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RESENHA CRÍTICA

O livro Raciocínio criativo na publicidade, de Stalimir Vieira foi publicado pela


editora Loyola no ano de 2004 com 115 páginas.
Stalimir Vieira é publicitário, consultor de marketing, conferencista e escritor.
Trabalhou em várias agências de publicidade como DPZ, W/Brasil e Bates em São
Paulo e DDB na Argentina, além de ter trabalhado como professor na Escola
Superior de Propaganda e Marketing, ter sido conselheiro-fundador da Escola de
Criação da ESPM, diretor do Clube de Criação em SP, diretor da Associação dos
Profissionais de Propaganda (APP) e da Associação Brasileira de Publicidade
(Abap). Hoje, é membro do CONAR, assina uma coluna no Propaganda e Marketing,
apresenta o programa Comunicar e Crescer no Agronegócio, no Canal Rural e é
autor de dois livros.
Em Raciocínio criativo na publicidade, o autor trata da paixão que se deve ter
pela profissão, o amor pelo ato de criar. Segundo ele pessoas criativas não são
gênios ou seres extraordinários, mas pessoas atentas ao que acontece ao seu
redor, que buscam sempre novas experiências, novas vivências para que possam
ter conteúdo no momento da criação.
Ele afirma que para se criar uma campanha ou um anúncio é necessário que
haja uma leitura detalhada do briefing para que se possa interpretá-lo e criar algo
novo. Em todo livro, Stalimir declara que a pessoa criativa pensa “ao contrário”, foge
do que é corriqueiro, usual; não tem medo de inovar, arriscar; sabe o que e qual a
hora de questionar.
Também faz citações de campanhas que deram certo e faz uma análise da
linha de raciocínio do nascimento de cada uma. Cita experiências vividas por ele que
não deram tão certo e dá dicas de caminhos a serem seguidos de forma diferença
para se obter sucesso na carreira publicitária.
O objetivo identificado pela leitura seria que o autor tenta desmistificar a
profissão, e auxiliar quem deseja seguir com a mesma a conservar sua criatividade.
Segundo ele tratamos a criatividade como um cachorro, não damos a importância
necessária e por isso ela acaba definhando, assim como com os músculos do corpo
quando não fazemos exercícios.
A partir da leitura feita, pode-se concluir que o autor consegue ser coerente
em seus argumentos, pois a criatividade nasce junto com cada pessoa. A prova
disso é que quando somos crianças, livre de pudores e censuras, somos muito
criativos e quando crescemos, com as obrigações do dia a dia, nos “esquecemos”
da criatividade, não damos tanto valor a ela quanto deveríamos, ou mesmo como o
autor fala, não a exercitamos.
É bastante relevante também quando o mesmo afirma que o ser criativo é
aquele que inova, que conhece o que é usual e pensa o contrário. Realmente, quem
cria sempre busca o raciocínio “mais difícil” na visão de alguns, por ser o caminho
desconhecido. Ele arrisca com algo novo buscando inovar e nem sempre dá certo,
porém a preocupação no caso não é com o erro ou acerto, e sim com o criar algo
novo, assim como Stalimir fala em seu livro.
Realmente é necessário que seja feito uma análise crítica em materiais
expostos na mídia para que o profissional publicitário possa cada vez mais aprimorar
seus conceitos e ter referências com o que questionar ou que linha de raciocínio
tomar na criação de novas campanhas. Ele precisa saber o que o consumidor vê,
precisa tomar seu lugar, precisa viver e pensar como ele para que possa fazer algo
que o impressione. É necessário que se tenha a visão que hoje o consumidor tem e
tomar outra linha de raciocínio, surpreendendo seu cliente e o consumidor. O
publicitário deve saber o que o cliente quer e conseguir traduzi-lo ao público, assim
como afirma o autor.
Ao dizer que o criativo está atento a tudo e tudo lhe aciona reflexão, o autor
explica de forma simples o que é este profissional. Sempre buscando idéias em
mínimos detalhes. Muitas vezes, algo que para alguém é corriqueiro, para o criativo
é um detalhe que vai lhe fazer diferença. Como exemplo, podemos citar o caso da
campanha da Brahma com a idéia “A número 1”. Uma campanha que obteve muito
sucesso, e os seus criadores estavam atentos a um gesto tão corriqueiro, que é o de
chamar a atenção do garçom pedindo mais uma cerveja. Um pequeno detalhe neste
caso fez toda a diferença e daí surgiu uma campanha tão bem sucedida.
Stalimir foi muito coerente ao expor suas idéias neste livro que prende o leitor
a ele, além de ser divertido e de fácil leitura. Ele pode ser recomendado a qualquer
pessoa da área publicitária ou qualquer outra profissão que exija o mínimo de
criatividade, pois enfatiza aspectos que em nosso dia a dia nem notamos, que é a
importância de manter forte a criatividade em cada um e sua importância em sua
profissão.

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