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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA (DEG)


DISCIPLINA DE PROJETOS EM ENGENHARIA QUÍMICA I
(GNE334)

PERDA DE CARGA

GIOVANA STELLA ALVIM NEVES


JÚLIA VERÔNICA SOUZA COELHO
LEZY FELIPE FIRMINO
THIAGO FERREIRA COSTA VELOSO

Proposta de projeto a ser desenvolvido na


disciplina de Projeto em Engenharia Química I,
tendo como professor responsável Gilson Campani
Junior, como parte dos requisitos necessários à
obtenção da aprovação na disciplina.

Lavras – MG
2021
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO................................................................................................................................1
2 - OBJETIVOS.....................................................................................................................................1
3 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..........................................................................................................1
4 - MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................................5
4.1 – Materiais Utilizados.......................................................................................................................5
4.2 – Métodos.........................................................................................................................................6
4.2.1 – Montagem do equipamento..............................................................................................6
4.2.1.1 – Preparação do reservatório.....................................................................................6
4.2.1.2 – Preparação da tubulação........................................................................................6
4.2.2 – Realização dos ensaios.....................................................................................................7
4.3 – Custo inicial...................................................................................................................................7
5 - CRONOGRAMA SEMANAL DE ATIVIDADES...........................................................................8
6 – REFERÊNCIAS...............................................................................................................................8
1 - INTRODUÇÃO
A movimentação da matéria, seja fluido ou partículas sólidas, é um fenômeno que está presente na
grande maioria dos processos produtivos, sendo assim um assunto extremamente importante dentro de um
sistema fluidodinâmico associado às operações unitárias. É facilmente visto através da utilização de
tubulações para transporte de fluidos. São empregadas nos processos com a finalidade, por exemplo, de
deslocar fluidos entre tanques de estocagem e as unidades de processamento nas plantas industriais e também
para deslocamentos entre grandes distâncias, como em oleodutos e gasodutos.
Um fluido em um sistema de escoamento (tubulações) pode passar por dutos, acessórios diversos,
como joelhos, cotovelos, tês, entre outros, conexões, dispositivos de controle de fluxo, por exemplo, as
válvulas e também por uma mudança de área de escoamento. Isso resultará em um atrito do fluido com a
parede, alteração na direção do escoamento, obstruções da trajetória do fluido e mudanças súbitas ou
graduais na área de escoamento, ocasionando uma perda de carga dentro dessas tubulações (CREMASCO,
2012).
Primeiramente, pode-se entender carga como a energia mecânica do escoamento de um fluido por
unidade de massa deste, ou seja, um conceito relacionado à energia do fluido quando ele é transportado de
um ponto a outro do processo. Logo, a perda de carga ocorre devido a transformação dessa energia mecânica
em energia cinética e esta se converte em calor que se dissipa. Assim, essa dissipação de energia provoca
uma diminuição da pressão do fluido em deslocamento quando comparada ao caso de um escoamento livre
de perturbações. Além de problemas no processo como cavitação e perda de eficiência (PROPEQ, 2019).
Ao longo do sistema de escoamento existem dois tipos de perda de carga, a distribuída e a localizada.
A perda de carga distribuída está relacionada com o atrito entre o fluido e a parede da tubulação durante um
trecho reto do percurso, logo, são influenciadas pela viscosidade do fluido, pelo diâmetro dos tubos e a
velocidade de escoamento. Já a perda de carga localizada é ocasionada pelos elementos adicionais existentes
ao longo das tubulações, como válvulas, joelhos, entre outros já citados anteriormente. Quando o fluido
passa no trecho do processo onde esses acessórios estão presentes, ocorre uma perturbação brusca do
escoamento e isso gera a perda de energia. Vale ressaltar que cada componente adicional da tubulação está
relacionado a um valor de perda de carga.
Portanto, pode-se notar que é essencial ter um conhecimento sobre as perdas de carga ocasionadas em
seções retas e nos acessórios que compõem o sistema de escoamento, assim como da própria natureza do
fluido, pois vão influenciar diretamente no dimensionamento de equipamentos, como compressores e
bombas, que podem estar presentes no processo para oferecer energia necessária para que ocorra o
escoamento. E essas perdas também podem afetar economicamente, pois podem trazer maiores custos
operacionais (energéticos), ou seja, quanto maior a perda de carga, maior será a energia gasta no decorrer do
processo.

2 - OBJETIVOS
O objetivo do presente trabalho é construir um sistema de escoamento simplificado e medir o valor da
perda de carga (queda de pressão), com o intuito de determinar para cada acessório utilizado o comprimento
equivalente a um tubo reto através de correlações matemáticas que regem esse fenômeno, e por fim,
compará-los com valores experimentais disponíveis na literatura.

3 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Nas indústrias, sistemas de escoamento se compõem de tubos retilíneos de variados diâmetros e
acidentes, denominados de acessórios. Alguns desses acessórios estão expostos na Figura W.

1
fonte: ECOEDUCACIONAL, 2014
Figura W – Acessórios de tubulações.
Para a caracterização da perda de carga, algumas características do sistema devem ser conhecidas,
como o comprimento da tubulação, tipo, diâmetro do tubo, tipos e quantidades de acessórios, viscosidade e
densidade do fluido, temperatura, pressão e velocidade do escoamento.
Partindo da equação de Bernoulli para dois pontos do sistema (considerando que o regime seja
permanente, o fluido incompressível e que não haja realização de trabalho externo pelo ou sobre o fluido):

ρ v 21 ρ v 22
P1 + ρg z1 + =P2+ ρg z 2 + (1)
2 2
Em que P1, P2, z1, z2, v1 e v2 são as pressões nos pontos 1 e 2 da tubulação, altura em 1 e 2 e velocidade
do fluido nos pontos 1 e 2, respectivamente. ρ é a densidade do fluido à temperatura do escoamento, g a
aceleração da gravidade. Ao dividir a equação (1) por ρg e adicionar o termo da perda de energia (Δh), tem-
se:

P1 v 21 P 2 v 22
+z + = + z + +∆ h (2)
ρg 1 2 g ρg 2 2 g
Considerando-se que não haja variação de altura entre os pontos 1 e 2, ou seja, z 1=z2, e admitindo que
o tubo tenha seção constante, o que indica que a velocidade nos dois pontos será igual (v 1=v2), pode-se
simplificar a equação (2), obtendo:
P1−P2
∆ h= (3)
ρg
Ou seja, a perda de carga será proporcional à diferença de pressão entre os pontos avaliados do
sistema.
Um dos métodos para a determinação da perda de carga em canalizações com acessórios é o método
do comprimento equivalente. O comprimento equivalente, L eq, pode ser definido como o comprimento do
tubo reto que causaria uma perda de carga igual à do acessório analisado. Assim, a perda de energia por um
acessório pode ser expressa por:

Leq v 2
∆ h=2 f (4)
gD
Sendo f o fator de atrito, v a velocidade do escoamento e D o diâmetro da tubulação. Caso mais de um
acessório esteja presente, o lado direito da equação (4) deve ser multiplicado pelo número de acessórios. Os

2
valores de Leq para diferentes tipos de acessórios podem ser encontrados em tabelas na literatura, como, por
exemplo, apresentado na Figura X.

fonte: SCHNEIDER MOTOBOMBAS, 2008 (apud CREMASCO 2018)


Figura X – Comprimentos equivalentes para alguns acessórios (em metros).
É importante mencionar que o comprimento total de uma tubulação, considerando os acessórios nela
contidos, será:
n
L=Lreto + ∑ Leq i
i=1
(5)
Em que Lreto refere-se ao comprimento da tubulação sem acidentes (Cremasco, 2018).
Sabendo-se que a área de escoamento, A, é dada por:
n
π D2
A=
4
∑ Leq i
i=1
(6)
Sendo D o diâmetro do tubo, e que a velocidade de escoamento, v, por ser obtida através de:
Q
v= (7)
A
Na qual Q é a vazão volumétrica de fluido, pode-se obter o valor do número de Reynolds para o
escoamento:

3
ρvD
ℜ= (8)
μ
Em que ρ e µ são a densidade e viscosidade dinâmica do fluido à temperatura do escoamento,
respectivamente.
Para se obter o fator de atrito, pode ser utilizado o diagrama de Moody modificado em função do
número de Reynolds, apresentado na Figura Y:

fonte: LEAL, 2005 (apud CREMASCO, 2018)


Figura Y – Diagrama de Moody.
Para regimes turbulentos (Re ≥ 4000), o fator de atrito de Fanning, f, é também influenciado pela
rugosidade relativa do tubo, kr, expressa como
ε
k r= (9)
D
Sendo ε corresponde à rugosidade absoluta da parede da tubulação. Alguns valores de rugosidade
absoluta para tipos comuns de tubulações estão expostos na Figura Z.

4
fonte: BARRAL, [s.d.]
Figura Z – Rugosidade absoluta para alguns tipos de tubos.
Já para regimes laminares (Re ≤ 2100), o fator de atrito pode ser obtido por
16
f= ℜ (10)

4 - MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 – Materiais Utilizados
Os materiais que serão utilizados para a montagem e execução do experimento são:
- Reservatório (balde) de 15L
- Recipiente com marcação de 5L
- 3 metros de tubo de PVC de ½”
- 2 Flanges PVC ½”
- 9 Joelhos de PVC de ½”
- 2 Válvulas de PVC de ½”
- 2 metros de mangueira transparente
- Cronômetro
- Cola quente ou massa epóxi bicomponente
- Serra de cano
- Cola para PVC
- Furadeira
- 1 lixa nº150
- Trena ou fita métrica
- Corante

5
4.2 – Métodos
4.2.1 – Montagem do equipamento
4.2.1.1 – Preparação do reservatório
Primeiramente pega-se o balde de 15 litros e faz-se dois furos, um na parte superior para colocar o
tubo ladrão e o outro do lado oposto inferior, próximo a base do balde, para instalar a saída de água para a
tubulação do sistema.
O tubo ladrão e a saída de água para o sistema, serão instalados com flanges, evitando assim
vazamentos.
Após a saída de água para a tubulação do sistema, será instalada uma válvula para o controle da água
do reservatório.

fonte
Título
4.2.1.2 – Preparação da tubulação
O sistema de tubulação para o experimento será constituído de tubos de PVC, de 9 joelhos, 2 válvulas
e 2 mangueiras transparentes que servirão como manômetros, a fim de averiguar e observar a perda de carga
localizada, que será medida no trecho entre as mangueiras. Esses materiais serão dispostos conforme a
imagem X:

6
fonte
Título
Ao fim da tubulação, como é possível observar, haverá uma válvula para facilitar o controle da vazão.
As mangueiras serão fixadas com cola quente ou massa epóxi bicomponente, para evitar vazamento de água.
4.2.2 – Realização dos ensaios
Antes dos ensaios, deve-se determinar a vazão de água fornecida pelo reservatório, que terá um
volume constante com o auxílio do tubo ladrão. Para isso será necessário desencaixar o joelho anterior à
primeira mangueira e posicionar um recipiente com uma marcação de volume de 5 litros. Assim que for
realizada a abertura da primeira válvula será disparado o cronômetro, e ele marcará o tempo necessário para
encher o recipiente até a marcação, quando isso acontecer o cronômetro será pausado e a válvula fechada.
Esse procedimento deve ser realizado em triplicata, para que possa haver uma melhor exatidão nos
valores obtidos.
Logo depois, para dar início ao ensaio, encaixa-se novamente o joelho e tendo o sistema restaurado,
enche-se o reservatório. Após isso, as duas válvulas serão abertas simultaneamente e cronometrado o tempo
necessário para completar 5 litros no segundo balde da imagem. Possuindo então a medida de duas vazões
em diferentes pontos para compará-las.
Durante o intervalo em que as válvulas ficarão completamente abertas, será coletado o valor da altura
do líquido nas duas mangueiras, o que posteriormente dará a informação da queda de pressão entre os pontos
1 e 2, que serão utilizadas para realizar o cálculo da perda de carga localizada no sistema elaborado. Esse
procedimento também será realizado em triplicata, para gerar valores mais exatos.
4.3 – Custo inicial
Tabela X – Custo Inicial.
Materiais Quantidade Valor Unitário (R$) Total (R$)
Reservatório (balde) de 15 L 1 unidade 8,00 8,00
Tubo de PVC de ½” 3 metros 3,99 11,97

7
Flanges de PVC ½” 2 unidades 7,00 14,00
Joelhos de PVC de ½” 9 unidades 0,60 5,40
Válvulas de PVC de ½” 2 unidades 8,20 16,40
Mangueira transparente 2 metros 3,50 7,00
Massa epóxi bicomponente 1 unidade 6,00 6,00
Cola para PVC 1 unidade 2,00 2,00
Lixa nº 150 1 unidade 0,99 0,99
TOTAL - - 71,76

Recipiente para marcação, cronômetro, serra de cano, furadeira, fita métrica e corante serão fornecidos
pelos integrantes do grupo sem custo algum.

5 - CRONOGRAMA SEMANAL DE ATIVIDADES


Serão 8 semanas até a data da Entrega do Projeto Final, sendo elas distribuídas da seguinte maneira:
Data Atividade
22/02 Montagem do aparato (reservatório e tubulações)
01/03 Montagem do aparato e teste de funcionamento/vazamento
08/03 Realização do primeiro ensaio e cálculo dos resultados
15/03 Realização do segundo ensaio e cálculo dos resultados
22/03 Realização do terceiro ensaio e cálculo dos resultados
29/03 Revisão e comparação dos resultados
05/04 Elaboração do Relatório Final
12/04 Elaboração do Relatório Final
16/04 Entrega do Projeto Final

6 – REFERÊNCIAS

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