :
L− Y1/2,1/2 (θ, φ) = Y1/2,−1/2 (θ, φ)

= −i~e±iφ [±i∂θ − cot θ∂φ ]eiφ/2 sin θ


1
= −~eiφ √ cos θeiφ/2 − ~eiφ cot θ
2 sin θ

cos θ
= −~eiφ/2 √ = Y1/2,−1/2 (θ, φ) (32)
sin θ

(b) Fazendo Y1/2,−1/2 (θ, φ) = 0, e partindo do ansatz Y1/2,−1/2 (θ, φ) ∝ e−iφ/2 f (θ)

 
∂ ∂
−i − cot θ Y1/2,−1/2 (θ, φ) = 0
∂θ ∂φ
∂ −iφ/2 ∂
−i e f (θ) − cot θ e−iφ/2 f (θ) = 0
∂θ ∂φ
∂f 1
= cot θf
∂θ 2
df dθ
= cot θ
f 2
1
ln f = ln(sin θ) = ln(sin θ)1/2
2

4

∴ f (θ) = sin θ (33)

Ou seja: Y1/2,−1/2 (θ, φ) ∝ e−iφ/2 sin θ, que é diferente do obtido no item (a). Este é mais um argumento
contra valores semi-inteiros para `.
Questão 04 (Exercı́cio 20, cap. 03 do Sakurai):

Somando os momentos angulares j1 = 1 e j2 = 2 vamos obter os estados para j = 2, 1, 0. A quantidade total


de estados possı́veis é:

j m Número de estados possı́veis


2 −2 6 m 6 +2 5
1 −1 6 m 6 +1 3
0 0 1
Número total de estados: 9
Analisamos cada caso separadamente:

Caso j = 2

ˆ Para j = 2, m = 2. Neste caso:


|1, 1; 2, 2i = h1, 1, 1, 1|2, 2i|1, 1, 1, 1i (34)
Como o único estado que contribui para |1, 1; 2, 2i é o |1, 1, 1, 1i, o coeficiente de Clebsch-Gordan é dado por

h1, 1, 1, 1|2, 2i = 1 (35)

ˆ j = 2, m = −2

|1, 1; 2, −2i = h1, 1, −1, −1|2, −2i|1, 1, −1, −1i, e o coeficiente de Clebsch-Gordan é:

h1, 1, −1, 01|2, −2i = 1 (36)

ˆ j = 2, m = 1. Temos, então, (m1 , m2 ) = (1, 0) ou (m1 , m2 ) = (0, 1).

|1, 1; 2, 1i = h1, 1, 1, 0|2, 1i|1, 1, 1, 0i + h1, 1, 0, 1|2, 1i|1, 1, 0, 1i (37)

Para encontrar os coeficientes, aplicamos J− em ambos lados de |1, 1; 2, 2i = |1, 1, 1, 1i (obtida no item acima),
e o resultado é: √ √
2|1, 1, 2, 1i = 2|1, 1, 0, 1i + 2|1, 1, 1, 0i (38)

de onde tiramos que

1 1
h1, 1, 1, 0|2, 1i = √ , h1, 1, 0, 1|2, 1i = √ (39)
2 2
ˆ j = 2, m = 0. Neste caso, os valores possı́veis para o par (m1 , m2 ) são (+1, −1), (0, 0) e (−1, +1).

|1, 1; 2, 2i = h1, 1, 1, −1|2, 0i|1, 1, 1, −1i + h1, 1, 0, 0|2, 0i|1, 1, 0, 0i + h1, 1, −1, 1|2, 0i|1, 1, −1, 1i (40)

Aplicando J− nos dois lados de (38), temos


√ 1 √ √ √ √
6|1, 1; 2, 2i = √ ( 2|1, 1, 0, 0i + 2|1, 1, 1, −1i + 2|1, 1, −1, 1i + 2|1, 1, 0, 0i) (41)
2

Com isso, os coeficientes de Clebsch-Gordan correspondentes são


r r r
2 1 1
h1, 1, 0, 0|2, 0i = , h1, 1, 1, −1|2, 0i = , h1, 1, −1, 1|2, 0i =
3 6 6

5
ˆ j = 2, m = −1. Os possı́veis valores de m(1 , m2 ) são (0, −1)( − 1, 0). Aplicando J− em ambos lados de (41),
obtemos
√ 1 √ √ √ √
6|1, 1; 2, −1i = √ ( 2|1, 1, 0, −1i + 2|1, 1, −1, 0i + 2 2|1, 1, −1, 0i + 2 2|1, 1, 0, −i) (42)
6

De onde tiramos que


1 1
|1, 1; 2, −1i = √ |1, 1, 0, −1i + √ |1, 1, −1, 0i (43)
2 2
E os coeficientes de Clebsch-Gordan são
1 1
h1, 1, 0, −1|2, −1i = √ , h1, 1, −1, 0|2, −1i = √
2 2

Caso j = 1

ˆ j = 1, m = −1. Possı́veis valores de (m1 , m2 ) são (0, −1) e (−1, 0).

|1, 1; 1, −1i = h1, 1, 0, −1|1, −1i|1, 1, 0, −1i + h1, 1, −1, 0|1, −1i|1, 1, −1, 0i

= α|1, 1, 0, −1i + β|1, 1, −1, 0i, (44)

com α, β ∈ R. Utilizamos a condição de normalização h1, 1; 1, −1|1, 1; 1, −1i = 1, h1, 1; 2, −1|1, 1; 1, −1i = 1
juntamente com a equação (43) obtendo
1 1
α2 + β 2 = 1, √ α+ √ β =0 (45)
2 2

pois  
1 1
h1, 1, 0, −1| √ + h1, 1, −1, 0| √ [α|1, 1, 0, −1i + β|1, 1, −1, 0i] = 0 (46)
2 2
De (45) temos α = −β, portanto
1 1
h1, 1, 0, −1|1, −1i = √ , h1, 1, −1, 0|1, −1i = − √
2 2

Para encontrar os coeficientes seguintes, aplicamos J+ em ambos lados de (44), que pode ser reescrita como
1
|1, 1; 1, −1i = √ [|1, 1, 1, −1i − |1, 1, −1, 1i] (47)
2

ˆ j = 1, m = 0. Os possı́veis valores de (m1 , m2 ) são (−1, 1), (0, 0) e (1, −1)


√ 1 √ √ √ √
2|1, 1; 1, 0i = √ [ 2|1, 1, 1, −1i + 2|1, 1, 0, 0i − 2|1, 1, 0, 0i − 2|1, 1, −1, 1i] (48)
2
Portanto:
1
|1, 1; 1, 0i = √ [|1, 1, 1, −1i − |1, 1, −1, 1i] (49)
2
E os coeficientes de Clebsch-Gordan são
1 1
h1, 1, 1, −1|1, 0i = √ , h1, 1, 0, 0|1, 0i = 0, h1, 1, −1, 1|1, 0i = − √
2 2

ˆ j = 1, m = 1. Os valores possı́veis para (m1 , m2 ) sã0 (1, 0) e (0, 1). Aplicamos J+ em |1, 1; 1, 0i e obtemos
√ 1 √ √
2|1, 1; 1, 1i = √ ( 2|1, 1, 1, 0i − 2|1, 1, 0, 1i) (50)
2
Da equação acima encontramos os coeficientes de Clebsch-Gordan:
1 1
h1, 1, 1, 0|1, 1i = √ , h1, 1, 0, 1|1, 1i = − √ (51)
2 2

6
Caso j = 0

ˆ j = 0, m = 0. Os possı́veis valores de (m1 , m2 ) são (1, −1), (0, 0), e (−1, 1).

|1, 1; 0, 0i = h1, 1, 1, −1|0, 0i|1, 1, 1, −1i + h1, 1, 0, 0|0, 0i|1, 1, 0, 0i + h1, 1, −1, 1|0, 0i|1, 1, −1, 1i (52)

Temos que recorrer às condições de ortonormalização:

h1, 1; 0, 0|1, 1; 0, 0i = 1, h1, 1; 1, 0|1, 1; 0, 0i = 0, h1, 1; 2, 0|1, 1; 0, 0i = 0 (53)

Denotando:
h1, 1, 1, −1|0, 0i = α, h1, 1; 0, 0|0, 0i = β, h1, 1, −1, 1|0, 0i = γ, e recorrendo à condição de normalização em
(41) e à equação (49), temos o seguinte sistema com três equações
 2
 α + β2 + γ2 = 1
 α γ


√ −√ =0
2 2

 α β γ
√ + 2√ + √ = 0

6 6 6
Os coeficientes de Clebsch-Gordan encontrados são
1 1 1
h1, 1, 1, −1|0, 0i = √ , h1, 1, 0, 0|0, 0i = − √ , h1, 1, −1, 1|0, 0i = √
3 3 3

Questão 05 (Exercı́cio 24, cap. 03 do Sakurai):

O observador A mede as componentes do spin de uma das partı́culas (S1x , S1y , S1z , enquanto o observador B
mede as componentes de spin da outra partı́cula.
(a) Se o observador B não faz qualquer medida, então a probabilidade de A obter S1 z = ~/2 é igual a 1/2 (uma
vez que os possı́veis valores de S1 z são +~/2 e − ~/2. Similarmente, para S1 x = ~/2 a probabilidade é de
1/2.
(b) O observavor B determina que a partı́cula 2 está no estado com spin S2z = ~/2 com certeza.
(i) Como sabemos que o sistema está em um estado singleto, temos:

Stot = 0 → Sz = 0 ∴ S1z + S2z = 0 (54)

Portanto, S1z = −~/2


(ii) Saber que o sistema está no estado com S1z não altera as probabilidades para S1x (que continuam
sendo 1/2 para S1x = ~/2 e 1/2 para S1x = −~/2). De fato, sabendo que o sistema esta no estado com
S1z = −~/2 (denotado por |−i1 , onde {|+i1 , |−i1 )} é a base de 1z), podemos escrever este estado na
base 1x como:
1
|−i1 = √ (|+i1x − |−i1x ) (55)
2
Da equação acima, vemos que a probabilidade de obter S1x = ~/2 é igual a |1x h+|−i1 |2 = 1/2. Simi-
larmente, a probabilidade de obter S1x = −~/2 é igual a |1x h−|−i1 |2 = 1/2.
Questão 06 (Exercı́cio extra):

Queremos somar s1 = 1/2, s2 = 1/2 e s3 = 1/2. Começamos acoplando s1 e s2 , obtendo s12

|s1 − s2 | 6 s12 6 |s1 + s2 | ∴ s12 = 0, 1 (56)

Em seguida, somamos s12 e s3 para obter s:


1 3
|s12 − s3 | 6 s 6 |s12 + s3 | ∴s= , (57)
2 2
Temos um total de 8 estados, pois (2s1 + 1)(2s2 + 1)(2s3 + 1)  = 8. Utilizaremos para os kets da base produto
1 1 1 1 1 1
a notação |s1 , s2 , s3 ; ±, ±, ±i para denotar , , ; ± , ± , ± . Para a outra base, utilizaremos a notação
2 2 2 2 2 2
|s12 , s, mi. Considerando primeiro o caso s = 3/2:

7
ˆ Primeiro caso: s = 3/2
 
3 3 3 3
Os estados 1, ,
e 1, , −
são dados por:
2 2 2 2
 
3 3 3 3
2 2 = |s1 , s2 , s3 ; +, +, +i
1, , −
2 2 = |s1 , s2 , s3 ; −, −, −i
1, , (58)

 
3 1 3 3
Para obter 1, ,
, aplicamos S− em 1, ,
, e, lembrando que S− = S1− + S2− + S3− , temos:
2 2 2 2

3 3
S− 1, ,
= (S1− + S2− + S3− )|s1 , s2 , s3 ; +, +, +i (59)
2 2

Do lado esquerdo da equação acima obtemos


s 
√ 3 1
     
3 3 3 3 3 3 3 1
S− 1, , =~ +1 − − 1 1, , = ~ 3 1, , , (60)
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

e do lado direito

(S1− + S2− + S3− )|s1 , s2 , s3 ; +, +, +i = (61)


s  :
 1
   
1 1 1 1

=~ +1 −
 − 1 (|s1 , s2 , s3 ; −, +, +i + |s1 , s2 , s3 ; +, −, +i + |s1 , s2 , s3 ; +, +, −i) (62)
2 2 2 2

Juntando (60) e (62) temos



3 1 1
2 2 = √3 (|s1 , s2 , s3 ; −, +, +i + |s1 , s2 , s3 ; +, −, +i + |s1 , s2 , s3 ; +, +, −i)
1, , (63)

 
3 1 3 1
De maneira similar, aplicando S− em 1, ,
obtemos o estado 1, , −

2 2 2 2

3 1 1
2 2 = √3 (|s1 , s2 , s3 ; +, −, −i + |s1 , s2 , s3 ; −, +, −i + |s1 , s2 , s3 ; −, −, +i)
1, , − (64)

ˆ Segundo caso: s = 1/2



1 1
Escrevemos 0, ,
como uma combinação linear de |s1 , s2 , s3 ; +, +, −i e |s1 , s2 , s3 ; −, +, +i:
2 2

1 1
2 2 = α|s1 , s2 , s3 ; +, +, −i + β|s1 , s2 , s3 ; −, +, +i
0, , (65)

Da condição de ortonormalidade na equação acima, temos

α2 + β 2 = 1 com α, β ∈ R (66)

3 1 1 1
Por outro lado, como h1, , |0, , i, da equação acima e da (63) , temos
2 2 2 2
1
√ (α + β) = 0 → α = −β (67)
3

Substituindo α = −β em (66) nos dá α = −β = 1/ 2. Substituindo este resultado em (65),

1 1 1
2 2 = √2 (|s1 , s2 , s3 ; +, +, −i − |s1 , s2 , s3 ; −, +, +i)
0, , (68)

8
Aplicando
 S− no lado esquerdo da equação acima e (S1− + S2− + S3− ) do lado direito, obtemos o ket
1 1
0, , −
2 2

1 1 1
2 2 = √2 (−|s1 , s2 , s3 ; +, −, −i − |s1 , s2 , s3 ; −, −, +i)
0, , − (69)


1 1
Para encontrar 1, , , podemos escrever este ket como uma combinação linear de |s1 , s2 , s3 ; +, +, i, |s1 , s2 , s3 ; +, −, +i
2 2
e |s1 , s2 , s3 ; −, +, +i:

1 1
2 2 = α|s1 , s2 , s3 ; +, +, −i + β|s1 , s2 , s3 ; +, −, +i + γ|s1 , s2 , s3 ; −, +, +i
1, , (70)


1 1
Este estado é ortogonal a 1, , . Da equação (68), concluı́mos então que α = γ. Como este estado
2 2
3 1
também é ortogonal a 1, , , temos α + β + γ = 0. Como todos os estados em (70) são ortonormais,
2 2
2 2 2
temos α + β + γ = 1. Ou seja, temos três equações:

α = γ

α+β+γ =0
 2
α + β2 + γ2 = 1

√ √
Resolvendo o sistema acima, encontramos α = γ = −1/ 6 e β = 2/ 6. Então, a equação (70) fica

1 1 1
2 2 = √6 (−|s1 , s2 , s3 ; +, +, −i + 2|s1 , s2 , s3 ; +, −, +i − |s1 , s2 , s3 ; −, +, +i)
1, , (71)

Aplicando S− no lado esquerdo da equação acima e (S1− + S2− + S3− ) do lado direito, obtemos o ket
1 1
1, , −
2 2


1 1 1
2 2 = √6 (|s1 , s2 , s3 ; +, −, −i − 2|s1 , s2 , s3 ; −, +, −i + |s1 , s2 , s3 ; −, −, +i)
1, , − (72)

Observação: suprimimos alguns cálculos para não carregar muito a resolução. Em particular, em todas as
etapas em que aplicamos S1− + S2− + S3− em um ket, note que S1− só age na primeira partı́cula, S2− na segunda,
e assim por diante.

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