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#Classificação Das Vozes
#Classificação Das Vozes
TENOR
No séc. XII, os músicos da Escola de Notre Dame
passaram a chamar a voz que conduz o cantus firmus
de tenor, cujo termo vem do verbo latino tenere
(sustentar). Assim, em sua origem, o tenor é a voz
que sustenta ou carrega o cantus firmus.
CONTRATENOR
Em 1322, surge o movimento Ars Nova, na França.
Em grande parte, suas músicas eram escritas a três
vozes, o tenor e outras duas em contraponto.
Os músicos desta época passam a chamar as vozes
escritas em contraponto ao tenor de contratenor.
A voz escrita como contraponto acima do tenor,
chama-se contratenor altus, nome que deu origem a
contralto ou alto.
A voz escrita abaixo do tenor chama-se contratenor
basso, expressão que originou contrabaixo ou baixo.
Atualmente, o termo contratenor denomina uma voz
masculina que alcança notas características do
registro feminino.
SUPERIUS
Alguns motetos da Ars Nova eram escritos em quatro
vozes,com uma voz acima do contratenor altus.
Como estava escrita na parte superior da partitura,
esta voz era chamada de superius ou sopranus,
termos que significam ‘superior’, em latim. O termo
sopranus acabou predominando e deu origem à voz
mais alta da classificação geral das vozes.
Surgiu, assim, a seguinte classificação vocal:
Soprano – voz feminina aguda
Contralto – voz feminina grave
Tenor – voz masculina aguda
Baixo – voz masculina grave
HISTÓRIA DAS VOZES EM MÚSICA
Leoninus (séc. XII): Alleluia Pascha Nostrum
Vozes Femininas
Soprano – voz feminina aguda
Mezzo-Soprano – voz feminina intermediária
Contralto – voz feminina grave
Vozes Masculinas
Tenor – voz masculina aguda
Barítono – voz masculina intermediária
Baixo – voz masculina grave
Umberto Giordano (1867-1948)
Fedora (1898)
Amor ti vieta
***
José Carreras, tenor
Mirella Freni, soprano
Classificações Específicas
Com o desenvolvimento do bel canto, a classificação
das vozes tornou-se insuficiente, dando origem a
subdivisões internas, em cada umas das vozes.
As subdivisões mais aceitas são as seguintes:
Leggero (Ligeiro) – voz leve e suave, geralmente
com pouco volume e muita agilidade
Lírico – timbre típico da voz, com bastante volume,
corpo de som e homogeneidade em todo o registro
Spinto (Dramático) – timbre mais encorpado e
brilhante, com som pesado e pouca homogeneidade
Coloratura – são as vozes propícias a passagens
rápidas e grandes ornamentações
COLORATURA
Esta expressão é acrescentada ao nome de uma voz
para indicar que tem grande agilidade e flexibilidade
nos ornamentos, escalas, notas rápidas, etc. Assim,
pode haver Soprano Lírico de Coloratura, Soprano
Dramático de Coloratura, etc.
O termo tem sua origem na música alemã do séc.
XVI, em que as passagens ornamentadas, chamadas
diminuições, eram escritas com notas coloridas.
Leonhard Kleber (1490-1556) distingue duas
categorias de música, conforme a ornamentação:
colloratum – com diminuições
non colloratum – sem diminuições
Gaetano Donizetti
Lucia di Lammermoor (1839)
Spargi d'amaro pianto
***
Mariella Devia, soprano
CLASSIFICAÇÕES DE SOPRANO
Cada tipo de voz é adequada a papéis diferentes e se
dedica a um tipo específico de repertório. Em alguns
casos, certos tipos de vozes estão associados até
mesmo a determinados compositores.
As classificações da voz de soprano são estas:
(fonte: Wikipédia)
Soprano Ligeiro – “é o timbre feminino mais leve
dos sopranos, cuja emissão se apóia principalmente
na ressonância craniana e nas cores claras do som. A
voz em geral é doce, leve e de pouco volume, ideal
para personagens jovens, alegres e/ou angelicais.
Quase sempre está associada aos papéis de
coloratura. Sua tessitura usual é do Mi3 ao Lá5”.
Vincenzo Bellini
La Sonnambula (1831)
Ah! non credea mirarti
***
Natalie Dessay, soprano
Soprano Lírico – “é o timbre típico do soprano: é
sonoro, aveludado, redondo, com uma
homogeneidade ao longo dos registros. Possui uma
aptidão natural ao legato expressivo e rico em matizes
e harmônicos. Sua maior riqueza de cores e tessitura
mais centrada no registro médio ou central levam
esse tipo de voz a ser muito utilizado em papéis de
heroínas, como a famosa Mimi, de La Bohemè.
Alguns sopranos líricos, possuindo um timbre mais
escuro e maior extensão grave, podem passar a
cantar, na fase madura de suas carreiras, papéis para
soprano lírico-spinto, mas isso não ocorre com todas
elas. Sua tessitura usual é do Dó3 ao Ré5”.
Giacomo Puccini
La Bohème (1896)
Si mi chiamano Mimi
***
Mirella Freni, soprano
Soprano Dramático ou Spinto – “é o timbre mais
pesado dos sopranos e é relativamente raro. Possui
muita intensidade e brilho. A grande extensão
prejudica a homogeneidade dos registros, mas cria
efeitos impressionantes de grande impacto dramático.
O timbre é geralmente encorpado, volumoso e amplo,
podendo ter uma coloração mais ou menos metálica.
Por ser um tipo de voz com grande riqueza de cores e
matizes, pode apresentar diferentes padrões de
vozes, desde um timbre aveludado e redondo, como o
de Kirsten Flagstad, até um metálico e agudo, como o
de Birgit Nilsson, ou um pesado e escuro, como Astrid
Varnay. Sua tessitura usual é do Sol2 ao Dó5”.
Gaetano Donizetti
Lucia di Lammermoor (1839)
Spargi d'amaro pianto
***
Maria Callas, soprano
Algumas vozes não se classificam com precisão em
nenhuma das categorias anteriores. Por isso,
surgiram classificações intermediárias, como
CLASSIFICAÇÕES DE MEZZO-SOPRANO
As meio-sopranos classificam-se da mesma forma
que as sopranos, com as três vozes principais,
Mezzo-Soprano Ligeiro, Lírico e Dramático, e suas
combinações, Mezzo-Soprano Lírico Ligeiro e Mezzo-
Soprano Lírico-Spinto.
Característica é a voz de meio-soprano dramático.
Giuseppe Verdi
Don Carlos (1867)
O Don Fatale
***
Tatiana Troyanos, mezzo-soprano
CLASSIFICAÇÕES DE CONTRALTO
As vozes de contralto são apropriadas a diferentes
papéis líricos e dramáticos.
“O Contralto é o timbre feminino mais pesado, e
soa quase com a plenitude de uma voz masculina.
É um timbre robusto e vigoroso, chamado também
de contralto profundo. Sua extensão aguda é curta
e compensada no registro grave. Não tem divisão
interna por timbre, e tem poucos papéis em óperas.
Sua extensão usual é do Fá2 ao Fá4”.
“O timbre de contralto é muito flexível e, em óperas
de Donizetti e Rossini, muitos contraltos tinham que
exceder sua extensão normal para fazer papéis de
extrema agilidade”.
Gioachino Rossini
Demetrio e Polibio (1806)
Pien di contento
***
Sara Mingardo, contralto
CLASSIFICAÇÕES DE CONTRALTO
As vozes de contralto são apropriadas a diferentes
papéis líricos e dramáticos. Um tipo especial é o
Contralto Virago – “timbre de contralto com uma
extensão muito grande; trata-se de uma anomalia
vocal rara que possui um registro vocal extremamente
amplo. O timbre natural é na tessitura do contralto,
com graves de cores baritonais e uma extensão
generosa. A tessitura do Contralto Virago estende
desde a tessitura do Tenor (às vezes do Barítono), até
o soprano leggero. Sua extensão usual é do Lá1 ao
Dó6”.
Dentre as contraltos virago, destacam-se Yma Sumac,
Maria Pia Kupeczik e Pauline Viardot.
Diretor: Jerry Hopper
O Segredo dos Incas (1954)
Canção: Pachamama
***
Yma Sumac, contralto
CLASSIFICAÇÕES DE TENOR
As vozes de tenor classificam-se como os sopranos,
em Tenor Ligeiro, Tenor Lírico e Tenor Dramático e
suas combinações, como Tenor Lírico Ligeiro e Tenor
Lírico Spinto.