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A origem do teatro remonta às primeiras sociedades primitivas que acreditavam que a dança
imitativa trazia poderes sobrenaturais e controlava os fatos necessários à sobrevivência
(fertilidade da terra, casa, sucesso nas batalhas, etc). Estas mesmas danças eram feitas para
exorcizar os maus espíritos. Portanto, a conclusão de historiadores aponta que o teatro, em
suas origem, possuía caráter ritualístico.
Com o desenvolvimento do domínio e o conhecimento do homem em relação aos fenômenos
naturais, o teatro foi aos poucos deixando suas características ritualísticas, dando lugar às
ações educativas. Em um estágio de maior desenvolvimento, o teatro passou a ser o lugar de
representação de lendas relacionadas aos deuses e heróis.
A Arte de Representar
O teatro ou a arte de representar floresceu em terrenos sagrados à sombra dos templos, de
todas as crenças e em toda as épocas, na Índia, Egito, Grécia, China, entre outras nações e
nas igrejas da Idade Média. Foi a forma que o homem descobriu para manifestar seus
sentimentos de amor, dor e ódio.
São quatro os principais gêneros dramáticos conhecidos:
A tragédia, nascida na Grécia, segue três características: antiga, média e nova. É a
representação viva das paixões e dos interesses humanos, tendo por fim a moralização de um
povo ou de uma sociedade.
A comédia representa os ridículos da humanidade ou os maus costumes de uma sociedade e
também segue três vertentes: a política, a alegórica e a moral.
A tragicomédia é a transição da comédia para o drama. Representa personagens ilustres ou
heróis, praticando atos irrisórios.
O drama (melodrama) é representado acompanhado por música. No palco, episódios
complicados da vida humana como a dor e a tristeza combinados com o prazer e a alegria.
COMMÉDIA DELL’ARTE
Com o Renascimento, três séculos depois, o teatro deixou de ser tão perseguido pela Igreja.
As artes floresciam: pintura, arquitetura, música.
O homem passou a ser o objeto de interesse dessas artes, e não mais os deuses (ou, no caso
da Igreja católica, o Deus).
Foi a época de artistas muito importantes, como Da Vinci (que pintou a Mona Lisa) e
Michelângelo.
Por essa época surgiram os teatros parecidos com os de hoje, casas com palco e platéia, e
também a ópera, mistura de música com teatro.
A Itália foi o palco de um gênero chamado commedia dell’arte.
Os atores da commedia dell’arte eram muito versáteis (faziam de tudo): cantavam, dançavam,
representavam, faziam malabarismos...
Tudo para agradar seu público!
Eles também formavam trupes que iam de cidade em cidade, e nunca decoravam nada,
sempre improvisavam as peças.
Esses atores faziam sempre os mesmos papéis, tão famosos que você já deve ter ouvido falar
neles: Polichinelo, Arlequim, Colombina, Pantaleão...
Cada papel tinha uma máscara, que cobria só a parte de cima do rosto.
Ainda hoje, podemos ver peças inspiradas nesses personagens maravilhosos.
No Brasil, eles viraram até tema de carnaval
A Commedia dell'arte surgiu na segunda metade do séc. XVI, atingiu sua maior popularidade
no séc. XVII e chegou até meados do séc. XVIII, quando entrou em declínio.
Este gênero teatral que durou aproximadamente dois
séculos e meio, exerceu grande fascínio por quase toda a
Europa e influenciou (como ocorre ainda hoje) diversos
atores, dramaturgos e encenadores: Shakespeare, Molière,
Jean–Louis Barrault, Meyerhold, Jacques Lecoq, Dario Fo,
Strehler, Marcelo Moretti, entre outros.
Na Fábula Atelana, uma espécie de farsa vinda da cidade
de Atela, popular em 240a.C., foram identificadas algumas
semelhanças com o gênero e os tipos da Commedia dell'arte.
Maccus (Personagem da Fábula Atellana, retirado do livro Le maschere sceniche e le
figure comiche
História da Mímica
A origem dramática da mímica reporta-se ao teatro grego. Segundo alguns, estaria ela atrelada
a uma das Musas – Polímnia – que, juntamente com Terpsícore (dança) e Calíope (poesia)
teria sido responsável pela educação de Apolo, antes de sua ascensão ao monte Parnaso.
Entenda-se, portanto, que essas três manifestações estão intimamente associadas.
Com a queda do Império Romano, a Igreja Católica proibiu a mímica, fechou teatros. Mesmo
assim a forma de arte sobreviveu.
O ator na "commedia dell'arte" precisava efetivamente ter "uma concepção plástica do teatro",
exigida em todas as formas de representação, com a criação de pensamentos e de
sentimentos através do gesto mímico, da dança, da acrobacia, consoante as necessidades; do
mesmo modo era necessário o conhecimento de uma verdadeira gramática plástica, além
desses dotes do espírito que facilitam qualquer improvisação falada em um espetáculo.
Como a mímica não apresentava problemas de comunicação com a platéia, não tardou para
que os "Zanni" viajassem e, pelo ano de 1576, uma das companhias italianas foi à França,
onde a arte da mímica tornou-se imensamente popular. Muito dos gestos tradicionais e da
constituição visual do Arlequim vieram desse momento.
Já, em 1881, uma família de acrobatas da Boêmia viajou a Paris e um dos filhos, Jean Gaspard
Batiste Deburau, engajou-se na representação mímica junto aos "Funâmbulos do Boulevard do
Templo".
Permaneceu com esta Companhia até a sua morte, mas todo o tempo em que lá esteve a
serviço dessa manifestação artística serviu para que ele começasse a dar o perfil que a mímica
tem hoje. Foi ele o responsável pela criação da figura do Pierrô.
A mímica viveu outro sucesso durante a Primeira Guerra Mundial, através da figura do grande
Jacques Copeau, que foi professor, por seu turno, de Charles Dullin e Etienne Decroux, na
Escola Vieux-Columbier. Este último, juntamente com outro aluno da mesma escola, Jean-
Louis Barrault, desenvolveu a mímica moderna e levou-a para o cinema, no filme "Lês enfants
du paradis" (1945). O filme, rodado sob o olhar censor da Gestapo, falava da biografia ficcional
de Deburau, junto aos "Funâmbulos".
Após a Segunda Guerra Mundial, surgiu Marcel Marceau, que foi discípulo de Decroux e é
considerado o maior ator de mímica de todos os tempos; criou a sua própria personagem "Bip",
uma adaptação do Pierrô.
Sem dúvida a mímica influenciou o cinema mudo e atores como Chaplin, Keaton e o próprio
Marceau foram arquitetos de um novo estilo, considerados como criadores da mímica atual.
Basicamente, existem dois grandes tipos de mímica: a literal e a abstrata, ou a combinação das
duas. A mímica literal é mais usada na comédia e fala da história de um conflito, através do uso
de uma personagem central. As ações e a aparência visual delineiam claramente a história
para os espectadores. Já a mímica abstrata é usada geralmente para os sentimentos,
pensamentos e imagens sérias, de um tema ou assunto. Normalmente não tem trama, nem
personagem central, e é considerada uma experiência mais intuitiva.