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Índice

1. O AUTOR
2. INTRODUÇÃO
3. CRONOGRAMA DE ESTUDOS
4. CROMÁTICOS
5. PIZZICATO
6. PIZZICATO COM 3 DEDOS
7. GHOST NOTES
8. ARPEJOS
9. ESCALAS
10. TWO-HANDS
11. SLAP
12. APLICAÇÃO
13. GLOSSÁRIO DE ACORDES E ESCALAS
14. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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1. O AUTOR: BRUNO LADISLAU
Talento, paixão e domínio técnico do instrumento são apenas algumas das caraterísticas
de Bruno Ladislau. As linhas de contrabaixo do artista revelam intensidade e precisão
em sua identidade musical marcante. Baixista da banda Andre Matos, Bruno já tocou em
grandes festivais nacionais e internacionais, como o Rock In Rio. Ele está sempre
envolvido em diversos projetos como sideman e já fez workshops com Billy Sheehan,
realizando o sonho de tocar com uma de suas maiores influências.

Com profissionalismo, disciplina e conhecimento musical abrangente, o baixista inspira


fãs, alunos e companheiros de palco. Por tocar com artistas mais tradicionais na cena do
rock, o músico mistura diversas experiências, criando e aprimorando seu jeito único de
tocar.

Bruno passa pelo heavy metal tradicional, vai ao thrash metal contemporâneo e alcança o
prog e o djent, explorando as peculiaridades de cada estilo com personalidade.

Para Bruno, o principal é tocar para a música, se colocando ao lado dela e não à frente da
mesma. O músico também é produtor e transcende o domínio técnico do instrumento,
idealizando toda a produção de seus trabalhos, desde a concepção artística do material
até a gravação.

Além de continuar se estabelecendo como um dos maiores contrabaixistas de rock nos


cenários nacional e internacional, Bruno busca levar sua forma de tocar e ver a música
para públicos de todas as partes do mundo. Ele acredita que a sua geração de artistas
precisa resgatar o melhor das gerações anteriores, que viam a música com mais amor.

FORMAÇÃO

Bruno Ladislau começou a estudar contrabaixo aos 14 anos com aulas particulares de
Ricardo Matsuda. Aos 18, ingressou na Faculdade Santa Marcelina, onde concluiu
bacharelado e licenciatura em Contrabaixo. Paralelamente, fez aulas com Zuzo
Moussawer, Gilberto De Syllos e Celso Pixinga.

Além disso, estudou por sete anos no Conservatório Souza Lima, onde também ministrou
aulas. O músico leciona na Yamaha Music School e no Liberty Studio, seu estúdio particular.

Bruno também fez cursos de áudio, tornando-se produtor musical. O artista soma estudo
erudito, capacitação musical e noções de marketing e administração, além do principal,
paixão pelo que faz.

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2 . INTRODUÇÃO
O que é imprescindível para ser um contrabaixista de sucesso? Essa questão foi o gatilho
para escrever esse e-book.

Durante todos esses anos como baixista profissional, concluí que se não tiver domínio
técnico, dificilmente um instrumentista conseguirá se estabelecer como profissional,
independente do nicho em que atue.

Falo isso por experiência própria. O fato de sempre buscar uma técnica apurada,
com várias possibilidades para compor e interpretar levadas e solos, foi crucial para
conseguir me tornar um baixista de sucesso. Muitas vezes tive que literalmente
brigar contra o relógio para aprender um repertório do dia para a noite, gravar álbuns
extremamente complexos e compor linhas na hora porque o produtor queria um
determinado resultado que ajudaria o baixo a aparecer mais após a finalização do
trabalho. Tudo isso não seria possível se eu não tivesse técnica!

O conceito do que é técnica às vezes é mal-interpretado. Muitos acham que ser técnico
é tocar 10.000 notas por minuto ou dobrar todas as frases feitas pela guitarra ou pela
bateria. Quem pensa assim está completamente equivocado. Ser técnico, na minha
visão, é estar pronto para tocar o que a música precisa, com boa sonoridade e precisão.
Independente da situação, o mais importante é saber o que valorizará o arranjo e
principalmente o contrabaixo.

Foi pensando nisso que resolvi escrever esse e-book. Em 15 anos atuando como professor,
ajudei inúmeros baixistas a evoluírem. Muitos estavam desestimulados porque não
sabiam por onde e como começar a estudar ou não enxergavam a importância de
melhorar a sua técnica. Fiz um compilado dos exercícios que mais gosto de praticar e
que me ajudam até hoje a lapidar a minha técnica. Além disso, falo um pouco de como
organizo o meu estudo e como aplico os conceitos que abordo nesse livro. Também
preparei um glossário com os principais acordes e escalas que precisam estar “debaixo
dos dedos” para você nunca mais passar aperto na hora de tocar ao vivo e gravar.

Muito da minha realização como profissional vem de poder ajudar baixistas a tocarem
melhor, obtendo uma posição de destaque nas suas bandas e dentro do nicho em que
atuam. Tenho certeza de que esse material será de extrema importância para o sucesso da
sua jornada. Agora, você só precisa dar o primeiro passo. Estamos juntos nessa!

Bom estudo!

Bruno Ladislau

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3. CRONOGRAMA DE ESTUDOS
Antes de começar os exercícios, acho importante falar sobre como organizo o meu estudo.
Acredito que muitas fixas cairão para você!

A real é que sempre fui muito organizado. Lembro que tinha no mural do quarto um papel
com todos os exercícios que tinha que estudar com os respectivos andamentos. Então, na
verdade, essa é uma questão de hábito e esforço.

A maneira como divido o meu tempo de estudo atualmente vem da necessidade de


estudar mais coisas, otimizando o tempo, sem perder a eficiência. O meu tempo é
muito mais escasso do que era há 15 anos, mas a necessidade de manter e melhorar o meu
desempenho é constante.

Pensando nisso, desenvolvi minha metodologia de estudo sobre 5 pilares: Constância,


Concentração, Otimização, Necessidade e Progresso.

Constância

A primeira pergunta que você deve fazer é: Quanto tempo por dia tenho para estudar?
Essa questão parece óbvia, mas clareza na resposta fará total diferença nos resultados.
Acredito que vale mais estudar um tempo constante todos os dias, mesmo que seja 1 hora,
do que estudar 5 horas um dia e passar 2 ou 3 dias sem encostar no instrumento. Na
minha visão, o desenvolvimento técnico é mais efetivo quando há constância. Além disso,
fica muito mais fácil montar um cronograma de estudos diário.

Concentração

Pesquisas científicas mostram que o cérebro humano consegue se manter


plenamente concentrado por volta de 30 a 60 minutos. Além do desgaste mental, temos que
considerar o desgaste físico, evitando lesões por esforço repetitivo e tendinites.
Tendo isso em mente, separo no máximo 1 hora para cada assunto que preciso estudar
e descanso 10 minutos entre cada bloco. Dessa maneira, organizo os assuntos e valorizo
cada minuto.

Otimização

Escolho os exercícios aliando ao estudo técnico conceitos essenciais que usarei ao tocar,
como escalas, acordes e campos harmônicos. Assim, os exercícios se tornam ideias que
podem ser usadas no processo de composição.

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Necessidade

Dou prioridade aos pontos técnicos em que tenho maior dificuldade ou que no momento
irei precisar mais. Quando não tenho nenhuma tour ou gravação para fazer, mantenho
meu estudo visando evoluir, trabalhando os pontos fracos. No entanto, quando tenho um
trabalho para realizar, foco meu estudo para o que a situação exigirá.

Progresso

Definir metas evita que o desânimo chegue ao longo do processo. Mentalizar como
quero tocar me faz buscar um determinado objetivo. Muitas vezes, torno o andamento do
metrônomo como meta ou coloco uma música que tenho dificuldade de tocar.
Independentemente do gatilho, estabelecer objetivos no estudo é essencial para me
manter motivado.

Técnica Tempo Exercícios Andamento Meta

Pizzicato 30 min Ex. abafados 100- 120 BPM 130 BPM


Padrões em semicol-
Pizzicato 3 dedos 60 min cheia 120- 150 BPM 160 BPM
Padrões em semicol-
Ghost Notes 30 min cheia 80- 100 BPM 110 BPM

Acordes 30 min Padrões com Tétrades 90- 110 BPM 120 BPM

Padrões com E.Maior e


Escalas 60 min Menor 110- 125 BPM 130 BPM
Padrões com acordes e
Two-Hands 30 min escalas 130- 145 BPM 150 BPM

Slap 30 min Ex. cordas abafadas 80- 100 BPM 110 BPM

Esse é um exemplo de como uso o planner para nortear a minha prática. Use-o da forma
que achar melhor, conforme for desenvolvendo a disciplina nos estudos.

Metrônomo

O metrônomo foi um grande divisor de águas na minha evolução técnica e muito do meu
sucesso profissional vem de seu uso frequente na minha prática. Quando se estuda com
metrônomo, não tem desculpa: ele mostra se você está fora do andamento. Além disso, o
metrônomo me ajudou a desenvolver o “tempo interno”, ou seja, a desenvolver a noção de
andamento. Isso me preparou melhor para atuar em gravações, já que em grande parte
delas o uso do “click” é essencial. No decorrer do livro apresentarei sugestões de como
usá-lo para desenvolver precisão rítmica.

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4. CROMÁTICOS
Um dos exercícios que mais estudei e estudo até hoje são as combinações cromáticas.
O mais interessante é a infinidade de maneiras como podemos estudá-las e como cada
uma delas desenvolve conceitos técnicos imprescindíveis como coordenação motora,
precisão rítmica, postura e independência dos dedos.

Usei a combinação 1-2-3-4 como exemplo das formas como mais gosto de praticar:

Exercício 1

Exercício 2

Exercício 3

Gosto bastante de estudar divisões rítmicas usando cromáticos. Essa é uma boa maneira
de trabalhar, além da precisão, a coordenação entre o pizzicato da mão direita e a digita-
ção da mão esquerda.

Outro jeito é dividindo o padrão em 2 cordas, como nos exercícios a seguir:

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Exercício 4

Exercício 5

Quando tocamos o cromático em 2 cordas, trabalhamos os saltos e a forma de manter a


postura da mão esquerda.

Outra boa forma de estudar é manter um dos dedos da combinação preso nas cordas
Mi no movimento ascendente e na corda Sol no movimento descendente. Ao tocar os
cromáticos dessa maneira, focamos na independência dos dedos da mão esquerda.

Exercício 6

É importante variar o dedo preso da combinação para trabalhar a independência com


todos os dedos. Você pode também deixar mais de 1 dedo preso. Estude da maneira que
achar melhor!

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A tabela abaixo mostra várias combinações cromáticas. Dividi essas combinações pelo
dedo inicial do exercício. Você pode adaptar cada uma dessas sequências nas 6 maneiras
passadas acima. Estude todos esses exercícios com o metrônomo marcando semínimas
ou colcheias dependendo da divisão rítmica que estiver tocando. Prestem atenção na
execução! Não adianta tocar rápido sem precisão e sonoridade.

Dedo 1 Dedo 2 Dedo 3 Dedo 4


1234 2341 3412 4321
1243 2314 3421 4312
1342 2413 3214 4213
1324 2431 3241 4231
1423 2143 3124 4123
1432 2134 3142 4132

5. PIZZICATO
O Pizzicato é uma das técnicas que mais estudo devido à infinidade de detalhes e nuances
que podem ser obtidas. Pela falta de material falando sobre o assunto, desenvolvi a minha
maneira de estudar.

A dificuldade em dominar essa técnica vem da falta de clareza de como padronizar a


mecânica da mão direita. Há 2 tipos de Pizzicato: o Alternado e o que chamo de Híbrido,
usando a técnica de Sweep no movimento descendente.

Pizzicato Alternado

Nada mais é do que manter a ordem dos dedos independente do movimento, seja ele do
grave para o agudo ou vice-versa. Para obter o melhor resultado, padronize a sequência
de dedos.

Nos próximos exercícios, toco abafando as cordas com a mão esquerda para focar a
atenção na ordem dos dedos. Note que no primeiro exercício toco 1 compasso por corda
e no segundo 2 tempos por corda. A ordem de dedos sugerida é a mais natural para mim,
mas aconselho durante o seu estudo observar qual movimento é o mais natural para você.

Ordens:
Médio (M) - Indicador (I)
Indicador (I) - Médio (M)

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Exercício 1

Exercício 2

Ao praticar, preste atenção em movimentar o apoio do polegar para manter o pulso


relaxado, usando a mesma região dos dedos para tocar as cordas. Fique atento com o
acento forte de cada grupo de colcheias. O uso do metrônomo é muito importante para
obter melhores resultados.

Pizzicato Híbrido

Uso esse nome porque alterno os dedos no movimento ascendente e uso o Sweep no
movimento descendente. Sweep é quando aproveitamos o movimento do último dedo
tocado para mudar de corda. Essa terminologia é muito usada pelos guitarristas
quando se referem a “Palhetada Sweep” ou “Sweep Picking”. O uso dessa técnica produz uma
sonoridade mais “ ligada”, tornando o fraseado mais rico. Comecei a estudar essa variação
do pizzicato porque existem alguns efeitos com notas fantasmas, conhecidas como ghost
notes, que só são possíveis dessa maneira. Os exercícios a seguir trabalham as colcheias
tocando 1 compasso por corda e 2 tempos por corda. Preste atenção nas mudanças de
cordas e na ordem de dedos.

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Exercício 1

Exercício 2

Para que os conceitos fiquem claros, sugiro estudar cada tipo de Pizzicato de maneira
separada. Tenha paciência para conseguir fluência e precisão. O segredo está em estudar
devagar prestando atenção na mecânica da mão direita.

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6. PIZZICATO COM 3 DEDOS
Essa técnica é eficiente para minimizar o esforço quando tenho que tocar junto com os
bumbos da bateria. Com o acréscimo do dedo anelar consigo muito mais velocidade
e resistência.

O ponto negativo é que são necessárias doses extras de empenho e paciência para
interiorizar os movimentos e conseguir trabalhar a mudança de acentos quando tocamos
figuras pares como colcheias e semicolcheias. Os próximos exercícios são excelentes para
trabalhar a força dos dedos.

Quando comecei a estudar essa técnica, as minhas levadas em semicolcheias soavam “


mancas”, pois eu não conseguia manter a acentuação constante. Um dos pontos que con-
tribuía para isso era a falta de força do dedo anelar em relação aos dedos médio e indi-
cador. Pensando nisso, comecei a estudar os mesmos exercícios com os quais estudo o
Pizzicato com 2 dedos, usando as seguintes combinações:

Anelar(A) - Médio (M)


Anelar (A) - Indicador (I)
Anelar (A) - Médio(M); Anelar (A) - Indicador (I).

Exercício 1

Exercício 2

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Exercício 3

Mantenha a dinâmica do dedo anelar igual a dos outros dedos. Use o metrônomo e deixe a
mão relaxada sempre movimentando o apoio do polegar.

Os próximos exercícios são muito importantes para interiorizar a ordem dos dedos
quando tocamos semicolcheias.

Note que aumento o número de grupos gradativamente, trabalhando a precisão e a acen-


tuação de maneira consciente.

Exercício 4

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Exercício 5

Exercício 6

Comece a estudar com o metrônomo bem devagar, marcando colcheias para


melhorar a precisão. Siga exatamente a ordem de dedos indicada em cada exercício para
trabalhar o acento forte em todos os dedos. Como disse anteriormente: tenha paciência! Dê
tempo para a musculatura acostumar com os movimentos e para seu cérebro interiorizar
a acentuação.

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7. GHOST NOTES
Essa é uma das ferramentas de que mais gosto, independentemente do estilo que toco.
Muito usada por baixistas de Funk, Jazz e Música Brasileira, as notas percussivas dão um
“tempero” especial aos grooves e solos. Tenho usado esse recurso para compor linhas no
Metal e o resultado tem me surpreendido bastante. As Ghost Notes ajudam a dar mais
swing, além de destacar o contrabaixo.

O exercício abaixo trabalha os abafados, passeando pelo grupo de semicolcheias. Comece


estudando devagar com o metrônomo marcando colcheias.

Exercício 1

Deixe as notas fantasmas bem definidas e precisas. Cuidado para não deixar soar
harmônicos. Isso acontece com facilidade.

O próximo passo é tocar os abafados usando escalas. Nos exercícios a seguir distribuo as
notas fantasmas em Sol Maior. No primeiro toco um abafado a cada nota e no segundo
dois abafados a cada duas notas. Preste atenção nas mudanças de cordas e siga a indicação
para saber em que corda você deve tocar as Ghost Notes.

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Exercício 2

Exercício 3

Estude os exercícios usando os arpejos e as escalas desse e-book. Aplique os conceitos


vistos no capítulo 4 sobre Pizzicato.

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8. ARPEJOS
O estudo de arpejos é importantíssimo para a evolução técnica. Além de ser uma
ferramenta muito útil para compor linhas, o estudo de acordes ajuda a expandir a audição
em relação a dissonâncias e possibilidades de sobreposição.

É essencial ter todas as tétrades “debaixo dos dedos” no Campo Harmônico Maior. No
exercício a seguir trabalho exatamente isso:

Exercício 1

No próximo exercício, trabalho a visualização dos arpejos pelo braço do instrumento. É acon-
selhável estudar esse padrão sobre todas as tétrades presentes no Glossário de Acordes.

Exercício 2

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9. ESCALAS
Assim como os arpejos, o conhecimento de escalas é essencial para qualquer músico, mas
baixistas que tocam Rock e Metal são ainda mais exigidos por sempre dobrarem frases e
riffs junto com a guitarra.

A maneira mais eficiente de memorizar a sonoridade, o shape e a mecânica das escalas é


através de padrões. Além de trabalhar a coordenação das mãos, o estudo deles pode servir
como ideias musicais.

Os primeiros exemplos estão em semicolcheias, usando a Pentatônica e a escala Menor,


respectivamente:

Exercício 1

Exercício 2

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Gosto de padrões com intervalos de quartas e quintas. Eles geram uma sonoridade mais
aberta, criando desenhos melódicos interessantes:

Exercício 3

Exercício 4

Aplique os conceitos de Pizzicato. O critério para escolher a técnica usando 2 ou 3 dedos


deve ser o número de notas por corda tocadas pela mão esquerda.

10. TWO-HANDS
Two-Hands é uma das técnicas que gera mais possibilidades no contrabaixo. Ela permi-
te criar desde grooves percussivos a ideias com linhas melódicas distintas simulando
instrumentos como o piano. Muitos remetem essa técnica à guitarra, mas há baixistas que
a usam de maneira única.

Há dificuldades para obter uma boa sonoridade, como acostumar a mão direita a tocar
sobre o braço do instrumento e a falta de força nos dedos. Logo, você precisa encontrar a
melhor posição para sua mão. Desenvolvi um exercício que trabalha exatamente isso:

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Exercício 1

Para conseguir ouvir bem o tapping da mão direita, abafe as cordas com a mão esquerda.
Use a marcação em colcheias no metrônomo para obter mais precisão. Busque um som
homogêneo entre os dedos. Após adquirir força e segurança para fazer o tapping, é pos-
sível adaptar qualquer conceito usando essa técnica. Abaixo, 2 padrões usando escalas:

Exercício 3

Exercício 4

Toque ambos os padrões com clareza e precisão. Use o metrônomo marcando tercinas
no exercício 3 e semicolcheias no 4. Para executar o último padrão, use 2 dedos na mão
direita. Aconselho tocar os intervalos de semitons com os dedos indicador e médio e os
intervalos de tom com os dedos médio e anelar.

O próximo exercício é um padrão em semicolcheias tocando os acordes do campo


harmônico de Lá menor. Gosto desse tipo de padrão porque faz o contrabaixo soar muitas
vezes como o piano:

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Exercício 4

Para conseguir clareza na execução, comece devagar com o metrônomo marcando


colcheias. Atenção em qual semicolcheia do grupo você tocará o tapping e deixe a divisão
clara, acentuando as cabeças do tempo.

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11. SLAP
Essa é uma das técnicas mais populares no nosso instrumento e que tem sido desenvolvida.
O Slap simula o bumbo e a caixa da bateria através das batidas com o polegar (Thumb) e as
puxadas com os outros dedos (Pop). Apesar da quantidade de métodos a respeito, ainda
há dúvidas de como estudar essa técnica de maneira simples e efetiva.

Nos exercícios a seguir trabalho apenas os movimentos da mão direita com as cordas
abafadas. Nos 2 primeiros estudos tocamos o Thumb (T) e o Pop (P) em cordas consecutivas
e nos 2 últimos em cordas alternadas.

Exercício 1

Exercício 2

Exercício 3

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Exercício 4

Preste atenção no movimento da mão. Um dos pontos mais importantes para conseguir
uma boa sonoridade é trabalhar com o pulso relaxado. Tenha paciência e comece tocando
devagar. No próximo estudo tocaremos as tétrades do campo harmônico usando Slap. Não
corra o andamento nas ligaduras e siga as indicações de Thumb e Pop.
Exercício 5

O próximo exemplo trabalha 2 fundamentos que soam muito bem com o Slap: Oitavas e
Ghost Notes.

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Exercício 6

Comece tocando devagar, deixando bem nítida a diferença entre as notas e as ghost notes.
Aconselho a marcação em colcheias para deixar a execução precisa.
Aplique esse exercício em todas as escalas que encontrará no Glossário.

12. APLICAÇÃO
Saber aplicar é o que diferencia um músico de um mero executor. O que mais vejo hoje
em dia são “macaquinhos de circo” que transformaram os exercícios em números de
exibicionismo e mal sabem o que estão tocando ou “instrumentistas parnasianos” que só
sabem fazer música filosoficamente, porque a mecânica dessas pessoas é muito aquém
do aceitável.

Apresentarei algumas maneiras básicas de como os conceitos técnicos vistos aqui podem
ser usados em suas composições e jam sessions.

Interagindo com a bateria

Tocar junto com a bateria é primordial para qualquer baixista. Uma boa forma de
estudar é escolher uma levada e acompanhar a rítmica de cada peça tocada. Comece tocando
apenas uma nota. Dessa nota, pense em um acorde e depois em uma escala.

O próximo passo é acompanhar a levada no geral. Use o mesmo processo: comece de algo
simples e vá aos poucos tentando usar os conceitos vistos.

Grave essas ideias como puder. Garanto que se surpreenderá com a evolução criativa ao
longo do tempo.

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Interagindo com instrumentos harmônicos

Um ponto de partida para aplicar o que passei é usar o pensamento por acordes, ou seja,
você pensará em cada acorde de maneira isolada, sem preocupação com a tonalidade.

Escolha qualquer sequência de acordes - pode ser um blues, um tema de jazz ou até uma
música pop qualquer. Ligue o metrônomo ou a bateria eletrônica em um andamento
confortável e acompanhe a sequência de acordes dentro do tempo, tocando apenas as
fundamentais. Aos poucos, tente aplicar os exercícios vistos na música que estiver tocando.
Caso escolha uma levada de bateria, você pode unir o primeiro exercício a esse, tornando
o estudo muito mais desafiador e completo.

Não existe mágica para se tornar um excelente contrabaixista. Você precisa apenas de
paciência, perseverança, foco e de um bom professor que te mostrará os caminhos. O resto
é consequência de um trabalho sólido.

13. GLOSSÁRIO DE ACORDES E ESCALAS


1- Acordes

Maior com Sétima Maior

Maior com Sétima Menor

Menor com Sétima Menor

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Menor com Sétima Maior

Meio Diminuto

Diminuto

Aumentado com Sétima Maior

Aumentado com Sétima Menor

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2- Escalas

Pentatônica Maior

Pentatônica Menor

Modos Gregos

Jônio

Dórico

Frígio

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Lídio

Mixolídio

Eólio

Lócrio

Menor Melódica

Menor Harmônica

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14. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acredito que ao final desse e-book muitas fichas terão caído e o seu play terá melhorado,
já que agora você sabe organizar seus estudos de uma maneira mais eficiente. Entretanto,
muitas dúvidas e necessidades surgirão ao longo de sua evolução como instrumentista - e
isso é muito bom.
 
Minha dica: procure um professor. Ter um mentor durante o processo de aprendizado é
importante, pois auxilia não só na parte do conhecimento e da técnica, mas também pode
ajudar você a encontrar o melhor caminho para ter sucesso na sua carreira como um todo.
 
Como disse, uma parte da minha realização profissional vem de poder ajudar baixistas
a tocarem melhor, obtendo posições de destaque nas suas bandas e nos nichos em que
atuam. Portanto, ficarei muito feliz em continuar dividindo o meu conhecimento com
você. Tenho certeza de que juntos construiremos um futuro mais próspero!
 
Acesse o site www.brunoladislau.com.br/aulas para saber mais.
 
Nos vemos em breve.
 
Obrigado!
 
Bruno Ladislau

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Ficha Técnica
 
Produção de conteúdo: Bruno Ladislau
Partituras: Bruno Ladislau
Revisão de texto: Michelle Gonçalves
Artes e capa: Gustavo Sazes

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