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A ópera

A ópera é um gênero musical que nasceu no seio da Europa


Ocidental na mesma era em que predominava a estética
barroca. Esta musicalidade era exaustivamente lapidada e
apresentava um alto teor de emotividade.

Embora os italianos sejam os responsáveis pela sua criação e


pela elaboração das primeiras peças barrocas, foi na França
que surgiu o que se conhece como Ópera Barroca Francesa. E
seu pioneiro não poderia deixar de ser um italiano, Jean
Baptiste Lully. Até a criação desta modalidade musical, os
franceses não demonstravam inclinação alguma para a ópera,
e as conhecidas deste público eram de origem italiana.

Este gênero era financiado pelos nobres, que viam nesta


atitude uma possibilidade de expressar seu status social e
incrementar o já vasto poder e a crescente influência. Assim,
eles patrocinavam os grupos e suas produções, provendo
todos os recursos necessários para que eles ostentassem
efeitos cênicos nada modestos.

As primeiras obras eram tão somente composições poéticas


recitadas com acompanhamento musical. As canções
entoadas pelos solistas eram intercaladas com trechos
executados por corais, sempre em parceria com uma pequena
orquestra.

Na França a ópera barroca era executada por um


instrumental integral, as árias eram compostas com uma
estrutura singela, porém revelavam uma melodia bem
expressiva. Já então o balé cumpria uma significativa
performance no interior deste gênero musical.

Assim, pode-se afirmar que a Ópera-balé era uma


modalidade popular no núcleo da Ópera Barroca Francesa, e
se desenvolveu a partir das companhias de balé que se
destacavam no início do século XVII. Ela apresentava uma
estrutura distinta das tragédias musicais executadas por
Lully.

Este gênero da dança tinha uma maior inclinação para a


música exclusivamente voltada para encenações
coreográficas, não obrigatoriamente de natureza trágica. Seu
enredo não navegava necessariamente pelas águas da
Mitologia Clássica, e até mesmo se apropriava dos elementos
cômicos eliminados por Lully da tragédia musical depois da
obra Thésée, de 1675.

L’Europe Galante

A Ópera-balé apresentava, geralmente, um prólogo, depois


do qual eram encenados vários atos fechados, igualmente
denominados ‘entrées’, que quase sempre giravam em torno
de um único tema. Os atos individuais também poderiam ser
representados de forma independente, mas então eram
conhecidos como ‘atos de balé’.

A criação do artista André Campra, L’Europe Galante, de


1697, é normalmente considerada a primeira obra desta
natureza. Anteriormente a esta produção, porém, Les
Saisons, de 1695, já apresentava elementos que poderiam
defini-la como um modelo deste gênero, mesmo ainda
apresentando um enredo mitológico.

Outras criações se destacam neste cenário, entre elas Les


élémens, de 1721, de Destouches; Les Indes galantes, de
1735, e Les Fêtes d’Hébé, de 1739, ambas de Jean-Philippe
Rameau; e Don Quichotte chez la Duchesse, de 1743, de
Joseph Bodin de Boismortier.

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